Capítulo 11



Capítulo 11

“Minha querida olha só o que eu trouxe para você!” – a mulher carregava um embrulho muito bem feito nas mãos e o entregava para uma garotinha com os olhos brilhando de felicidade. Enquanto a menina tentava abrir o pacote com suas pequenas e delicadas mãos a mulher se deliciava a olharo quão linda a sua versão pequena era, apenas os olhos se pareciam com... ela ainda não sabia...

“Um cachorrinho mamãe! Adorei...” – a garotinha disse ao mesmo tempo que dava um beijo estralado na bochecha da mulher, que se parecia muito com sua mãe, mas na versão mais jovem.

“Eu quero que você cuide muito bem dele...”

“Sim mamãe... eu posso colocar um nome nele!”

“Claro meu amor! E qual você escolheu!”

“Hm...” – a garotinha pegou o cachorro de pelúcia, que parecia muito um de verdade e observou atentamente cada detalhe do corpinho do bichinho. – “Ta difícil escolher... mas acho que... Sansão! O que você acha mamãe?È um nome bonito!”

A mulher sorriu transbordando emoção e abraçou a filha que segurava o cachorrinho perto do corpo sem deixar cair.

“Você quer ver umas fotos?”

“Sim... sim...” – a menina pulava na cama e então sentou-se ao ver a mulher trazendo algumas fotos na mão...

“Olhe minha querida... essa aqui é a mamãe...” – a mulher mostrava uma foto sua com roupas de colegial ao lado de alguns amigos e segurando a mão de um rapaz da mesma idade.

“E quem é esse aqui! Não parece com o papai... por que você está segurando a mão dele mamãe!” – a menina olhava curiosa a foto e então seus olhos se deteram na figura do homem ao lado da mãe, se parecia muito com... não era possível... mas... se parecia tanto...

A cena da garotinha e da mãe foi fugindo e dando lugar a alguns rostos que pareciam familiares, mas que eram impossíveis de se lembrar... um dos rostos era o de Sirius, estranhamente se parecia muito com o cara da foto, mas por quê!

Mas mais uma vez a cena mudou repentinamente, desta vez mostrava uma menina mais velha que a garotinha anterior, talvez de seus dez anos. Chorava sentidamente por algo que jazia todo estragado e inútil no chão... era o sansão... o mesmo cachorrinho de antes, porém com a cabeça fora do corpo...

“Não... o sansão... mãe...! NÃO!”

Evelyn acordou assustada e com o corpo molhado do suor. Novamente o mesmo sonho, mas agora ele parecia mais completo. O que seria aquilo? Apenas um sonho ou algo a mais!

“ O que foi! Algum problema?” – Gina, que havia acordado com o gritoacendeu uma vela e olhou curiosa para a morena sentada na cama com espanto em seus olhos azuis.

“Eu... nada não... apenas um pesadelo...”

“Quer que eu chame alguém... quer que eu te traga alguma coisa para beber?” – a ruiva perguntou preocupada. Não era a primeira vez que via a colega de quarto acordar assustada, porém daquela vez ela tinha gritado também, parece que estava tendo alguns pesadelos...

-Não! Não precisa... eu estou bem... – Evelyn olhou pelo quarto e viu que suas colegas a olhavam com espanto e então falou um pouco nervosa. – Voltem a dormir... eu já falei que estou bem! – Ao dizer isso, a morena levantou-se da cama, colocando sua capa por cima e saiu do quarto antes que alguém pudesse a parar.

Desceu as escadas correndo, algumas cenas do seu sonho voltando a sua mente, até que chocou-se com um corpo que subia as escadas, também, pensativamente.

-Ai! – Evelyn disse assim que caiu sentada em um degrau da escada. Ao ver com o que havia se chocado seu rosto ganhou alguns tons vermelhos fazendo-a levantar-se imediatamente.

-Machucou? – Harry perguntou preocupado. Ainda não sabia como conseguira manter-se em pé com o choque que sofrera ao deparar-se com a morena a sua frente.

-Não... estou bem... não vi você e acho que você também não me viu ne!

Harry sorriu e então acompanhou a morena descendo as escadas e sentando-se em um dos sofás.

-Eu ouvi um grito antes...

-È... fui eu sim...

-Posso saber o que houve?

-Apenas um pesadelo, nada demais...

