O Fim



O fim


       E o duelo já começara ardente. Victor e Malfoy lançavam feitiços destruidores em todos os lados, e tentavam desviar o mais rápido que podia. Era difícil acompanhar tantas projeções de feitiços chegar ao seu destino ao mesmo tempo. Era uma verdadeira batalha de guerreiros, o nobre e imponente guerreiro de verde, contra o outro, corajoso e valente guerreiro vermelho, a Sonserina contra a Grifinória. Victor sempre mantinha a mesma calma nos duelos com quer que fosse, já Malfoy não aparentava a mesma calma, pois tinha a obrigação de manter limpo o nome de sua família, e de ser agora o novo campeão de Hogwarts.


       Já Victor não tinha a mesma obrigação de Malfoy, já que ele era apenas um soldado provisório do exército grifinoriano, mas levara as ofensas de seu inimigo para o lado pessoal. E ele iria pagar.


       Malfoy lançava feitiços de duelos comuns, já Victor procurava lançar feitiços de efeito que embora não fossem os melhores pra um duelo como aquele, tinha cada um suas vantagens especiais. A torcida não parava de gritar, dando urros e vivas a cada quase acerto de um feitiço, e vaias não escapavam, e aquela hora, Victor já possuía um fã-clube especializado nele, que nada sabia dele é claro, mas dava o seu melhor com mentirinhas e suposições bobas.


       Um urro maior deu-se quando Victor acertou um feitiço básico no abdome de Malfoy, que apenas deu alguns passos pra trás, mas sentiu o efeito da torcida a urrar o nome de seu inimigo. Ele estava perdendo, e em sua própria casa. Ele também não podia aceitar isso. De uma só vez, Malfoy deu um urro de raiva e lançou uma rajada de cinco feitiços de uma só vez. Victor fez um giro com sua varinha, que soltou uma camada de fumaça densa em sua frente, e logo se prolongou, tomando conta do seu corpo inteiro, e escondendo o efeito dos feitiços de Malfoy.


       Fez-se silencio em todo o salão. Havia apenas expectativa, em saber se aquilo era um plano ou era um fim para a fama de Victor. E para a felicidade de muitos, aquilo era um plano, uma verdadeira reviravolta: Victor lançara um feitiço estuporante do meio da fumaça, que pra surpresa de Malfoy, o atingira em cheio no peito, que o fizera dar alguns passos atrás, e mal pode se defender do segundo, e logo um terceiro, e sua varinha caiu a dois passos dele, já o quarto acertou novamente o peito dele novamente, e dessa vez caiu de costas no campo e duelo. Seu nariz sangrava, mas ainda tinha seus pensamentos clareados, e se conseguisse se levantar poderia ainda voltar o duelo pro seu lado.


       A fumaça sumiu, e Victor estava de pé, com um sorriso vitorioso no rosto, com a varinha em punho, esperando alguma reação de seu inimigo caído. Então ele começou a falar:


       - Você não vai se levantar? Um homem tem a obrigação de resistir ao mesmo numero de feitiços que lançara. Ou você não é um homem?


      Malfoy apenas levantou seu pescoço e respondeu a provocação:


      - O que você pode falar de ser homem, sangue-ruim? – houve vaias na platéia. Victor resolveu rebater:


      - Ao menos eu sou um sangue-ruim que venceu o sangue nobre de um verme como você sem trapacear. Pegue um lenço e limpe esse maldito sangue azul que está escorrendo no seu nariz, perdedor.


      Malfoy trincou os dentes e de um salto se ergueu e pegou sua varinha, mas em menos de um segundo, Victor acertou ele novamente, com um feitiço nas pernas, deixando-o de joelhos. Malfoy deu um urro e lançou nele:


      - Expulso! – Victor se protegeu e lançou um feitiço diferente:


      - Canis caput! – E a cabeça de Malfoy surpreendentemente se transformou numa gigante cabeça de cachorro, disparando gargalhadas em todas as pessoas do publico, até mesmo nos sérios juízes. Ele tentou falar, mas só conseguiu dar um ganido característico da sua espécie momentânea, o que disparou mais gargalhadas entre o público. Victor retomou a palavra:


      - Mesmo com esse sangue colorido que você diz possuir, não passa de um garoto que se acha um homem. Ainda é apenas um verme, e seria desonestidade minha dizer que esse papel de cachorro é bem merecido, já que eu gosto de cachorros. Um homem grande daria misericórdia a você, mas eu não darei. ESTUPEFAÇA! – e Malfoy foi projetada a uns cinco metros pra frente, caindo pra fora do campo de duelos, tamanha fora o impacto e força do feitiço, deixando ele inconsciente e com seu nariz escorrendo sangue. Sangue vermelho.


