Capítulo 16



Capítulo 16

Fazia mais de meia hora que estava esperando ali naquela sala. Depois do jogo daquela tarde, a ruiva pensou com certeza que Draco daria as caras no esconderijo deles para lhe dar algum tipo de explicação ou então, para receber os devidos agradecimentos... porém, ela já estava começando a achar que ele não iria mais...

-Pensando em mim? – uma voz cortara o silêncio predominante naquela sala, assustando um pouco a ruiva que estivera sentada no parapeito da janela contemplando o céu escuro e estrelado.

-E por que você acha isso? – Gina perguntou olhando pela primeira vez para o recém chegado que fechava a porta atrás de si sem fazer qualquer ruído.

-Talvez porque você também esteja nos meus pensamentos... – Draco falou ainda mantendo o seu habitual tom sério nas feições.

-Se eu tivesse nos seus pensamentos, você já teria vindo me ver muito antes, Malfoy...

-Se você pensa assim... – o loiro balançou os ombros e então, finalmente, se aproximou da ruiva dando-lhe um beijo em seu rosto. Esta sorriu com aquele gesto repentino e então o puxou pelas vestes da sonserina para mais perto de si.

-Você acha que eu vou deixar você escapar livre assim depois do que você fez hoje? – Gina perguntou com um brilho no olhar e com um sorriso malicioso brincando nos seus lábios. Draco estranhou um pouco aquele gesto, porém resolveu não comentar nada a respeito, afinal, a sua ruiva ficava muito mais atraente quando tinha as rédeas daquele jogo...

-E o que você vai fazer para me prender? – o sonserino perguntou apoiando suas duas mãos na parede, uma em cada lado do corpo de Gina.

-Ninguém falou para você que nós, os Weasley, somos pessoas de agir e não de falar?

-Nunca ouvi... por que você não prova? – foi a vez de Draco sorrir maliciosamente, antes de seus lábios serem cobertos pelo os de Gina, que sentiu seu corpo ser prensando, quase que ao mesmo tempo, pelo corpo maior de Draco.

As mãos de Gina, instintivamente, soltaram as vestes do loiro e então percorreram o abdômen o acariciando com avidez, até pousarem delicadamente sobre os ombros largos do loiro. Este, por sua vez, tirou as mãos da parede e as colocou em volta da cintura da ruiva, a puxando para mais perto do seu corpo, de maneira que eles pudessem ficar colados, de uma certa forma.

-Draco... – Gina murmurou o nome do namorado quando este percorreu seus lábios úmidos pelo pescoço da jovem, que inclinou sua cabeça um pouco para trás, enquanto Draco fazia o seu “trabalho”.

O loiro sorriu entre os pequenos beijos que ele depositava na pele macia da namorada e então sentiu um pequeno puxão em seu cabelo. Olhou nos profundos olhos verdes de Gina e notou o intenso brilho que lá estava e uma certa confiança que a ruiva depositava em si. Ele queria tanto usufruir aquele corpo, poder torná-la aquela Grifinória apenas sua, mas ele tinha um certo receio se aquilo ainda era o certo a fazer...

Draco havia se declarado a ela de uma maneira diferente, mas mesmo assim, ele havia se declarado, porém, Gina, ainda não havia lhe dado um prova concreta e ele tinha medo de avançar na relação, naquele sentindo, sem saber, antes, os sentimentos da ruiva... ele precisava saber imediatamente...

Gina notou que Draco havia parado de repente com as caricias ardentes e agora a olhava de maneira curiosa. Sentiu-se um pouco estranha com aqueles olhos penetrantes sobre si e um pouco frustrada por Draco ter interrompido aquele momento.

-Algum problema? – Gina perguntou finalmente, pousando suas mãos sobre os ombros do rapaz novamente, enquanto Draco afrouxava mais o abraço dele, porém, sem a soltar.

-Gina, eu não quero te pressionar, você precisa saber disso...

-E? – a ruiva o incitou, quando o sonserino ficara em silêncio por algum tempo.

-Eu demonstrei todo o meu amor hoje, naquele jogo... eu tinha tudo para ter ganhado de você, mas não o fiz por sua causa... não quero que você se sinta obrigada a fazer algo do tipo, eu só preciso saber o que você realmente sente por mim, Gina...

-Pensei que você já soubesse...

