Uma Weasley do Futuro






Na manhã do dia seguinte, Harry, Rony e Hermione tinham acordado bem cedo e estavam dispostos a finalmente enviarem uma carta com destino a Joanne Rowling. Entretanto, eles encontravam um pouco de dificuldade em fazer isso:


─ Mas eu nem sei por onde começar, Hermione! ─ dizia Harry confuso.


─ Ah, por Merlin! Até parece que você nunca escreveu uma carta para alguém!


─ Para uma trouxa? Nunca! É a minha primeira vez!


─ Vocês querem que eu escreva? ─ perguntou Rony, parecendo entediado ao encarar os dois.


─ Não, Rony. Tudo bem, deixe-me escrever... Já que Harry acha que existe alguma diferença entre os trouxas e os bruxos quando o assunto é a maneira de se escrever uma carta. ─ disse Hermione, expressando indignação.


─ Eu não disse isso! ─ protestou ele em tom elevado. ─ E serei eu que vou escrever esta maldita carta! Consegui pensar em algo para dizer.


Ele se sentou na cadeira na ponta da mesa da cozinha. Sobre ela, encontrava-se um papel em branco e uma pena de cor escura ao seu lado. Harry pegou-a, segurou firmemente em sua mão epara então começar a escrever:
 


Querida Jo,


Como está? Jessica está bem? Espero que as duas estejam. Para mim, faz apenas algumas semanas que não mantemos contato, mas sei que para você já se passaram mais de dois anos!


Bom, há certas coisas que eu queria te dizer que não passou pela minha mente em mencioná-las quando tive a oportunidade de te visitar. Você está ficando cada vez mais famosa no mundo trouxa e daqui a pouco no meu mundo também. Por isso existem tópicos que preciso abordar com você que são de suma importância para que nosso segredo continue em total sigilo.


Gostaria de saber se você, eu, Rony e Hermione poderíamos nos encontrar mais uma vez na tarde deste próximo domingo, dia 31, para que possamos te contar o nosso terceiro ano com mais riqueza de detalhes. Eu pensei em algum lugar tranquilo em Londres como o Hyde Park, o que você acha? Aguardo sua resposta.


Um grande abraço de seu amigo Harry.


P.S.: Feliz aniversário bem atrasado!
 


─ Afinal o que você quer conversar com ela? ─ quis saber Hermione curiosa.


─ Nada de tão impressionante. Vocês saberão quando eu for contar a ela.


─ Mas você acha que ela vai conseguir ler e retornar a mensagem com uma resposta a tempo? ─ perguntou Rony.


─ Ah, qual é. Nós moramos longe de Jo, mas nem tanto assim. Além disso, acho que já está na hora de testar a velocidade no voo de Rustie, não é mesmo?


Harry foi até onde estava a sua nova coruja que Hagrid lhe dera de presente. Ficou passando levemente a mão sobre a cabeça dela, acariciando-a. Depois colocou a carta perto de seu bico para que pudesse pegá-la.


─ Entregue para Joanne Rowling e espere até que ela termine de responder no verso do papel, está bem?


Rustie olhou para Harry com aqueles olhos grandes e amarelos por alguns instantes para, em seguida, abrir as asas e voar suavemente pelo ar matinal.


Foi uma grande surpresa para os três. Até mesmo para Harry. Nove horas. Apenas nove horas depois e ela já havia retornado À Toca! O Sol ainda nem havia se posto no horizonte quando Rustie pousara em cima do ombro de Harry com a carta presa em seu bico. Ele estava jogando xadrez de Bruxo na sala com Rony enquanto Hermione lia um livro comprado no Beco Diagonal no dia anterior.


─ O que está esperando? Abra logo! ─ disse Rony, parecendo estar mais ansioso que ele.


─ Está bem, está bem. ─ falou Harry, dando uma última carícia em Rustie. ─ Muito obrigado, você foi incrível. Pode ir descansar agora, se quiser.


