Capítulo XIII



PARE!!!!!


Antes de começar, você tem que baixar a trilha sonora http://rapidshare.de/files/13514344/ImogenHeap-HideAndSeek.mp3.html


da banda Imogen Heap, uma banda indie (?) perfeitá x] e
é só. depois de baixar, você lê u.u' agradecimentos e essa parafernalha toda
tá lá embaixo... isso. lê logo *-*


 


Capítulo treze


 


- Finalmente podemos
ter a sua doce presença, sr. Kun - disse o professor Snape rispidamente assim
que Haykito imergiu na marmorra escura; luzes douradas fracas bruxuleavam presas
às paredes de pedra, embora não conseguissem clarear suficientemente a sala de
aula. Diversos alunos estavam dispostos em mesas de pares, mexendo em um caldeirão
de cobre que jazia à carteira, ao lado de mochilas, pergaminhos e tinteiros. -
vinte pontos a menos para a Corvinal - continuou o professor Snape, um sorriso
sarcástico reprimindo-se em seus lábios crispados. - Agora, se não quer
atrasar a nossa aula mais, seria muito incômodo
se o senhor se sentar naquela carteira?


Ele apontou para uma
do fundo da sala, onde um garoto ocupava palidamente um dos lugares; Haykito
encaminhou-se timidamente para o seu lugar, sentindo os olhares dos outros
alunos presos sobre ele e, depois, jogou-se em sua cadeira, ansiando que a atenção
dos outros saísse de si. Mas, pelo visto, eles já haviam curvado-se para seus
caldeirões e começavam a jogar seus ingredientes, pressurosos, para a aula
acabar logo.


Repentinamente, a
sala encheu-se do farfalhar de facas cortando alguma planta adicional para a poção
ou o borbulhar silencioso do líquido fervendo sobre a pressão do fogo que
crepitava sob si. Toda a sala mexia-se simultaneamente e Haykito inclinou-se
para sua mochila, puxando um exemplar do livro de poções e, depois, voltou-se
para seu parceiro. Os pêlos de sua nuca eriçaram e ele sentiu uma desconfortável
reviravolta de seu estômago.


Era um garoto que
aparentava ter quase sua idade, cabelos cinzas, quase descoloridos, olhos azuis
foscos e vítreos, sem demonstrar emoção alguma; sua pele maculava-se em um
cinza claro, e ele parecia ter acabado de sair de um caixão.


- Aah... olá -
disse Haykito, em um silvo rouco.


O garoto não
respondeu nada, apenas fixando seus olhos em algum ponto acima das cabeças à
sua frente, como se visse algo que os outros não viam.


- Aah... você sabe
o que é para fazer, sim? - continuou Haykito, hesitante. - Acho que podemos
trabalhar em grupo... não? - Ele tentou buscar o olhar do outro, mas não
conseguiu. - Aah... o tempo iria correr mais depressa e teríamos menos
trabalho. Você está... bem?


Haykito assustou-se
quando o garoto meneou drasticamente a cabeça, como se tivesse acabado de
cochilar e, depois, voltou-a à posição normal, embora seus olhar vítreo
mantivesse pousado no ar, vendo algo anormal... sentindo uma reviravolta ma
barriga, Haykito voltou-se para seu caldeirão e bateu a varinha na base dele,
fazendo com que enchesse de um líquido esverdeado e que um fogo baixo começasse
a crepitar sob ele.


Abrindo seu livro,
achou a poção assinalada no quadro negro e pescou os ingredientes no armário
à frente da sala; depois, com todos eles dispostos à mesa, começou a cortar
um a um e sobressaltou-se quando uma mão pálida fechou-se sobre a dele; era o
garoto... mantinha seu olhar fixo em algum ponto inexistente, mas retirou a faca
da mão de Haykito e começou a cortar um pedaço de planta, jogando-o
rapidamente no caldeirão.


