De Volta à Hogwarts






─ Eu não consigo compreender... Você mesmo me disse que Hogwarts é à prova de trouxas através do
Repello Muggletum... Como espera que eu vá com vocês diante de tal proteção mágica?


─ Já te expliquei isso, Jo. ─ disse Harry, tentando demonstrar uma paciência que certamente não possuía naquele momento. ─ Eu falei pessoalmente com o Ministro e ele me certificou que mandaria homens encarregados de cessar esse feitiço só por esta noite. Amanhã tudo voltará ao normal.


─ É, Jo. Não é a primeira vez que isso acontece, esqueceu? Fizeram a mesma coisa há mais de cinquenta anos, quando os pais trouxas da Murta Que Geme foram buscar o cadáver dela na escola... ─ lembrava Rony, enquanto se servia de uma xícara de chá quente feita por Joanne.


Já era noite. Os últimos vestígios dos raios solares vindos do oeste já não eram mais visíveis. Os postes de luz, que iluminavam as ruas escuras daquela vizinhança na capital escocesa, já se encontravam acesos. E se Harry e Rony quisessem por o plano em prática, era melhor se apressarem o quanto antes.


─ Eu ainda não sei... Acham mesmo uma boa ideia? ─ perguntou Joanne, sem mascarar sua tão aparente indecisão.


─ Você vai ficar usando a minha capa durante toda a festa. Não há perigo... E, fala sério, Jo! Até parece que você nunca sonhou em visitar o melhor lugar que existe no mundo: a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!


─ Sem dúvidas, este é o que eu mais desejo, Harry, mas a questão não é essa... Se a minha resposta for sim, como iríamos chegar lá à tempo?


─ Isso é óbvio, não acha? Aparatando! ─ respondeu Rony.


─ Mas eu sou...


─ Sim. Você é uma trouxa. Sabemos disso. Mas isso não é problema. Basta você tocar em um de nós, que irá, automaticamente, desaparatar daqui junto com a gente. Isso também já foi feito com os meus tios e Duda, quando eu estava prestes a completar meus dezessete anos e eles já não podiam mais residir na rua dos Alfeneiros...


─ Mas... Mas é que... Tá, está bem. Vocês venceram. Eu vou com vocês. ─ declarou Joanne, não encontrando mais desculpas capazes de replicar os argumentos de Harry. ─ Afinal, na opinião de muitos, eu sou a criadora desse mundo e, nada mais justo eu ir conhecê-lo fisicamente.


Conforme Harry, Rony e Joanne iam se preparando para irem à Hogwarts, Hermione e Gina já estavam entrando pelas grandes portas de carvalho junto ao resto dos alunos, que subiam as escadas apressadamente.


O saguão flamejava à luz dos archotes, ecoando os passos dos que atravessavam o piso de lajotas em direção às portas duplas, à direita, que davam acesso ao Salão Principal e ao banquete de abertura do ano letivo.


As quatro mesas compridas dispostas no salão estavam postas com pratos e taças douradas. As velas flutuavam à meia altura ao longo das mesas, iluminando os fantasmas prateados e os rostos dos alunos que conversavam, pressurosos, trocando notícias e novidades sobre as férias, cumprimentando os colegas das outras casas.


Luna se separou deles ao passarem pela mesa da Corvinal. Quando chegaram à da Grifinória, Gina, Hermione e Neville encontraram lugares juntos, mais ou menos no meio da mesa, onde estava Nick Quase Sem Cabeça, o fantasma residente da torre da Grifinória.


─ Olá, Sir Nicholas! Como passou as férias? ─ perguntou Hermione contente em vê-lo.


─ Agoniante. Todos os dias eu sentia vontade de poder ajudar, de alguma forma, os bruxos que trabalhavam na reforma da escola, mas sendo o que sou, não fui útil. ─ disse ele irritado. ─ Enfim, é muito bom ver todos vocês regressando. Espero que tenhamos um ano letivo magnífico!


─ Pior que o último é hipoteticamente impossível. ─ falou Neville, sentando-se no banco ao lado de Gina.


─ Ah é, com toda a certeza, Sr. Longbottom. Agora, se me derem licença, falarei com o restante de seus colegas de classe. ─ Nick Quase Sem Cabeça se dirigiu para a ponta da mesa perto da porta de entrada.


