Capítulo 1




Obs: Essa fic se passa no sétimo ano de Harry e cia. Haverá personagens novos que terão muita ligação com os criados pela J.K. . Algumas datas e características, nada muito profundo ou que mude totalmente a estória, foram feitos. uma delas é a cor dos olhos de Sirius, que eu acho q é de uma cor, mas que deve ser de outra... assim por diante.
Espero que gostem da fic e comentem!!
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Capítulo 1

Como alguém pode ser tão insensível a ponto de lhe aplicar um feitiço quando se está de costas? Era essa pergunta que não parava de ecoar na mente de Agata.

Sua cabeça ainda doía, assim como o corpo todo por ter caído no chão ao ser atingida pelo feitiço. Como se não bastasse os enjôos voltaram mais fortes depois que acordara do desmaio causado pelo feitiço. Queria se levantar daquele sofá, mas com certeza com a tontura iria cair. Ahhh o que estava acontecendo com ela. Sempre teve uma saúde perfeita, a não ser... mas não queria pensar naquele assunto justo naquele lugar. Não sabia onde estava e nem quem havia a trazido para aquele lugar.

Sentou no sofá, apesar de sua cabeça dar voltas e voltas e olhou ao seu redor. Apertou um pouco a visão, sem seus óculos era quase impossível ver e isso lhe deixava com mais dor de cabeça ainda, mas apesar de ver tudo embaçado conseguiu notar alguns móveis velhos, como cadeiras quebradas, uma estante empoeirada, além do sofá caindo aos pedaços onde estava deitada.

Não agüentando mais a dor de cabeça e as tonturas resolveu esfregar as têmporas para aliviar a dor. Pura perda de tempo, aquela dor era tipicamente por falta de óculos... Ahhh ele nunca fez tanta falta como agora. Se pelo menos esta dor passasse, não se importaria de ficar enjoada, até porque isso é normal em seu atual estado. Ahhh novamente pensando nisso, precisava ter certeza antes de tudo.

Mas mesmo sem seus óculos ela pôde notar um vulto diferente em sua frente. Um vulto todo de preto e que lhe alcançou algo. Exitou um pouco em pegar o objeto, mas ao perceber o que era tratou logo de colocá-lo em seu rosto. Era tudo o que queria no momento, seus óculos, mas ao ver quem era o sujeito quase teve vontade de tirá-los novamente.

“O gato mordeu a sua língua? Ou foi a surpresa em me ver?”

“Pedro Pettigrew? ” - a morena disse em um sussurro ignorando totalmente as perguntas do homem.

Há quanto tempo não via seus ex-colegas de casa. Principalmente este a sua frente, talvez o único que ela nunca gostou de ter ao lado. E isso até alguns anos atrás ela não sabia explicar, mas hoje tinha certeza que era porque sentia cheiro de traidor emanando daquele rato asqueroso.

Como podia ter sido tão simpática com aquele traste?

“Agata Stein... há quanto tempo... parece que 16 anos não lhe modificaram nada, ainda parece aquela adolescente de 15 anos que fez questão de me dizer que eu não significava nada para você! ” - Nesse ponto Pedro chegou a elevar um pouco a voz, parecia nervoso, mas não a ponto de fazer algum mal a Agata.

“Você ainda lembra desse detalhe?” - Parece que ela também lembrava, mas não era uma coisa que gostava de lembrar todos os dias ou comemorar o dia em que dera um fora em Pedro Pettigrew bem na frente de seu namorado Sirius Black. Ela ainda não sabia como Sirius não ficara magoado com o amigo, mas com certeza ele devia estar muito mais do que magoado com o ex-colega.

“Como eu iria esquecer? Me fez de idiota na frente de Hogwarts toda!”

“Ahh não exagere Pedro! Eu não pedi para você se declarar para mim... você sempre soube que eu não largaria o Sirius por causa de você...”

“É... não largou por minha causa, mas sim por um sangue-puro-rico...”- Parece que aquele não era seu dia de sorte.

