A Nova Varinha de Harry







Eles foram engolidos pela escuridão. Harry se via agora de volta À Toca. Hermione pegou de imediato a corrente do Vira-tempo e envolveu novamente os pescoços dos três. Ela empurrou uma minúscula alavanca que se encontrava perto de onde se girava para regressar no tempo.


Harry teve aquela horrível sensação de novo. Só que desta vez, ele estava voando rápido para frente, deparando-se com os mesmos borrões de cores e formas que havia visto anteriormente.


Tinham finalmente voltado.


— Eu espero que minha mãe já tenha terminado de preparar o jantar. — disse Rony, parecendo intrigado.


— Ai, Rony, será que você só sabe pensar em comida? — perguntou Hermione irritada.


— Fique sabendo que eu não sou igual a você que se sustenta só com dois copos de suco de abóbora durante três horas sem comer nada.


— Gente, por favor... — falou Harry em um tom de indignação.


Eles chegaram perto da porta de entrada, onde via-se a Sra. Weasley parada, parecendo ter acabado de fazer algum gesto com a mão.


— Ué? Desistiram de ir? O que houve? — indagou a Sra. Weasley.


— Como assim? Ficamos ausentes por horas! Ficou louca, mãe?


— Ah, Sra. Weasley, é que quando retornamos para o presente nós voltamos exatamente no instante em que saímos. Por isso parece que não fomos, mas posso afirmar que fomos sim. E Rony, eu já te expliquei sobre isso mil vezes. Não se faça de desentendido. — falou Hermione impaciente, franzindo a testa para Rony.


— Então quer dizer que... O jantar ainda não está pronto?!


— Ai francamente, Ronald Weasley! — berrou Hermione amargurada, passando direto pela cozinha e indo em direção às escadas.


— É... Ela me parece zangada. É melhor eu recorrer ao meu método adulativo. É infalível! — disse Rony para Harry, rindo.


As últimas semanas de julho se passaram rapidamente para os residentes da Toca. No último dia do mês, Harry completara dezoito anos. Foi uma grande festa de comemoração. A melhor de todas na opinião do próprio aniversariante, mesmo com a ausência de alguns que compareceram no ano anterior.


Além dos que já moravam na Toca, a celebração contou com a presença de diversos outros amigos de Harry: Rúbeo Hagrid, Neville Longbottom e sua avó, Dino Thomas, Simas Finnigan, Xenofílio e Luna Lovegood, Minerva McGonagall, Kingsley Shacklebolt, Horácio Slughorn, Andrômeda e seu sobrinho Ted Lupin, seu próprio elfo doméstico Monstro, Fleur Delacour e Gui Weasley. Era tanta gente que Harry achou que não daria conta de cumprimentar todo mundo. Ele até pensou em convidar J.K. Rowling para a sua festa. Afinal, também era aniversário dela. Tinha absoluta certeza de que ela adoraria participar, mas achou que teria a discondância de muitos ali presentes.


Para muitos aquela noite foi inesquecível. Um dos momentos mais marcantes foi o anúncio inesperado de Fleur e Gui durante o jantar: eles iriam ter um bebê. Foi preciso dois copos de água com açúcar para acalmar a Sra. Weasley depois de tamanha surpresa e emoção. E tendo mais uma razão para comemorar, o Sr. Weasley pegou da cozinha duas garrafas de vinho e entregou uma taça para cada um.


— Ora, quem diria! Mais um Weasley! — gritava ele, em alto e bom som para que todos ouvissem. — Eu vou ser avô!


Já perto da meia-noite, a Sra. Weasley vinha da cozinha segurando um enorme bolo com os dizeres: “Feliz 18 anos, Harry!” gravados encima deste. Após um certo tempo depois de comerem e esvaziarem praticamente todas as garrafas de bebida, os convidados iam se despedindo de Harry com muitos abraços e apertos de mão.


— Eu vou sentir muito a sua falta lá na escola, Harry. Não será a mesma coisa sem você.


— Não se preocupe, Hagrid. Sempre que der, farei uma visita à sua nova cabana. Eu e Rony. Aliás, como ela ficou depois de restaurada?


— Ah, não mudou quase nada. Quis construí-la com o máximo de semelhança em relação a outra. — respondeu Hagrid. — Ah! Quase esqueci! — Ele foi até a dispensa nos fundos da Toca e voltou trazendo consigo uma gaiola contendo uma magnífica coruja marrom com os olhos bem amarelos. — Resolvi esperar para te entregar só agora, mas eu já estava querendo te dar há meses, mas decidi esperar até o seu aniversário.