Ele abriu o envelope e pegou o papel que escrevera anteriormente. Os dois versos agora se encontravam escritos. Sem delongas, Harry começou a proferir em voz alta:
 


Olá, Harry,


Eu e Jessica estamos ótimas! Seria um imenso prazer encontrá-los novamente. Diga a Rony para ficar tranquilo porque desta vez levarei um bolo de chocolate delicioso só para ele!


Sobre o lugar, por mim tudo bem. Podemos usar a “Esquina do Orador” como ponto de encontro às 14 horas.


Espero ansiosamente por domingo.


Um grande beijo de sua amiga Jo.
 


─ Que fofa! Pelo menos não vou ter que aturar você reclamando de sua fome, Rony. ─ Hermione ria.


─ Muito engraçado, estou morrendo de rir. ─ ironizou Rony. ─ Afinal onde é essa tal “Esquina do Orador” que eu não conheço?


─ É no nordeste do Hyde Park. Lá qualquer cidadão pode discursar criticando qualquer um, com exceção da Família Real e do governo inglês. Os oradores têm de estar sobre um caixote ou tablado pois, segundo a tradição britânica, eles não podem estar sobre solo inglês. Por isso se eles não estiverem pisando no chão, estarão isentos das leis e tradições britânicas. ─ respondeu Hermione como de costume para Rony. ─ Eu já passei por lá com meus pais quando era pequena, é bem interessante...


─ De todo modo nós temos que avisar a sua mãe, Rony... Sabe como ela fica quando não avisamos onde vamos. Afinal a partir de agora não viajaremos mais no tempo. Nós a visitaremos no presente! ─ exclamou Harry empolgado.


─ Tem razão. Depois eu conto. Ah, Agora não temos mais desculpas para não trazer a Gina com a gente...


─ Caramba, verdade. Isso não tinha passado pela minha cabeça. E agora? Nós vamos levá-la? ─ perguntou Hermione a Harry.


─ Óbvio que sim! Será fascinante ver as duas se conhecendo...


─ Desculpem-me ficar escutando atrás da porta, mas... Não vai dar para eu ir com vocês. ─ falou Gina, entrando subitamente na sala mal iluminada.


─ Ora, por que não? ─ quis saber Harry, ainda se recuperando do susto que a garota dera nos três.


─ Eu pensei bastante à respeito disso enquanto vocês estavam visitando ela há algumas semanas... e percebi que... ainda não é a hora adequada de conhecê-la pessoalmente.


─ Mas como você sabe isso? Quando será essa hora certa? ─ indagou Harry indignado. ─ Ah... Esquece disso! Vem com a gente, por favor. ─ suplicou.


─ Não sei como nem quando, Harry. Só sei que não é agora. Confie em mim. E sei o que estou fazendo. Apenas sinto que esse domingo que vem não é o momento certo destinado a conhecê-la. Podem me compreender? ─ perguntou Gina, sem demonstrar qualquer emoção.


─ Tudo bem, então... Se deseja isso, não vou te obrigar a mudar de ideia. ─ falou Harry, sentando no sofá ainda inconformado.


─ É realmente uma pena que você não vá conosco, mas se você não acha oportuno, nós não ficaremos chateados. Certo, Rony? ─ disse Hermione, chamando-o atenção.


─ O quê? Ah, sim. Está tudo bem, Gina.


─ Mudando de assunto. Soube que você está com dificuldade em arrumar a sua mala... Quer ajuda?


─ Oh, sim! Obrigada, Mione. Eu estava realmente precisando de alguém. E como mamãe está sempre ocupada... Enfim, vamos. Se nos apressarmos, terminaremos antes do jantar ficar pronto.


As duas saíram rapidamente, deixando Rony e Harry sozinhos na sala.


─ O que você acha que deu na Gina para agir assim? ─ perguntou Harry a Rony.


─ Não faço a mínima ideia, sinceramente... Mas conhecendo ela, com certeza deve ter uma boa razão para ter escolhido fazer isso.


─ Nisso você está certo. ─ concordou Harry. ─ Ei, espera... Agora que me liguei. Não terminamos o nosso jogo!