-Mesmo? Se precisar de ajuda é só me dizer, já que nisso eu já sou formado!

Evelyn sorriu encabulada. Pelo menos ele a estava fazendo esquecer um pouco do que havia visto antes... se ela pudesse ficar mais tempo ali...com ele!

Os dois continuaram a conversa com mais animação, porém sem fazer barulhopara nãoacordar os alunos que tinham a sorte de estarem dormindo sem serem atormentados com pesadelos inúteis... mas não perceberam que um par de olhos verdes os obseravava com uma pontinha de ciúmes e raiva. Ainda mais quando Evelyn passou uma mão pelo rosto de Harry o agradecendo pela ajuda, a dona daqueles olhos verdes sentiu seu rosto corar e ficar da mesma cor que seus cabelos de raiva.

Quando Evelyn percebeu o que havia feito sentiu-se um pouco encabulada e então depois de dar um “boa noite” ao amigo resolveu voltar ao seu dormitório, onde uma ruiva tentava a todo custo manter-se calma e não pular no rosto da morena.

Enquanto isso na sala comunal, Harry sentia sua cabeça explodir por causa do turbilhão de emoções em que seu coração se encontrava... se continuasse assim iria enlouquecer em pouco tempo...


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Outubro começava mostrando um Outono mais forte e jogando o calor para escanteio. Os alunos estavam mais acostumados com o ritmo dos professores, porém ainda se via alguns alunos do sétimo ano quase entrando na loucura quando se ouvia o nome da prova tão temida por eles... mas tirando isso, todos estavam curtindo o início de um pouco de friozinho.

Em um corredor mais vazio ouvia-se duas pessoas quase entrarem em uma discussão, o que ocorria sempre quando se encontravam, as vezes por acaso ou as vezes por pura intuição.

-Não... você de novo não...

-Ora, ora... se não é a Weasley por aqui!

-Como se você não soubesse que eu estaria aqui... parece que decorou meus horários...

-E você parece que sempre á a ultima a sair da sala, por acaso é só pra me encontrar?

-O quê! Eu não te dei essa liberdade para falar isso de mim, Malfoy! – Gina dissetentando afastar-se do loiro que caminhava atrás de si. Porém uma mão em seu braço a jogou para dentro de uma sala vazia, fazendo-a virar depois.

-Mas eu me dei essa liberdade, Virginia...

-Eu não te dei permissão para... – a frase fora interrompida pelos lábios de Draco que depositavam outro beijo sedutor sobre os lábios fervorosos de Gina, que mesmo tentando resistir não tinha mais força para fazê-lo parar.

Após o beijo ter cessado desta vez sem um tapa para finalizar, Draco afastou-se da ruiva para olhá-la melhor.

-Acho que devemos resolver esse problema de permissões, Weasley...

-Do que você está falando? Ou melhor... por que você vive me seguindo, me beijando a força... o que deu em você?

Draco sorriu maliciosamente e então retornou a posição anterior, colocando ambas as mãos apoiadas na parede deixando Gina sem escapatória alguma.

-È muito simples Gina... será que você não percebeu o quanto está diferente... o quanto está sedutora!

Gina sentiu seu rosto corar levemente. O que aquele loiro antipático estava pretendendo? E por que ela estava tendo reações em relação a ele? Ela gostava de Harry, não gostava!

-Eu... preciso ir... tenho aula agora...

-Ahh. Ta... você tem aula na hora do almoço? Vejamos... aula com o Potter?

-Deixa ele fora disso!

-È... você tem razão... devemos falar apenas sobre nós...

-Espera aí... quem disse que existe nós aqui? Apenas eu e você!

Draco sorriu novamente, porém desta vez Gina não conseguiu segurar seu sorriso também... “O que está acontecendo comigo?”

-Por enquanto Gina...

A grifinória franziu a sobrancelha. Estava ficando curiosa, o que ele estava querendo dizer com “por enquanto?”.

Draco afastou-se da jovem e andou até uma das janelas daquela sala. Gina, que ainda estava curiosa, seguiu seus passos.

-Quer parar de me enrolar e dizer o que você está querendo?

Draco a olhou nos olhos, desta vez um olhar diferente, sem malícia, apenas uma mistura de sedução e doçura que era direcionado a pessoas muito especiais.

