1 Ano do Recomeço






O hipogrifo bateu uma vez as asas possantes e eles recomeçaram a voar para o alto
, até o topo da Torre Oeste. Bicuço pousou com um ruído de cascos nas ameias do castelo e os garotos escorregaram para o chão.


Sirius, é melhor você ir depressa — ofegou Harry. — Eles vão chegar à sala do Flitwick a qualquer momento, e vão descobrir que você fugiu.


Bicuço pateou o chão, sacudindo a cabeça pontuda.


Que aconteceu com o outro garoto? Rony! — perguntou Sirius rouco.


Ele vai ficar bom. Ainda está desacordado, mas Madame Pomfrey diz que vai dar um jeito nele. Depressa, vai...


Mas Black continuava a olhar para Harry.


Como é que vou poder lhe agradecer...


VAI! — gritaram ao mesmo tempo Harry e Hermione.


Black fez Bicuço virar para o céu aberto.


Nós vamos nos ver outra vez — disse ele. — Você é bem filho do seu pai, Harry...


E, então, apertou os flancos de Bicuço com os calcanhares. Harry e Hermione deram um salto para trás quando as enormes asas se ergueram mais uma vez... O hipogrifo saiu voando pelos ares... Ele e seu cavaleiro foram ficando cada vez menores enquanto Harry os observava... Então uma nuvem encobriu a lua... E eles desapareceram.
 


Encostadona grossa árvore que lhe fazia sombra, localizada no jardim da Toca, Harry terminava de ler o manuscrito do Prisioneiro de Azkaban. A alguns metros dali, Rony fazia o mesmo; uma mão segurava o livro enquanto a outra tentava bloquear os raios de Sol que iam ao seu rosto repleto de sardas.


─ Bons tempos... ─ devaneou Harry.


Cada vez que lia a palavra “Sirius” era como se levasse uma profunda facada no abdômen. Lembrava da morte do padrinho como se fosse ontem. Ele recordava o ocorrido conforme ia lendo o capítulo 22. Aquele dramático flashback passava como um filme dentro dele. O jato de luz atingindo bem no meio do peito... O riso desaparecendo da sua face, os olhos se arregalando de choque; seu corpo descrevendo um arco gracioso e ele mergulhando de costas no véu esfarrapado que pendia do arco, que esvoaçou por um momento como se soprado por um vento forte, depois retomando a posição inicial... E, por fim, o grito triunfante de Belatriz Lestrange...
 


Era o melhor amigo da minha mãe e do meu pai. E é um assassino condenado, mas fugiu da prisão dos bruxos e está foragido. Mas ele gosta de manter contato comigo... Saber das minhas notícias... Verificar se estou feliz...


E, abrindo um largo sorriso ao ver a cara de horror do tio Válter, Harry rumou para a saída da estação, Edwiges chocalhando à frente, para o que prometia ser um verão muito melhor do que o anterior.
 


─ E Nisso marca-se o fim do último ano em que tive sossego sem a volta definitiva dele... ─ disse Harry para si mesmo, assim que concluíra a leitura do último parágrafo.


Mesmo quatro meses depois, o acontecimento do final de ano sempre chegava a ser um de seus pensamentos diários. Ele descobrira que havia pouco a se lembrar dos dias que se sucederam. Era como se ele tivesse passado por coisas em excesso para poder absorver mais alguma; não se sentia assim desde a morte de Cedrico Diggory, quatro anos antes.


O ano novo fora demasiado monótomo para Harry. A volta de Gina e Hermione para Hogwarts tornou o resto de janeiro, fevereiro, março e abril ainda mais enfadonhos. Porém admitia que o treinamento de aurores ficara bem melhor tendo-se agora Rony ao seu lado.


A verdade era que a novidade de Rowling era deveras bombástica para a cabeça dele. Harry nunca imaginaria que algum dia sua história fosse narrada em livros, e muito menos em filmes! Sentia que aquilo tudo estava fugindo do controle. Até porque, segundo Hermione, o termo “adaptação cinematográfica” não constava em nenhuma parte da profecia de Sibila. Joanne nem sequer perguntou o que ele achava antes de dar a sua resposta final para a Warner Bros. Isso era o que mais o intrigava, pois levantava diversas questões ainda carentes de alguma solução: “Será mesmo que Joanne fez a escolha certa ao aceitar a proposta?” “O que Dumbledore acharia disso tudo?” “E se o Ministério for proibir este tipo de exposição do nosso mundo?