Hermione então resolveu olhar para a mesa dos professores. E consecutivamente, teve uma grande surpresa para os seus olhos. Aberforth Dumbledore estava sentado ao lado de Flitwick? Não encontrava explicações para isso, mas sugeriu que ele só estivesse ali pois fora convidado a comemorar a reabertura da escola. Deixando isso de lado, passou a olhar para os que compunham o centro da mesa. Talvez fosse coisa de sua cabeça, mas podia jurar que a professora Minerva McGonagall estava chamando-a com breves acenos. Confirmou que não era fruto de sua mente quando a diretora se levantou subitamente de sua cadeira e caminhou rumo até ela.


─ Srta. Granger, preciso de um favor seu.


─ Sim, professora. ─ disse Hermione, erguendo-se e ficando de pé rapidamente. ─ O que quer que eu faça?


─ Bom, sendo agora diretora, não posso mais guiar os alunos do primeiro ano até o chapéu seletor. Será que você, veterana e atualmente monitora-chefe, poderia...


─ Já entendi. Pode deixar. Irei imediatamente. ─ afirmou Hermione, sorrindo educadamente.


─ Ah, que alívio! Eu não conheço ninguém melhor que você para fazer isso. Bom, você vai encontrá-los na entrada com o Hagrid.


Hermione se despediu de Gina e Neville e em seguida, sem demora, foi em direção à porta, ignorando os quadros que a saudavam por onde ela passava. Mal chegara ao local marcado e já ouvia as batidas frenéticas na porta.


A porta abriu-se de chofre. E apareceu Hagrid, que dava a impressão de ser ainda maior em meio a dezenas de crianças extasiadas e admiradas com a grandeza do castelo.


─ Mione?! ─ indagou o guarda-caças aturdido. ─ Deixa eu adivinhar. Minerva te encarregou de levá-los, não foi? Eu bem que pensei que ela fosse fazer isso.


─ É isso mesmo. ─ confirmou ela. ─ Eu cuido deles daqui em diante, Hagrid, obrigada.


Eles acompanharam-na pelo piso empedrado. Ouviu-se o murmúrio de centenas de vozes que vinham de uma porta à direita, onde os demais estudantes já estavam reunidos. Mas Hermione levou os alunos do primeiro ano a uma sala vazia ao lado do saguão. Eles se agruparam lá dentro, um pouco mais apertados do que o normal, olhando, nervosos, para os lados.


Hermione se concentrou bastante para que conseguisse se lembrar o que McGonagall dissera em seu primeiro ano. Estava tão nervosa quanto os próprios alunos, mas tentava demonstrar o máximo de simpatia para com eles.


─ Ah... Bem... Bem-vindos à Hogwarts! Eu sou Hermione Granger, aluna do sétimo ano e monitora-chefe. — anunciou ela com uma voz levemente trêmula. ─ Bom... O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, durante o tempo em que estiverem aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem aqui, os seus acertos renderão pontos para a sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a Taça da Casa, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual vier a pertencer. A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola... Vocês não precisam ficar assustados, pois não há nada com o que se preocupar! É tudo muito tranquilo. ─ informou Hermione, ao notar os olhares de pânico que a maioria tinha. ─ Bom, eu vou voltar quando estivermos prontos para receber vocês. Por isso eu peço que, por favor, aguardem aqui em silêncio.


Não bastou muito tempo até que Hermione retornasse e todos os alunos fizessem fila para que a seguissem ao saírem daquela sala, tornando a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão. Ela levou os alunos do primeiro ano até o local em frente a longa mesa dos professores, de modo que eles parassem enfileirados diante dos outros. As centenas de rostos que os contemplavam pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas. Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta em névoa.


Para evitar os olhares fixos neles, uma das alunas olhou para cima e viu o teto aveludado e negro salpicado de estrelas, que era exatamente igual ao céu que podia ser visto pelas altas janelas do aposento. Ao ter notado a interrogação expressada no rosto da garota, Hermione respondeu a ela, sussurrando bem perto de seu ouvido:


─ É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, você pode ler isso e muito mais em Hogwarts, uma história.