— Uau! Ela é linda! Nossa, muito obrigado, Hagrid! Eu não sei o que dizer.


— Ah, não é nada... Fui eu quem te dei Edwiges, nada mais justo que seja eu quem te daria a sua nova coruja, não é verdade? — disse Hagrid, sorrindo para o garoto. — Cuide bem dela, Harry. Ela ainda é bem novinha. Já tem algum nome em mente para dar a ela?


— Eu pensei em Rustie, o que acha?


— Esplêndido! É um belo nome, pequena Rustie...


Harry nunca ganhara tantos presentes de aniversário em toda a sua vida. Somados com o de Hagrid, foram vinte no total. Foi apenas no dia seguinte que todos da Toca ajudaram a arrumar a imensa bagunça resultante da festa. Hermione retornou para a casa dos pais logo após o almoço deste mesmo dia.


— Não fique assim... Eu volto alguns dias antes do retorno às aulas. Assim eu já vou para o expresso de Hogwarts em Kings Cross direto daqui. — comentou ela, se despedindo de Rony com um beijo.


— Até mais, Gina. Fique de olho no Rony pra mim. — falou ela, rindo.


— Tchau, Harry... — disse Hermione, abraçando-o. — Ah! Quase me esqueci! Tenho algo para você! Eu encomendei e chegou hoje de manhã. Tive receio de não chegar antes de eu partir. Enfim... — ela pegou um livro extremamente grosso da bolsa.


— Já? Mas não ia ser lançado só ano que vem? — perguntou Harry impressionado.


— Oh, não! Não é o que está pensando... Você não vai acreditar! É uma biografia sua escrita por Rita Skeeter! Não autorizada, é claro...— exclamou ela, sorrindo para o amigo. — Achei que seria um bom passatempo ler sobre sua própria vida contada por uma mulher mentirosa que omite fatos. — disse a garota, olhando com desgosto para a fotografia de Skeeter no final do livro. — Eu duvido que ela tenha mencionado eu e Rony nessa biografia. Com certeza ela te retratou totalmente errado. Eu não tive tempo de ler ainda, obviamente. Devem conter coisas alarmantes nesse livro. É mais grosso que “A vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore! Tem umas 1200 páginas se eu não me engano...


— Caramba... Eu devo te agradecer por essa coisa? — brincou ele. — “Harry Potter: Seria ele um herói?” É... É um título bem chamativo, não acha? — comentou.


— Bom... Se você não quiser... Sem problemas, eu leio.


— Muito obrigado. — disse ele aliviado. — Acho que já li demais sobre mim mesmo nas últimas semanas.


— É melhor você começar a se acostumar com isso. Essa biografia é só mais uma de muitas. Já há diversos artigos imensos sobre a sua vida que são publicados semanalmente no Profeta Diário.


— E você acha que eu não sei? — perguntou Harry em um tom de deboche. — Fala sério, não aguento mais isso! Por isso não leio mais nada desse jornal e nem de nenhum outro.


— Mas, Harry, você precisa entender que o que você fez há quase três meses foi tão historicamente importante quanto a batalha de Dumbledore contra Grindelwald! Foi uma revolução, uma verdadeira guerra mágica.


— Eu sei, Hermione. Porém desta vez foi diferente da época de Dumbledore. Você ajudou, Rony ajudou, a Ordem ajudou,todos ajudaram! As pessoas falam como se tudo isso tivesse um mérito exclusivo e inteiramente meu! — exclamou Harry com a voz ligeiramente elevada. — Quer uma prova disso? Pois então, vejamos...


Harry pegou o livro da mão de Hermione e começou a folhear as últimas páginas, chegando ao que parecia ser o derradeiro capítulo.


— Aqui está: Completamente sozinho, apenas com a presença do Lorde das Trevas, Harry Potter segurava com uma mão a varinha e com a outra a espada de Godric Griffindor, suja do sangue de Nagini.


Tinha certeza de que a sua triunfal vitória já estava garantida. Afinal, após ter destruído as sete horcruxes sem a ajuda e intervenção de ninguém, quem não teria este pensamento?


Ele já podia prevero seu futuro: cheio de glória, sendo tratado como um verdadeiro herói por todos. Tudo o que ele sempre sonhou e cobiçou desde sua entrada em Hogwarts. Para muitos, Potter sempre foi muito ambicioso.