       A torcida fez-se em gritos e urros pra comemorar a vitoria do seu campeão, que consagrara mais uma vez o escudo do leão dourado e corajoso da Grifinória, mostrando aos sonserinos quem é que mandava. Cristina correu até Victor e deu-lhe um abraço muito apertado, dando-lhe os parabéns, e logo uniram-se ao grupo Wood, Vane, Blake e Sterblitch, e em menos de um segundo a escola inteira queria dar um abraço em Victor, e essa euforia só parou quando uma voz muito alta disse a eles:


       - Agora devemos dar os parabéns ao nosso campeão do aclamado clube de duelos de Hogwarts, Victor Carter, que batalhou bravamente aqui, com coragem, respeito e imponência, como a casa a qual ficou temporariamente, a Grifinória. – ouve mais gritos e comemorações – e eu espero encarecidamente, que ele sempre se lembre de nós, e que leve boas lembranças daqui. Hoje, Sr. Carter, eu só tenho a lhe agradecer, e é claro, a entregar o seu merecido troféu de campeão do Clube de Duelos de Hogwarts. – e do nada apareceu um troféu dourado, conhecido pelos alunos e novo para aquele campeão.


      Victor passou em meio aos alunos que lhe abriram espaço, e se aproximou de Potter para pegar o seu premio de campeão. E ao chegar perto de Potter, ele lhe entregou o troféu e deu-lhe um abraço leve, apenas para sussurrar eu seu ouvido:


      - Esta na hora de pegar o que é preciso.


      Victor na hora entendeu a mensagem, mas não pôde resolver aquela situação agora, pois uma multidão de vermelho com cornetas e tambores gritavam seu nome em uníssono e o carregavam no meio daquela multidão, direto pro Salão Comunal. Chegando lá, eles o abraçaram, comemoraram e o jogaram pra cima, como se tivessem vencido uma verdadeira guerra, e não um simples torneio de habilidades.


 


      Fez-se um estalo no ar. Como um chicote batendo no chão. E algo caíra no chão. Era Denis, que desaparatara de mal jeito pra fugir do monstro que o perseguia, mais conhecido como James McEffron Jr., o atual Ministro da Magia, e que por um salto não conseguira matá-lo. O garoto tentou pensar na situação: como seu inimigo era tão poderoso assim? E aquela varinha, que exalava uma aura de tristeza e escuridão como um dementador? O garoto ouviu um homem gritar alto, e para se esconder, ele adentrou um beco escuro e sumiu no silencio. Sentiu uma fincada forte no braço, e só não gemeu de dor porque tampara sua própria boca. Olhou pra seu braço: estava inchado, com uma aparência horrível, com certeza a dor que sentira ao cair não fora nada imaginado aquela dor agora. Ele não sabia o que fazer, já que um feitiço pra remendar ossos era complicado, e não era muito recomendado, então ele apelou pra outra alternativa: apontou a varinha para o próprio braço e cochichou:


       - Férula! – e uma faixa de gaze se enrolou no braço dele, dando uma certa firmeza a mais, pelo menos até chegar em casa.


       Olhou onde estava e viu que o lugar era conhecido: o Beco Diagonal. Não conseguia imaginar por que estava ali, ao invés de aparatar direto pra casa. Pensou na possibilidade de aparatar de novo, mas ao sentir seu braço doer de novo, teve a certeza de que se fizesse isso, com certeza estruncharia. Houve mais passos, e logo mais vozes também:


       - Temos que achar o seqüestrador, vocês ouviram as ordens do Ministro...


       Outra voz completou:


       - É o mesmo que sequestrou a neta dos Weasley?


       - Sim... Com certeza deve ser o mesmo... E hoje será o último dia que ele vai andar livre por essas ruas.