Como era de se esperar, o Profeta Diário não se pronunciava sobre nada relacionado a isso, nenhuma reportagem era feita. Eles certamente queriam omitir a nova e atípica realidade que o mundo mágico estava presenciando. Essa atitude soava um tanto quanto esquisita, tendo em vista que a grande maioria da sociedade bruxa já tinha conhecimento sobre quem era J.K. Rowling. E isso muitas das vezes chegava a ser irônico, pois para muitos, o nome de Joanne se tornara o novo tabu substituto do de Voldemort, sempre quando era mencionado nas conversas cotidianas. É por isso que não era tão difícil encontrar gente na rua dizendo coisas do tipo “Você já leu o segundo livro de Você-Sabe-Quem? É estupendo! Soube que o próximo será lançado no meio deste ano...”. E com o intuito de poderem comprar os livros sem a desconfiança de terceiros, alguns bruxos passaram a se caracterizar de trouxas e irem até as livrarias normalmente, como se estivessem indo comprar um livro de feitiços qualquer no Beco Diagonal.


De qualquer forma, naquelas circunstâncias, Harry percebera que não adiantava começar a se preocupar e focar apenas no lado negativo. Ele resolveu portanto, adotar o mesmo conselho que Hagrid lhe dera assim que Voldemort havia retornado. O que tiver de ser, será... E ele teria que enfrentar o que fosse quando viesse.


─ Essa frase seria perfeita para o fim do quarto livro... ─ pensava ele em voz alta, anotando com um lápis no rodapé da última página como forma de lembrete.


Iludido é quem pensa que esta era a única aflição que Harry possuía. Já se encontravam na última semana do mês abril e só havia um assunto com o qual as famílias Weasley e Delacour debatiam entre si: a gravidez de Fleur. Ninguém se esforçava em esconder tamanha angústia que sentiam no atraso da vinda do neném. Não precisava ser um médico trouxa para saber que 41 semanas de gestação é um caso arriscado e que requisita bastante atenção.


Em contrapartida, os pais de Fleur, que haviam se hospedado na Toca já há duas semanas, demonstravam uma espantosa tranquilidade. Apolline, a mãe, dizia que isso tudo era normal, pois a filha também chegou a demorar quase onze meses para nascer. Sua justificativa para tal caso era a descendência veela. Segundo ela, as veelas são naturalmente mais demoradas no período de gravidez que os seres humanos. Isso porque, além dos nove meses para o crescimento, elas ainda ficavam um tempo a mais para que houvesse o desenvolvimento da “excepcional beleza”, a principal característica das veelas e meio-veelas. E mesmo as últimas duas gerações da família não terem sido genuinamente puras, o filho de Fleur seria então porventura uma menina, o que se encaixaria perfeitamente na teoria da Sra. Delacour.


O fato é que esse bebê será o meu primeiro netinho! Nada mais justo que eu te auxilie em qualquer momento que necessite de mim.” esta sempre era a alegação que a Sra. Weasley dizia quando Fleur reclamava de ser repreendida em tudo o que comia.


─ E eu achando que a fase dessas duas brigarem tinha passado desde o pré-casamento... ─ reclamou Rony indo para debaixo da árvore junto de Harry, buscando fugir do alvoroço que as duas faziam na cozinha. ─ Agora pra piorar, temos a mãe e o pai de Fleur aqui também... Maldito N.I.E.M.s que obrigou Hermione a ficar confinada estudando em Hogwarts em pleno feriado de Páscoa... Ah... Eu não sei se vou aguentar isso por muito mais tempo...


─ Paciência. Já está acabando... Ei, o que é isso que você tanto fica mexendo nesse bolso? ─ quis saber Harry, não tirando os olhos da mão de Rony, que ia cada vez mais adentro da calça jeans surrada.


─ Ué, não consegue adivinhar? ─ Rony se acomodou sentando-se ao lado do amigo sobre as secas raízes e grama verde. Logo em seguida, retirou a tal coisa do bolso e abriu a mão.


─ Oba! Sapos de chocolate!