E sem um pingo de piedade da tamanha vulnerabilidade de seu adversário, ele segurou firme sua varinha e conjurou a maldição da morte, que atingiu diretamente Lord Voldemort, deixando-o cair duro no chão pedregoso.”


— Oh, Harry, por favor. Até parece que você não a conhece. Não estou surpresa de ela ter escrito isso.


— Não é este o ponto em que eu quero chegar. O problema não é ela. Nunca foi. O problema é que muitos pensam como ela, e acham que foi isso que efetivamente aconteceu.


— Por que você se importa tanto pelo que os outros pensam sobre você?


— Caramba, Hermione! Pelas barbas de Merlin, não é isso! Você ainda não entendeu?! — disse Harry, agora berrando. — Não dou a mínima para o que os outros acham ou pensam ao meu respeito. E sim para a total falta de consideração para com todos que lutaram e morreram para realizar a NOSSA vitória! Muitos sacrificaram suas vidas! Entes queridos... Nós, TODOS NÓS colaboramos para a destruição e o fim de Voldemort. E é esse tipo de livro que desonra e menospreza o esforço de qualquer um que tenha participado do combate. Inclusive você, sinto dizer...


Hermione ficou encarando-o com seriedade sem ousar se pronunciar, apenas fingiu ajeitar o cabelo, colocando uma mecha delicadamente atrás da orelha. Harry percebeu que todos também o olhavam assustados com os seus berros. Ele até tinha esquecido da presença dos demais. Será que fora rígido demais com a amiga? Ele só contou a verdade, apenas isso. Não fizera nada de errado...


— Você tem toda a razão, Harry. Me desculpe, mas... eu preciso ir agora. Meus pais estão me esperando. Te vejo em breve.


— Ué, não vai levar o livro?


— Não, você me convenceu a não lê-lo. Seria uma perda de tempo para qualquer um de nós. Faça o que quiser com ele. Queime-o, jogue no lixo, sei lá... — disse ela, olhando mais uma vez para a capa do livro. — Tchau, Sra. Weasley. Me desculpe qualquer coisa...


Ela olhou para Rony e depois mais uma vez para Harry, tentando dar um sorriso, mas fracassou. Tudo o que conseguiu foi deixar uma lágrima escorrer pelo seu rosto. E antes mesmo de Harry ou qualquer um tentar chegar perto dela, Hermione desaparatou.


Agosto foi um mês muito monótono comparado ao seu antecessor. Harry e Rony não aguentavam mais esperar para poder trabalhar como aurores no Ministério, porém, infelizmente, isso só aconteceria em meados de setembro. Enquanto um decidira preencher seu tempo livre ajudando o irmão na loja no Beco Diagonal para acertar os negócios, o outro, ou ficava na Toca ajudando a Sra. Weasley com afazeres domésticos, ou ficava no Largo Grimmauld dando companhia ao Monstro.


— Chegamos! — disse Jorge, entrando pela porta da frente.


— Já não era sem tempo! Vocês demoraram. — falou a Sra. Weasley.


— Onde está Harry? — quis saber Rony, sentando-se na cadeira mais próxima.


— Ele foi ver como vai Ted na casa de Andrômeda e disse que não ia demorar, mas já faz horas que ele partiu. — respondeu Gina, enquanto arrumava a mesa. — Eu espero que ele esteja chegando...


— Ah, é! Ele tinha me avisado ontem que talvez iria lá. Esqueci disso...


— E como foi lá na loja? — perguntou a Sra. Weasley para Jorge.


— Exaustivo. Eu já achava a loja bem cheia na época da ascensão de Voldemort, quando quase todo mundo ficava trancado em casa e não saía para lugar nenhum. Mas agora o movimento de pessoas aumentou consideravelmente. Não tem um momento em que a loja não fique lotada. Eu e Rony quase não demos conta de atender todos que chegavam.


— Ué, isso não é bom?


— Por partes, sim. Porém alguns já estão querendo produtos novos... E eu não consigo criar mais nada desde... Bem eu tenho uns projetos inacabados que eu e Fred começamos a fazer, mas... Não sou capaz de terminar. — disse Jorge nostálgico.


— Olá! — saudou Harry, acabando de chegar acompanhado do Sr. Weasley, conseguindo extrair completamente a estranha sensação de anticlímax que Jorge havia deixado no ar da cozinha.


