O Anúncio Surpreendente



— PARTE II —

A ASCENSÃO POTTERIANA





CAPÍTULO SETE
O Anúncio Surpreendente




O tempo passava rapidamente e o feriado de fim de ano se aproximava ainda mais. Certa manhã em meados de dezembro, o terreno de Hogwarts acordou coberto com mais de um metro de neve. A escura superfície do lago havia congelado. As poucas corujas que conseguiam se orientar no céu tempestuoso para fazerem correios tinham de ser tratadas por Hagrid para recuperar a saúde antes de voltarem a voar.


Todos mal aguentavam esperar as férias para o Natal. E embora a sala comunal da Grifinória e o salão principal tivessem grandes chamas nas lareiras, os corredores varridos por correntes de ar tinham se tornado gélidos e um vento cortante sacudia as janelas das salas.


Na opinião de Hermione, foi um bom início de ano letivo. Pois mesmo sem Gina em sua turma, ela se sentia tranquila, até porque se encontrava com ela durante todos os intervalos e contava com a presença de Neville ao decorrer das aulas. Além disso, agora que não tinha mais Harry e Rony para ter que ajudar nos estudos, Hermione se dispôs de um enorme tempo livre, que gastara a maior parte escrevendo para Joanne com as últimas observações do terceiro livro. Ficou tão empolgada que praticamente escreveu o capítulo 21 inteiro, intitulado por ela mesma de “O segredo de Hermione”, pois era o que mais se destacava em toda a narração.


Para a surpresa de muitos, as aulas com o clone quase perfeito de Minerva corriam muitíssimo bem. Esta, por sua vez, trabalhava junto com os outros professores na decoração do Salão que, como sempre, estava ficando espetacular. Festões de azevinho e visco pendurados a toda à volta das paredes e nada menos que doze majestosas árvores de Natal estavam sendo dispostas pelo salão, umas cintilando com cristais de neve, outras iluminadas por centenas de velas.


O recém-chegado Aberforth Dumbledore parecia ter feito uma autodescoberta sobre sua própria vocação em lecionar até então inexplorada. Para se ter uma ideia, os alunos do sétimo ano organizaram uma lista com o corpo docente de todas as disciplinas que já haviam tido. Nela, encontrava-se as seguintes classificações e suas respectivas legendas:
 


* 5 ESTRELAS (★★★★★) = Minerva McGonagall, Remo Lupin e Aberforth Dumbledore.


* 4 ESTRELAS (★★★★☆) = Rúbeo Hagrid, Severo Snape, Madame Hooch, Horácio Slughorn, Pomona Sprout.


* 3 ESTRELAS (★★★☆☆) = Filius Flitwick, Grubbly-Plank, Sibila Trelawney, Caridade Burbage, Bathsheba Babbling, Sinistra e Vector.


* 2 ESTRELAS (★★☆☆☆) = Cuthbert Binns e Gilderoy Lockhart.


* 1 ESTRELA (★☆☆☆☆) = Alastor Moody/Bartô Crouch Jr. e Quirinus Quirrell.


* 0 ESTRELA (☆☆☆☆☆) = Dolores “Vaca” Umbridge.
 


Uma vez começadas as férias, os alunos que sairiam da escola para passarem o Natal e ano novo com a família, pegaram o expresso no domingo de manhã, dia 20. Hermione foi para junto dos seus pais ao passo que Gina fora para A Toca dos Weasley.


Até a véspera de Natal, tudo se resumiu em Harry, Rony, Gina e Jorge contando sobre o que foi que cada um passou durante os últimos três meses que estavam separados. Nada de tão formidável em comparação com as façanhas que realizavam antigamente, é claro. Para os garotos, aquele período de tempo que passaram sem as duas não foram tão difíceis de se suportar em vista da saudade que sentiam. Na verdade, eles nem tinham tempo para isso. O treinamento de Harry e Rony para se tornarem aurores exigia muito esforço físico e raciocínio, principalmente. No caso de Jorge, era a sua carga horária extensa, ficando às vezes até 12 horas recebendo clientes na loja.


Já anoitecendo, Gina ajudava a Sra. Weasley no preparo da ceia e no penduramento das decorações natalinas.Enquanto isso, Harry, Rony, Jorge, Percy e o Sr. Weasley retiravam os últimos gnomos que restavam no jardim.


— Tire as mãos de mim! Tire as suas mãos grotescas de cima de mim! — guinchava o gnomo atordoado.


