As vezes quendo se perde...



Parte 23 – “Às vezes quando se perde....”

Even estava furiosa quando atravessou os portões de Hogwarts. “Tomara que ele tenha passado todo o vexame do mundo. Ele merece coisa pior...”.
... “Será que merece mesmo Even?”
“Ah não... mas é CLARO que ele merece!!!”
“Pense bem moçinha”
“Nem preciso pensar!! Quem ele pensa que é para...”.
“Quer mesmo que eu te diga quem ele é? Ele é se...” – seus pensamentos foram ofuscados pela visão que Even. O sue amigo auror estava caminhando na grama mais a frente. Era sua chance de tentar consertar o que o grosso do seu ex-par(ceiro) fez. Caminhou até ele. Quando a viu, o rapaz abaixou a cabeça e virou de costas, começou a caminhar mais rapidamente, a única coisa que ele queria nesse momento era distância da professora, tamanha vergonha que estava sentindo. Mas este foi obrigado a parar por conta de uma mão que o segurou no ombro. Even, ao perceber o que havia acontecido, começou a andar mais rápido, quase correndo para alcançá-lo.
_ Ei, espera ai! – falou ela. Quando ele se virou, Even deu-lhe um grande sorriso, o que o fez sentir-se melhor... – Eu queria te pedir desculpas pela ceninha que aquele grosso fez lá no salão. Eu não tenho nada com ele para que o desse mo..
_ Não! Pode ficar tranqüila! Não tem problema nenhum... Pelo o que já ouvi falar dele, não me impressiona a reação. – tranqüilizou o auror , e continuou a falar – Sabe, até que foi engraçado – De repente, Even viu algo que lhe chamou o interesse. Seu amigo continuava a falar, mas ela não o ouvia mais, todo a sua atenção agora estava voltada para o que estava agora parado ao pé da escadaria da entrada da escola. “Como ele teve coragem..”
_ Me beija – falou de repente, cortando a conversa do rapaz. Deixando-o espantado.
_ O quê? Repete, por favor.
_ Me beija! – insistiu Even.
_ Mas por quê? Se aquele professor me vê te beijando, eu... – Não conseguiu mais falar, por toda sua fala foi interrompida por uma Even que agora o agarrara e o beijara mesmo sem ele concordar.

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Como ela pode ainda estar conversando com ele? – resmungou Snape, parado ao último degrau das escadas. Observava o casal a uns 10 metros de distancia. De repente, ele viu uma coisa. “Não é possível” pensou.
Even e o idiota-intrometido estavam SE BEIJANDO!!
Nesse momento uma onda de fúria surgiu dentro do professor e foi aumentando, estava se tornando incontrolável a cada milésimo de segundo.
Por uma fração de segundo, alguma coisa aconteceu. Snape só viu o auror sendo arrancado dos braços dela por uma força invisível e sendo jogado a metros de distancia e indo bater em uma árvore, caindo inconsciente.

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Even estava escandalizada com o que tinha acontecido. Ela não tinha ação. Como aquilo tinha acontecido?
Virou-se para Snape e caminhou até ele. Quando estava próxima, encontrou um Snape totalmente paralisado, indefinivelmente assustado.
_O que você fez – falou então entre os dentes.
_O que eu fiz? – Perguntou ele, respondendo à pergunta da professora. Apesar de ter dito isso, Snape sabia muito bem o que tinha feito: Magia Involuntária.

Um sentimento de fúria se espalhou pelo corpo da professora. Ela tinha que fazer alguma coisa. Olhou Snape bem nos olhos e o que ela viu nada a agradou “Como ele pode ser tão cínico? Fazendo essa cara de inocente”. Ela não sabia o que fazer. Na verdade sabia, mas não queria....