— Já estava ficando preocupada, Harry! Você veio junto com Arthur? — indagou a Sra. Weasley.


— Sim, Molly. Ele resolveu passar no Ministério depois de visitar Ted para ter uma conversa com Kingsley.


— Eu quis esclarecer com ele algumas dúvidas que eu tinha. — disse Harry. — Vocês não vão acreditar! Ele me falou que...


Houve um barulho bastante familiar vindo do jardim da Toca. Alguém havia aparatado. Quem será que era? Ninguém notificou sobre a vinda de alguma visita naquele dia. Harry ficou apreensivo. Ele tentou espiar arrastando um pouco a cortina da janela para que pudesse espiar o lado de fora, mas não foi preciso. Esse alguém já havia entrado. Ficou aliviado após descobrir quem era.


— Surpresa! — exclamou Hermione num esplendoroso sorriso. — Eu disse que voltaria aqui antes de ir para Hogwarts.


— Mione! — Rony falou quase gritando ao correr para poder abraçá-la. — Não achei que viria tão cedo. Ainda falta uma semana...


— Bom, acontece que quando eu for, Rony, eu só voltarei em dezembro. Achei que você iria querer mais tempo comigo... mas já que não quer, tudo bem.


— Ah, largue de ser tão melodramática! Eu nunca quis isso. — disse Rony, dando um beijo nela.


Perto do horário de todos irem dormir, Harry foi até a sala, onde se encontrava Hermione sentada sozinha no sofá lendo um livro.


— Essa é a nova edição da História da Magia. — falou Hermione, fechando o livro e olhando para Harry. — Desta vez incluíram todos os acontecimentos do século XX. Incluindo você... Opa, quero dizer... Incluindo todos os que fizeram parte da batalha... Uma pena não ter sido escrito por Batilda...


— Hermione, posso te perguntar uma coisa? — ao dizer isso, ele se sentou ao lado dela no sofá.


— Sim, claro.


— Eu gostaria de saber se... eu te magoei de alguma forma quando... te disse aquilo no dia em que você foi embora?


— Ah, esquece isso, Harry, já passou...


— Por favor, me responda.


— Você não me magoou. É que aquilo foi tipo um choque de realidade para mim. Para todos que estavam lá, na verdade. Eu já sabia de tudo o que você tinha me dito, mas eu não queria aceitar isso de mim mesma. Eu que te devo desculpas. Fui cega nesse ponto. Muitos só enxergam você como o herói de tudo. Eu sei que a culpa não é sua. Mas o que realmente importa, é que nós, que participamos da batalha, sabemos da verdade. O fato é que juntos, nós nos completamos. Assim como não conseguiríamos sem você, você também necessitou de nossa ajuda.


— Fico contente em saber que você pensa exatamente como eu. — disse Harry, abraçando-a.


— Bom, é melhor irmos dormir agora.


— Tem razão. Boa noite, Hermione.


— Boa noite e...


— O quê?


— Nada... Durma bem, Harry. Você é o meu melhor amigo.


O repentino retorno de Hermione pareceu alegrar a todos. No meio da semana, o trio foi junto rumo ao Beco Diagonal em busca dos materiais escolares que faltavam para a garota. Harry não ia lá desde a invasão de Gringotes na busca de uma Horcrux. Tudo estava muito diferente, para melhor, obviamente. Praticamente todas as lojas estavam abertas. E para a alegria de Harry: o Olivaras era uma delas!


Ela continuava estreita e feiosa. Letras de ouro descascadas sobre a porta diziam “Olivaras Artesãos de Varinhas de Qualidade desde 382 A.C.” Havia uma única varinha sobre uma almofada púrpura desbotada, na vitrine empoeirada.


Um sininho tocou em algum lugar no fundo da loja quando Harry, Rony e Hermione entraram. Tudo tinha a mesma aparência que sete anos atrás: uma lojinha mínima, vazia, exceto por uma única cadeira alta e estreita, a qual Harry ainda se lembrava de Hagrid sentando nela para esperar na primeira vez em que o garoto entrara ali.


— Eu estava esperando as suas visitas, Sr. Potter e Srta. Granger. — disse uma voz suave que Harry conhecia muito bem.


— Boa tarde, Sr. Olivaras. Nós estávamos passando por aqui e resolvemos fazer uma visita. Como o senhor está? — perguntou Hermione educadamente.