A poção borbulhou
por alguns segundos e o verde transmutou-se para um azul claro; os dois
continuaram por alguns segundos em silêncio, como duas epssoas que não se
gostavam mas eram obrigadas a trabalhar juntas.


Depois de quase uma
hora e meia, o sinal soou por todo o colégio e, o professor Snape precipitou-se
para os caldeirões de toda a classe, obrigando-os a provar sua própria poção;
quando Haykito se esgueirou para o corredor apinhado de estudantes, sentia uma
coceira extrema na cabeça e foi arrastado pela multidão.


Finalmente,
conseguiu achar um corredor vazio. O sol ofuscante irrompia pelos caixilhos
largos às paredes, revelando seu céu azul opalescente, com poucas nuvens
imaculadamente brancas sustentando-se no ar.


Iria encontrar-se
com Andrew agora! Sim, iria! Seu coração acelerou abruptamente e ele começou
a correr apressado, já conseguindo sentir o perfume floral do amado perto de
si. O toque macio dele em seu cabelo. Já podia ver os cabelos prateados de
Andrew à sua frente, os olhos azuis brilhando enquanto fitava-o com interesse.


As pernas levaram-no
rapidamente a mair um corredor, depois, uma escada e um segundo patamar baixo,
com janelas largas em toda a sua extensão.


E lá estava ele.
O garoto da aula de Snape; fixava o olhar na floresta negra a quilômetros do
castelo.


Haykito hesitou por
alguns segundos e, então, aproximou-se lentamente, até estar a três metros do
garoto. A palidez dele agravava-se com a luz solar forte e ele parecia mais
doente do que nunca; ele levantou uma perna sobre o caixilho e depois outra,
sentando-se no batente da janela.


- Quê?
- exclamou ele, desesperado, sentindo o coração acelerar repentinamente. - Desça
daí! Agora!


- Você não pode me
deter - sussurrou o garoto, com a voz baixa e rouca. Pela primeira vez, voltou o
olhar para Haykito, embora focasse-o um pouco acima de sua cabeça; seus cabelos
cinzas estavam desgrenhados, balançando dos lados conforme o vento batia nele e
estava chorando. Sim! Grossas lágrimas escorriam de seus olhos para seu rosto pálido,
salpicando nas vestes negras que trajava. - Ninguém pode me deter... não... -
Virou-se para os gramados externos novamente. - Ninguém.


- Olha, eu não sei
o que está acontecendo - replicou Haykito, o desespero transparecendo em sua
voz. -, mas por favor, desça daí...
você pode se matar.


- Eles achavam que
poderiam - continuou o garoto com suavidade. - que poderiam se livrar de mim me
pondo em Hogwarts - A têmpora de Haykito tremeu levemente. -, mas não podem! NÃO
PODEM! E ela!!! - Sua voz esganiçou
histericamente e ele oscilou nos caixilhos da janela. - Mas ela não podia me
trair. Ninguém pode ir contra mim... ninguém.


Suas lágrimas
intensificaram-se e, então, ele suspirou pesadamente; virou-se de novo para
Haykito, que parecia imobilizado no soalho.


- Diga adeus a eles
- sussurrou e, então, no segundo seguinte, que pareceu uma hora, um dia... uma
semana. Ele se acocorou na ponta da janela e se jogou; Haykito se precipitou
para a janela a tempo de vê-lo caindo pelo ar, o rosto inexpressivo, salpicado
de lágrimas prateadas.


E ele caiu de bruços
no gramado em um baque feio; seu corpo oscilou levemente e, então, mexeu-se
para o lado.


Líquido escarlate
escorreu por entre seus lábios e os olhos já sem vida desfocaram nas órbitas.
Morrera...


- Nãããããããão
- A voz de Haykito entrecortou pelo castelo, ecoando nas pedras da parede; um pássaro
negro emergiu das árvores distantes, na floresta proibida e vagou pelo céu, até
sumir no horizonte.