─ É mesmo! Até tinha me esquecido. Hum... Deixa eu ver... Lembro que estava na minha vez até que Rustie apareceu e tirou a minha atenção... Ah é! Xeque Mate! ─ exclamou Rony, rindo à beça. ─ Boa sorte na próxima vez, Harry.


─ Ha-ha-ha. Engraçadinho você, Ronald Weasley. Isso não vale, quero revanche!


Passaram-se três dias para finalmente domingo chegar. Harry, Rony e Hermione já tinham terminado de almoçar. Eles estavam fazendo os últimos preparativos para a viagem.


─ Mais uma vez vocês se metendo em perigo visitando essa mulher... ─ dizia a Sra. Weasley angustiada.


─ Mãe, eu acho que já te falei isso umas trocentas vezes: não viajaremos no tempo. Nós vamos visitá-la agora, no presente. ─ informou Rony sem paciência.


─ Mesmo assim, meu filho. Desde que você era pequeno, eu sempre te alertei dizendo para não se meter com trouxas. E agora você faz isso comigo! Eu só os deixo ir pois sei que tudo isso é passageiro e que em uma hora ou outra, vocês irão se mancar e ver que esses livros não vão levá-los a lugar nenhum... Vocês sentem falta das tantas aventuras que viveram no passado e creem que, visitando frequentemente essa mulher, conseguirão compensar esse vazio que está dentro de vocês...


─ Tá bom, mãe, tá bom. Não quero discutir. Já estamos indo, ok?


─ Ok...


─ Ah, Sra. Weasley. Não se preocuope, mas desta vez não voltaremos instantaneamente como da última vez. Devemos demorar algum tempinho. Portanto, nos vemos mais tarde. ─ falou Hermione, dando-a um abraço.


─ Até depois, Sra. Weasley. O almoço estava delicioso. ─ disse Harry, também abraçando-a.


─ Tenham cuidado. É a única coisa que lhes peço.


Pode deixar. ─ responderam os três juntos.


Eles seguraram firme nas mãos uns dos outros. Hermione se concentrou com todas as forças naquele vasto parque, localizado bem no centro de Londres. As mãos de Harry e Rony apertaram as de Hermione ainda mais quando penetraram a escuridão compressora, e, segundos depois, os pés dos três tocaram na grama verde e bem cortada. Enfim, abriram os olhos.


Diferente da última viagem, desta vez era de dia e o Sol brilhava forte naquela tarde de domingo. Portanto, eles contavam com a presença de muitos trouxas caminhando por todo o parque que, por sorte, não notaram a repentina aparatação de três jovens bruxos.


─ Bom, sendo a única que sabe o caminho, me sigam! ─ falava Hermione apreensiva para os dois.


O trio seguiu um pequeno trajeto pelas estreitas ruas do parque até chegarem ao local marcado. Ainda estavam quinze minutos adiantados. Harry ficou observando atentamente as árvores e o imenso espaço verde que invadia por completo a sua visão panorâmica. Lembrou-se que já havia ido naquele parque uma vez com os Dursley, quando era bem pequeno.


─ O FIM DO MUNDO ESTÁ PRÓXIMO, EU VOS DIGO! NOSTRADAMUS NUNCA MENTIU! TUDO O QUE VOCÊS CONHECEM ESTÁ PARA SE ACABAR NO ANO DE 2000. ACREDITEM EM MIM! ─ berrou um homem desconhecido, que se encontrava perto deles.


─ Que susto. ─ falou Rony em tom baixo. ─ Esse cara aí me dá medo.


─ Ali está ela! Olhem! ─ gritou Hermione apontando para uma mulher loira, que vinha em sua direção segurando uma grande cesta de piquenique em uma das mãos. ─ Ela já nos avistou.


─ Hermione! Rony! Harry! ─ exclamou Joanne, cumprimentando os três um por um. ─ Não fazem ideia da saudade que senti de vocês... Ah... Acho melhor procurarmos um lugar mais calmo e silencioso para que possamos conversar melhor... ─ disse ela, olhando de esguelha para o homem que continuava a importuná-los com seus gritos.