Ah quer saber? – finalmente falou Even rispidamente – Você que SE DANE! Cansei das suas ceninhas!! Toma! E nunca mais olhe na minha cara!!! – terminou jogando a varinha de Snape no rosto do professor, devolvendo-a. Ele, porém não teve nenhuma reação. Viu sua varinha bater em seu rosto e cair no chão. Abaixou seus olhos, fitando por um instante a varinha que agora terminava de rolar pelos últimos degraus gelados da meia noite e acabar caindo na macia grama que agora estava molhada pelo orvalho.
Quando este levantou sua vista, viu a professora, se afastando dele à passos largos indo na direção do rapaz, que já estava começando a voltar à consciência.
_Perdi. – disse a si mesmo, abaixando para pegar a varinha. Depois saiu caminhando lentamente, em direção aos fundos do castelo. Não queria atravessar o salão principal com todas aquelas pessoas olhando para ele. Preferiu ir pela cozinha. Todos estão no baile, os corredores estão vazios. Estaria tomando um caminho bem maior até às masmorras, mas seria melhor assim que passar outra vez por aquele vexame. Entrar no salão principal sozinho seria o mesmo que declarar ao mundo que perdeu pra uma professorazinha arrogante e metida como ela.

Os aposentos de Severo Snape tinham a mesma expressão sombria e fantasmagórica que sua sala de aula. Suas paredes em pedra negra reluziam alguns pontinhos brilhosos durante a noite, o que se parecia com um negro céu de meia noite estrelado. Uma cama ao canto, quase escondida pela escuridão, com um criado-mudo ao lado. Um armário, onde se guardava suas charmosas capas. Todos os móveis em mogno, bem cuidado e arrumado. No outro canto, duas poltronas, viradas de frente para uma lareira todos os dias, ao pôr do Sol era ligada pelos elfos e assim permanecia até o amanhecer. Ao lado das poltronas, na esquerda, encontrava-se uma pequena mesa, com alguns uísques e vinhos, e pequenos copos de cristal.
Ao entrar em seu quarto, a primeira coisa que Snape fez foi encher um desses copinhos com uísque de fogo e se atirar em uma dessas poltronas. Com um único gole, ele esvaziou o copo e ficou segurando-o, observando as chamas da lareira de moverem através do vidro. Várias coisas começaram a passar em sua mente como um filme: ele descendo as escadas do salão para entrar no baile, quando se depara com a mulher mais bela que já vira; uma dança lenta, musica romântica... Sussurros...
“Is this the one?
One that I've been waiting for all my life
Could this be the one?
One that I've been looking for all my life
Could this be the one?”

Aquela musica não parava de ecoar em sua mente… Ele não conseguia evitar, estava tomando todo o seu cérebro, não o deixava mais pensar em nada.... “Por quê?” perguntou a si mesmo...
Mais cenas:
Uma linda mulher e um trasgo se beijando... O trasgo caído no chão... “Estaria morto?”, pensou. A mulher indo embora... A musica... A mulher... “Como ela é linda....” O trasgo... A musica...
A musica estava perfurando sua mente.. Ele sentia. É como que se a musica tivesse bico, e estava agora tentando perfurar sua cabeça. Doía.
Um barulho. Vidro se quebrando. A musica estava conseguindo.. “Preciso fazer alguma coisa”, pensou com muita dificuldade.
Abriu os olhos.

Para a sua surpresa, não era a musica que estava perfurando a cabeça dele, era uma coruja. Uma coruja q ele conhecia muito bem. A coruja dela.
Percebeu que o vidro que se quebrava também não era efeito da musica, Ele deixara cair seu copo enquanto sonhava. Se é que se pode chamar aquilo de sonho.
Voltou então, sua atenção para a coruja “Linda e arrogante como a dona”, pensou. Reparou em um bilhete que esta tinha amarrada em uma de suas garras. Desamarrou o bilhete e o abriu:

No Cabeça de Javali, daqui a meia hora
Sua ultima chance de poder olhar na minha cara.
Não OUSE faltar.
E.K.


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