Seus joelhos
bambearam e ele deixou-se cair no chão, as lágrimas quentes saltando de seus
olhos para o rosto; no segundo seguinte, o corredor enchia-se de alunos curiosos
e um passo apressado pôde ser ouvido sob a balbúrdia excessiva.


A professora
McGonagall corria impetuosa em direção a Haykito; olhou para ele, entorpecida
e, então, virando-se para a janela, captou a imagem agonizante do corpo flácido
do garoto caído no gramado, sem vida, sem cor, sem movimentos.


- Como?
- ela deixou escapar um sussurrou incrédulo dos lábios. E então Haykito não
viu mais nada; uma névoa gélida envolveu-o e ele sentiu as pálpebras
pesarem...


 


*-*


 


Alguém apertava sua
mão e ele queria soltar-se; inalava ar gélido para os pulmões e sua têmpora
tremia, dolorida. Tentou desvencilhar-se, o coração batendo nas costelas e,
pestanejou diversas vezes, a claridade dourada golpeando-lhe os olhos.


Quando conseguiu
focalizar o garoto à sua frente, jogou-se em seus braços, lágrimas escoando
por seus olhos; não conseguia falar nada, a voz fugia-lhe da garganta...


- Andrew...
foi culpa minha
- ele sussurrou, sentindo a garganta arranhar. - minha
- repetiu, tristemente.


Os cabelos prateadas
refulgiram à claridade dourada que bruxuleava de um candeeiro próximo e como
sempre, seus olhos azuis conseguiram enfeitiçá-lo no mesmo segundo em que
fixou-se nele; Andrew. Era o amor da sua vida. Sentia isso agora.


Os dedos firmes e
alvos de Andrew envolveram os nodosos de Haykito e ele comprimiu o rosto em um
sorriso enigmático.


- Não foi sua
culpa, entende? - murmurou ele, calmamente. - E você sabe que não... não
podia ter feito nada...


- Podia sim -
replicou Haykito, sentindo nojo de si mesmo. -, podia ter segurado-o... mas não...
fiquei parado assistindo a cena... foi horrível! - Ele fechou repentinamente os
olhos e viu a cena como se estivesse à sua frente. O corpo ensangüentado quase
deformado contorceu levemente em sua alucinação. O garoto erguera-se e agora
vinha caminhando para ele, líquido escarlate gotejando pelo soalho conforme ele
aproximava-se... mais... mais... podia sentir o cheiro de podridão de cadáver
sob sua narina. Me ajudem... socorro... - A culpa foi minha! - exclamou Haykito de
novo, desvencilhando-se e olhando para o teto de sua cama de dossel, a cortina
alva imaculadamente limpa. De repente notou que estavam na ala hospitalar e seu
coração deu um leve solavanco.


Fechou os olhos,
girando-os nas órbitas para tentar afastar os pensamentos ruins e a dor que
pressionava sua têmpora; sentiu um toque cálido no pescoço, seguido de uma língua
afastando calmamente seus lábios e entrando em sua boca...


Se não fosse
Andrew... o que faria sem o garoto? O que?


- Senhor Kun? - Uma
voz ríspida pairou no ar, sobressaltando-os e, rapidamente, eles se afastaram,
Andrew estacando há quase dois metros de distância. - Vocês estavam se beijando?
- perguntou a professora McGonagall, o horror perpassando o seu rosto enrugado;
ela alteou o olhar entre eles dois por alguns segundos e, depois, arrastou-se até
a cadeira próxima da cama de Haykito, apoiando-se no espaldar, lívida.


Pigarreou levemente
e, prosseguiu em uma voz que tentava demonstrar normalidade:


- O senhor viu o sr.
Hoyt se jogar pela janela, não viu, senhor Kun?


- Vi - murmurou
Haykito, sentindo que a voz que saía de si não pertencia a ele.


- E sabe por que?


- Não...