Gina manteve o olhar fixo nos dele, adorando aquela sensação de euforia que lhe inundava completamente. Céus... como nunca havia percebido aquele olhar, aquele rosto lindo, aquela habilidade de lhe fazer sorrir sem motivo... era algo totalmente diferente do que sentia pelo Harry... ou que um dia sentiu...

-Virginia... Você aceita ser minha namorada!

-Como! – desta vez fora a vez da ruiva sorrir maliciosamente. Devia estar com o ouvido entupido para ter escutado algo tão engraçado... – Você me pediu em namoro, Malfoy?

-Você ouviu muito bem, não faça esse sorriso besta... E eu estou esperando a resposta...

-Que? Primeiro me pede em namoro e depois me chama de besta? - Draco sorriu deixando Gina mais desconcertada que antes. - Pelo menos eu posso pensar? – Gina pediu docemente, virando-se de costas e andando pela sala sendo seguida pelo olhar de Draco.

-Não acha que já pensou demais! – o loiro perguntou depois de alguns minutos.

-È... já tenho a resposta... mas antes preciso saber se você aceita minhas condições...

-Weasley... tinha que ser uma...

Gina sorriu e então começou a enumerar com o dedo suas condições, na medida em que ia falando.

-Primeiro: Me chame apenas de Gina. Segundo: odeio traições Malfoy, portanto você terá que andar muito em cima da linha que eu demarcar. – Nisso o loiro rolou os olhos. O que não faria para ter aquela ruiva do seu lado. Era a primeira vez que um Malfoy se submetia as condições de uma mulher, se seu pai soubesse iria lhe picar em pedaços. – Terceiro: isso é mais um pedido do que uma condição sabe... Dirija esse olhar doce apenas para mim... Porque é tão meigo! – Draco sorriu , mas fora interrompido quando estava chegando mais perto dela para lhe abraçar. – Mas ainda tem a última condição...

-Mais uma! Eu não acredito... Gina a gente vai namorar... não casar...

-Mas é quase a mesma coisa... eu vou ter que ficar grudada a você todo o dia, portanto temos que colocar condições nisso...

-Tá... qual a última... depois será a minha vez Weasley...

Gina sorriu e então enlaçou o loiro pelo pescoço para falar bem perto do seu ouvido.

-O nosso namoro terá que ser em segredo... ninguém pode saber que estamos juntos... Essa é a minha última e principal condição...

-Como é! Eu vou ter que fingir que te odeio e ter que ficar longe de você quando estivermos em público?

-Bem... nisso eu não tinha pensado... mas já que você deu a idéia, acho mesmo que ia ficar mais convicente ne?

-Mas por quê? – Draco perguntou sentindo uma vontade louca de buscar novamente os lábios da ruiva, porém sua fúria era tanta que aquele desejo se transformou em algo inútil.

-Bem... não é por mal... Draco eles não vão acreditar que estamos namorando... vão dizer que estamos enfeitiçados e...

-Estamos mesmo... estou enfeitiçado por você...

Gina sorriu. Finalmente havia encontrado alguém que realmente gostasse dela, ou talvez, tudo aquilo fosse um sonho, ou uma brincadeira, mas não se importava, faria qualquer coisa para ser feliz, para tirar aquele grude que se chamava Harry de seu coração e o Draco era a pessoa perfeita para aquela situação, aquele ermegência.

-Continuando... Draco... nós não vamos dizer que nos odiamos... mas suspeitamente dizer que estamos mais amigáveis... e eu vou tentar fazer meu irmão aceitar isso... se ele aceitar ótimo, mas se não teremos que dizer tudo e ele vai ser obrigado a ver que nós nos gostamos...

-Assim está bem...

-Além do mais... é muito mais divertido namorar escondido sabia?

-Já teve um namoro em segredo é? – Draco disse sentindo a raiva subir pelo seu ser, pela enésima vez naquele dia. Não era possível que estaria com ciúmes, mas não podia negar... já estava sentindo algo muito mais forte do que uma simples atração que sentiu na primeira vez que a notou naquele vagão de trem.

-È obvio que não... mas... deve ser interessante, não acha?

Draco sorriu e então a beijou, parando logo em seguida depois de ter se lembrado de algo...

-Mas você não deu sua resposta...

-Que resposta?

-Se aceita namorar comigo...