─ Muitíssimo agradecida, Srta. Granger. Já pode voltar para o seu lugar agora. ─ falou a Professora Minerva, colocando silenciosamente um banquinho de quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho, ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado, esfiapado e sujíssimo.


Por alguns segundos fez-se um total silêncio. Então o chapéu se mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca e o chapéu prorrompeu a cantar:
 


Não julgue um livro pela capa”


Conhecem esse ditado?


Este foi, é e sempre será o meu lema.


Posso ser pouco atraente e meio sórdido,


Mas não há nenhum chapéu igual a este que vos canta.


Sim, senhores, eu sou o Chapéu Seletor de Hogwarts!


E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.


Não há nada escondido em sua cabeça


Que o Chapéu Seletor não consiga ver,


Por isso, é só me pôr na cabeça que vou responder


Em que casa de Hogwarts deverão ficar.


Talvez sua casa seja a adorável Lufa-Lufa,


Onde seus alunos são leais, honestos e pacientes.


Quem sabe você more na velha e sábia Corvinal,


A casa que preza a sagacidade e a inteligência.


Ou será que sua morada é a destemida Grifinória,


Cujos moradores são corajosos e possuem honrosa nobreza.


Ora, e se porventura você for para a célebre Sonserina,


Que será escolhido caso possua astúcia em seu sangue.


Digo com muito orgulho que as quatro casas


São igualmente importantes e admiráveis


Todas lutaram e deram às Trevas o fim ao qual mereciam!


Conseguimos, conseguimos!


Nós vencemos a batalha, ó que alegria!


Depois de tanto esforço,


Depois de tanto sofrimento,


Depois de tantas perdas memoráveis,


Hogwarts é um lugar seguro novamente! Viva!


Por isso vamos, me experimentem! Não devem temer!


Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!


Vamos dar início à seleção.
 


O salão inteiro aplaudiu quando o chapéu acabou de cantar. Ele fez uma reverência para cada uma das quatro mesas e em seguida ficou voltou à imobilidade inicial.


A professora McGonagall, que estava querendo ler em voz alta a lista dos nomes dos alunos do primeiro ano, lançou aos estudantes que ainda conversavam e berravam aquele tipo de olhar de censura que chamusca.


─ Fairsister, Sophia.


A garota curiosa sobre o teto, que Hermione conversara anteriormente, avançou aos arrancos e colocou o Chapéu na cabeça. O Chapéu refletiu um momento, depois o rasgo junto à copa tornou a se abrir e gritou:


─ GRIFINÓRIA!


Hermione, Gina e Neville aplaudiram entusiasticamente com o restante dos alunos da casa quando Sophia Fairsister se dirigiu cambaleando à mesa deles e se sentou, dando a impressão de que gostaria muito de afundar chão adentro e nunca mais ser vista por ninguém.


Lentamente, a longa fila de calouros foi encurtando. Em uma das pausas entre as chamadas dos nomes e as decisões do Chapéu Seletor, Hermione lembrou que era sempre naquele momento da cerimônia que Rony reclamava estar com fome. Esta recordação só fazia agravar a falta que sentia sem os dois ali ao seu lado. Finalmente, ouve-se o anúncio da seleção do último aluno da fila, um menino de cabelo castanho claro que fora para a Lufa-Lufa. Argus Filch, o zelador, recolheu o Chapéu e o banquinho e levou-os embora, ao mesmo tempo que a professora Minerva começava a falar com uma voz ressonante:


─ Sejam todos bem-vindos a mais um ano que se inicia em Hogwarts! Há um momento para discursos, mas ainda não é este. E como diria o nosso querido professor Dumbledore: “atacar!”


Os pratos diante dos alunos e professores agora estavam cheios de comida. Havia muita diversidade no banquete: rosbife, galinha assada, costeletas de porco e de carneiro, pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e, por alguma estranha razão, docinhos de hortelã. Todos comeram abundantemente. Estava tudo uma delícia.


Quando estava prestes a chegar a hora da sobremesa, ocorreu algo que ninguém, nem mesmo a diretora pudesse prever que acontecesse. As portas do Grande Salão abriram-se com um estrondo. Todos se levantaram no ímpeto. Os alunos do primeiro ano, devido a baixa estatura, tiveram que subir nos bancos e esticar os pescoços para que conseguissem enxergar quem é que havia entrado e que causara todo aquelamudez toda.