Não bastou muito tempo de busca para que achassem um local adequado embaixo de uma majestosa árvore de carvalho. Joanne pegou uma comprida toalha estampada de dentro de sua cesta e forrou o chão para que os quatro pudessem sentar confortavelmente.


─ Acho que daqui a pouco não poderemos mais sair em público desse jeito, Harry, de acordo com todo este sucesso que está dando a sua história. ─ falou Joanne, dando um enorme sorriso. ─ Então, a que devo a honra de poder encontrar mais uma vez o meu trio de ouro predileto?


─ Bom, Jo. Primeiramente queria me desculpar pela ausência de Gina... Eu realmente queria que ela te conhecesse. ─ disse Harry com a voz triste.


Pela primeira vez desde quando se encontraram, Joanne demonstrou seriedade em seu rosto, tirando sua animação.


─ Ah, sim... certo... conhecer a Gina... ─ falava Joanne estranhamente aturdida.


─ Há algo errado? ─ quis saber Hermione preocupada.


─ Não, não é nada. É que... bem... quem quer bolo?


─ Eu! ─ exclamou Rony rapidamente, erguendo um dos braços.


Hermione e Harry o olharam com rispidez. Ele, por sua vez, pareceu ter reconhecido o vexame dado e retornou a abaixar o braço.


─ Por favor. Conte-nos, Jo. Por que ficou assim depois de termos mencionado o nome dela? ─ quis saber Hermione.


─ Me desculpem... Eu não queria contar a vocês tão precocemente, mas...


─ O quê? ─ perguntaram os três, mutuamente extasiados.


─ É que... Eu já conheci a Gina.


Harry, Rony e Hermione se encararam extremamente apavorados com o que acabaram de ouvir. Não conseguiam dizer nada. Harry até queria perguntar “Como? Quando? Por quê?”, mas não foi necessário, pois Joanne respondeu:


─ É muito difícil de se explicar. Eu não conheci a mesma Gina que vocês conhecem. ─ disse Joanne. ─ Foi logo depois de Hermione vir falar comigo pela primeira vez, em 1990. Acontece que... Bem... Ah meu Deus, eu vou ter que contar... ─ Joanne fez uma breve pausa, respirou fundo e continuou a falar:


─ A Gina de 2017 usou o Vira-tempo para vir me contar como deveria ser o epílogo do sétimo livro. E eu já o tenho escrito desde então. Mas não adianta me perguntarem o que acontecerá com vocês no futuro porque eu definitivamente NÃO IREI DIZER! Só poderão descobrir quando o livro for lançado.


─ Pelas... barbas... de Merlin! ─ exclamou Harry completamente surpreso. ─ Quando eu acho que já ouvi e vi de tudo na minha vida... Como é que uma coisa dessas pode acontecer?


─ Todo nós temos segredos, querido Harry. ─ disse Joanne, voltando agora a esboçar um ligeiro sorriso em seu rosto.


─ Eu concordo, mas... Uau! O fato de que uma Gina do futuro veio até você e te conta tudo o que acontecerá em nossas vidas nos próximos dezenove anos é bastante... Bastante assustador e... Esquisito. ─ falou Hermione impressionada. ─ Acho que depois dessa eu preciso beber alguma coisa...


─ Ah, querida, eu trouxe suco de abóbora, aceita? Vai te acalmar um pouco. ─ perguntou Joanne.


─ Ai, sim. Obrigada!


─ Afinal a “Gina atual” sabe alguma coisa sobre isso? ─ indagou Rony, que parecia ser o mais calmo dos três.


─ Eu acredito que não, Rony. Acho que o que ela disse anteriormente foi puro instinto mesmo... E não se enganou. A hora certa para conhecer Jo não seria hoje, e sim daqui a muitos anos... ─ falou Hermione, depois de beber um gole do seu suco.


─ Depois de uma notícia como essa, até chega a ser desanimador contar o motivo pelo qual nós vimos... ─ disse Harry. ─ Mas enfim. Jo, você já vendeu centenas de exemplares só com o lançamento destes dois primeiros livros...