-Ah... cala boca Malfoy! – ao dizer isso Gina o puxou novamente para outro beijo, que desta vez não foi interrompido muito cedo.


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Ainda não havia se acostumado em ver aquela aliança no seu dedo, era estranho, mas ao mesmo tempo tão bonito e tão mágico, mas ela precisava se acostumar com a idéia e também tinha que se preparar para uma vida pós Hogwarts com Rony e com uma profissão, ela sabia qual era e teria que se preparar muito para que seu sonho se realizasse.

Olhou para Rony do seu lado que conversava alegremente com Harry e então sentiu alguém lhe puxar pela manga das vestes.

-O quê?

-Onde você está? Só deve ser em Marte... não ouviu eu falar com você?

-Não... desculpe, Eve... é que eu estava pensando...

-Na aliança! – Evelyn fora uma das pessoas que mais a apoiara no noivado, fora Harry. Os dois haviam ficado muito felizes ao verem Rony e Hermione usando uma aliança, que só depois fora descoberto que era presente antecipado de Harry por ser padrinho de casamento.

-Não... na vida depois de Hogwarts... são sete anos aqui dentro... não sei se vou me acostumar a ficar longe daqui... conheci meus melhores amigos, me futuro marido... eu... vou sentir falta...

-Deve ser difícil ter que deixar isso aqui... eu mesmo estando há poucos meses aqui já estou considerando meu lar... na verdade meu único lar...

-Mas vamos deixar de tristeza... o que você estava falando antes?

-Eu precisava muito falar disso com alguém... mas você tem que guardar segredo... não quero que ninguém saiba...

-Tudo bem... o que é? – Hermione perguntou curiosa se afastando mais dos garotos levandoEvelyn junto. As duas sentaram-se em duas poltronas mais ao fundo da sala.

-Eu estou tendo alguns pesadelos... não sei o que significa...

-Acho que você deveria perguntar para a Prof. Sibila. Eu não sou muito boa nisso, já que abandonei a aula dela...

-Sem brincadeiras Mione... é sério... acho que são cenas do meu passado...

-Mas o que você vê no sonho?

-Minha mãe e eu, acho que com cinco anos... no primeiro momento eu ganhava um cachorrinho de brinquedo e colocava o nome de Sansão nele... não sei porque mas aquilo significava muito para minha mãe... mas em um outro momento eu estava chorando porque meu cachorrinho havia sido cortado em pedaços por alguém... não sei quem... eu sinto que havia perdido algo muito especial...

-Deve ser lembranças Eve... sua memória pode estar voltando aos poucos...

-Mas porque o Sirius aparece no meu sonho?

Hermione assustou-se com aquela pergunta. Parecia que tudo estava se ligando. Aquele cachorrinho era Sirius, a mãe de Evelyn talvez queria manter a menina ligada a algum laço com o pai.

-Essa é sua realidade Eve... Sirius é seu presente, digamos que ele te entende muito bem... foi quem ficou aqui como seu babá não foi?

-È... sinto que ele é muito mais que um amigo para mim... ele é muito especial... como aquele cachorrinho que aparece no sonho...

-Evelyn... isso é só um sonho... não pense nisso...

-Mas eu não consigo... – a morena disse nervosa. – eu tenho sonhado isso praticamente todas as noites... quase o mesmo sonho...

-Sei de algo que talvez lhe ajudasse... – Hermione dissera solidariamente.

-O quê? – Evelyn falou com um sorriso esperançoso no rosto, olhando de relance para os garotos que jogavam xadrez bruxo após perceberem que ela e Hermione haviam se distanciado para conversar a sós.

-Bem... – Hermione começou depois de atrair novamente a atenção da amiga para si. – Teve alguém, contra a vontade, que ajudou muito Harry, quando ele tinha alguns pesadelos relacionados com a guerra e com Voldemort, resolveu um pouco, não tanto porque eram visões que ele tinha... talvez com você resolva, já que são apenas alguns medos que você tem... não sei bem...

-A gente só vai descobrir se tentar, não é?

-Sim... amanhã eu te levo até o Prof. Snape...

-Snape... por que ele odeia tanto o Harry? Ta certo que ele é chato, mal humorado e tal... consegui ver isso nas minhas aulas, mas como é que minha mãe consegue ser tão amiga dele...?

