O julgamento



Cap. 18 – O julgamento

Dia 20 de agosto se aproximava. Ninguém comentava nada sobre o julgamento, mas era como se fosse o assunto da semana, estava no [i]ar[/i]. A sra Weasley tencionava falar com Harry algumas vezes, mas desistia sob o olhar de Gina. Hermione, após a conversa com o garoto sabiamente não tocava no assunto. Este “silêncio mútuo” entre todos da sede só foi interrompido no dia em que Gui teve que dar as instruções para o dia. Basicamente, teriam apenas que contar sobre o episódio da fuga de Sirius. O que ouviram, o que fizeram (com exceção da parte que usaram o vira-tempo, que podia complicar Dumbledore, Harry e Hermione). Deviam apenas dizer que antes da execução, afrouxaram a corda de Bicuço sem Hagrid saber disso. A atmosfera na Ordem ficava cada dia mais densa. Parecia que aquela maldita decisão do ministério aflorava as lembranças de todos, tão duramente cicatrizadas. Principalmente Lupin, que havia sido o melhor amigo de Sirius em todo esse tempo. Perdera Tiago, depois Sirius, e Pedro (que na verdade, nunca fora amigo verdadeiro).
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Convoco agora o Sr. Ronald Weasley para depor neste julgamento – disse Josh Carter, promotor do caso.
- Boa sorte Ron – disse Hermione. E lembre-se: o mais importante é que fique calmo. – sorriu. Ele retribuiu o sorriso. Harry lhe desejou boa sorte também. Ele adentrou na sala localizada no 1º andar do Ministério. Contou sobre como souberam da execução de Bicuço e como foram parar na casa de Hagrid, afrouxaram a corda do hipógrifo. De quando encontraram aquele enorme cão preto, quando foi arrastado por Sirius até a casa dos gritos. De toda a discussão de Harry e Sirius até o momento que acordara na ala hospitalar no dia seguinte. Amélia Bones, que coordenava o caso, sendo a “juíza”, agradeceu e pediu pra que ele se retirasse, chamando em seguida Hermione, que repetiu todo o ocorrido, com acréscimo da parte dos dementadores, em que ela desmaiou. Contou a conversa que Dumbledore, ela, Harry, Cornélio Fudge e Snape, todos presentes naquele julgamento. Por fim, chamaram Harry, que a história já conhecida por todos ali presentes. Ao ser questionado sobre o fato de Snape ter dito que Sirius havia enfeitiçado-os, e que ele é que tinha os salvado, Harry simplesmente riu e disse: “Severo Snape tinha sido nocauteado por nós 3 muito tempo antes. Quando chegamos no jardim, ele estava desacordado, incapaz de salvar a si mesmo”. Nessa hora, olhou em direção a Snape, que o encarava com ódio. Retirou-se da sala e encontrou alguns olhos apreensivos aguardando-o.
- E ai, como foi? – perguntou Hermione
- Bem... Como esperado. – riu desgostoso – Revivi aquela noite mais uma vez, mas graças a Merlin acabou. Só preciso arejar um pouco a cabeça. – disse e sem mais nenhuma palavra dirigiu-se a um corredor próximo e sumiu de vista. Apareceu uns quinze minutos depois onde ficou aguardando serem chamados para ouvir a sentença ao lado de Rony e Hermione. Sirius foi inocentado no final. “Faz muita diferença agora”, pensava ele irônico.

O resto das férias transcorreu normalmente. Hermione com seus livros, Harry absorto em seus pensamentos ou nas brincadeiras com Rony. Encontraram-se várias vezes na calada da noite, único momento do dia em que se sentiam realmente completos, pois estavam um com o outro. Após a conversa com Gina, tentaram ao máximo disfarçar, buscando resgatar o modo como agiam antes de namorarem. Ele agora lembrava do ultimo encontro com a amada, com um sorriso brotando em seu rosto.

Hermione entrou no quarto de Bicuço no horário combinado. Meu Deus, como é linda – pensava ele, que a aguardava próximo à cama. Ela fechou a porta atrás de si e ele, sem pensar duas vezes, foi em direção à garota, tomando seus lábios com um desejo inexplicável, que apenas os dois eram capazes de sentir. Tinha passado quase 4 dias sem ter o gosto daquela garota, quer dizer, garota não, mulher pra si. Como a amava! Amava seu sorriso, seus olhos, seu corpo, seu jeito... Beijaram-se desesperadamente, como sentiam saudade um do outro! Harry acariciava a cintura da namorada, beijava-lhe o pescoço e a abraçava cada vez mais forte, trazendo-a se é que possível, pra mais perto dele. Sentia que ar aos poucos estava deixando de oxigenar seu cérebro mas não se importava. Jogaram-se na cama e ele aos poucos ia deitando-a. Quando se separaram, apenas porque precisavam realmente respirar, ele a viu abrir os olhos lentamente, com um lindo sorriso no rosto, como quem busca certificar-se se aquilo tudo não era um sonho. Ela encarava seus olhos verdes e dizia apenas com um olhar, que valia mais que mil palavras naquele momento: “Te amo! Estar com você aqui é perfeito...”. Ele sorria em resposta. E sussurrou em seu ouvido:
- Você não tem idéia de como senti sua falta esses dias. Estava praticamente enlouquecendo!
- Acho que tenho idéia sim. Pois tinha a impressão de estar enlouquecendo também – ele deitou-se ao lado dela e a abraçou. Beijaram-se novamente, dessa vez ao mesmo tempo suave e apaixonadamente. Permaneceram lá por umas duas horas, fazendo juras de amor ao pé do ouvido, entre muitos beijos apaixonados. Naquela noite, Harry sonhara com aquela que sabia que era a mulher de sua vida, sua alma gêmea...