─ Mas não são quaisquer sapos de chocolate... Foram fabricados em homenagem ao aniversário de um ano da batalha, que está chegando. Agora a minha coleção está completa!


Harry pegou um da mão de Rony; abriu-o rapidamente e puxou a figurinha. Por uma fração de segundos, ele sentiu-se estar olhando seu próprio reflexo em um espelho.


─ Não acredito! Esse sou...?


─ Sim! É você! ─ afirmou Rony rindo. ─ Olha, tem mais! ─ ele abriu os outros dois que estava segurando. ─ Viu só? Sou eu! E esse outro aqui tem a Hermione!


─ Isso é fantástico! ─ disse ele ao virar o verso da figurinha para que pudesse ler a seu respeito:
 


Harry James Potter, futuramente auror.


É provavelmente o bruxo mais famoso e influente da atualidade. A sua característica física mais notável de Harry é a cicatrizem forma de raioem sua testa, que lhe foi dada ao receber a maldição que deveria tê-lo matado.Seu maior feito foi ter derrotado ninguém menos que Lord Voldemort, em 1998, quando conseguira com absoluto sucesso, encontrar e destruir as oito horcruxes (sendo ele mesmo uma delas). Fez parte da conhecida Ordem da Fênix e da Armada de Dumbledore. Possui uma grande amizade com Ronald Weasley e Hermione Granger, unidos compõem o chamado “trio de ouro”. Potter é fanático por Quadribol e, quando ainda estudava em Hogwarts, era o apanhador da Grifinória, tendo sido capitão em seu sexto ano letivo.
 


─ Esse texto me descreve melhor que o livro inteiro da Rita Skeeter. ─ falou ele rindo. ─ O que tem escrito no seu?


─ Nada de muito especial. A diferença mais considerável, em relação ao seu, é que sou “Considerado um dos melhores jogadores de xadrez de bruxo dos tempos atuais”. Nem eu sabia dessa! ─ brincou Rony. ─ Olha o da Hermione: “É extremamente inteligente e dedicada no que faz. Está estudando em seu último ano na Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts. Granger é quase uma especialista em viagens no tempo, sendo considerada a principal responsável pelos livros trouxas que contam a história verídica de Harry James Potter e o mundo da Magia. (...)


Aquelas palavras atingiram Harry como se fossem um soco.


─ Como se atreveram em por uma coisa como essa?! Eles podem fazer isso? Nós tínhamos falado para o Kingsley que não queríamos, em hipótese alguma, expor esses livros para o nosso mundo!


─ Eu não me lembro de ter dito isso, mas os bruxos não são bestas, né Harry? Uma hora ou outra eles descobririam. Não havia como esconder isso por muito tempo... E você queria o quê? Que usássemos Confundus em todo mundo, é?


─ Hum... Até que não é uma má ideia...


─ HARRY!


─ Tá bom, tá bom... Esquece o que eu disse, foi mal...


─ Foi péssimo! ─ replicou Rony, soltando uma interjeição de descontentamento.


─ É que ultimamente eu ando ficando estressado quando mencionam... Bem, você sabe...


─ E você acha que eu não fico também?! Pelas barbas de Merlin... Só quero ver o que falarão quando contarmos sobre esses filmes...


─ Ai, nem me diga... Eu sei somente de uma coisa: A Hermione vai ficar uma fera quando for ler isso dela...


─ Bom, e eu tenho mais uma notícia para você. ─ informou Rony, mudando totalmente de assunto.


─ E qual é?


─ O Ministério declarou que, a partir desse ano, todos os dias 2 de maio serão feriados.


─ Ah, mas isso não vai fazer diferença esse ano. Será em um domingo...


─ Pare e pense. Não percebe o que isso significa? Gina e Hermione vão vir para cá passar o fim de semana! ─ exclamou Rony animado.


─ Tá falando sério?! Puxa, que ótimo! ─ disse Harry empolgado. ─ Mas e aí? O que comprou de presente para ela? Sabe que não pode dar algo qualquer...