-Eve... me desculpe... mas sua mãe era uma Sonserina e... eles se merecem... talvez sua mãe seja uma raridade a cada mil anos... ou então o professor tenha seu lado bom... pelo menos é isso que sua mãe alega... mas foi um pedido de Dumbledore para ele. Snape fazia uma poção para o Harry beber uma vez por semana, quase sempre fazia efeito, mas nos últimos dias da guerra nem a dose mais forte fazia efeito...

Evelyn olhou a amiga por um tempo. Ela sabia tanta coisa sobre os amigos, sobre ela mesma, e Evelyn não conseguia sequer saber qual era a cor favorita da sua amiga..

-Mione... sei que isso não faz parte do assunto mas... você tem me ajudado tanto... sei que você não precisa de ajuda, sua vida é um mar de rosas... mas eu sequer sei do que você gosta, do que você tem medo... sinto que nós já fomos muito mais amigas do que isso... gostaria que isso voltasse... que você me lembrasse dos nossos momento juntos... de como a nossa amizade surgiu... sinto um grande afeto por você...

Hermione sorriu e então chegou mais perto da morena dando uma abraço bem apertado nela.

-Pode ter certeza de que você está me ajudando, mesmo não sabendo... e a nossa amizade não está recomeçando, ela sempre existiu... só tem um espaço em branco que nós precisamos recuperar... e isso você vai conseguir sozinha... mas quando realmente sentir vontade de descobrir algo, pode contar comigo...

Evelyn suspirou e então fechou os olhos ainda no abraço da amiga. Hermione sorriu e então olhou para os meninos que agora estavam parados conversando qualquer coisa. Se Evelyn soubesse... elas eram muito mais do que amigas, faziam parte praticamente de uma mesma família. Se conheciam desde crianças, Hermione se fosse mais velha teria conseguido pega-la no colo quando criança, já que Agata e Pablo eram seus padrinhos de batismo. Foram eles que a ensinaram coisas básicas da vida bruxa e que ajudaram seus pais a se acostumarem com a idéia...

Pelo que se lembra, seus pais foram colegas de Pablo em um curso de medicina, onde Pablo se especializou em medicina trouxa... podia lembrar do dia que ouvira essa história, ainda não havia entrado para Hogwarts, mas já sabia que era uma bruxa, pelos sinais que havia emitido sem querer, fora numa noite de natal, onde ela e Evelyn conversavam com seus pais e descobriram onde seus pais haviam se tornado amigos. Mas uma coisa ela não conseguia entender... era o porquê de Agata, sua madrinha sempre ser tão quieta e desmotivada, até com a própria filha. Lembrava-se de Eve reclamando da frieza de sua mãe e hoje ela podia saber com certeza qual era o motivo...

-Ei... voltou para Marte?

-Hm...?

Evelyn sorria maliciosamente. Nesse ponto ela quase via a figura de Sirius na sua frente. Tinha que ser muito forte para esconder aquela história toda, mas prometera a todos que nunca contaria, prometeu a Sirius e a sua madrinha que ficaria calada quando houvesse alguns vestígios... mas não sabia se iria permanecer forte na presença do seu noivo, e principalmente na presença de Harry, que tinha também o direito de saber que Evelyn era praticamente sua parente, sua irmã, já que Sirius o adotara de coração.

-Eu estou falando com você... mas parece que você não está me ouvindo de novo...

-Ahh... me desculpe... mas eu me lembrei de algo que eu ainda não te contei... e acho que você não lembra...

-O quê?

-Sua mãe e seu pai são meus padrinhos de batismo Eve...

-Como! – Evelyn levantou-se por um momento, mas logo em seguida sentou-se novamente surpresa com aquela descoberta. – meus pais são seus padrinhos! Mas como é que você não os chama dessa maneira?

-È que eu não me acostumei a fazer isso, pelo menos não aqui em Hogwarts,mas de vez enquanto escapa... – Hermione sorriu.

-Será que eu não tenho mais nada para descobrir?

-Acho que não... agora você pode me considerar muito mais do que sua amiga...

Evelyn sorriu e então falou um pouco sonolenta. – Acho que essa conversa me fez muito bem... estou morrendo de sono e pelo jeito o meu pesadelo não vai aparecer hoje...

-Isso é ótimo! E acho que devemos ir dormir mesmo... amanhã será um longo dia e eu tenho que organizar uma reunião de monitores...