─ E a partir de amanhã, eles venderão ainda mais! ─ interrompeu Joanne contente.


─ Por que esta certeza? ─ perguntou Hermione sem entender.


─ Porque... Bem... É que vocês não me acompanharam durante todo o processo de publicação da Pedra Filosofal... Foi muito difícil mesmo. Eu só tinha dois nomes de agentes literários. O primeiro devolveu os originais do livro muito rapidamente, e o segundo faria o mesmo se a mão de Briony Evens, funcionária de Christopher Little, não tivesse resgatado o manuscrito da caixa de devolução. Briony pediu autorização do chefe para tentar publicar o livro, e então me escreveu pedindo o restante do livro. Muitíssimo feliz, eu enviei a ela o restante. Depois disso, mais de dez editoras recusaram. Sempre me davam a mesma resposta. Que era um livro grande demais para ser lido por crianças...


─ Absurdo! Eu com sete anos já lia livros com o dobro de grossura! ─ replicou Hermione revoltada.


─ Eu sei, Mione, eu sei... Mas, infelizmente, a maioria das crianças e adolescentes não leem com muita frequência. Isso é fato. Um fato bem decepcionante, porém é a realidade em que vivo... Enfim, depois de tantas tentativas, eu quase cheguei a desistir. Fiquei muito desanimada para continuar insistindo. No entanto, o meu sonho de infância em me ser escritora e ter o meu próprio livro publicado falou mais alto que o meu medo de fracassar. Foi aí que os originais foram parar na Editora Bloomsbury, nas mãos de Barry Cunningham, o coordenador da recém-criada, e não tão prestigiada, divisão de livros infantis, que decidiu publicar o meu livro. Aparentemente, essa decisão também foi influenciada pela Alice Newton, filha do diretor executivo desta editora, que gostou do livro. Mas eu não tenho certeza se isso é ou não verdade... Eu recebi £2,500, e Cunningham sugeriu um nome mais neutro para evitar que meninos evitassem a obra de uma mulher... Sim, eu sei. Este é outro fato desapontante existente no meu mundo... Por isso, decidi levar o pseudônimo J.K. Rowling. E enquanto este não era publicado, consegui um emprego na Academia de Leith, como professora de francês, e uma bolsa do Conselho Escocês de Artes, que por sinal me ajudou muito nas minhas despesas. Bom, diante disso tudo que falei, o ponto onde eu quero chegar é: amanhã, dia 1, serão lançadas as edições já traduzidas nos Estados Unidos! Não é fantástico? Nunca pensei em ter algo escrito por mim sendo distribuído na América.


─ Nossa, isso é inacreditável mesmo! Os americanos vão conhecer a nossa história... ─ falou Harry, maravilhado consigo mesmo.


─ E isso é só o começo. Vejam a ilustração dessa nova capa para a versão americana. ─ Joanne tirou um livro que estava dentro da cesta. ─ Não é linda?


Harry pegou o livro e analisou-o. Na frente via-se ele próprio voando em uma vassoura, quase apanhando o pomo de ouro. Atrás se encontrava ninguém menos que Alvo Dumbledore vestido com uma longa capa púrpura.


─ É bonita mesmo... Acho que só erraram na minha roupa. Em Hogwarts, nós temos um uniforme só para o Quadribol. ─ disse Harry, passando o livro para Rony e Hemione verem. ─ Mas... “Harry Potter e a Pedra do Feiticeiro”? É sério isso?


─ Ah, não ligue para esse título. ─ retrucou ela. ─ Foi a editora de lá que quis mudar. Ainda não me conformo com isso, mas fazer o quê...


─ Hum... É realmente uma pena terem feito isso... Enfim, agora voltando de onde paramos: Jo, você está ficando mais famosa a cada dia. E decididamente ainda vai dar muitas entrevistas a respeito destes livros.