Ele era pequeno, a pele parecia um couro, a cabeçorra cheia de calombos e careca, igualzinha a uma batata. Rony segurou-o à distância enquanto o gnomo o chutava com os pezinhos calosos; agarrou-o pelos tornozelos; virou-o de cabeça para baixo e o ergueu acima da cabeça começando a rodá-lo em grandes círculos.


Rony soltou os tornozelos do gnomo: que voou uns seis metros para o alto e caiu com um baque surdo no campo do outro lado da sebe.


— Nossa! Há anos que eu não fazia mais isso. — falava ele num tom empolgado.


Finalizadas as tarefas da pré cerimônia, Harry, Gina e Rony se arrumaram e, em seguida,ficaram conversando sentados na sala. A Toca encontrava-se tão exageradamente enfeitada quedava a impressão de estarem no meio de uma explosão de papéis multicoloridos.


Quando Harry olhou para a grande estrela azul-celeste brilhando no topo da árvore, recordou-se de como fora no Natal retrasado. Naquele ano, ao invés de um sublime anjo dourado, o que havia na extremidade mais alta da árvore era, um gnomo de jardim que mordera o calcanhar de Fred quando ele arrancava cenouras para o ensopado. Ele estava estuporado, pintado de ouro, apertado em um tutu minúsculo e com asinhas coladas às costas. Harry lembrou que ele olhava de cara amarrada para todos com aquela cabeça graúda e pés bem cabeludos.


Jorge, Percy, o Sr. e a Sra. Weasley uniram-se aos demais na sala. Agora todos esperavam ansiosamenteos convidados, que aos poucos vinham chegando.


— Puxa, Fleur! Como a sua barriga cresceu desde a última vez que te vi! — exclamou Gina impressionada. — Está com quantos meses? Cinco?


— Fez seis meses semana passada. — afirmou ela sorrindo orgulhosa.


— Noto que você também não possui mais quase nenhum sotaque francês. — disse Carlinhos pegando uma xícara de gemada oferecida pelo pai. Ele tinha sido o primeiro a chegar.


— Ah, sim. Fleur é praticamente uma legítima inglesa! Só falta gostar de beber chá... — zombou Gui dando gargalhadas.


Foram três horas de muita conversa, risada e com direito à Sra. Weasley cantando ao som de sua cantora predileta, Celestina Warbeck, cuja voz saía tremida de um grande rádio com a caixa de madeira. Desta vez, Fleur, não caçoou da voz de Celestina como ocorrera da última vez; muito pelo contrário, agora ela e a Sra. Weasley cantavam juntas (quase berrando) a música inteira no último volume:
 


Ah, vem mexer o meu caldeirão,


E se mexer como deve ser


Faço procê um amor quente e forte


Para sua noite aquecer.
 


Ah, onde foi parar o meu pobre coração?


Abandonou-me por um feitiço...


E você agora o despedaçou.


Agradeço que devolva o meu coração!”
 


A canção terminou com uma nota muito longa e aguda, e ouviram-se estrondosos aplausos no rádio aos quais a Sra. Weasley e Fleur acompanhavam entusiasmadas. As duas se abraçaram e, de uma hora para a outra, começaram a chorar sem nenhuma razão.


— Só pode ser culpa da gravidez, é a única explicação. Ando percebendo nela um lado sentimental que não havia conhecido antes; desde então ela anda ficando muito dramática por tudo. Ainda bem que essa fase só dura nove meses...— cochichava Gui no ouvido de Harry.


Após a meia-noite, o jantar forafinalmente servido. Todos desejaram uns aos outros um feliz Natal seguidos de vários abraços calorosos. E só depois de muita insistência, a Sra. Weasley conseguira convencer Gui, Fleur, Carlinhos e Andrômeda a passarem a noite na Toca.


Já era tarde quando todos resolveram ir dormir depois de não aguentarem mais de tanto bocejarem. Harry e Rony subiram até o quarto situado no sótão, onde tinha sido posta uma cama de armar para Harry.


Rony adormeceu quase imediatamente. Sonhou que estava deitado em sua cama, dormindo, até que acordava e se deparava com ninguém menos que Hermione Granger se dirigindo até ele. Ela deu-lhe um beijo demorado em sua boca acompanhado de um “Feliz Natal, Rony” sussurrado bem perto de seu ouvido. Foi aí que ele compreendeu: aquilo não era um sonho, era tudo real!