-Você? Pensei que o Sirius...

-Digamos que o Sirius passou essa atividade para mim... – ao dizer isso Hermione subiu em direção ao seu dormitório. Evelyn vendo que os garotos faziam o mesmo resolveu ir dormir também,esperava que seus pesadelos a deixassem dormir em paz.


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Andava apressado pelos corredores sem olhar para trás, fazia tempo que não se atrasava daquele jeito e o pior era que havia ouvido Rony lhe chamando, só não sabia porque ele não o havia esperado.

Dobrou um corredor quase caindo com os livros quando ouviu algumas vozes conhecidas que viam de dentro de uma sala com a porta entre aberta.

Parou de repente e então em um instinto postou-se perto da porta para ouvir quem estava lá.

-Você vai voltar com esse assunto? – uma voz feminina veio de dentro da sala e fora respondida por uma voz masculina que Harry conhecia muito bem, era a de Sirius.

-Eu vou continuar com isso até você se convencer de que é o melhor para nós.

-Sirius... eu já disse pra você que devemos esperar mais alguns meses para fazer isso... eu não tenho coragem de fazer isso agora e você sabe que o meu filho precisa do pai quando ele nascer...

-Mas o Pablo vai estar presente sempre na vida do filho, eu só espero que não na sua Agata!

Harry franziu o cenho, estava entendendo menos aquela conversa, até que resolveu olhar pela abertura da porta e ver que o casal agora se abraçava com carinho. Pareciam um casal de namorados na visão de Harry, mas Agata era casada e Sirius nunca lhe disse que gostava de alguém...

-Harry! – uma voz o chamou ao mesmo tempo que uma mão o virava de frente para si.

-Professor Lupim... eu...

-Acho que está atrasado para aula...

-Sei... já estou indo... – Harry ia começar a andar quando Remo o parou novamente..

-O que você estava espiando ali? – perguntou com um sorriso malicioso, que foi desfeito ao ver a visão que Harry vira antes. – Que criança... cachorro. – disse em um sussurro.

-Como Professor?

-Nada não... vai indo... você está atrasado de novo...

-Não mesmo... a aula do Snape eu falto mesmo sabendo que vou reprovar...

-Harry! – Remo disse um pouco bravo.

-Desculpe... mas eu não vou sair daqui antes de saber algumas coisas... como o Sirius pode ficar abraçando a mulher dos outros Remo?

-Não sei Harry... eles foram amigos em Hogwarts, ela é minha amiga... não sei...

-Amigos não se abraçam assim... eles parecem estar apaixonados...

-Harry... pergunte isso ao Sirius... agora vai antes que eu tire pontos da sua casa por não me obedecer. – Harry queria novamente desobedecer a ordem, mas sabia muito bem que Remo, mesmo o adorando e sendo o melhor amigo do seu padrinho, não se oporia em lhe dar disciplina.

-Tudo bem Professor... mas eu vou querer saber disso muito bem... porque sinto que há algo que ninguém quer me contar... inclusive o senhor!

Remo continuou calado até ver o jovem dobrar o corredor e seguir para sua sala. Sua raiva estava aumentando a cada segundo, principalmente quando viu o casal se beijando sem se importar com nada. Por que ele tinha que defender aquele cachorro infantil. Sem se importar se estava incomodando abriu a porta em um estrondo e entrou jogando suas acusações sobre o casal.

-Seus inconseqüentes! Pensam que são adolescentes ainda? Eu não vou estar perto de vocês toda a vez que alguém quase descobrir esse entrosamento estranho entre vocês! Agata pensei que você fosse mais adulta, que não se renderia aos encantos desse imaturo!

-Por favor Remo... o que houve? Ninguém te pediu para nos cuidar... não estamos mais estudando aqui, somos professores lembra? Já passou a época do namoro escondido...

-Mesmo? – Remo perguntou ironicamente e então Agata se afastou de Sirius, percebendo que Remo devia ter os salvado a pele.

-Quem viu Remo?

-O Harry, Agata, ele viu vocês conversando e se abraçando e deduziu que vocês podem estar apaixonados. Sabe de quem ele está virando amigo? E quem está na mesma casa que ele?

-Evelyn...

-Acertou Sirius! Por isso acho bom vocês maneirarem nos beijos e abraços...