Em poucos minutos aquele homem a fizera lembrar de todos os momentos infelizes de sua vida. O pior, sua separação de Sirius para se casar com seu atual marido. Não que Pablo fosse um mal-caráter, mas não era o seu príncipe encantado, o homem que amava.

Ainda lembrava do dia que sua família a obrigara a casar com Pablo, odiou-se por ser incapaz de reverter aquela situação. Mas depois de tanto tempo não queria mais pensar em seus erros e sim no que estaria fazendo naquele lugar.

“Por que está me dizendo tudo isso? O que você quer de mim afinal?”

“Não quero muita coisa de você... pensei que você fosse esperta o suficiente para descobrir o que eu quero, principalmente depois desta conversa.” - Pedro sorriu maliciosamente e dirigira-se para mais perto da morena. Esta o olhou intrigada, seus olhos negros brilhando com o atrevimento do homem.

Pensei que tivesse desistido de mim... - Pedro parou a poucos centímetros de Agata e a olhou nos olhos profundamente. Agata estava nervosa e temendo o que ele pudesse fazer. Sem chamar muita atenção, a morena revistara seu casaco a procura de sua varinha, mas para seu pânico não estava mais lá.

“Eu não desisti de você... muito menos do seu ex-noivinho idiota...” - ele se afastou dela e percebeu que ela colocava as mãos no bolso nervosamente e sorriu a isto. - “...e sua varinha não está mais aí... não quero morrer sem antes ter o que é meu!”

Logo depois de Pedro ter saído, Agata deixou escapar um suspiro pelos lábios demonstrando toda a sua frustração. Não era possível que estivesse passando por aquilo. Nunca pensou que Pedro fosse obsecado por ela. Quando dera um fora nele achou que ele possuía uma paixonite e que não fosse tão sério, talvez tenha se enganado.

Ahhh como gostaria de estar em casa com sua família para poder contar o seu pequeno segredo, que a cada mês iria crescer mais um pouco dentro de seu ventre.
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Ela nunca demorou tanto assim para voltar do trabalho. E não ficaria até tão tarde justamente naquele dia quando sua filha voltaria da escola na Alemanha. Normalmente quem chegava primeiro era ela, já que seu trabalho possuía um horário de chegada e de saída. Já o seu era sem horário certo. Mas fazer o que se havia escolhido ser médico de trouxa e de bruxos? Era disso que gostava e não se queixava por ter que ficar, até algumas noites fazendo cirurgias para salvar vidas. Mas naquele momento não era isso o que lhe preocupava ou o que estava pensando. Mas sim em sua mulher, esperava que ela estivesse bem, pois alguma coisa lhe afligia, só não sabia o que era.

Levantou-se do sofá onde estava lendo seu jornal e fora até a cozinha beber alguma coisa. Ao chegar lá estranhou o lugar estar vazio. Parece que as pessoas resolveram sumir de casa naquele dia. Até a babá de sua esposa.

Abriu a geladeira e serviu-se com um copo de água. Com toda aquela aflição era o que precisava. Mas para sua surpresa um resmungo fora-se ouvido atrás de uma porta que levava a dispensa. Seu coração começou a bater fortemente a cada novo resmungo que ouvia, e parecia a cada vez mais alto e forte.

Sacou sua varinha e então destrancou a porta. Para sua surpresa era Frida, esta estava amordaçada e amarrada, suava frio e tremia. Pablo desamarrou-a e lhe deu um calmante. Temia que aquilo tudo tivesse algum relacionamento com sua mulher. Pois, pelo que pôde perceber não haviam levado nada de valor de sua casa, não teria sido um assalto.

Assim que a mulher voltou a seu estado normal começou a falar coisas sem nexo.

“Sra Stein... um homem a atacou... sumiu, sumiu!”

Pablo olhava-a boquiaberto, o que temia parecia estar acontecendo. Mas por que iriam pegar Agata, depois que a guerra acabara pensou que tudo voltaria ao normal, que tudo ficaria tranquilo, mas quem..?