— Mione?! O que faz aqui?... Que horas são? — quis saber Rony, completamente desorientado.


— Cinco e meia. Desculpe vir nesse horário, mas eu não podia arriscar em ver a Sra. Weasley já acordada, até porque não sei quanto tempo iremos demorar. Acorde Harry que eu explico tudo. Precisamos nos apressar...


— Ah... Tá, está bem. — disse ele antes de começar a cutucar o ombro de Harry, tentando despertá-lo.


— Hm... Pare, Rony... Me deixe dormir... Por favor...


— Harry, acorde! Hermione está aqui, veja!


— A Hermione? — perguntou ele abrindo os olhos sem entender. — HERMIONE! — ele se levantou para abraçá-la animadamente. — Que boa surpresa! Feliz Natal!


— Feliz Natal, Harry. É muito bom ver vocês! Acho que nunca ficamos tanto tempo sem nos vermos desde quando eu fui petrificada pelo basilisco... AH! Aqui está o meu presente para vocês. — falava ela entregando uma caixa púrpura amarrada a um laço laranja com pequenas estrelas douradas. — Na verdade, esse ano eu resolvi dar um presente que não seja de um só, mas de nós três. Pode parecer meio clichê, eu sei. Mas considerem isso como uma recordação da nossa amizade... O que estão esperando? Vão, podem abrir!


Harry e Rony desembrulharam a caixa cautelosamente para que não amassassem muito o papel de seda. Parecia ser um belo livro encadernado em couro. Estava cheio de retratos dos três durante os seis anos que estiveram juntos em Hogwarts. O segundo ano era o que mais continha fotos devido ao fato de Colin Creevey sempre persegui-los com sua câmera para onde quer que eles fossem. Na última página encontrava-se a foto mais recente, pois mostrava a última vez que sentaram juntos na mesa da Grifinória, há quase quatro meses antes.


— Nossa, que bacana! Muito obrigado mesmo, Mione. É incrível. — agradecia Rony sorridente. — Mas como não tínhamos ideia de que você viria nos visitar no Natal, eu e Harry já enviamos os nossos presentes para a sua casa...


— Ah, não tem problema! Depois eu vejo. Vamos logo...


— Espere! Você ainda nem nos disse o motivo da vinda. — queixou-se Harry.


— Ora, mas isso não parece óbvio?! Por que eu viria aqui na Toca tão cedo sem avisar com antecedência? Só pode significar uma coisa, não acham? É Natal e nós vamos sim visitar a Joanne!


— O quê?! Mas por que agora? — indagou Rony.


— Porque é melhor que ninguém daqui saiba que iremos. E nem os meus pais. Eu tenho certeza que sua mãe ficaria uma fera. Agora, por favor... APRESSEM-SE!


— Ok, ok. Só mais uma coisa: você informou para a Joanne que iríamos lá?


— Mas é claro né, Rony?! Eu e ela ficamos trocando cartas enquanto eu estava em Hogwarts. Na última semana de aula, ela mesma me escreveu pedindo para que nós três fôssemos visitá-la no Natal; disse que tem uma grande surpresa para a gente...


— E o que você acha que deve ser? — quis saber Harry.


— Eu não faço a mínima ideia. — respondeu ela séria. — Será que eu mesma vou ter que trocar a roupa de vocês?! Cansei de esperar aqui. Eu vou aguardá-los lá embaixo. — logo após ter falado isso, Hermione desaparatou.


Os dois a obedeceram sem hesitação. Não bastou cinco minutos para que os três se encontrassem reunidos próximos a porta da cozinha. Já estando completamente acostumados com o que estavam prestes a fazer, os três deram-se as mãos.


— Espere um pouco aí, Hermione. Se vocês duas mandavam correspondência uma para a outra, você já deve saber que ela se mudou. Com o dinheiro que ganhou pelos direitos do livro, Jo comprou um apartamento mais espaçoso em Edimburgo para ela e a filha viverem. Se eu me lembro bem o novo endereço é Hazelbank Terrace, número 19. Eu e Rony fomos lá quando a buscamos para irmos à Hogwarts.


— Ah, sim. Eu tinha percebido isso. — dizia ela ao mesmo tempo em que espiava preocupada o horizonte, que começava a emitir luzes num tom alaranjado. — Vamos, então?