- Bem... espero que
o senhor fique bem - continuou ela. -, amanhã acredito que poderá voltar às
aulas.


- Por que ele se
jogou? - perguntou Haykito, sem se conter.


- Bem - começou a
professora McGonagall, alisando sua veste de tecido escocês. -, acredito que
por causa de seus pais...


- O que houve com os
pais dele? - replicou Haykito, rápido.


- Bem... eles se
separaram, sr. Kun - disse ela, o mais rápido possível, como se a bomba
pudesse diminuir o efeito se jogada depressa. - e a mãe de Warren Hoyt morreu
poucos dias depois.


Uma pontada
desconfortável espetou Haykito.


- E ainda tem a
namorada dele - continuou McGonagall. -, ela o traiu... Não acho que tenham
sido atos nobres, porém, ele não precisava se matar...


- Ele estava com uma
aparência horrível - murmurou o garoto, taxativamente. -, estava cinza...
parecia doente... ai meu Deus... eu poderia ter evitado!


- Não poderia -
contornou a professora McGonagall, rápida. - ele quis se matar e conseguiu...
hum... por favor, sr.Kun, não se culpe por isso. O que o senhor podia ter
feito, o senhor fez.


- Obrigado,
professora - Ele meneou a cabeça, agradecido e, depois, fechou as pálpebras
dando a conversa encerrada; ouviu o farfalhar do tecido escocês no soalho e,
depois, passos secos até a porta.


- Só gostaria de
pedir para... não se agarrar nos corredores à vistas de todos... hum... por
etiqueta - disse a professora McGonagall, antes de sair e, esgueirou-se porta a
fora, batendo-a ao passar, com um baque surdo.


 


*-*


 


Quando o céu está te
comprimindo

E o inferno parece próximo

Sua respiração já pesa

E seu coração pulsa com dificuldade

Seus pensamentos escoam

Nada faz sentido

Os pássaros sussurram seu nome

Mas nada importa... nada.

Nada.


 


*-*


 


Nota
do autor:


Eu
não sei o que deu em mim quando escrevi esse capítulo, mas de fato eu gostei
dele. Ele tem uma trilha sonora que eu amo³³ e estou muito contente com ele,
embora seja meio... barra pesada, digamos xD~ bem. Fica bem claro que o Andrew
talvez termine de fato com o Haykito. É ele que está lá para ajudá-lo nas
horas difíceis, e momentos tristes como esses. Talvez vocês possam dizer que
ele está agindo de maneira estranha quanto à morte de alguém que ele ao menos
conhecia, mas eu diria que não deve ser muito legal ver uma pessoa viva e vê-la
se atirando pela janela, não é? E depois ainda ver seu corpo lá embaixo XD E
o Haykito já perdeu a mãe e, então, quando vê isso e sabe da história de
Warren Hoyt, que é tão parecida com a dele, ele sente aquela pontada do tipo
"A morte está atrás de mim". Entendem? xD Eu não vou matá-lo
o.o calma... acho que não :* XDDDDD brincadeira... bem... não se sabe né. E o
poema do final? Eu escrevi x]~ Fico por aqui... :* e até o próximo.



 

Pê-éssê: Faz muito tempo que eu escrevi esse capítulo. Muito mesmo e eu
gostei dele xD, bom... enfim... leiam também minha outra fic Brinquedo
Torto
e comentem, ok? Eu escrevi ela esses dias e ficaria muito feliz em
saber a opinião de vocês. Beijos especiais a Beatriz, que me acompanha em
TODAS as fics xD te amo sua coisuda :***** a N.W.Black, que também sempre
comenta e já me acompanha a algumas fics xD e Kurara-chan *-* que há muito
tempo atrás tinha comentado falando que já tinha lido a fic 3 vezes o_o' [omg]
e que deixou um comentário perfeitô! E obrigado a todos [todas seria mais
adequado o.o] que comentam aqui xD amo-as.


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