“Shhh!” - Pablo abraçou a mulher tentando acalmá-la. Sentia um grande carinho por aquela mulher. Ela havia se dedicado tanto tempo a sua família, cuidou de sua filha com tanto carinho, serviu-o com tanta felicidade que estava sentindo-se culpado por ver aquela mulher naquele estado. Precisava acalmá-la e tentar descobrir mais sobre a pessoa que seqüestrou sua esposa.

Depois de ter tomado um copo d’água com açúcar, a mulher pareceu se acalmar um pouco, estava disposta a dizer tudo o que vira.

“E então Frida... Quer falar sobre o que você viu?”

Ela balançou a cabeça em afirmativa e então aos poucos fora dizendo tudo o que sabia.

“A Sra Agata tinha acabado de chegar em casa, um pouco antes do senhor chegar também, e como estava exausta e também um pouco enjoada resolveu ir direto para o quarto descançar. Enquanto isso ela me pediu para preparar um suco e levar um comprimido para aliviar os enjôos que ela estava sentindo nos últimos dias” - nisso Pablo olhou-a intrigado. Sua mulher estava enjoada durante dias e não sabia? Mas por que ele não iria saber e qual os motivos daqueles enjôos? Resolveu não falar nada por enquanto, talvez não fosse nada grave, se fosse Agata já deveria ter lhe falado. - “mas quando subi até o quarto percebi uma luz diferente, como se fosse um relâmpago e então entrei para ver o que estava acontecendo e notei um homem todo de preto encapuzado. Ele me olhou com fúria e antes de ele me estuporar eu consegui ver a senhora desmaiada no chão... foi horrível...” - a mulher de mais ou menos 60 anos começara a tremer e a chorar. Aquelas lembranças não estavam lhe fazendo bem. Mas ele tinha que descobrir mais sobre aquele seqüestrador.

“Mas e... como ele era Frida? Você não conseguiu ver o rosto dele?”

Frida sorveu mais alguns goles da água doce e então dissera tudo que ainda lhe atormentava. Parecia que ainda via o rosto daquele homem em sua frente. Quem visse diria que era uma pessoa boa e fraca, mas por trás daquela máscara notaria um homem frio e calculista. Com tantos anos de vida, Frida conseguia ver coisas que muitos jugariam ser inacreditáveis.

“Bem... eu consegui ver o rosto dele apenas de relance e por pouco tempo. Por um instante pensei conhecer aquele homem mas...”

“E você tem certeza de que não conhece?”

“Eu...” - a visão de Frida fora ficando escura e uma cena de uns 18 anos voltava aos poucos em sua mente, no começo ela não distinguia direito, mas com o tempo ela fora percebendo do que se tratava.

Flash Back

[i] “Frida! Os meus colegas chegaram...” - a voz de Agata ecoava por toda a casa e era a mais feliz que já podia se ter ouvido. - “vem... eu quero te apresentar...”

A mulher, um pouco mais nova, veio correndo e sorridente ao encontro de sua adorada. Ahhh... cuidou daquela menina desde que ela nasceu e agora já era uma mulher, prestes a se formar em bruxaria. Sempre teve muito brilho naqueles lindos olhos negros, mais ainda quando conheceu um moreno no seu primeiro ano em Hogwarts. Sempre falava naquele garoto, embora insistia em dizer que não achava nada demais nele. Isso mudou quando ela estava em seu quinto ano e confessara o amor que sentia por Sirius, desde aquela época Agata tem um brilho intenso, parece que sua luz se abastece do amor que sentia por aquele moreno.

“Frida! Estou falando com você...”

“Ah querida me desculpe, estava apenas pensando... ontem você era ainda a minha garotinha e hoje já é uma mulher...”

“Que comemora o noivado, não é mesmo?” - Agata dissera sorrindo e lançando um olhar apaixonado ao rapaz que segurava sua mão. Frida arregalou os olhos em espanto: não era possível que aquela menina havia crescido tanto e ela nem havia notado!

“Agata... mas...”

“Deixa de conversa e deixa eu lhe apresentar meus amigos...” - a jovem soltou-se do namorado e caminhou até os amigos.

