Conversa Sincera



Cap 13

Harry, na mesma hora, esboçou um sorriso qualquer, sem graça... Não se sentia pronto pra falar sobre o ocorrido, na verdade, nem sabia se queria . Havia considerado durante muito tempo a possibilidade de não contar a ninguém, mas acabara percebendo que não havia escapatória, principalmente em relação à Mione e Rony. Contar a Mione tudo o que realmente aconteceu traria de volta à sua memória lembranças que por muito tempo se manteram adormecidas. Na verdade, contar tudo iria expor Hermione ainda mais, afinal assim ela saberia a verdade sobre a profecia. Infelizmente, ele teria de revelar a verdade, cedo ou tarde, mas não nesse momento, decidiu por fim.
- Ein? Vai me falar? – insistiu Mione fazendo cara de pidona
- Falar o que? – perguntou saindo de seus devaneios
- Sobre o que aconteceu no departamento de mistérios!
- Ahhh... Mione, é que...
- Harry, se você não quiser falar você não precisa, fica despreocupado – interrompeu ao ver o olhar um tanto quanto triste dele – Olha, só te perguntei mesmo porque achei que você se sentiria melhor, mas também entendo que você não queira falar disso. Quero apenas que você saiba que pode se abrir comigo sempre e contar comigo pra qualquer coisa ta?
- Mione... Desculpe-me mesmo, mas acho melhor não falar disso agora. Prometo que um dia contarei toda a verdade pra você e pro Rony, mas não agora... Você entende né?
- Claro que entendo seu bobo! Mas de qualquer forma, acho melhor irmos dormir agora! Está muito tarde, e para ser sincera, eu estou morrendo de sono.
- Concordo, também estou muito cansado. – Mione levantou-se e espreguiçou-se de forma bastante lenta, antes de virar-se pra Harry e dizer: acho melhor eu ir pro meu quarto...
- Perae que estão faltando duas coisinhas!
- O quê?
- Bem, primeiro: falta eu te agradecer pelo melhor aniversário da minha vida e por ter dado uma chance para nós... E a outra: como é que você sair assim sem me dar um beijo de boa noite ein? –disse fazendo uma cara de indignação.
-Aiaiai viu? Deixe-me ver: primeiro; não precisa agradecer afinal você fez por merecer tudo isso e muito mais! E sobre o beijo, acho que posso resolver esse probleminha pra você... – disse antes de aproximar-se e beija-lo carinhosamente – Boa noite! Durma bem ta?
- Acho que vou dormir como um anjo hoje... Durma com os anjos e sonha comigo viu? Te amo!!
Vou até tentar, mas acho que vai ser difícil! – disse com uma cara falsamente pensativa, dirigindo-se em direção a porta – Também te amo!!! – disse por fim fechando a porta por trás de si e caindo no sono rapidamente, assim como Harry.