       Denis andou devagar pelo beco, preocupando-se em não fazer barulho, enquanto os homens andavam à procura dele, entrando em becos diferentes. Pelo que pôde contar, eram pelo menos umas quinze pessoas, que andavam desordenadamente à procura dele em qualquer lugar. Ele entrou num beco mais escuro e se sentou, respirando silencioso e começou a pensar num plano de fuga para a ocasião.


 


       Já bem distante dali, exatamente na Irlanda, Corey ainda falava na cabeça de Puff, enquanto este procurava pelos seus pertences na casa de Corey, se preparando para a saída do outro dia.


       - Eu não acho que vocês deviam se meter com ele. Vocês sabem que ele tem toda influência que quiser ter, não sabe? – dizia Corey, enquanto Puff se enfiava debaixo de uma cama á procura de um tênis.


       - Nós não temos... – antes que pudesse completar seu raciocínio, um estrondo se fez na pequena rua onde a casa de Corey ficava, era uma explosão, e com o susto e pressa de se levantar Puff bateu a cabeça cama, e reclamou da batida repentina.


       - O que foi isso? – perguntou enquanto ainda saía de debaixo da cama.


       Corey estava com um olhar sério, olhando para o lado de fora. Puff se ergueu rápido e empunhou a varinha, e já ia se movendo quando Corey o segurou pelo braço e disse olhando nos seus olhos:


       - Você não pode ir lá. Veja aquilo! – E Puff pode ver o conjunto de fumaças pretas, voando e explodindo cada casa da pequena vila. Eles ainda não haviam encontrado Puff ou Corey, então atacavam casas aleatórias. As pessoas gritavam e saiam correndo, algumas se ajoelhavam e rezavam para que aquela punição maldita acabasse.


       - É por isso que eu tenho que ir lá. – e ele se soltou do braço dele, mas Corey interrompeu ele novamente:


       - Você não vai sair vivo. Quase não saiu da ultima vez. Eu não te salvei pra isso...


       - E me salvou pra que então? – Puff ergueu o tom de voz – Pra que eu pudesse apenas brincar de mestre de poções? Não! Eu não vou fazer isso! E você sabe por que? Por que eles são o que eu era antes de me tornar um bruxo, e não vou deixar que nenhum homem ou bruxo ou criatura alguma acabe com eles.


       - Não se pode ir contra o Ministro... É impossível.


       - Não existe o impossível, Sr. Corey. É só uma questão de opinião.


       E nesse instante, enquanto Puff ainda estava de costas, a porta se rompeu e um vulto preto já estava entrando na casa, mirando no meio da sala, mas Puff, de um só movimento, um simples 180 graus com o corpo pra trás fez com que o bruxo na fumaça fosse arremessado uns 5 metros pra trás, sem que pudesse ver ou até mesmo sentir aquele Feitiço Estuporante que o acertou em uma fração de segundo. Puff olhou para a porta com um olhar sério, que raramente era visto em Puff, e assim ele saiu pela porta.


 


       A noite caía, e caía em todos os lugares, caía em um imenso castelo, onde seus moradores são adolescentes que aprendem magia, e saindo de lá existe uma vila com pessoas que também sabem magias, estavam organizando um baile, colocando luzes nos bares, e decorando eles com cortinas, bebidas chamativas e tudo que pudesse ser especial e diferente para aquelas crianças. E a noite caía também em um beco, onde um monte de pessoas cursadas em magia procuravam pelos becos escuros, um garoto que fugia com um dos braços enfaixados. A noite caía também em outros países, dando maior destaque à Irlanda, numa vila quase escondida, que estava um caos naquele momento, pois estava havendo um duelo de nove contra um, e embora pareça, o “um” não estava em desvantagem.