“Estes são...” - apontando para um casal sorridente - “... Lilian Evans e Thiago Potter. E estes dois...” - desta vez ela apontou para dois rapazes da mesma idade e da mesma casa - “... Remo Lupin e Pedro Pettigrew!” - este ultimo mencionado olhava Agata com um certo desprezo, olhava-a diferentemente dos outros. Embora Frida soubesse o que o rapaz sentia por sua menina pela própria Agata, não deixava de desconfiar e achar tudo aquilo um mal entendido.

Mas não era apenas isso que lhe intrigava, aquele homem era muito diferente dos demais, era mais reservado, envergonhado, e não dava muitos sorrisos... [/i]

Fim Flash Back

Aquela lembrança fora sumindo aos poucos da mente de Frida e ao mesmo tempo surgia a visão de um homem, parecia ser o mesmo de antes, talvez um pouco mais velho. E, curiosamente, era o mesmo que seqüestrara sua menina...

“Pedro Pettigrew!” - Frida repetia aquele nome constantemente, passando de um sussurro para uma voz mais alta e assustada.

Pablo não estava entendendo nada, desde o momento em que a babá de sua esposa parecia não estar mais ali, até o momento em que ela começara a dizer o nome daquele homem. Ele tinha certeza de que a conhecia, não gostou nada de a ter ouvido, pois com certeza fazia parte do passado de Agata.

Balançou o corpo de Frida de um lado para o outro fazendo ela sair daquele estado de estupor. Quando Frida finalmente voltou a si, olhou o homem a sua frente em uma mistura de medo e felicidade.

“Eu... eu sei quem é o homem... sei quem seqüestrou a minha menina, senhor.”

“Ótimo...mas você tem certeza de que é esse sujeito?”

“Sim... tenho sim... eu só vi o homem de relance, mas mesmo assim consegui ver aquele olhar de desdém...”

“Obrigado Frida, se você quiser pode ir descançar...”- a mulher sem contestar sumira pela porta da cozinha em direção ao seu quarto. Ela mais do que ninguém precisava de um bom descanso, afinal era uma mulher de seus 60 anos...

O homem andou até a sala e sentou-se em sua poltrona. Sua cabeça estava doendo, assim como seu corpo todo. Fechou os olhos por alguns instantes, mas o cansaço era tanto que o sono fora mais forte do que ele. Não soube por quanto tempo ficara apagado naquela posição incômoda, mas quando abriu os olhos novamente viu-se sendo vigiado por um par de olhos azuis, que os miravam inocentemente.

“Evelyn!” - o homem saltou da poltrona e abraçou a garota fortemente. Estava com muita saudade... principalmente naquele momento difícil.

“Pai...” - a morena soltou-se, com muito esforço, do homem e então olhou-o curiosamente. “ ... algo de errado?

“Não! Só estava com saudades da minha filhota... não posso?” - o homem passou a mão em algumas mechas loiras de seu cabelo nervosamente.

“Claro!” - ela sorriu constrangida. Sem querer acabara pegando o mesmo vício de sua babá... tentar desvendar tudo e todos apenas com o olhar. Se bem que quase sempre ela acertava. - “Também estava morrendo de saudades suas...”

Ela olhou toda a sala e então se dera conta de que uma pessoa estava faltando - “ Onde está a mamãe? Pensei que ela estaria aqui para me receber...”

“Bem...” - deveria inventar alguma desculpa, era muito cedo para dizer o que estava acontecendo. Não queria estragar as férias de Evelyn. - “Sua mãe ainda está trabalhando... surgiram alguns problemas...”

“Sei... a empresa sempre fora mais importante para ela... não sei por que ainda pergunto...” - Evelyn pegou seu malão e subiu até seu quarto, com seu pai atrás de si lhe dizendo várias coisas, das quais já estava cansada de ouvir.

“Por que a mamãe não diz o quanto eu sou importante para ela? Será que alguns minutos comigo não a deixaria feliz? Ou será que nesses minutos ela estaria mais feliz naquela empresa fazendo dinheiro?”

“Eve... não seja injusta...”