********
O dia seguinte amanheceu numa brisa suave e tranqüila. Hermione espreguiçou-se na cama, mais cansada do que de costume. O dia anterior tinha sido exaustivo, mas tinha consciência de que valeu a pena, uma vez que conseguira deixar Harry feliz. Mas por quanto tempo? Afinal, voltariam para o Largo Grimmald no domingo, aonde as lembranças de Sirius viriam a tona e as tão esperadas noticias de Voldemort chegariam. Ela sentia que a guerra estava cada vez mais próxima, sabia que Harry teria um papel decisivo nela, mas não gostava de pensar nisso. A simples possibilidade de perdê-lo já a atemorizava, portanto seu coração apertava todas as vezes que pensava nisso. Levantou-se por fim e foi tomar banho, iniciando assim um novo dia.
- Hermione... Preciso falar com você! – exclamou a Sra. Granger na porta do banheiro – você vai demorar?
- Não mãe, já to saindo! – passados alguns segundos, ela abriu a porta, envolta por um roupão felpudo.
- Mione... Eu e seu pai vamos precisar ir a um congresso hoje lá em Londres, só que durará dois dias, o que significa que teremos que passar a noite lá. Amanhã à noite estaremos aqui. Maya ficará cuidando de vocês. Se precisar já sabe né? Eu e seu pai estamos com celular. Se cuide viu?
- Pode deixar mãe. – a garota deu um beijo na mãe que se despediu e saiu do quarto. Passados uns 5 minutos, Harry bateu à sua porta:
- Bom dia! – disse com a cara sonolenta mais linda que ela já viu – Ué... Fui lá embaixo ver se você já estava lá e não vi seus pais...
- É que eles foram pra um congresso hoje... Só chegam aqui em casa amanha a noite.
- Isso quer dizer que eu vou ficar sozinho com você aqui é? – perguntou com um ar maroto, se aproximando de Mione.
- Não exatamente... A maya vai ficar aqui conosco. – disse risonha ao ver a cara de Harry murchar rapidamente.
- Mione... Por falar nos seus pais... Eles ainda não sabem da gente, sabem??
- Ehhhh, não. Prefiro contar mandando uma carta lá de Hogwarts. É mais fácil!
- Mais fácil?!?! Como assim? – perguntou ele confuso
- Ciumento do jeito que meu pai é?? Pro bem da sua saúde prefiro contar com a gente bem longe do alcance dele!!
- Nossa... Pelo visto eu terei alguns problemas com meu sogro! – disse ele visivelmente preocupado, enquanto Hermione apenas abaixava a cabeça e ria baixinho. – Que que você tá rindo ai ein? – perguntou já irritado
- Hahahahaa... Eu to brincando né Harry? Meu pai pode ser muitas coisas, mas ciumento é quase impossível! – disse entre as lagrimas que soltava de tanto rir – mas de qualquer forma, não queria contar pra eles agora. Quero dizer; a gente já está escondendo de todo mundo... Eles vão saber quando tiverem que saber!
- Sem graça! Quer me matar do coração é?! Bem... Se você prefere assim, por mim tudo bem.
- Ótimo! Agora chega de conversa e vamos descer pra tomar café!
Os dois desceram e seguiram para um delicioso café. O resto da semana transcorreu normalmente. Os pais de Hermione retornaram no dia seguinte e não foi muito difícil encontrarem um lugar seguro pra namorarem. Porém, no final da semana ela já podia perceber que Harry estava mais triste, na dele, o que ela julgou ser um resultado da ida à sede da Ordem no domingo. No sábado, quando estava ajudando-o a arrumar as malas, pode notar claramente o olhar vazio e triste. Os olhos antes de um verde vivo agora se encontravam apagados, sem o brilho costumeiro. Não agüentando mais aquilo, Hermione disse:
- Harry... Não to agüentando mais te ver assim. Sei que você ficou muito abalado com essa história de ir à casa do Sirius, mas infelizmente não há nada que você possa fazer...
- O problema é justamente esse Mione, eu não posso fazer nada!! Eu não posso voltar no tempo, não posso evitar sentir falta dele, não posso deixar de me arrepender cada segundo daquele maldito dia... A culpa foi toda minha! – disse cansado
- Harry, escuta aqui! A culpa não foi sua tá me entendendo? Nem pense nisso um único segundo. Se você quer culpar alguém, culpa o Voldemort, a Belatriz... ou até mesmo me culpe por não ter te impedido! – disse sentando-se ao lado dele - Você não tinha como saber que aquele sonho era apenas ilusão, não depois de vivenciar algo tão real como aquilo que ocorreu com o sr. Weasley. Você tinha a intenção de salvar Sirius, não de que ele fosse morto! E você pode ter certeza de que Sirius morreu muito orgulhoso de você e de si mesmo... De você por notar o homem corajoso e forte que você se tornou. E de si mesmo, pois suponho que se ao menos ele pudesse escolher uma morte, ele escolheria justamente essa: lutando por alguém que ele amasse profundamente. E você pode fazer algo sim. Faça com a morte de Sirius, dos seus pais e de todos que sofreram nas mãos de Voldemort não tenha sido em vão. Tenho certeza que você pode! – por fim ela lhe deu um abraço, botando nele todo amor e carinho que sentia. Pela primeira vez ela via Harry chorando de verdade, como se fosse um menino indefeso e inseguro. Permaneceram abraçados por minutos, talvez horas, ela não sabia ao certo. Ao se separarem, Harry olhou pra Hermione e disse:
- Eu estaria completamente perdido sem você sabia?! Obrigado, brigado mesmo. Te amo demais e prometo que não deixarei nada acontecer você
- É. Eu sei... –disse com um ar convencido, arrancando assim um primeiro sorriso de Harry – agora vamos terminar de arrumar isso aqui né? Olha só essa bagunça!

A manhã seguinte encontrava-se praticamente perfeita. Uma brisa suave entrava pelas janelas da casa, onde os raios de sol entravam sorrateiramente. Hermione e Harry acordaram razoavelmente cedo, a perspectiva de abandonar aquelas férias inesquecíveis deixando-os tristes. Os dois encontravam-se assistindo TV quando ouviram pequenos estouros ao lado. Preenchendo agora o espaço que se encontrava vazio, estavam Lupin, Tonks, Moody e outros membros da Ordem. Com um sorriso no rosto, Lupin pronunciou-se:
- Vamos?

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