Porém nenhuma pessoa presente naquele local ficou tão chocada quanto Gina e Hermione. As duas pareciam se encontrar num estado de transe, hipnotizadas pela figura daqueles dois rapazes. Simplesmente não era possível! Como é que chegaram até ali? Por qual razão? O que será que tinha acontecido? Todas aquelas perguntas pareciam embaralhar a cabeça das duas.


─ Começaram a festa sem a gente? ─ perguntou Harry em voz alta.


─ Pois é, Harry, eu tinha esperanças que nos esperariam pelo menos até a refeição. ─ falou Rony, também em alto e bom som.


Quando todos enfim constataram quem eram e se recuperaram do espanto subitâneo, o Grande Salão foi consumido por uma ovação ensurdecedora. Houve vários berros e gritos: “HARRY”, “É o Potter, é o POTTER”, “Rony!”. Além do notório “Weasley é o nosso rei!”.


Harry se sentia estranhamente confuso com os muitos, muitos rostos, a maioria já conhecidos. No momento seguinte, ele e Rony foram tragados, abraçados, levaram tapinhas nas costas, seus cabelos desarrumados, suas mãos chacoalhadas pelo que parecia ser centenas de pessoas. A euforia era tanta que parecia que havia acabado de vencer a batalha contra Voldemort.


Hermione e Gina foram correndo se juntar aos dois, e logo depois, Neville e Luna também. A professora McGonagall, Hagrid e os outros professores iam até eles para cortejarem seu aparecimento imprevisto.


Ao passar de um tempo de muito alvoroço e baderna, o Salão voltava a adquirir o silêncio de outrora. Neville, Gina e Hermione se espremeram para que dessem lugar a Harry e Rony, que se destacavam dos demais por serem os únicos sem uniforme.


─ Eu não consigo acreditar que vocês dois vieram aqui! ─ exclamou Gina, ainda com os olhos arregalados.


─ Nem eu! ─ disse Hermione, enquanto comia uma gelatina de morango que dividia com Rony. ─ Estavam programando isso há muito tempo?


─ Pra ser sincero, pensamos nisso hoje de manhã. Por isso demoramos a descer. Ah! E também... ─ Rony olhou para Harry.


─ E também o quê? ─ indagou Gina.


─ Bem... Não somos a única surpresa esta noite. Quero dizer... Nós não viemos desacompanhados... ─ falou Harry encabulado.


─ Não. Por favor, me digam que vocês não fizeram isso que estou pensando...


─ O que foi, Hermione? O que é que eles fizeram?! Não entendi! ─ Gina estava se sentindo frustrada.


─ Acontece, Gina, que esses dois palermas aqui, mesmo não estudando mais nesta escola, conseguem quebrar as regras!


─ Ué, mas não foi você mesma três anos atrás que disse que “quebrar as regras” era algo emocionante?


─ Cale a sua boca, Rony! ─ ordenou Hermione impaciente.


─ Vocês dois... ─ ela agora apontava para Harry e Rony com um olhar de suprema fúria. ─ Como se atreveram a trazer uma trouxa para cá? Para Hogwarts?!


─ Joanne não é uma trouxa qualquer! ─ alegou Harry.


─ Não é este o ponto em que eu quero chegar! Afinal, eu gostaria de entender como, como vocês a trouxeram aqui? Onde ela está, que eu não estou vendo? ─ quis saber Hermione, olhando para todos os lados com um ar de desespero.


─ Fique calma, vocês duas. Só pedimos para desativarem o feitiço que repele os trouxas, apenas para esta noite. Feito isso, nós aparatamos em Hogsmeade e caminhamos até aqui. Jo está sob a Capa de Invisibilidade, mas desde que eu e Rony entramos para a festa, não conseguimos encontrar o paradeiro dela.


─ Vocês não combinaram um ponto onde se encontrar? Porque... Sei lá. É perigoso ela perambular sem ninguém presente que possa auxiliá-la. ─ disse Gina.


─ Não tivemos tempo de planejar isso. Foi tudo muito rápido. ─ falou Rony. ─ Ainda nem acredito que fizemos isso, mas você sabe como eu sou, quando decido fazer algo, não penso muito nas consequências que virão...