“Por isso, sempre que te perguntarem sobre como surgiu qualquer personagem, lugar ou algum feitiço da história, eu quero que você invente! Faça tudo parecer o mais fictício possível, como se tudo surgisse exclusivamente da sua mente e de suas experiências vividas. Por exemplo, eles querem saber em quem você se inspirou ou em que se originou a ideia de criar o Snape. Diga que a personalidade dele foi baseada em... Sei lá! Talvez um professor ou uma mistura de todos os professores irritantes e assustadores que você tenha tido na época em que estudava.”


─ Snape é até o nome de um vilarejo aqui na Inglaterra. ─ completou Hermione. ─ Você pode dizer que o nome dele se originou desse lugar...


─ Brilhante, Hermione! ─ exclamou Harry. ─ É exatamente isso que eu quero dizer. Consegue entender, Jo? Tente encontrar maneiras convincentes que faça o entrevistador ou a pessoa que te interrogar achar que aquilo realmente veio somente de você.


─ Sim, entendi. Eu estava mesmo preocupada quando viesse alguém querendo se aprofundar mais no enredo da história de vocês. ─ disse Joanne.


─ É. Agora você já sabe como enganá-los sempre que perguntarem. ─ falou Harry, sorrindo para ela. ─ Ah! Lembrei de uma coisa agora. Hermione, você falou o nome de todos os estudantes de Hogwarts que você conhecia para ela?


─ É claro. Por quê?


─ Então certamente em algum momento irão perguntar de onde surgiu tamanha criatividade para tantos nomes. Sugiro que você diga que foi muito difícil de inventá-los, até porque é uma uma quantidade enorme de nomes distintos. Fale que você fez uma lista e que foi inventando aleatoriamente cada um dos nomes.


“Outro ponto bastante importante que eu gostaria de frisar é sobre o Vira-tempo. Você com certeza já deve ter escrito sobre ele nos rascunhos do terceiro livro. Por isso eu te peço que NÃO DIGA QUE EXISTEM OUTROS TIPOS DE VIRA-TEMPO. É vital que você compreenda isso. Não podemos deixar pistas de que há alguma maneira de termos contado toda a nossa história para você. E acho até melhor você dizer, quando for escrever o quinto livro, que eu destruí todos os Vira-tempos que estavam trancafiados no Ministério. Assim só vai restar o de Hermione.”


─ Bem pensado. ─ disse Rony.


─ E aproveitando o fato de você já saber sobre o que acontecerá conosco no futuro... Aí nesse caso eu digo que não ficaria convincente dizer que sempre imaginou que a história fosse acabar assim. Afirmar isso soa muito realístico, e nós não queremos isso. ─ falou Harry, olhando fixamente para Rowling.


─ Eu tenho uma ótima ideia para um final alternativo. ─ disse Hermione, começando a rir repentinamente. ─ Que tal me deixar como a única sobrevivente do trio? ─ brincou ela.


─ Ah, nada disso! Se for para matar um de nós, que mate o Rony! ─ debochou Harry, caindo na gargalhada com Hermione.


─ Vocês me amam, podem falar! ─ falou Rony, dando uma risadinha sarcástico.


─ Eu não sei vocês, mas estou morrendo de fome! ─ disse Joanne mudando de assunto. ─ Além do suco e do bolo, eu trouxe torradas, geleia, biscoitos e algumas guloseimas. Só não tem delícias gasosas.


─ Oba! ─ exclamou Rony alegre. ─ Até que enfim!


Enquanto todos comiam o que Joanne havia preparado, Harry e Hermione contavam alguns detalhes adicionais sobre como fora o terceiro ano deles três em Hogwarts. Harry falou mais sobre como se apaixonou por Cho Chang e chegou até a mostrar a sua nova varinha para Joanne que, por sua vez, ficou absurdamente encantada com tal artefato. Já Hermione contou sobre como era usar o Vira-tempo durante as aulas sem que ninguém a visse e, naturalmente, não deixou de comentar sobre o esplêndido soco que dera em Malfoy. Até Rony confessou que sentia falta de Perebas, mesmo sabendo que era o próprio Rabicho.


─ E então, qual será o título do livro? ─ perguntou Harry interessado para Joanne, já no fim da conversa.


─ Ainda não tenho certeza, mas eu estive pensando em algo impactante como “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”.

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