       Voltando ao castelo, mais precisamente no Salão Comunal da Grifinória, onde agora as pessoas estavam se dispersando da comemoração pra se arrumarem para o baile, as meninas logo subiram, já que sempre demorariam bem mais que o normal pra se arrumar. Já os garotos estavam menos preocupados, pois em questão de minutos estariam prontos. Victor saiu pela porta e foi dar uma volta no sétimo andar, ele tinha de pegar alguma coisa por lá, e depois ir ao baile, para levar Cristina para um lugar seguro, nesse caso, sua casa. Ele rodou o sétimo andar prestando atenção nas paredes, tentando encontrar alguma coisa diferente. Sabia que por mais que uma magia fosse camuflada, ela deixaria marcas. Procurou por todo o corredor, sempre disfarçando quando alguma criança passava, já que elas não iam ao baile, estava andando pela escola. Todos que passavam cumprimentavam Victor, mesmo que já tivessem visto ele dez vezes, continuavam a cumprimentá-lo. O garoto não ligava pra isso, só queria encontrar o que era preciso. Passado uns cinco minutos que andava pelo corredor, encontrou bem no meio dele, uma parede que brilhava momentaneamente, impossível de perceber aos olhos desatentos, mas desatento era uma coisa que ele não estava naquele momento. Ele percebeu e se aproximou da parede, e tocou-a. Não havia nada diferente, pelo menos ao seu toque. Fechou os olhos, se preparando para desejar que a porta se abrisse, quando ouviu gritos agudos, vindo da direção do corredor, e passos e mais gritos e mais passos, e quando abriu os olhos percebeu cinco garotas do primeiro ou segundo ano pulando em cima dele, pra dar um abraço coletivo, ou um individual forçado, já que elas tentavam puxá-lo cada uma pra seu lado, pra ver quem que fica com um pedaço maior de Victor, e o garoto não sabia o que fazer, pois fora pego de surpresa e não podia mexer os braços e erguer a varinha. As garotas davam gritinhos agudos que penetravam no ouvido como se fosse uma punição divina, e Victor tentava se desvencilhar de uma maneira mais sutil, sem precisar jogar nenhuma daquelas meninas ao chão. Pensou consigo mesmo: “o Professor Lupin não me treinou pra isso...”, e uma voz desconhecida, mas antipática disse em voz alta, pra abafar os gritinhos das garotas:


         - Aproveitando a fama, estrangeiro? – era um garoto alto e corpulento da Sonserina, que vinha acompanhado de mais dois garotos.


         As meninas se desvencilharam, percebendo o que ia acontecer ali, e saíam depressa, dando as costas à Victor, que disse à eles:


         - O que vocês estão fazendo aqui? Quando me apresentaram a escola disseram que o lugar dos perdedores era lá em baixo. Bem abaixo dos que estão no topo.


        Um dos garotos riu, realmente não entendendo que estavam falando dele. O garoto grande olhou pra ele que parou de rir. E empunhou a varinha, perguntando a Victor:


        - Você está se achando, não é mesmo? – disse o líder deles sério.


        - Eu acho que vocês estão mais do que eu... Talvez vocês tenham tomado a mesma poção da sagacidade que o Malfoy tomou, não?


        - Nós.... Nós.... Nem nós nem o Malfoy não tomamos nada... – disse o segundo, um pouco nervoso.


        - Talvez vocês não tenham realmente tomado nada, mas Malfoy? Eu duvido, afinal, quem conseguiria ficar em pé levando o peito três Feitiços Estuporantes? – disse convicto, tentando arrancar a verdade dos garotos.


        - Só na sua terra que as pessoas precisam beber poções pra se manter fortes em um duelo...


        - Então você está me dizendo que qualquer um consegue ficar de pé após um Feitiço Estuporante?


        - Não... Só os fortes... – o garoto mentia sem jeito algum pro que tentava fazer.


        - E se eu lançasse um em vocês agora? – disse ele, apontando a varinha numa incrível velocidade, e depois a recolhendo, deixando para os garotos apenas o susto.


        - O que vocês querem aqui? Digam logo e sumam, pois eu tenho coisas importantes a fazer ainda. – disse Victor mudando o tom de voz.


        Eles se olharam meio constrangidos, não sabendo o que fazer com o atual campeão de Hogwarts.


        - Vão ficar aí parados? – perguntou Victor sério, já apontando a varinha para o grupo. – sei que Malfoy mandou vocês três pra me humilharem, do jeito eu ele não conseguiu, mas se é isso que vocês querem.... Vão ficar pior do que ele.


        As palavras dele penetraram na mente dos garotos, que ficaram com medo, e diante da ameaça, resolveram partir logo, e assim se foram. E nesse momento, mesmo sem perceber, Victor acabara de usar legilimência em outro nível, um bem fora do comum, onde ao invés de apenas ler a mente do inimigo, você ainda põe coisas na mente dele. E essa, é bruxaria pesada.