-Há certas coisas que precisam ser ditas... e eu não tenho certeza de que o que eu sei é certo...

Gina deu um pequeno sorriso e então colocou suas mãos sobre as do Draco, trazendo-as até a gola da suas vestes e pousando-as lá.

-Se eu me tornar sua, você acredita no meu amor? – Gina perguntou sentindo seu rosto esquentar por alguns momentos. Estava sendo um pouco constrangedora aquela situação, principalmente para ela que era inexperiente... mas se ele queria uma prova, aquela era a melhor que ela podia dar.

-Você não precisa fazer isso apenas para me dizer que me ama... não quero que você se arrependa disso depois.– Draco falou um pouco sério. Ele não estava acreditando muito no que ele próprio estava falando. Ele nunca fora de pensar nos sentimentos das garotas que ele já havia namorado ou ficado, mas com Gina era diferente. Ele se preocupava com ela, ele queria que ela se sentisse bem e acima de tudo, que ela se sentisse protegida quando estava perto dele e que fosse feliz com ele.

Era estranho para ele, Draco Malfoy, pensar naquelas coisas, mas o amor que ele sentia por aquela ruiva, o estava deixando mais sentimental, embora ele ficasse daquela forma apenas com ela. Apenas ela o via daquela forma...

-Eu sei disso... eu não estou fazendo isso por obrigação. Eu quero ser sua e ter você para mim... – Gina falou seriamente e então Draco sorriu e abriu o primeiro botão da blusa de Gina em sinal de que concordava com ela.

Gina sorriu e então sentiu um leve tremor em seu corpo enquanto Draco abria cuidadosamente os botões do seu casaco e o tirava a deixando apenas com uma blusa de alça.

Draco pousou o casaco ao lado deles ainda no parapeito e então puxou a ruiva pela mão a fazendo sentar-se com ele no chão da sala.

Gina encostou-se na parede fria e então sentiu os lábios de Draco pressionarem o seu de forma cálida, enquanto as mãos do loiro percorriam seus ombros nus e afastavam as alças da sua blusa de forma que estas penderam para o lado.

A ruiva correspondia o beijo com a mesma intensidade, sentindo-se um pouco nervosa com o que estava acontecendo, porém nem isso foi capaz de esconder a alegria que ela estava sentindo, sendo que ela nunca havia se sentindo tão feliz com Draco, como estava sendo naquele momento. Talvez, finalmente, ela estivesse se dando conta de que Draco, sim, era quem a amava de verdade, e quem ela soube amar verdadeiramente. Talvez o amor que ela achava sentir por Harry, era apenas algo de adolescência, algo sem muito futuro, tanto que ela havia desistido fácil de lutar por ele. Porém, com Draco não... ela faria de tudo para continuar com ele e ela tinha consciência de que eles ainda enfrentariam muitos obstáculos para ficarem juntos, mas o que importava mesmo era o que eles estavam construindo naquele momento em que se entregavam um para o outro. Eles estavam se tornando apenas um, eles estavam finalmente, se amando e se juntando para, mais tarde, enfrentarem esses obstáculos.

Após algum longo tempo, o casal descansava ofegante sobre uma cobertor conjurado pelo loiro. Gina acariciava o abdômen nu e perfeito do namorado, enquanto que este continuava a abraçar tentando a proteger e espantar o frio que ela devia estar sentindo.

-Eu amo você... – Gina disse olhando nos olhos do loiro que sorriu surpreso. Ele não sabia que o efeito daquelas palavras era tão vivo, tão reconfortante e ao mesmo tempo turbulento. Ele podia dizer que finalmente ele estava completo e que ele tinha o amor de Gina e esta podia dizer que era apenas de Draco e que nunca havia amado alguém da mesma forma que o amava. Draco havia a tornado mulher e mulher dele ela sempre queria ser...


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Espreguiçou-se com um sorriso imperceptível nos lábios e então colocou seus óculos para poder enxergar melhor o sol que se postava do lado de fora daquele lindo dia da segunda semana de Novembro.

Olhou em volta pelo seu quarto e notou que a maioria dos seus colegas não estava mais lá. Ou ele estava atrasado, ou era fim de semana...

-Não se preocupe, nosso primeiro horário é livre hoje. – Rony, como que adivinhando os pensamentos do amigo, falou.