─ Tem razão. Se eu esquecesse do nosso primeiro aniversário de namoro, acho que ela nunca mais me perdoaria... Estive pensando em algo simples e ao mesmo tempo simbólico. Por isso arrecadei todas as minhas economias do que ganhei na loja trabalhando para Jorge e comprei uma pulseira de ouro e prata. Nada muito extravagante, é claro... Até porque não combina com ela... Mas sei lá... Eu apenas achei que... Após todas as mágoas que ela teve por culpa minha, ela merecia algo assim, desse porte... Na verdade, ela merece muito, muito mais... Se eu pudesse, daria o mundo inteiro para ela... É... Eu daria mesmo. ─ respondeu ele absorto, erguendo a cabeça para observar o bonito cenário das nuvens refletindo no vidro do lado de fora da estreita janela de seu quarto.


A completação de exatos trezentos e sessenta e cinco dias decorrentes do desfecho triunfante da guerra bruxa pareceu não agradar nenhuma pessoa da Toca. Afinal não fazia apenas um ano da glória de ter vencido o temido adversário e seus discípulos. Mas fazia também um ano de muitas mortes, de dolorosas perdas. O feriado naquele segundo dia do mês de maio não serviu com o intuito de celebrar, muito pelo contrário, ele foi criado para que nunca se esqueçam do quão desastroso e cruel pode ser um combate mágico entre feiticeiros. A Sra. Weasley aparentava ser a mais abatida entre todos. Percy, Gui e o Sr. Weasley tentavam consolá-la de várias maneiras, mas os mesmos não conseguiam conter o próprio pranto. Jorge acordou tarde; não queria conversar ou trocar olhares com absolutamente ninguém, preferindo ficar isolado de tudo e de todos. Os pais de Fleur não largavam a filha em nenhum instante, achavam que assim ela se sentiria mais confortável. No entanto, estavam redondamente enganados.


Se fosse feita uma análise climatológica, seria dito que o tempo estava relativamente comum. O dia havia amanhecido parcialmente nublado, tendo-se até uma possibilidade de chuva, porém essa hipótese foi descartada quando, perto do meio-dia, avistou-se o Sol saindo de trás das nuvens. Já no ponto de vista de Harry, o tempo não poderia estar mais propício para ser um daqueles tristes e nostálgicos domingos de primavera. Hermione e Rony acharam melhor não expressarem qualquer indício de satisfação ou alegria pelos doze meses de relacionamento, em respeito e consideração aos demais.


─ Você não acha melhor ir ver como Jorge está? ─ perguntou Hermione para Rony, os dois sozinhos no jardim. ─ Estou ficando angustiada. Ele nem desceu para almoçar.


─ Meu amor, eu já te falei que...


─ AAAAAAAAAAAAAAAAAAH!


─ O que foi isso?!


─ Não sei. Parece que veio de dentro da Toca, mas o que será que... Essa não!Fleur! ─ Rony e Hermione correram para dentro em direção ao quarto em que ela e os pais estavam. No caminho deram com Harry e Gina também indo descobrir o que tinha acontecido. Os quatro aceleraram o passo e subiram a escada sem demora.


A cena com a qual se defrontaram ao chegarem era intensamente chocante. Fleur pressionava a barriga contra si mesma; seu rosto expressava dor e uma agonia insuportável. Seu pai e sua mãe, cada um tentava de alguma forma amenizar seu sofrimento evidente.


─ A bolsa estourou! O bebê vai nascer! A bolsa estourou! ─ gritava Fleur o mais alto que podia, seu rosto pingando de tanto transpirar e lacrimejar. ─ Chamem Molly, por favor! Preciso da ajuda dela aqui comigo! RÁPIDO!


Harry e Rony atenderam o seu pedido desesperado, deixando Gina e Hermione no quarto para fazerem companhia a ela. Eles então, desceram imediatamente as escadas em alta velocidade.


─ Mãe, depressa! ─ chamou Rony, aos berros, mal entrando na sala.


─ O que é que houve, Rony? ─ indagou a Sra. Weasley ao olhar o espanto esboçado nos rostos de ambos.


─ Vocês não escutaram ela gritando?! ─ falou Harry esbaforido. ─ Enfim, não dá tempo pra explicar, apenas nos sigam! Parece que chegou finalmente a hora...


─ Por Merlin... Então o que estamos esperando?! Vamos! ─ exclamou o Sr. Weasley, levantando-se rapidamente de sua poltrona.


