“Assim não há Mérlin que agüen



Parte 20 – “Assim não há Mérlin que agüente!”


**a perspectiva de Snape**
Ele entrou no salão olhando para tudo, menos para a outra extremidade da escada. O salão estava deslumbrante! Longos festões decorados com fitas verdes, vermelhas, azuis e amarelas atravessavam o teto do salão, Grandes bolas de cristal pairavam acima da cabeça dos presentes, iluminando o ambiente com uma luz suave que ia mudando de cor, as quatro grandes mesas sumiram e deram lugar à mesinhas com quatro lugares, forradas com toalhas azul-escuro e branco para combinar com o céu refletido no teto, e a neve mágica que caia suavemente e desaparecia quando entrava em contato com a pele das pessoas. As portas e as janelas haviam sido emolduradas com blocos de gelo esculpidos, e pequenas fadinhas voavam em torno do gelo, fazendo-o parecer cristal iluminado. Snape reparou que estava pisando em um tapete azul marinho, que forrava a escada e mais à frente se unia ao tapete que descia da escada feminina, prolongando-se até o centro do salão, onde um espaço oval fora separado para os casais dançarem. Ele olhava para tudo, mas evitava olhar para a escada. Pra falar a verdade, Severo Snape não falou nada o tempo inteiro; achava que não iria agüentar olhar para o pirralho arrogante do Potter que estava atrás de si, então se ateve à reparar todos os detalhes do salão. Se bem que ele estava tentado à perguntar porque aquele moleque estava olhando para ele daquele jeito e com um sorriso atravessado.
Snape havia reparado em tudo isso e já estava na metade da escada quando parou repentinamente, como se seus olhos não obedecessem às suas ordens, fazendo com que Harry que vinha logo atrás de si quase esbarrar nele! Seu queixo caiu e seus olhos se arregalaram de surpresa.
_ Mas o que...


**a perspectiva de Krustin**
O salão estava realmente lindo! Tudo estava perfeito, a banda As esquisitonas já estava no palco e tocavam uma música lenta, bem melosa. “É, acho que depois de contratar Os Alquimistas e As esquisitonas, eu já posso pedir um aumento no salário ao Dumbledore”. À um canto da mesa de bebidas, Even pôde ver o portão que dava para os jardins e memorizou para não esquecer de ir mais tarde por lá, parecia estar lindíssimo. Mas então lembrou de quem a acompanhava e o sorriso se desmanchou. Neste momento, quase na metade da escada, seus olhos se viraram, como que atraídos por um ímã, para a outra extremidade da escada. Ela estancou na hora, como que tivesse sido atingida pelo feitiço do corpo preso.
_ Mas o que...