- Harry, você tá me ouvindo? – resmungou Rony indignado
- Hã? Tava sim cara. – balbuciou o moreno, tentando apagar da sua cabeça a imagem de Hermione.
- Com certeza – brincou Rony – você tava no mundo da lua! Eu tava te perguntando se você acha que eu devo continuar no time esse ano. Quer dizer, ano passado eu fui um desastre, com exceção de um jogo!
- Claro que deve! Você só tava mal no inicio porque você tava nervoso! Tenho certeza que você vai se sair bem esse ano. – disse ao amigo. Os dois continuaram a conversar animadamente sobre quadribol, até que Gina irrompeu à porta dizendo que a Sra. Weasley havia pedido que arrumassem logo os malões para o embarque no dia seguinte.

O embarque na plataforma foi tranqüilo. Pela primeira vez, chegaram cedo na estação. Despediram-se de todos na plataforma e entraram no trem à procura de uma cabine vazia. Hermione saiu da cabine pouco tempo depois, pois tinha que cumprir as obrigações de monitora. O que ninguém esperava era que cinco minutos depois ela apareceria e chamaria Harry para acompanha-la. No caminho ele perguntou confuso porque ela o estava levando pra ela. A garota respondeu com um “Simplesmente não tenho idéia. Pediram pra eu te chamar”.
Ele entrou na cabine dos monitores, onde encontrou um aluno do sétimo ano da Grifinória, chamado Brad. Ele apresentou-se como monitor-chefe e disse:
- Potter, como você mesmo já sabe, você é o capitão do time de quadribol da nossa casa. Só que Dumbledore lhe indicou também para o cargo de monitor.– Harry nesta hora surpreendeu-se – Como você já foi nomeado capitão, você tem a opção de recusar o cargo de monitor que está sendo oferecido. Neste caso, a gente tem uma segunda opção pra monitor. Mas se você quiser assumir, tudo bem. Só depende de você. – Harry ponderou por algum tempo. Será que ele conseguiria conciliar as 2 coisas ao mesmo tempo, sem contar as tarefas escolares? Ele achava difícil, mas estava disposto a tentar. No ano anterior, ficava perguntando-se porque Dumbledore não o tinha escolhido e quando este disse o motivo ele ficara com uma sede de provar que conseguiria, afinal adorava desafios. Pensou por mais um momento, analisando rapidamente em sua cabeça os prós e os contras. Por fim declarou:
- O.K! Aceito o cargo – disse alegremente. Olhou para Hermione, que estava sorrindo. Passou mais algum tempo ouvindo as instruções de Brad, desnecessárias pra ele, pois sua namorada era monitora e sua melhor amiga. Quantas vezes a ouvira contando os casos pra ele! Pegou o distintivo de monitor e saiu da cabine acompanhado por Hermione, quando deu de cara com Malfoy:
- Vejam só! O “cicatriz” e a sangue-ruim! Decididamente Dumbledore deve estar ficando caduco mesmo, colocando os dois como monitores! – Harry apertou seu punho e puxou a varinha das vestes. Hermione o impediu, baixando sua mão e dizendo que não valia a pena.
- Sai daqui Malfoy! – ordenou a garota.
- E desde quando eu lhe obedeço?
- Acho que você tá precisando se lembrar de um certo tapa que você levou no terceiro ano. Quer outro pra refrescar sua memória? – respondeu sarcástica. Draco virou-se na direção oposta, mas antes olhou para a garota de um jeito estranho, como se examinasse, de cima a baixo. E sorriu.
- O que foi isso? – perguntou Hermione quando o loiro se afastava.
- Nem sei. –mentiu Harry. Foi assim que ele a olhara quando se encontraram a primeira vez nesse verão. Como se percebesse uma nova Hermione à sua frente. Aparentemente Malfoy percebeu a mesma coisa. Patrulharam o corredor por um tempo e seguiram pro vagão onde se encontrava Rony e Gina, agora acompanhados de Neville e Luna.
- Por merlin! - Rony se assustou quando viu o distintivo no peito de Harry - Você é monitor?
Harry lhe explicou tudo enquanto se deliciavam com os doces que compraram momentos depois. Percebeu que o amigo estava um pouco desapontado, ele achava que era em parte porque esperava ser monitor esse ano pra ficar ao lado de Hermione e por aquele sentimento que causara a briga dos dois no quarto ano, de se sentir inferiorizado perto do “menino que sobreviveu”. Aos poucos, com as partidas de Snap explosivo, Rony se alegrou mais.
Chegaram na estação de Hogsmeade por volta das 8 horas. Avistaram Hagrid para rapidamente antes de seguirem com as carruagens puxadas pelos testrálios para Hogwarts. Após a cerimônia de seleção e os avisos costumeiros de Dumbledore, saborearam o delicioso banquete. Harry ficou para ajudar Hermione com os alunos do primeiro ano.
- Dente de dragão – disse à mulher gorda, que permitiu a passagem. Chegou no dormitório e avistou sua cama de dossel, onde adormeceu rapidamente.

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