─ Ah não, pai... Ela quer somente a minha mãe. ─ advertiu Rony.


─ Bom, se é assim... Então... Se precisarem de ajuda, é só nos chamar. ─ disse Gui tentando demonstrar ser compreensivo, quando visivelmente não estava sendo.


─ Ficaremos aqui de prontidão. ─ comunicou Percy aos três, que já iam se retirando.


Enquanto isso, Apolline se esforçava em dar dicas que pudessem apaziguar o estado de Fleur, que por sua vez, lutava para conseguir continuar deitada na cama. Ninguém nunca a havia visto tão espantosamente nervosa. Gina e Hermione, mesmo não tendo qualquer experiência naquele tipo de situação, ajudavam-na no que podiam.


Prêste attention querrida, nôs vamus fazerr assín... Primerro, vous inspirre... E dipois expirre... ─ aconselhava a Sra. Delacour, parecendo estar ainda mais nervosa que a filha.


─ Fique calma... É só uma questão de tempo para os meninos voltarem com a Sra. Weasley. ─ falava Hermione com a voz trêmula.


─ NÃO ME MANDE FICAR CALMA! AS CONTRAÇÕES ESTÃO FICANDO CADA VEZ MAIS FORTES... ONDE ESTÁ MOLLY QUE NÃO CHEGA?! EU NÃO AGUENTO MAIS ESPERAR POR ELA! DÉJÀ ASSEZ! Maman, leur dire de partir! Vous aussi, papa, sil vous plaît. Permettez-moi avec ma mère et Molly. Je ne veux pas nimporte qui, mais eux! Je vous prie! ─ aparentemente, dialogar em francês era a única saída que Fleur encontrava quando queria conversar apenas com a sua mãe, ou quando estava aborrecida demais para que os outros compreendessem seu dialeto. Naquele caso em especial, encaixavam-se as duas razões.


─ O que você acha que ela quis dizer? ─ cochichou Gina no ouvido de Hermione, preocupada.


─ Bom, mesmo eu só tendo visitado a França uma vez nas férias há uns seis anos, ainda sei um pouco da língua deles... E pelo que eu entendi ela não quer que fiquemos mais aqui...


─ Oh, então é melhor nós sairmos antes que ela se exploda de tanta fúria... ─ disse Gina embaraçada.


Entretanto, quando as duas garotas e o Sr. Delacour estavam prestes a deixar o aposento, eis que surgem a Sra. Weasley, Harry e Rony.


─ ATÉ QUE ENFIM! ─ Fleur soltou uma interjeição de imensa exultação ao reparar na entrada deles no quarto. ─ Por que foi que vocês não aparataram? Ai, esquece, não faz mal. O importante é que chegaram.


─ Tem certeza que quer tê-lo aqui, Fleur? ─ perguntou a Sra. Weasley, ao mesmo tempo em que limpava o rosto cheio de suor da nora.


─ Sim. Não dá mais tempo de irmos a nenhum lugar. A hora é agora!


─ Ok, está certo. Rony, Gina, Harry, Hermione e Monsier, se precisarmos de socorro, nós os chamaremos. ─ ao ter dito isso, ela fechou bruscamente a porta.


Aquilo tudo que acontecia era muito novo e diferente de tudo o que Harry havia imaginado. Nunca pensou que fosse tão difícil e complexo o ato de “dar a luz”. E ele, de modo tão inocente, achava que já tinha visto de tudo na vida. Mas de uma coisa ele tinha plena certeza: nunca, nem em um milhão de anos, autorizaria Joanne a narrar o parto de Tonks no sétimo livro...


Foram transcorridas várias horas resumidas em muita tensão por parte de todos que aguardavam fora do quarto. Houve momentos em que Gui forcejava adentrar porque não suportava mais ouvir os escândalos de Fleur sem poder tomar alguma providência, mas era sempre repreendido por Harry e Rony, que faziam guarda juntos de Gina e Hermione.


O céu já se encontrava em seu crepúsculo quando ouviu-se o mais alto berro de Fleur dado desde então, seguido por um curto silêncio. E no instante em que menos se esperava, aconteceu. A choradeira incessante do recém-nascido invadira os ouvidos de todos na Toca.


─ É uma linda menina! ─ anunciou a Sra. Weasley com um sorriso de orelha a orelha, depois de abrir subitamente a porta.