Quando as sobremesas desapareceram, a professora McGonagall tornou-se a ficar de pé mais uma vez.


─ Tenho alguns avisos de início de ano para vocês. Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. O Sr. Filch me pediu para lembrar a todos, pela quadricentésima sexagésima quinta vez, que não devem fazer mágicas no corredor durante os intervalos das aulas. Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame Hooch. Houve três mudanças em nosso corpo docente este ano. Infelizmente, não encontramos nenhum professor que fosse capaz de substituir Caridade Burgage. Por isso, a disciplina de Estudo dos Trouxas estará temporariamente incapacitada de ser lecionada. Tornando-me agora diretora, também não darei mais aulas de Transfiguração e quem assumirá o meu lugar... Sou eu mesma! Isso porque durante as férias, estive criando um novo feitiço, e acho que vão gostar...


A professora Minerva recuou dando um passo para trás. Nenhum estudante parecia entender o que ela estava fazendo. Todos demonstravam inquisição.


Geminio Hominis!


Por um milésimo de segundo, nada aconteceu. Até que uma segunda Minerva McGonagall, idêntica a original, se materializou instantaneamente no ar ao lado direito da professora. Todos a aplaudiram entusiasmados.


─ Devo dizer que não foi nada fácil, pois é um feitiço bastante avançado até mesmo para os alunos do sétimo ano. Mas finalmente fiz um clone que contém tudo o que sei sobre Transfiguração. Todavia, este ainda está em fase de testes. Pelo que pude perceber, ele não demonstra qualquer emoção e apresenta um tempo de vida curta, que vai de seis a sete horas.


Finite Incantatem!


A segunda Minerva desapareceu repentinamente.


─ Voltando aos avisos. Depois de muito implorar e pedir encarecidamente, como vocês já devem ter imaginado, Aberforth Dumbledore será, a partir de amanhã, o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas!


Harry, Rony e Hermione se entreolharam, atônitos. Em seguida acompanharam os aplausos, que foram tumultuosos principalmente à mesa da Grifinória. Harry se esticou para frente para ver Aberforth, que tinha o rosto corado e um ligeiro sorriso escondido no emaranhado de sua barba cinza claro, muito similar à de seu falecido irmão.


─ E, por último e mais importante... ─ ao enunciar esta frase, a diretora demonstrava uma exultação até então desconhecida. ─ Eu fico muito feliz e aliviada em afirmar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito NÃO está proibido em virtude de haver um cão gigantesco de três cabeças protegendo a entrada de alguém por um alçapão. NENHUMA câmara secreta fora aberta nos fundos desta escola. NÃO HÁ nenhum prisioneiro “perigoso” a solta por aí. NENHUM Torneio Tribruxo será sediado. E, principalmente, NENHUM Lorde das Trevas ressurgiu!


─ VIVA!!! ─ berraram todos os estudantes juntos como uma só voz. A escola inteira entoou em altos brados o seu hino inesquecível, cada um cantava em seu próprio ritmo:
 


Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts,


Nos ensine algo por favor,


Quer sejamos velhos e calvos


Quer moços de pernas raladas,


Temos às cabeças precisadas


De ideias interessantes.


Pois estão ocas e cheias de ar,


Moscas mortas e fios de cotão.


Nos ensine o que vale a pena.


Faça o melhor, faremos o resto,


Estudaremos até o cérebro se desmanchar.”
 


Todos terminaram a música em tempos diferentes. E por fim só restaram Rony, Gina, Harry, Hermione e Neville cantando sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre. McGonagall regeu os últimos versos com sua varinha e, quando eles terminaram, foi uma dos que aplaudiram mais alto.


A partir daquele momento em diante, Harry percebera que fora melhor Joanne ter ficado só, apenas junta de sua mente super curiosa e sedenta por conhecimento, andando pelos arredores do castelo e descobrindo coisas novas para depois poder escrever nos próximos livros.


Desde aquela noite, ninguém nunca conseguiu descobrir realmente o que Rowling aprontou lá dentro, continuando até hoje a ser um completo mistério. Isso fez com que Harry refletisse: “Todo mundo merece ter sua própria aventura em Hogwarts algum dia na vida”.

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