-Que bom... assim eu tenho tempo de tomar café mais sossegado... – Harry falou, porém notara que o ruivo não estava prestado atenção em suas palavras. – Algum problema?

-Ahn?

-Isso já responde... você brigou com a Mione? – o moreno voltou a perguntar enquanto sentava mais ereto na cama. Ele estava tão feliz pelo que tinha acontecido alguns dias atrás, que ele nem se dera conta de que o amigo andava mais quieto.

-Não exatamente... eu não sei o que está acontecendo, apenas sei que ela está afastada e foge de mim... – Rony respondeu com os olhos fixos em algum ponto qualquer do quarto.

-E você tentou conversar com ela sobre isso?

-Não... se eu a visse, eu tentaria, mas esse é o problema, eu não a vejo e... eu acho que ela está doente. A Evelyn... – Harry sentiu algo borbulhar em seu estômago ao ouvir aquele nome. Ele precisava conversar com a morena, conversar diretamente, pois desde que acontecera aquilo na ala hospitalar que eles não tiveram tempo para conversar... embora tivessem tido tempo para fazerem outras coisas... -... Disse que ela estava preocupada com os NIEM’s e que eu não precisava me estressa por causa disso...

-Talvez seja isso mesmo... você sempre foi muito preocupado Rony... – Harry disse tentando aliviar a tensão do amigo, embora ele soubesse ser um pouco difícil..

-Eu sou preocupado demais e você lerdo demais... – Rony falou sorrindo ao moreno que, por mais que tentasse entender, não conseguira.

-Você está falando do mesmo assunto ainda?

-Óbvio que não... sobre a Mione, eu mesmo vou conversar com ela depois. Eu estou falando da sua “amizade” com a Evelyn...

-Ah e o que tem?

-Como o que tem? – Rony falou andando até mais perto do outro grifinório. – Vocês estão juntos ou não? Pensa que eu não vejo os olhares que vocês trocam?

-São só olhares e eu ainda não sei se eu gosto mesmo dela... digo, eu acabei de terminar um relacionamento...

-Que você sabia que nunca ia dar certo Harry... e você tem que parar de dar essa desculpa esfarrapada...

Harry sentou-se na cama e então se espreguiçou por um momento. Talvez fosse mesmo uma desculpa esfarrapada e ele precisava conversar seriamente com a morena... teria que dar um rumo para aquela situação.

-Tudo bem... você me convenceu...

Rony sorriu satisfeito e então jogou uma toalha sobre o moreno que dirigiu um protesto mudo ao ruivo.

-Você não quer encontrar ela assim todo sujo né?

-Vai te catar, Rony! – Harry falou sem deixar de sorrir...

Aquela breve descontração fora interrompida por uma batida na porta. Harry tratou logo de se enfiar debaixo do cobertor quando o visitante adentrara no quarto um pouco sem jeito.

-Desculpe... vocês não viram a Gina? – Evelyn perguntou um pouco constrangida olhando de um para o outro.

-Não... acabei de acordar... – Harry respondeu um pouco pensativo e então olhou de relance para o ruivo. – Por que você não vai procurar a sua irmã?

-Por que eu? Ela já é bem grande... claro, Harry! – Rony mudou bruscamente seu tom de voz quando percebeu o que Harry estava querendo lhe passar com o olhar. Ter uma amizade de mais de seis anos tinha muitas vantagens...

Rony pegou sua mochila e então saiu esbaforido pelo quarto deixando Harry e Evelyn sozinhos. A morena sorriu um pouco encabulada, parecia ansiosa, já que ela sabia que tudo aquilo havia sido apenas um pretexto para Harry conversar com ela... uma conversa bem adiada, por sinal..

-Você me espera um pouco para eu me trocar? – Harry perguntou levantando-se da cama enrolado no cobertor e andando em direção ao banheiro.

-Claro... – Evelyn respondeu sentindo o seu rosto esquentar por um momento e então observou o moreno sumir pela porta do banheiro.

Suspirou um pouco nervosa e então caminhou até a cama de Harry, sentando-se nela. Olhou em volta e então percebeu um livro grosso sobre a mesinha de cabeceira. Estava com uma enorme curiosidade para abri-lo, pois havia percebido que na capa deste estava escrito “Álbum de fotografias”, ou seja, deveriam ser fotos de Harry...