-Remo... depois de tanto tempo... nós só queremos uma chance para sermos felizes juntos... – Sirius falou tristonho e então Agata complementou.

-Nós sabemos dos riscos que estamos correndo. Nossa filha é mais importante no momento, mas estamos nos cuidando...

-E o Pablo... pensa que ele não vai ficar furioso quando descobrir? Você está cometendo um adultério Agata!

-Mas eu vou me divorciar dele... quando a criança nascer...

-Ele vai querer ficar perto da Evelyn... ele não vai abrir mão desse filho que vai nascer... e acho bom vocês pensarem mais antes de agir... eu só quero o bem de vocês... eu mais do que ninguém sei o que vocês passaram e ainda estão passando por se amarem... não quero que vocês sofram... muito menos a Evelyn e o Harry... os dois vão acabar descobrindo essa mentira... o Harry está descobrindo, ele só precisa colocar as peças nos lugares exatos e você não vão poder fugir depois...

Sirius suspirou derrotado. Seu amigo tinha razão. Antes que fosse desmascarado teria que agir, contar tudo, pelo menos ao seu afilhado. Ele tem o direito de saber a verdade.

-È... você tem razão Remo... para o Harry eu tenho que contar... ele vai morar comigo... sou quase o pai dele, não posso esconder isso...

Agata sorriu para o homem e então pegou sua mão e a mão de Remo. – Vocês continuam os mesmos. Sempre se preocupando com a felicidade do amigo. Remo... pode ficar tranqüilo que nós vamos tomar cuidado e eu vou arrumar um jeito de contar isso ao Pablo antes do bebê nascer...

Remo sorriu e então largou a mão de Agata. – Confio em vocês... – ao dizer isso saiu fechando a porta atrás de si, deixando Sirius e Agata nervosos com a conversa.

-Vamos ter que redobrar os cuidados e ver o que faremos agora... o primeiro passo vai ser contar ao Harry...

-E o segundo contar ao Pablo... só não sei como vai ficar a Evelyn... – Agata falou deprimente. Estava temendo a reação do marido, talvez ele quisesse contar a filha antes dela e a jogar contra ela. Evelyn nunca a perdoaria.

-A nossa filha não vai descobrir. Pablo ainda quer ser chamado de pai. E Harry não vai contar... Confio no meu afilhado.

Agata sorriu sem emoção. Sirius tinha razão. Agora era só se preparar e contar o que estava acontecendo... Estaria começando a revelação das verdades!


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Harry chegou a sala ofegante e um pouco suado. A cena que vira antes não saia da sua cabeça, mas fora arrancada imediatamente pelo som da voz de Snape lhe tirando alguns pontos por chegar atrasado.

-Não ouviu eu chamar Harry? – Rony perguntou desapontado.

-Ouvi, mas não foi isso que me atrasou, foi algo que eu vi, senão teria chegado na hora.

-O que você viu! – Hermione perguntou curiosa, mas quando Harry ia contar Snape chamou a atenção deles.

A aula seguiu chata e temerosa como sempre. O trio de ouro não parava de trocar olhares, principalmente Rony e Hermione que estavam curiosos para saber o que Harry havia visto de tão estranho.

Quando a aula terminou eles foram os primeiros a sair, mas Harry novamente fora impedido de contar, pois alguém já os esperavam lá fora.

-Evelyn! – os três disseram juntos.

-Ensaiaram isso? Gostei da recepção! Mione... podemos fazer aquilo agora?

-È... claro... ainda bem que me lembrou...

-O que é! – Rony perguntou desconfiado, mas Evelyn tratou logo de responder, não queria colocar a amiga em confusão.

-È assunto meu... só quero a ajuda dela... esperem aqui, não vai demorar... – ao dizer isso ela arrastou a amiga para dentro da sala de Snape, onde Hermione não queria voltar a entrar tão cedo.

-Srta. Granger, esqueceu alguma coisa? Saiu tão apressada que pensei que perderia algo mais importante que minha aula.

-Não senhor... – Evelyn respondeu antes que a amiga e se aproximou mais da mesa onde o professor estava. – Eu queria apenas perguntar uma coisa...

-Hm... alunas interessadas não se encontram todo dia por aí... acho que você herdou esse gene de sua mãe, Srta. Stein. – Snape sorriu deixando Hermione um pouco espantada. Estava na cara que ele gostava da mãe da Eve e em conseqüência disso a amiga iria se dar muito bem por ser filha da amada.