Passaram-se menos de três segundos e lá estavam eles bem em frente ao prédio situado naquela vizinhança trouxa. Os grilos e pássaros pareciam ser os únicos seres presentes em meio a tal calmaria do bairro. Era um frio devastador, os pés de Harry não se mexiam, pareciam estar fincados no chão coberto por aquele vasto manto branco. Não se via nenhuma pessoa na rua. Naturalmente, todos estavam adormecidos em suas camas.


Harry sentira falta de contemplar as caprichosas decorações de Natal que os trouxas tão bem elaboravam em suas casas. Naquele bairro, por exemplo, cada residência era única. Havia uma com muitas guirlandas e fitas vermelhas de cetim, outra com um número impressionante de pisca-piscas de todas as cores que se podia imaginar. Quase todas continham o tradicional boneco de neve preso em cima dos telhados coloniais. Rony ficou encantado com um Papai Noel gigantesco que ficava constantemente acenando para ele.


— Uau! Com toda essa tecnologia, um dia esses trouxas vão chegar bem perto da nossa magia... — brincou Rony ainda admirando os adereços ao seu redor.


— Eu duvido muito. Você diz isso porque já nasceu deslumbrado. — debochou Hermione rindo. — Bem, você disse número 19, né, Harry? Então é esse aqui mesmo... Mas como é que vamos entrar? Deve haver algu...


— HERMIONE! HARRY! RONY! Estou aqui!


Os três ficaram imóveis. Viraram-se para a direção daquela voz que ouviram chamando-os. E lá estava ela: de pé na calçada do outro lado da rua vestindo um longo sobretudo marfim junto com um grosso cachecol marrom. Estava diferente; parecia ainda mais jovem desde a última vez que se viram.


— Ca-caramba, Jo...Você quase nos matou de susto... — disse Harry, ainda com uma expressão de pavor no rosto.


— Ai, me desculpem. Acontece que Mione não me retornou falando qual seria o horário. Só afirmou que seria “bem cedo”. Por isso, por via das dúvidas, acordei meia hora atrás e vim para cá.


— Bom, acho que eu serei o primeiro a desejar: Feliz Natal, Jo! — exclamou Rony abrindo os braços para abraçá-la, seguidamente por Harry e Hermione.


— Tenho aqui três presentes para você, Jo... — falou Hermione abrindo a bolsa que estava carregando. — Este primeiro é o meu. É um exemplar parecido com o que Dumbledore me deu de “Os Contos de Beedle, o Bardo”. Aquele que eu falei para você que vai te auxiliar na escrita do último livro. Este segundo presente você já sabe bem o que é... Neville me implorou para que eu te desse. Acho que ele comprou isso por causa que eu disse a ele que você precisa memorizar um monte de informações que te contamos sobre nós para depois transcrever tudo para o papel...


— Oh meu Deus! Isso é mesmo o que eu estou pensando que é?


— É sim! É um lembrol. Segure e veja que cor ficará a fumaça.


Joanne retirou a luva de lã preta que usava na mão direita e pegou com muito cuidado a bola de vidro da mão de Hermione.


— Ah, ainda bem: branca. — afirmou Hermione olhando a fumaça se mexer. — O último presente é este colar... Opa, quero dizer, este amuleto aqui... Consegue adivinhar de quem é?


— Luna. — responderam Joanne, Harry e Rony juntos como um coro.


— Mas para que serve isto? — perguntou ela já o colocando no pescoço.


— Afastam os narguilés que infestam os azevinhos. — respondeu Harry prontamente.


— Naguilés?! O que viria a ser isso? — indagou ela visivelmente confusa.


— Nós também não sabemos. — declarou o trio de modo recíproco.


— De qualquer forma, — Joanne ria — agradeça-os e diga que fiquei igualmente embevecida e apaixonada com o que me deram. São muito lindos. E obrigada também, Hermione. Começarei a lê-lo semana que vem.


— Eu e Rony pedimos perdão por não termos presentes para você agora, Jo... Mas não foi erro nosso. É que foi tudo muito corrido, por isso nós prometemos que vamos te mandar um o mais rápido possível. — disse Harry encabulado.


— Ah, não se preocupem com isso! Acreditem. Eu gosto mais de dar presentes do que recebê-los. Até espero que, um dia, eu possa ser uma filantrópica...


— Não querendo ser mal-educado, Jo... Mas nós po-podemos entrar? Eu estou quase co-congelando aqui fora. — pediu Rony tremendo de frio.