Gui fora o primeiro a entrar. Não demorou muito para que todos os que estavam fora fizessem o mesmo. Houve suspiros de alívio, guinchos de alegria e parabenizações ao casal. A criança, tendo acabado de ser limpa pela avó materna, foi-se rumo ao colo da mãe, evidentemente exausta, e, em seguida, para os braços de seu pai, bastante orgulhoso.


─ Vocês decidiram qual vai ser o nome? ─ quis saber o Sr. Weasley sorridente.


─ Eu e Fleur pensamos muito sobre em que nome dar. Confesso que quase perdi as esperanças depois de tanta espera pela vinda de nossa filha... Mas agora eu percebo o porquê da demora. Todo esse tempo valeu muito a pena! E é por isso que, em homenagem ao dia de hoje e à sua querida avó, quero que conheçam a mais nova integrante da nossa família: Victoire Apolline Weasley!


Todos aclamaram e ovacionaram a pequenina Victoire prazerosamente. Molly e Apolline fracassaram na tentativa de não chorarem mais do que já haviam chorado. Até mesmo Jorge resolveu sair do seu enclausuramento para poder participar da celebração e unir-se a eles. Ao notar a chegada do irmão, Gui caminhou até ele e deu-lhe um forte abraço; a melancolia que sentira anteriormente parecia nunca ter existido.


─ Você aceita ser o padrinho dela? ─ ele perguntou, quando soltou Jorge.


─ E-eu? ─ gaguejou ele, comovido.


─ Você, é claro. Fleur concorda, ninguém melhor...


─ Eu... Sim... Caramba... É uma honra!


Jorge se sentia tomado de surpresa, assombrado, deliciado; agora o Sr. Delacour estava correndo para buscar o vinho que guardava justamente para quando ocorresse o nascimento de sua neta. Logo encheram-se todas as taças; eles levantaram e ergueram-nas em um brinde. Felicíssima, a Sra. Weasley descia as escadas paracomeçar a preparar, segundo ela, “O melhor jantarjá feito!” (e de fato fora, na opinião de todos que foram interrogados pela mesma, quandoesta recolhia os pratos vazios para lavar).


Depois de terem jantado, Harry, Gina, Rony e Hermione despistaram-se das atenções de todo o pessoal e fugiram às escondidas. Eles foram direto para a colina que proporcionava uma excelente visão da vila de Ottery St. Cachopole. Lá daquela altura, mesmo com o ambiente já se encontrando em estado noturno, era possível ver o povoado com aquela coleção de casinhas de brinquedo e suas folhas no topo das árvores, que ofereciam proteção contra os olhos de trouxas.


─ Querem saber de uma coisa? ─ falou Harry para os demais; os quatro haviam se deitado na fresca relva do monte. Eles agora admiravam o infinito número de estrelas que brilhavam e contrastavam com o céu negro.


─ O quê? ─ indagou Gina curiosa.


─ Não importa o que digam. Que se dane o 1 de janeiro! Se dependesse de mim, o ano novo seria sempre comemorado no dia 2 de maio, a data que marca um ano do recomeço.

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Comentários (1)

  • Bia Ginny Potter

    Será q faz tempo q eu n comento? N sei, eu sempre pego na prévia, parece q n vem notificação daí qdo eu chego no capítulo já ta valendo a pena esperar o próximo e sla... acho q é mais ou menos isso q acontece. Enfim, q cap foda *-* E manda o Harry cagar, trouxas merecem filmes fodas como Harry Potter u.u Mas eu entendo a preocupação dele, na vdd a Jo, a Hermione e ele devem estar quebrando meio código de sigilo, no mínimo. Victorie nasceu, acho q ela é a única weasley não ruiva agr haha E no futuro, será ela e o Ted *-* Aliás, eu amo o Ted, deve ser tão legal isso de poder ficar mudando a cor do cabelo e o seu formato... Agr eu to com uma dúvida sobre o cap 3, o Harry compra uma varinha nova, mas ele n concerta a antiga varinha dele com a varinha das varinhas? Pelo q me lembro é assim. No fim vc n colocou o presente do Rony :v Qro saber oq é .-. Ah, eu sou a BiiaTS do spirit.

    2014-04-26
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