-È...

-Mas o que seria?

-Bem... eu estou tendo alguns pesadelos e a Hermione me disse que o senhor poderia me dar alguma poção para me ajudar...

-A srta. Granger está certa sim... mas eu não posso ficar dando poções aos alunos que cismam em dizer que têm crises de sonhos todas as noites. Só uso em casos extremamente graves.

-E o meu é professor... Se o senhor quiser posso pedir permissão ao diretor...

-Não preciso... – nisso ele olhou secamente para Hermione que sabia exatamente o porquê daquele olhar, já que ela e os amigos confiavam apenas nos cúmplices de Dumbledore, e nunca no professor Snape, por isso era de se imaginar que Evelyn talvez não confiasse no professor ou muito menos acreditasse em sua palavra. – Já que vieram direto a mim, abrirei uma exceção as senhoritas.

Evelyn e Hermione sorriram e então saíram da sala após o professor dizer o dia em que poderiam buscar a poção.

Lá fora Rony e Harry esperavam apreensivos pela volta das meninas.

-E? – Rony fora o primeiro a perguntar quando Hermione apareceu na porta.

-Está tudo bem... podemos ir agora. – Hermione cortou qualquer pergunta que pudesse vir e então despedira-se de Evelyn que seguira para a torre onde teria aula de adivinhação, deixando Hermione e os outros que seguiam para a aula de DCAT.

-E então? – Rony perguntou depois de alguns minutos de silêncio.

-Bem... é o seguinte... quando eu estava vindo para a aula do Snape percebi que havia vozes em uma sala, não pareciam exaltadas, mas sim preocupadas.

-Mas de quem eram as vozes?- desta vez foi Hermione quem perguntou.

-Mione... era o Sirius e a mãe de Evelyn, Ágata o nome dela acho?

Hermione ao ouvir os nomes parou no meio do corredor demonstrando um pouco da sua surpresa. Rony e Harry estranharam aquele fato, mas a garota parecia que não iria dizer o porquê daquilo, pelo menos não a verdade.

-Sirius e a Ágata?

-Mione eles não pareciam apenas amigos como nos dizem que foram no tempo que estudavam aqui... acredito que se amam ou se amavam...

-Mas... ela é casada com meu padrinho! – Hermione dissera mas logo percebera o que havia dito, parecia que seu costume estava voltando aos poucos.

-Como é? Pablo é seu padrinho! – Rony perguntou surpreso.

-È... ele e a Ágata. Meus pais são amigos deles há muito tempo.

-Não vai me dizer que seus pais são padrinhos da Evelyn... – Rony disse quase adivinhando a situação.

-Só não foram por causa de alguns probleminhas que eu não sei explicar muito bem... mas isso não importa agora... o importante é que a Eve não saiba disso... ou melhor, nós não devemos interferir.

-Mas Mione... o Sirius não pode fazer isso... ele... se estiver com a Ágata, vai ter que contar...

-Por que? Ele é seu padrinho, eu sei, mas ele é adulto, vacinado e dono do próprio nariz Harry... não precisa dar satisfações a ninguém...

-O que deu em você Mione...? Você nunca disse isso antes... pelo contrário, até me incentivava a descobrir sobre a vida dele! – Harry disse um pouco surpreso com aquela defesa toda por parte da amiga. Tudo bem que ele não tinha aquele direito mesmo, mas sentia-se no dever de ajudar o padrinho.

-Desculpe. Não queria ter dito isso... mas vocês têm que entender que é melhor deixar tudo isso como está e não dizer nada a Eve. Ela não pode descobrir isso assim...

Harry e Rony concordaram mesmo não sabendo bem o porquê daquela paranóia. Mas Harry não se daria por satisfeito, iria descobrir qual o segredo que rondava aquele casal.

-Òtimo... agora vamos para a aula do Remo... – Hermione os guiou novamente pelos corredores, tentando todas às vezes desviar do assunto "Sirius e Ágata". Seria difícil, mas teria que cumprir com a promessa, mas antes teria que dar alguns puxões de orelha na sua madrinha e em certo animago.

Continua...

obs: E aí? O que acharam? Está bom? Está ótimo? Está péssimo? Me digam... mandem-me uma review!

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