Quando a tentação fora mais forte que a morena, esta resolveu pegar o álbum e folhear as páginas destes, observando de vez em quando algumas fotos do Harry quando bebê com seus pais e algumas fotos do casamento dos pais do garoto. Em uma, ela pode divisar a figura de Sirius Black, padrinho do jovem.

Evelyn sorriu ao distinguir aquela cabeleira morena na foto. Estava com saudades de conversar com o homem. Estava com saudades do tempo que ele ficara de seu babá. Pressentia que Sirius era muito mais do que seu amigo, e isso que ela nunca havia falado com ele...

Folheou mais algumas folhas e então chegou às ultimas fotos, que pareciam recentes, de uma família ruiva, a família de Gina, obviamente, com uma única cabeleira castanha, que era Hermione. Podia parecer um absurdo, mas ela queria intimamente estar naquela foto também. Sentia que seria tratada como uma pessoa da família se um dia os conhecesse, se um dia fizesse parte da família do Harry. Um desejo seu que ela adoraria tornar realidade.

Folhou a última página e então o sorriso que persistia em seus lábios se desfez quando ela olhou a ultima foto, onde Harry estava abraçando uma morena, e esta lhe beijava o rosto e então se afastava e sorria para o... namorado.

Certamente aquela garota deveria ser Cho Chang, a ex-namorada de Harry, pelo que ficou sabendo de Hermione e de Gina...

-Eve? – a morena ouviu o dono do álbum lhe chamar de seus devaneios e então ela fechou o livro instantaneamente ao ver que Harry estava na sua frente lhe olhando fixamente.

-Desculpe... não resisti à curiosidade...

-Não sabia que eu era tão irresistível quando bebê... – Harry falou sorrindo enquanto se sentava ao lado da jovem.

-É... você era uma gracinha... – Evelyn falou e então entregou o álbum ao Harry que ficou o segurando por um tempo.

-Queria ter uma foto sua aqui também...

-Por que? – Evelyn perguntou curiosa. Estava louca para saber a resposta e para saber finalmente se ela tinha alguma chance com ele, mas quando viu a foto da Cho... todas as suas expectativas mudaram... Se ele havia acabado com a corvinal, porque ele ainda tinha uma foto dela, e em destaque ainda?

Tentou espantar aquele pensamento egoísta e então voltou sua atenção ao moreno novamente que agora folheava o seu álbum.

-Você já faz parte da minha vida... e todos aqueles que fazem parte dela devem estar aqui... – Harry responde sem deixar de sorrir, mas ele tinha que confessar que seria difícil dizer qualquer coisa para aquela morena, sendo que ele nem sabia ao certo se iria a pedir em namoro ou se iria dizer que a considerava apenas uma amiga...

-Pena que eu não seja uma parte tão importante assim... – Evelyn deixou escapar e então a jovem percebeu que Harry finalmente havia chegado ao final do álbum onde mostrava a foto dele com a Cho. Evelyn olhou para aquela foto novamente e então percebeu que Harry virava a página deste e parava numa parte branca, onde ainda não havia foto alguma.

-E você acha que nesse lugar a sua foto não vá ficar linda...? Eu adoraria estar do seu lado... – Harry falou enquanto depositava o álbum sobre a cama e se aproximava da morena.

Evelyn pode sentir o cheiro doce que emanava dos cabelos molhados do moreno. Aquela sensação de euforia estava lhe inundando novamente, até que todas suas expectativas foram saciadas com os lábios de Harry prensando o seu e a língua deste adentrando delicadamente a sua boca, percorrendo com fervor os seus lábios, enquanto que as mãos do moreno iam pousar em sua cintura.

Evelyn permaneceu por um momento apenas apreciando aquele momento doce e inebriante, até que suas mãos envolveram o pescoço do moreno e o beijo começara a ganhar uma maior intensidade.

Harry sorriu entre o beijo e então inclinou-se mais sobre a jovem, de forma que esta ficasse mais deitada sobre a cama. Queria que o tempo parasse para ele aproveitar mais aquele momento, aproveitar mais a presença da morena em seus braços... mas ele sabia que teria que se afastar da jovem antes que fossem flagrados... e isso não seria muito bom..

Evelyn deixou-se ser deitada sobre a cama e Harry deitou ao seu lado, ainda lhe beijando e a abraçando de forma a ficarem mais próximos um do outro.