**a partir daqui são as autoras que falam**
E no instante em que o olhar dos dois se encontrou, nenhum teve capacidade de terminar a fala porque estavam (na falta de uma expressão melhor) embasbacados.
“Mérlin me segure!” - pensou Even encarando demoradamente dos pés à cabeça o bruxo parado à sua frente. Snape estava com umas vestes de gala pretas (N.A.: soh pra variar um pouquinho sabe...) mas de um jeito displicente que o deixava “Sexy?!? Não Even, pare de pensar besteira, ele é o arrogante, metido, insuportável, prepotente, lindo, gostoso... PERAÊ! Desde quando ‘gostoso’ é xingamento?!?!”
No outro extremo da escada, Snape estava boquiaberto.
“Assim não há quem agüente!” – pensou Snape fechando os olhos e respirando fundo para recobrar a pulsação normal, quase ‘engolindo’ Even com o olhar. Ela estava com um vestido vermelho sangue com detalhes pretos. O vestido tomara que caia e bem justo na parte de cima, deixando em evidência os “atributos” da professora. Atributos estes que o professor de poções fez questão de reparar. O cabelo negro dela estava solto como sempre, mas às luz das velas, parecia ainda mais preto, contrastando com a pele muito branca dela e com o vestido vermelho-sangue. Apenas alguns pequeninos rubis foram espalhados por cima do cabeça dela, de modo à parecerem estrelas grudadas em seu cabelo.. Era isso! Um anjo... Um anjo muito lindo...
Lentamente eles terminaram o percurso das escadas sem desviar o olhar um do outro nem por um instante. Pareceu que naquele instante nada mais importava como se alguém tivesse jogado um feitiço petrificante no tempo e só o que lhes importasse era sustentar o olhar um do outro. As esquisitonas param de tocar um instante e eles finalmente - como que depois de uma eternidade caminhando - chegaram ao fim da escada, estavam de frente um para o outro.
Ela podia ver um brilho nos olhos dele, algo que a fez estremecer, parecia um lobo faminto admirando uma presa. Ele podia ver a respiração descompassada dela, não pôde deixar de sorrir internamente ao tentar [e não conseguir] desviar os olhos do decote da moça.
Neste momento, deixaram de ser Prof. Snape e Profª. Krustin para ser apenas um casal no baile.
Ele estendeu o braço para ela, mas quando ela tocou-lhe, foi como se uma corrente elétrica perpassasse todo o seu corpo. Não conseguiam desviar o olhar dos olhos do outro. Era como se estivessem hipnotizados e o olhar exercesse um poder magnético sobre eles a partir do momento que se olharam pela primeira vez no meio da escada.
As Esquisitonas ainda estavam paradas, apenas o violino tocava uns acordes bem suaves para esperar que os casais chegassem até o centro. Ele conduziu-a até o centro do salão, ficou de frente à ela; sentiu, mais do que viu, os casais à sua volta fazerem o mesmo. Fez uma referência curvando-se para ela (ainda sem desviar o olhar), ao que ela respondeu com uma leve inclinação de cabeça. Ele aproximou-se dela, sentido alguma coisa estranha em seu estômago (“Vou conversar com Dumbledore! Acho que os elfos me deram alguma coisa viva para comer...”). Segurou uma das mãos dela e a outra segurou sua cintura, sentiu uma sensação estranha quando viu a veia do pescoço dela dilatar e subir um leve rubor pelo colo branco exposto pelo decote generoso... Quase não percebeu quando As Esquisitonas começaram uma batida lenta e bem romântica (“Ho ho! Isso não está indo bem...”); a dança era algo tão mecânico, tão ensaiado, que não se pensava para dançar, simplesmente se executava uma seqüência de passos...
Conduzia-a silenciosamente, notando os olhares e sorrisos maliciosos por todo o salão. A música era bem romântica e melodiosa, mas não chegava a ser triste, tinha um ritmo parecido com tango... (“Oh Mérlin... Isso realmente não está nada bem!!!”)
Snape sempre achou que danças era algo totalmente inútil e horrível, mas vê-la dançar assim, junto com ele, de repente mudou todos os seus conceitos... Ela não dançava, deslizava pelo salão, era como se estivessem dançando sobre nuvens...
Ele a girou duas vezes.
“Preciso puxar assunto, não posso ficar a festa inteira calado olhando para ela!”
Levantou ela pela cintura.
“Se bem que não é uma má idéia...”
Quando a colocou de volta no chão, ficaram com os rostos bem próximos, mas a dança continuou e ele a inclinou para trás, continuando a olhar fixamente para o seu rosto.
“Eu poderia perguntar o porquê dela ter fugido de mim aquele dia...”
Girou-a para longe de si, segurando-a apenas por uma mão.
“Não! Péssima idéia! Onde eu estou com a cabeça hoje? – e olhando novamente para seu par – Com certeza não está onde deveria...”
Trouxe-a de volta para si com um movimento e a segurou com as duas mãos pela cintura, novamente seus rostos ficando bem próximos.
_ Porque você veio? – sussurrou no ouvido dele quando ele a ergueu pela cintura novamente.
_ Faço a mesma pergunta para você. – perguntou ele quando seus rostos quase se encontraram na descida.

A situação já estava “boa” demais para Snape, que estava dançando e tentando controlar a pulsação irrefreável do seu pomo-de-adão, até que a banda começou a cantar a música... É incrível como não devemos nos preocupar com o que achamos ruim... Sempre pode piorar! E a letra a música não estava ajudando nosso “querido” casal à se controlar...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.