        O garoto estava como sempre quis estar naquele corredor: sozinho. Finalmente poderia entrar na Sala precisa e pegar o livro de poções e feitiços do Príncipe Mestiço, e assim, levá-lo para a sede da Ordem da Fênix.


        Ele olhou para a parede e ficou a um passo de distância dela. Fechou os olhos e pensou: “Eu quero o livro do Príncipe Mestiço”. Nada aconteceu, e ele se concentrou de novo. Pensou diferente dessa vez: “Dê-me o livro do Príncipe Mestiço”. Nada aconteceu de novo e ele começou a se concentrar mais forte. Ele precisava se lembrar das palavras que lhe serviriam como dica. Havia as encontrado em um livro. De repente, como uma salvação se lembrou de uma só vez:


“Está onde tudo se esconde


Se tiver que perguntar, jamais saberá


Se souber, basta pedir.”


       Ele se concentrou de novo, tendo as palavras em mente, e pensou de novo: “Eu preciso do livro do Príncipe Mestiço”.


        Houve um ruído, e a parede começou a se mexer, abrindo uma espécie de porta, que logo Victor adentrou. Era uma sala enorme, muito maior do que deveria ser, e mais, estava cheia. Repleta de itens conhecidos e desconhecidos. Havia de tudo lá dentro: talheres, móveis, vassouras, armários, pilhas de objetos velhos, latarias, pedaços de alguma coisa desconhecida. Realmente havia de tudo ali. Victor começou a andar pelos corredores que se formavam pelas pilhas de coisas, à procura de um livro desconhecido e que estava dificultando bastante sua vida. Ele ficou rodando por corredores enormes e fazendo curvas e não estava encontrando em nada que procurava. Usou feitiços para atrair o livro, mas por ser um lugar mágico, não obteve resultados. Ele olhou mais em volta, e se concentrou de novo. Dessa vez ele teve uma visão objetiva de onde estava o livro: em cima de uma cadeira, com forro azul, estava num casto, uma esquina daquela imensas pilhas. Sua visão voltou ao normal, e ele se dirigiu rápido ao canto das fileiras, e começou a correr, percorrendo elas. Era quase um labirinto lá dentro, mesmo assim ele conseguia se posicionar, de repente, ao longe ele avistou na outra esquina a cadeira que estava procurando. Correu pra lá o mais rápido possível, e ao pegar o livro e colocar dentro de seu manto, houve um estouro e uma quantidade enorme de diabretes da Cornoália saiu de onde ninguém sabe e foram atrás de Victor, gritando e destruindo pequenos objetos pelo caminho, mas Victor estava com pouco tempo e acabou com isso mais rápido que ele imaginava:


         - Imobilus! – e eles pararam antes mesmo de chegarem perto dele, e caíram.


         Logo ele saiu pela porta e se dirigiu ao Salão Comunal, e quando estava na escadaria viu Blake vestido de trajes de luxo, pronto para o baile e quando avistou ele comentou:


         - Você não vai ao baile cara?


         - Que horas são? – Perguntou ele surpreso. Será que ela havia perdido a hora?


         - Já são quase oito horas... Eu já estou atrasado...


         Isso arregalou os olhos de Victor, que embora fosse um ótimo feiticeiro, não existia feitiços que mudassem o tempo ou o acelerassem, então, ele estava atrasado. Saiu correndo de qualquer jeito pelas escadas e nem se despediu direito de Blake, mas por um instante ele parou, e perguntou à Blake:


         - A Cristina foi ao baile?


         - Foi... – respondeu Blake – Ela foi junto com a Sabrina Vane. A uma hora dessas, elas já devem estar em Hogsmeade.


         - Merda! Tenho que correr! – e saiu correndo dizendo a senha da porta em meio à respiração apressada, e correndo ele ainda dentro do quarto, e correndo ele se dirigiu ao banheiro e tomou banho apressado, e num movimento de varinha as vestes à rigor o vestiram sozinhas. As vestes eram elegantes e o deixava um pouco mais alto.