Quanto o ar já se fazia necessário, Evelyn afastou seus lábios dos de Harry e sorriu um pouco encabulada, pela posição em que se encontravam, afinal ela estava deitada ao lado do moreno e este a abraçava de forma comprometedora.

-Há muito tempo que eu queria falar com você, mas não tinha coragem... – Harry começou antes que não conseguisse começar o que estava disposto a fazer. - ... sei que não podemos ficar apenas aos beijos e eu não quero enganar você, Eve...

-Eu não estou sendo enganada... estou tão confusa quanto você...

-E apaixonada?

-Não sei... talvez sim... só sei que quero ficar ao seu lado... – Evelyn completou dando um beijo rápido nos lábios do moreno e então se afastou novamente.

Harry sorriu com a iniciativa e com as palavras da morena e então finalmente falou:

-Aceita ser minha namorada?


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Olhava apreensiva para o teto sob olhares atentos de Rony e Gina, está ultima recém chegada e com um amplo sorriso nos lábios.

-Algum problema Mione? – a ruiva perguntou para a cunhada que olhava ainda distraída para o teto.

-Nenhum... só estou esperando o correio...

-Mas o correio já passou, Mione. – Rony falou preocupado. – Por acaso você está esperando alguma carta do Krum?

-Não seja ridículo! – Hermione falou um pouco irritada. Irritação essa que duraram poucos segundos, pois a jovem sorriu aliviada ao ver uma coruja da torre deixar cair uma carta na sua frente.

Rony e Gina se olharam por um tempo, se perguntando o que seria aquela carta, já que não parecia ter brasão algum e endereço algum no envelope.

-Você não vai abrir?

-Vou... mas eu acabei de lembrar que esqueci minha pena no quarto... eu vou lá pegar e já volto... – Hermione falou e então saiu sem dar chance para os irmãos Weasley protestar.

-O que deu na sua noiva?

-Não sei, mas tem algo a ver com aquela carta e eu vou descobrir o que é... – Rony falou mais para si do que para a irmã ao lado que mesmo sabendo dos problemas daquele casal, parecia nas nuvens...

Hermione correu esbaforida pelo corredor que levava até a torre da Grifinória, chegando apressada na frente do retrato que levava à sala da grifinória.

-Feijões de todos os sabores... – a jovem disse a senha e então entrou na sala deparando-se dolorosamente com Harry e Evelyn que a olharam curiosos.

-Algum problema Hermione? – Harry perguntou colocando as mãos sobre os ombros da jovem para impedir que ela saísse correndo.

-Sem problemas... eu só esqueci uma coisa no quarto...

-É melhor você não correr da próxima vez... – Harry falou – isso não é um bom exemplo, Mione.

-Harry, eu adoraria discordar de você, mas eu estou atrasada... – Hermione falou soltando-se do amigo e subindo alguns degraus da escada que levava até o dormitório feminino, quando virou-se novamente para encarar o casal que ainda estava lá embaixo. – E eu quero falar com você Evelyn.. – E então a grifinória entrou no dormitório sem esperar resposta alguma.

Harry e Evelyn se olharam por um tempo, se perguntando se aquela realmente era a Hermione Granger, a que nunca se atrasava e a que nunca esquecia coisa alguma... só podia estar acontecendo algo errado com a jovem.

-Vamos... estou com fome... – Harry quebrou aquele silêncio e então pegou a mão de sua “namorada” a guiando para o salão principal. Não via a hora de poder contar a pequena novidade aos seus amigos e ele sabia que Evelyn deveria estar pensando da mesma forma...

Enquanto o casal se dirigia ao salão para fazer seu desjejum, Hermione ainda olhava para o envelope em branco em suas mãos.

Estava sentada em sua cama arrumada e o seu coração parecia querer sair pela boca. Ela estava tremendamente ansiosa, mas tinha medo do que ela poderia ler se abrisse aquele envelope, mas ela não tinha outra escolha e muito menos como voltar atrás em suas atitudes e em suas escolhas.

Abriu o envelope com cuidado e retirou a carta que estava dobrada delicadamente. Desdobrou a carta que continha umas três folhas e começou a ler sentindo a adrenalina correr em seu sangue.

“Laboratório Hogsmeade

Paciente: Hermione Granger

Idade: 17 anos

Acompanhante: Ágata Stein

Resultado dos exames realizados pela paciente (sangue e ultra-som):

Componentes encontrados no sangue: Apresenta quantidade elevada de hormônios em seu sangue.