“Estou sendo realista papai... e você sabe muito bem que isso é a mais pura verdade... no Natal não foi diferente lembra? Ela passou o feriado inteiro naquela empresa, e eu nem sei por quê... não é ela que está brigada com os meus avós?” - Pablo baixou a cabeça derrotado. Sua filha tinha razão. Agata não se importava tanto com a menina, não dava muita importância, mas ele sabia o quanto a mulher amava a filha, principalmente sendo ela filha do homem que ela tanto amou. Pablo queria tanto ser pai biológico de Evelyn mas... aquela história era terrível demais. Queria apagá-la da sua memória, mas cada vez que olhava para sua filha e via aqueles olhos azuis tão parecidos com os daquele homem assim como o gênio também era parecido com o dele, sentia-se derrotado e infeliz. Não conseguia esquecer aquela história...

Flash Back

[i] Estavam se olhando daquele jeito a mais ou menos cinco minutos. Ninguém dizia nada ou sequer se mexia. O homem poderia estar tão feliz com aquela notícia... sua mulher acabava de lhe dizer que estava grávida! Só que... estavam casados a apenas uma semana e o tempo de gestação de Agata já era de um mês... era óbvio que aquela criança não era dele!

Pablo suspirou exasperado. Não adiantava fazer nada, não podia chorar em cima do leite derramado. O jeito era cuidar daquela criança como se fosse dele. Isso... era o que devia fazer, pois não agüentaria ver sua mulher sair por aquela porta porque ele não quis assumir o filho de outro.

“Agata...” - depois de tanto tempo pensando resolveu dizer a sua decisão. - “... essa criança que está recém se formando dentro de você é de outro, ou melhor, é do homem que você ama.” - nisso a mulher desviou o olhar envergonhada. Havia se casado a força, e a última coisa que queria era ser de outro a não ser Sirius. Fora a noite mais feliz de sua vida e o fruto daquela sensação estava crescendo dentro de si. Mas ela não podia dizer nada... estava casada com outro, e este poderia assumir seu filho.

“Eu vou fazer o possível para esquecer ele... se você tornar o meu filho... nosso filho!”

Pablo caminhou até a esposa e a abraçou carinhosamente, dando-lhe um beijo no topo da cabeça.

“Eu e você teremos um filho maravilhoso... prometo cuidar dessa criança como se fosse minha mas...”

“Mas?”

Agata se soltou do homem para encará-lo. Estava bom demais para ser verdade... ele com certeza iria querer alguma coisa em troca...

“Você tem que me prometer que não vai dizer a ninguém e muito menos ao Black que essa criança é dele.” - o olhar do homem estava firme, porém no fundo ela sabia que ele deveria estar passando por cima de seu orgulho alemão para assumir aquela criança.

“Prometo!”

“Seremos muito felizes assim... minha querida.” [/i]

Fim Flash Back

“Papai?” - Evelyn o olhava curiosa. Seu pai estava calado e a olhava com um olhar diferente. Mais paterno, mas ao mesmo tempo com um olhar de nojo. Nunca vira aqueles olhos negros a olhar assim, indiferente.

“Hm?” - o homem ainda com aquela lembrança em mente olhou a filha que o olhava querendo resposta.

“Você está estranho... Na verdade está com esse olhar desde que eu cheguei... você e mamãe brigaram?”

“Não... eu e sua mãe estamos bem... não se preocupe... é o cansaço apenas... vou descer, te espero lá embaixo para jantarmos, ok!!”

“Tá...”

Pablo saiu do quarto, deixando Evelyn arrumando suas coisas e desceu até o escritório. Agora sabia muito bem a quem ele deveria pedir ajuda. Só aquele homem poderia o ajudar.
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Não agüentava mais aquelas reuniões cansativas. Era sempre a mesma coisa. Problemas sem soluções, perguntas sem respostas, e ele ali... sem sua sonhada liberdade. Poderia estar sendo tão feliz se aquele maldito rato estivesse preso em Askaban, ou muito melhor, morto e enterrado para nunca mais lhe importunar. Em pensar que aquele homem fora seu melhor amigo, participou de suas traquinagens e também de seus assuntos sérios. Mas devia ter imaginado que Pedro não era um amigo confiável. Começou a perceber aquilo quando percebeu uma certa aproximação dele com sua namorada, suas desconfianças foram confirmadas quando presenciou o fora que Agata deu em Pedro.