— Ah, muitíssimo bem, melhor impossível! Graças a vocês. — falou ele, dando um largo sorriso. — Tudo voltou ao normal. E... Eu soube que vocês dois “perderam” suas varinhas de formas distintas, estou certo?


— Bem, sim. Nós...


— Soube também que você tomou posse da Varinha das Varinhas, Sr. Potter. Entretanto, não a quis, devolvendo-a para Dumbledore. — disse Olivaras, olhando fixamente para os olhos verdes de Harry.


— Sim... Mas entenda. Fiz isso porque...


— Sabe de uma coisa, Sr. Potter? Desde a primeira vez que você entrou por aquela porta, achei-o especial. Não pelo seu passado ou muito menos pelo seu destino, como tantos outros acham que é o que te torna especial. Não. Me chamou a atenção a sua habilidade de fazer as escolhas certas. Muitas das vezes sendo feitas sem pensar nas consequências. Por isso fiquei impressionado e, ao mesmo tempo, imensamente orgulhoso do ato corajoso que fizeste.


— Muito obrigado, Sr. Olivaras, de verdade. Mas não vejo o que fiz como algo corajoso. Eu apenas fiz para não haver mais nenhuma morte em relação a busca pela posse desta varinha...


— Talvez você não veja por esse meu ângulo pelo simples fato de não ter acompanhado uma parte da jornada sangrenta que aquela varinha percorreu. Devo confessar que eu não teria coragem de fazer o que você fez.


— Como assim?


— Veja bem, rapaz. Todos nós, especialistas em varinhas, cobiçamos qualquer varinha que tenha algum tipo de valor. Porém, não a queremos pelo mesmo motivo que os outros bruxos. Nós não a queremos para adquirirmos poder e invencibilidade, mas sim para ser mais uma de nossa coleção. — Olivaras parou de encarar Harry e passou a olhar Rony. — Agora mudando de assunto. Sr. Weasley, ainda está com a sua varinha?


— Ah, sim. Foi um milagre ela continuar comigo sem eu perdê-la ou quebrá-la como da última vez.


— Que bom. Porque eu só fabriquei duas. — ele deu as costas para o trio e se dirigiu aos fundos da loja.


Passados alguns instantes, o Sr. Olivaras voltava segurando duas novas caixas. E diferente das milhares ali presentes, estas não se encontravam empoeiradas.


— Esta aqui é a sua. — ele disse entregando uma das caixas para Hermione. — Estava usando a de Bellatrix, não estava? Bom, resolvi fazer uma muito parecida com a sua primeira. É feita de Videira Esculpida, com núcleo de Fibra Cardíaca de Dragão, porém essa só possui 29 centímetros.


— Muito obrigada! — exclamou Hermione feliz.


— E... Essa aqui, Sr. Potter, é a sua.


Com muito cuidado, Harry pegou a varinha que continha dentro da caixa. Era magnífica.


— Ah, Sr. Olivaras... Eu acho que esquecemos de lhe contar... — Hermione falava ao mesmo tempo em que observava detalhadamente a nova varinha na mão de Harry. — Acontece que logo após a batalha, Harry consertou a varinha dele com a Varinha das Varinhas. Creio que ele não vá aceitar...


— Quem disse que eu não vou? — perguntou Harry interrompendo-a. — Ouça bem, Hermione. Para mim, não era apenas a horcrux de Voldemort dentro de mim que nos deixava interligados, mas também as nossas varinhas. Elas eram e ainda são irmãs, possuem o mesmo núcleo, e eu definitivamente quero me livrar de tudo na minha vida que contenha alguma relação com ele. Eu vou aceitá-la sim.


— Ótimo! Eu bem que imaginei que você, depois de tudo que passou, gostaria de cortar todos os laços com Voldemort. — concluiu o Sr. Olivaras alegremente. — Bem, agora a respeito desta nova varinha... Esta possui 32 centímetros. Feita da Romeira com um núcleo diferente de todos que eu já havia fabricado: pena de hipogrifo! E sim: é a pena de Bicuço, aquele animal encantador que tive o prazer de conhecer.


— Eu nem sei o que dizer. Fico muito grato, mesmo, Sr. Olivaras. Quanto irá nos custar?


— Ah, por favor. Depois de tudo o que passamos, acha que eu cobraria algo vindo de vocês? — ele agora olhava para os três juntos. — Quero que aceitem como um presente por terem salvo a minha vida e a de tantos outros...

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