Ocorrência de Gravidez: Sim.

Tempo de gestação: 6 semanas (1 mês e meio)

Quantidade de fetos: 2 fetos.

Medidas: Cada feto mede em torno de 3 cm.

Outras observações: Tudo está normal.

Medi-bruxo: Frank Bewtton”

Hermione leu e releu o resultado diversas vezes, principalmente a parte onde diz o tamanho dos bebês e, conseqüentemente, afirmava que ela estava realmente grávida e ainda por cima, de gêmeos... ela devia estar no seu dia de sorte.

Guardou a carta dentro do envelope mais uma vez e então o colocou no interior de suas vestes. De uma coisa ela tinha certeza... sua ansiedade havia diminuído para dar lugar à apreensão. Ela teria que contar para o Rony sobre sua gravidez, antes de eles contarem para suas famílias, que com certeza, fariam um escândalo quando soubessem que ela, a certinha, havia aprontado aquela besteira e havia multiplicado por dois.

Passou uma mão instintivamente por sua barriga e então deu um pequeno sorriso. Tudo bem que ela havia errado e que tudo aquilo ainda lhe traria muita dor de cabeça, mas os bebês não tinham culpa de nada do eu estava acontecendo e ela não iria descontar suas frustrações sobre eles... mas os iria usar como reconforto...

Suspirou cansada e então resolveu voltar para o salão principal onde seu noivo e amigos deviam estar esperando por ela com preocupação. E ela teria que fingir que tudo estava correto, pelo menos por enquanto, pois antes ela ainda queria falar com seu padrinho e agora obstetra para se certificar de algumas coisinhas...


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-Até que enfim... – Rony falou quando viu a noiva sentar do seu lado com um sorriso fraco no rosto. Talvez aquela carta tivesse feito algum bem para ela, pois a brancura do seu rosto havia sumido para dar ligar a alguns tons mais corados e seus olhos pareciam novamente brilhantes... ele não pode deixar de reparar em como Hermione estava bonita naquela manhã. - ... você perdeu a notícia do ano!

-E qual seria? – Hermione perguntou tentando afastar o dito assunto de sua cabeça, para prestar mais atenção ao que estava acontecendo a sua volta.

-Oras, o que... – Gina começou dizendo e apontado para Harry e Evelyn a sua frente. – Aqueles dois resolveram se acertar...

Hermione olhou finalmente para as mãos entrelaçadas do casal que estava sobre a mesa já limpa e então olhou o sorriso brilhante que Evelyn lhe lançava. Realmente, ela havia esquecido de dar importância ao que acontecia a sua volta naquela última semana...e aquilo era uma grande falha, já que era a vida de Evelyn, praticamente uma prima ou até mesmo uma irmã.

-Que bom... vocês merecem ser muito felizes!

-Obrigada... – a morena respondeu olhando da amiga para Harry que também sorria, mas estava mais preocupado e curioso com o olhar que seu professor e padrinho lançava para a mesa da grifinória. Talvez, Sirius estivesse magoado com ele por ele ter mentido sobre Evelyn e não ter contado a novidade antes para ele, ou então... ele estava com um instinto paternal muito grande sobre ele ou sobre a filha da mulher que ele amava... o que seria um pouco estranho...

Harry permaneceu olhando para seu padrinho por algum tempo, até que este resolveu levantar-se de seu lugar e então, para surpresa de Harry, ir à direção deles.

-Algum problema Harry? – Evelyn perguntou ao namorado que apenas balançou a cabeça negativamente e esperou para que seu padrinho chegasse até a mesa.

-Nenhum...

-Bom dia! – Harry pode ouvir a voz rouca do seu padrinho atrás de si e então ele soltou a mão da namorada que levantou-se repentinamente e abraçou o recém chegado.

-Sirius! – o mencionado sorriu com aquele gesto. Como aquela garota era tão imprevisível.

-Preciso falar com você... vá até a minha sala depois... – o moreno cochichou no ouvido da jovem que assentiu sem dizer nada e então soltou-se do professor, já que aquela atitude poderia ser considerada estranha para alguns, mas normal para outros que sabiam da verdadeira estória ou então sabiam da amizade profunda que aqueles dois tinham.