No momento não soube o que pensar, talvez nem saiba explicar o que sentiu até hoje. Sentiu raiva, tristeza, e no fundo alegria por ouvir sua namorada dizer que não o trocaria por ninguém. Queria ter acreditado mais naquilo. Mas... não bastou acreditar somente, faltou lutar pelo objetivo, lutar para ficarem juntos.

Mas por que pensar naquela frustração justamente naquele dia? Talvez porque estivesse sentindo falta de ler as cartas dela. Fazia quase um mês que não recebia notícias dela, que não recebia suas cartas e que não via a coruja prateada dela voando em sua direção.

Da última vez que ficaram sem se corresponder tanto tempo, fora porque Pablo havia descoberto as cartas, mas aquilo não fora motivo o suficiente para eles pararem. Já haviam se distanciado muito por causa dos outros. Não fariam tudo de novo.

Estava parado na janela justamente a espera da coruja prateada. E enquanto esta não chegava, o que ele já estava perdendo as esperanças, Sirius observava as estrelas. Estavam brilhantes e vivas lá no céu, assim como a lua nova resplandecia no céu escuro. Era estranho olhá-los novamente, depois de tudo que aconteceu, da sua prisão, da sua fuga e por fim depois de todo sofrimento que a guerra causou. Parecia nada ter acontecido se olhassem para elas. Mas se vissem por dentro das pessoas que sofreram veriam que o estrago fora muito. Muitos perderam familiares, amores e também a vida.

Era nesse momento que ele pensava em si mesmo e nas pessoas em sua volta. Principalmente em Harry. Haviam sofrido tanto, perdido as pessoas que amavam, seria muito justo se conseguissem viver felizes daqui por diante. E era por isso que não desistia de sua busca incansável por Pedro Pettigrew. Não era apenas por si próprio, mas por todos aqueles que Sirius amava.

Sirius já estava perdendo todas as suas esperanças em relação a notícias de Agata. Talvez ela esteja muito atarefada para escrever. Afinal ela tem uma família para amar.

Quando estava saindo de perto da janela, algo chamou-lhe a atenção. Era algo muito conhecido, que lhe lembrava algo, mais exatamente a coruja prateada. No primeiro momento não quis acreditar em que seus olhos enchergavam, mas cada vez mais que a coruja se aproximava ele conseguia perceber que não estava enganado. Era sim a coruja de Agata.

O pássaro entrou rapidamente pela janela e pousara sobre o braço estendido de Sirius. Depois de tanto tempo já haviam se tornado muito amigos. Assim que a carta fora retirada da pata da coruja, esta voara até um lugar seguro para descançar. Embora estivesse acostumada com a distância entre a Alemanha e Hogwarts ainda se sentia cansada.

Sirius andou até um sofá, que fora colocado ali a pouco tempo e que Remo ainda não atacara em uma das luas cheias, e sentou-se neste. Antes de abrir a carta seus olhos fixaram-se somente na palavra escrita em vermelho no envelope preto. Normalmente as cartas que recebia da morena eram sem escrita nenhuma no envelope, e este era branco. Outro fato que lhe intrigara fora a letra. Muito diferente da de Agata. Ou ela havia mudado a forma de escrever, ou a carta não era de Agata.

Antes que seus pensamentos lhe dissessem o que parecia óbvio, Sirius abriu a carta rapidamente. Para sua surpresa e certeza a carta não era de Agata, mas sim de alguém muito próximo dela, Pablo Stein, seu marido.

A carta era curta e simples e não dava motivo nenhum para aquela carta e muito menos para o encontro marcado.

Black:

Se houver alguma lareira por perto favor se comunicar comigo a meia noite em ponto. Estarei esperando por seu chamado.

Pablo Stein

Realmente aquilo era mais do que estranho, era inacreditável. Mas não lhe restava outra solução a não ser descobrir o que aquele homem queria com ele. Só esperava que não fosse nada grave.

Continua...

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