         Ele deu uma olhada rápida no espelho e vi que seus cabelos estavam molhados e despenteados , ele fez um movimento   com a varinha e um ar quente secou seus cabelos e logo em seguida o penteou. Passou rápido pelo salão comunal e se dirigiu a porta, indo rapidamente em direção a Hogsmeade. Assim que passou pelos portões de Hogwarts, o garoto se converteu em fumaça negra, e saiu no meio da noite, ignorando as carruagens que se encontravam parados com seus testrálios, à espera de algum aluno. Ele passou pelo céu, e aproveitando a noite e a desatenção das pessoas, pode aterrissar invisível atrás de uma casa vazia, sem que ninguém ao menos suspeitasse dele. Foi quando ele ouviu de longe: um estrondo e vários gritos agudos. Com certeza era uma explosão, um grupo de homens vestidos de preto estavam atacando à Hogsmeade também. O objetivo era claro: Cristina Potter.


         Victor empunhou a varinha e se dirigiu para o campo de batalha.


      


         Um garoto corria muito rápido, tendo um pouco de dificuldade de mexer o braço esquerdo. Algumas pessoas corriam atrás deles, com varinhas em punho, sempre tentando mirar em suas costas ou pernas, mas o garoto já era experiente, e por isso, nada o acertava. Desviava de pessoas e coisas numa velocidade incrível, chegando a passar do lado de alguém que o estava perseguindo e ainda não ser pego. Ele entrava dentro de muitos becos e saídas impossíveis, mas logo era cercado, e ainda assim escapava. Corria tão rápido que derrapava nas curvas e esbarrava em caixas de papelão e madeira pelo caminho. Ele corria meio torto, tentando à todo custo proteger o braço esquerdo de qualquer impacto. Um Feitiço Estuporante lançado passou rente à seu ouvido, podendo até ouvir a vibração do feitiço. Sabia que não poderia continuar correndo por muito tempo, pois seu fôlego iria acabar, e logo todos os becos estariam cheios de pessoas.


         Ele fez mais uma curva perigosa, e bateu com o braço direito na parede, mas continuou correndo e entrou em mais um beco, dessa vez bem mais escuro que os outros, e ainda tinha uma placa diferenciada das outras, escrito: Travessa do Tranco.


         O local era extremamente mais escuro, e ainda possuía mais becos que o Beco Diagonal. Denis devia ter se perdido no caminho, pois aquilo não fazia parte do plano. Não naquele caminho. Ele continuou correndo, e logo sentiu que alguns passos diminuíram atrás dele. Não era difícil descobrir o porque, aquele era um lugar para pessoas de má índole, que praticam magia negra, e a maioria das pessoas tinha medo daquele lugar, mas mesmo assim, alguns corajosos continuavam na perseguição, correndo e ficando perdidos na escuridão. O garoto atravessou mais dois corredores, e mesmo no escuro pode sentir passos se aproximando nos becos ao lado. Tentou seguir em frente, e viu pelo menos cinco vultos na frente da passagem. Derrapou, conseguiu parar, mas ao voltar, viu mais sete, cercando a entrada. Por reflexo, se jogou na entrada do outro beco, um que ficava de entrada ao lado do que ele estava, mas por seu azar,  dava num circulo, quase uma praça. Era enorme, porém era fechado e tinha desenhos de pentagramas por todo lugar. Era uma praça de Rituais. Logo pelo menos quinze pessoas chegaram na praça, rindo histericamente, e Denis duvidou que ainda tivesse algum subordinado do Ministério ali presente. Mas ele estava cercado, cercado por quinze bruxos loucos das trevas num péssimo local. Ele estava cercado numa praça de Rituais de Magia Negra.


      


         Enquanto isso na Irlanda, Puff batalhava com todas as suas habilidades contra os nove sequestradores contratados para matar Puff e Corey. Ele se desviava de feitiços na esquerda e direita, e não sobrava tempo suficiente para atacar. Eram feitiços totalmente ofensivos, que se pegassem causariam um grande estrago no garoto. Eles fizeram um círculo, e iam atacando gradativamente, e Puff defendendo com mesma intensidade. Logo eles começaram a aumentar a velocidade, o que prejudicava Puff, pois não podia defender nove feitiços em um segundo. Ele tentou se mover em forma de fumaça, mas em conseqüência disso, quase foi estuporado. Os bruxos gritavam urros de alegria e animação, vendo o garoto desviar com dificuldade contra a intensidade dos ataques. Mas ele não podia desistir. Acabara de fazer uma promessa de defender os trouxas até o final, e ele não desistiria, e se morresse, aquele teria sido o final que prometera. Mas uma luz se acendeu pra Puff.