-Harry você pode me acompanhar? – Sirius perguntou depois de algum tempo, o que este concordou imediatamente e colocara-se de pé para acompanhar o padrinho. Sirius sorriu e então arrastou o afilhado para longe do salão deixando os outros curiosos.

-O que será que o Sirius quer com o Harry?

-Qualquer coisa, Rony, afinal Sirius é como um pai para o Harry... – Hermione respondeu e então lançou um olhar significativo para Evelyn que sem mais nem menos levantou e arrastou-a junto consigo para longe de ouvidos curiosos.

-O que deu nelas? – Rony perguntou um pouco irritado.

-Deixa de ser ciumento e vai estudar, Roniquinho... – Gina falou sorrindo e então saiu também deixando o ruivo murmurando muxoxos irados para o nada.


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-Qual o problema? – a morena perguntou quando entraram no banheiro dos monitores. – E porque me trouxe aqui?

-Eu sei que aqui ninguém vai nos ouvir... e eu quero te contar algo importante, mas você vai ter que me prometer que vai guardar segredo... por enquanto...

-Fala logo. – Evelyn pediu porém colocou a mão na boca para impedir de gritar quando viu algo branco saindo de dentro da banheira. – Quando você vai parar de me assustar desse jeito?

-Estou há anos pedindo para ela parar de fazer isso, mas ela não para... – Hermione falou olhando para a garota-fantasma que sobrevoava sobre ela com um sorriso fantasmagórico no rosto.

-Quando vocês forem mais educadas comigo... o menino Potter não faz assim, ele é muito mais educado comigo... só acho que ele esqueceu de mim, porque nunca mais veio me ver... – a Murta falou em um tom choroso e então Evelyn a olhou intrigada tentando não rir da cara que a garota transparente estava fazendo naquele momento.

-E eu acho que ele não vai vir te visitar tão cedo... afinal ele tem uma namorada! – Evelyn falou cruzando os braços na frente do corpo e desviando o olhar para Hermione que sorria com vontade.

-Como assim namorada? Quem é a garota que tirou ele de mim?

-Murta... você está falando com ela e... será que dá para nos deixar sozinha... – Hermione falou tentando parecer aborrecida e então puxou Evelyn para ambas sentarem na borda da banheira seca.

Murta, por sua vez, “trancou-se” em uma das cabines do banheiro chorando dolorosamente.

-E então? – a morena perguntou ignorando os adjetivos que a fantasma lançava para si.

-Antes de falar para o seu pai ou até mesmo para o Rony eu queria te contar isso, porque eu acho que você vai ser a única que não vai me dar uma broca.

-E por que eu te daria uma bronca?

-Eu cometi um erro terrível, Eve... mas depois do que eu senti quando li o resultado do exame que eu fiz, eu acho que o que aconteceu comigo vai servir para eu amadurecer mais...

-Que exame? O que está acontecendo Mione? – Evelyn perguntou preocupada. Sabia que a amiga havia passado mal, tanto que ela mesma havia dito para a grifinória ir até o consultório do seu pai, mas não sabia que era tão grave.

-Eve... eu e o Rony passamos nossa primeira noite juntos há algum tempo... foi em uma noite quando estávamos conversando que eu decidi e foi muito de repente... o que acabou sendo um erro, já que nós não usamos proteção alguma...

-Você está querendo me dizer que...?

-Eu estou grávida e fui tão burra a ponto de não perceber nada!

-O que? – Murta gritou de dentro da cabine e então voou até as amigas. – a toda certinha sangue ruim está grávida? Ela fez algo errado?

-Vai te catar sua fantasma idiota! – Evelyn gritou e então pegou um rolo de papel e atirou na fantasma que odiava quando lhe atiravam objetos, pois sabiam que este simplesmente transpassaria pelo seu corpo.

A fantasma voltou para o seu lugar chorando mais alto ainda e murmurando xingamentos mais cabeludos para as duas garotas, porém estas não diziam nada e muito menos respondiam aos insultos.

Evelyn olhava para a amiga com uma certa ansiedade. Não sabia o que iria dizer, só sabia que seria uma barra muito pesada para sua amiga enfrentar sozinha...

-Mione... eu nem sei o que dizer...

-Apenas diga que vai me apoiar... – Hermione falou sentindo uma lágrima rolar pelos seus olhos por finalmente estar desabafando com alguém.