— Oh, Rony... Não vai dar... Minha irmã e o marido dela vieram passar o natal aqui comigo, por isso estão dormindo no meu apartamento agora. Eu sugiro andarmos. Confie em mim, isso vai nos aquecer. Além do mais, eu quero mostrar a vocês um lugar fascinante que encontrei aqui em Edimburgo...


— A-ah... Tu-tudo bem, então...


Os quatro encaminharam-se rumo a esquina da rua. Ficaram um bom tempo sem dialogarem, apenas andavam passando por vários quarteirões vazios. Os primeiros raios solares do dia já atingiam os edifícios mais altos.


— Chegamos! — exclamou Joanne parando no começo de uma longa rua de construções antigas e curiosamente familiares.


— Por Merlin! — disse Harry enlevado. — Esta rua me lembra o Beco Diagonal! Qual é o nome dela, Jo?


— Victoria Street. Fiz a mesma observação que você quando eu vim aqui pela primeira vez desde que me contou sobre esse beco.


— É realmente parecidíssima. A única distinção é a largura da rua. Esta é mais expandida. Afinal de contas passam veículos por aqui. — afirmou Hermione analisando cada estabelecimento. — Tá aí mais um item para a sua lista de coisas que te “inspiraram a criar” determinado lugar ou pessoa quando escrevia nossos livros.


Eles prosseguiram em frente com o percurso sem destino definido. Mesmo pelo fato de Hogwarts ser situada na Escócia, Harry nunca teve a oportunidade de visitar a sua capital e conhecê-la detalhadamente. Ele se sentiu como um verdadeiro turista, sendo Joanne a sua guia de viagem.


— Bem, o meu presente de Natal para vocês é um tanto diferente...


— Diferente como? — inquiriu Hermione.


— Porque ele não é concreto como os que você me deu... Eu fiquei dias pensando em “o que dar de presente para três jovens bruxos?” E eu nunca encontrava uma resposta para essa pergunta... Até que veio até mim o presente perfeito. — Joanne andava olhando mais para onde pisava do que para eles. — Entendam... Eu não podia dizer esta notícia por uma carta. Não... Eu tinha que dizer isso fisicamente, cara a cara... Porque esse comunicado não é algo irrelevante. Na verdade é o oposto, pois pode ser o anúncio mais importante e memorável que darei a vocês três, meu trio de ouro.


— Diga logo, Jo! Está nos deixando preocupados. — disse Rony, ostensivamente apreensivo.


— Eu não sei como reagirão a isso, porém antes de eu lhes falar, é necessário que eu te pergunte, Rony, se tem alguma ideia do que se consiste um filme no meu mundo, no mundo dos trouxas.


— Ah... Mais ou menos. Papai me falava fascinado desses filmes trouxas quase sempre. Ele ficava com os olhos brilhando quando me dizia que um dia ele ainda iria a um cinema. Mas o que isso tem a ver com o que está para nos falar?


— Pois é... Harry, você conhece uma produtora americana chamada Warner Bros?


— Claro que sim! Duda vivia assistindo os Looney Tunes na televisão toda as manhãs.


— E você, Hermione?


— Eu conheço também. A minha mãe ama Casablanca. Inclusive, quando eu tinha uns nove anos de idade e ainda estava descobrindo o meu caráter bruxo, meus pais ficaram muito preocupados comigo por eu tervergonha de mim mesma, justamente porque não era igual ao resto dos meus antigos amigos da escola... Até que encontrei As Bruxas de Eastwick, um filme que me ajudou bastante a superar a minha pequena crise.


— Eu já assisti esse! Fico feliz que vocês dois conheçam... Porque essa mesma Warner me fez uma proposta que... Bem... Como é que eu posso dizer... Era totalmente irrecusável. Eu tive que aceitar... Não foi fácil decidir no começo, obviamente. Pensei muito até dar a resposta final a eles.


— E qual seria esta proposta?


Joanne então parou de andar e, pela primeira vez desde que se encontraram, ela encarou fixamente os olhos de cada um dos três. Notava-se algumas lágrimas escorrendo pelo seu rosto, não conseguia segurar a emoção que sentia dentro de si. Ela ficou calada por um tempo indefinido até que adquirisse estruturas para falar:


— A partir de agora, tudo vai mudar. Isso porque a fantástica história de vocês, relatada nos nossos livros, vai atingir um novo nível de popularidade, pois terá uma adaptação cinematográfica.


— Espere aí... O que você quer dizer com uma “adaptação cinematográfica”?


— Rony querido, será que não entende? A saga Harry Potter vai se tornar uma franquia de filmes!

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