-Minha amiga... – Evelyn falou puxando a jovem para um abraço. Evelyn aconchegou-se nos braços da amiga e então sem se importar se Murta a ouviria chorar ou se aquilo pareceria infantil demais, chorou nos braços da amiga que a consolou até esta acalmar-se. – Tenho certeza que você se sairá bem...

-Eu não quero te encher com os meus problemas, você já tem que chega... mas eu precisava tanto falar com alguém. Não queria que fosse um médico, sei que o seu pai também é o meu padrinho, mas eu não tenho tanta intimidade para desabafar dessa forma, e a sua mãe... ela está em um estado muito mais avançado que o meu e ela não pode se exaltar... e o Rony, bem... esse vai chorar da mesma forma que eu, mas por medo...

-Eu entendo... mas mesmo assim, você vai ter que contar para ele.

-Eu sei... só estou esperando o momento exato... e eu preciso falar com seu pai antes... dizer como estão os gêmeos...

-Gêmeos? – Evelyn soltou a amiga e então a olhou nos olhos. Hermione sorriu com a expressão que a amiga fez. Sim, sem dúvidas era algo memorável. Ela, além de estar grávida, teria gêmeos... era demais para qualquer um.

-Dose dupla...

-Até nisso você faz as coisas certas? – Evelyn deixou escapar e então a jovem na sua frente sentiu seu rosto corar enquanto ambas riam daquela situação. – Hei... você não precisa ficar desse jeito... você vai ver que depois de tudo se acalmar, você vai curtir em muito essa gravidez... assim como eu também... afinal... eu quero ser a madrinha de um deles por recompensa de aturar a sua choradeira...

-Você está andando demais com o Harry... – Hermione falou enquanto secava as lágrimas do seu rosto. – Afinal, como é que é essa estória de namoro?

-Bem... tudo começou quando eu fiquei com ele lá na ala hospitalar... a gente se beijou e... bem... ficou algo al resolvido entre a gente e hoje eu resolvi falar com ele...

-Que bom que o Harry se livrou do fantasma da Cho... digo... eu sei que ele nunca gostou de verdade daquela garota... era apenas uma paixão passageira, entende?

-Queria entender, porque ele ainda tem uma foto dela no álbum dele... e eu acho que isso não foi algo passageiro...

-O Harry sempre foi um garoto que viveu momentos difíceis Eve, é normal que ele queira guardar recordações de seus momentos felizes, afinal são raros... e a Cho foi um momento feliz, foi um namoro que o fez esquecer que havia guerra lá fora... eu não quero que você sinta ciúmes dela ou que ache que o Harry ainda a ama.

-Eu sei disso... sei que ela foi uma parte importante para ele, porque foi quando ele mais precisou de apoio. Longe de mim querer eliminar isso da mente dele e eu nem posso ser tão possessiva assim, afinal... o que eu posso dar de alegria a ele... eu não tenho um passado Mione, um passado que eu possa contar a ele. Eu nem mesmo vou poder dizer se ele foi o meu primeiro amor, namorado, se eu dei o meu primeiro beijo nele... eu não sei disso... e acho que nisso a Cho me ganharia fácil... – Hermione balançou a cabeça negativamente e então segurou as mãos da amiga entre as suas.

-O Harry não precisa de uma passado, ele quer apenas um futuro, Eve... e eu garanto que ele quer que seja com você...

-Tomara Mione, tomara... – Evelyn falou dando um sorriso fraco, mas confiante para a futura mãe do seu afilhado...


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-Sirius... algum gato comeu a sua língua?

-Nunca diga isso a um cachorro, Harry... – Sirius falou rispidamente, olhando de maneira preocupada, mas ao mesmo irritada para o seu afilhado que estava sentado de maneira preguiçosa em sua cama.

-Desculpe... mas você até agora não me disse nada...

-Estou esperando você tomar coragem para falar quando começou a contar mentiras e quando começou a namorar a minha filha! – Sirius disse elevando de maneira nervosa a sua voz, porém logo se calara ao perceber o que havia acabado de revelar...

-Como é? – Harry perguntou levantando-se bruscamente da cama, olhando fixamente para os olhos azuis que agora ele achava tão parecidos com os de sua namorada...

Agora quem deveria dar explicações ali era Sirius Black e mais ninguém...


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Continua...

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