        Em um segundo, houve um lampejo, e um dos nove bruxos caiu com um baque seco no chão, estuporado pelas costas. Era Corey, que se dirigia com coragem para  círculo em volta de Puff. Por um segundo os ataques cessaram, e nesse meio tempo, Puff se afastou em forma de fumaça pra perto de Corey, bem a tempo de defendê-lo de oito rajadas de feitiços ao mesmo tempo. Puff disse ainda ofegando:


         - Pensei que você não viria!


         - Pensou errado garoto! Enquanto existir razões pra lutar, eu não vou desistir.


         - Que bom!... Mas é melhor se concentrar, porque eles beberam poções de fortalecimento.


         Eles já estavam se movendo, se defendendo e ainda conversando:


         - Como você pode saber?


         - Eu sou um ótimo mestre de poções, se esqueceu? – e ele abriu um largo sorriso.


         - Espero que você seja tão bom em duelos também... – disse Corey, debochado.


         - Agora eles vão aprender o que é duelar. – e ele deu um sorriso confiante.


         E então Puff começou a se mover rápido, mas do que podia se imaginar, e logo ele se converteu em fumaça, e ia projetando feitiços numa incrível velocidade, acertando todos de uma só vez, enquanto Corey procurava uma abertura na defesa deles. Mas eles eram bons, e mesmo recebendo os feitiços, continuavam de pé, pois o efeito da poção era incrível. Mesmo assim continuaram duelando, batalhando por suas vidas. Puff desviava e contra-atacava ao mesmo tempo, já Corey não possuía tamanha disposição para tanto, e por pouco quase fora estuporado duas vezes.


         Num movimento rápido, se converteu de volta em carne e osso e estuporou no rosto um dos sequestradores, que se projetou a dois metros de distancia. Nisso, alguns já tentavam acertar o garoto com fogo maldito, e com maldições imperdoáveis, enquanto Corey duelava ainda com muita dificuldade com dois sequestradores de uma só vez.


         Puff duelava com os outros cinco, e obtinha uma certa vantagem, agora que o círculo estava desfeito, e ao ver Corey com dificuldades, pensou num plano e pôs ele em prática imediatamente. Mirou no meio de onde os cinco se localizavam e soltou:


         - Bombarda! E apenas um deles sentiu a explosão e foi projetado pra trás, enquanto os outros quatro se convertiam em fumaça, fugindo a tempo. Nesse mesmo segundo, Puff já se convertia em fumaça de novo e corria rápido para a direção de Corey, e ao se aproximar, pode sentir dois vultos vindo atrás dele na mesma forma sobrenatural que ele estava. Ele desviou de dois feitiços lançados no ar e se aproximou de Corey no exato momento em que ele seria estuporado, e numa incrível velocidade, estuporou no rosto o mesmo que lançara o feitiço. Menos um. Só faltavam cinco.


         Em um instante os dois que estavam em fumaça já se aproximavam, mas Puff mirou no outro inimigo de Corey:


          - Petrificus Totalus!- e ele ficou paralisado com o feitiço. Os dois estavam a menos de dois metros de distancia, e Puff ainda teve tempo de acertar um deles:


         - Impedimenta!- e o bruxo foi se suspendendo no ar, até que atingiu uns cinco metros de altura e caiu de uma só vez.


         Só faltavam três. O outro se aproximou o suficiente de Puff para atacá-lo, mas dessa vez, Corey se enfiou na frente e protegeu Puff, com um Feitiço Escudo. Enquanto duelavam os outros dois apareceram, e começou um duelo três contra dois, e antes que Corey fosse atingido, o garoto se tornou novamente fumaça e lançou feitiços estuporantes e dois dos sequestradores, que ao vê-lo saindo pra fora da visão deles, começaram a persegui-lo novamente, e antes de sumir da vista de Corey, o garoto disse em voz alta:


         - Frasco! – e sumiu da visão da vila.


         Os sequestradores não entenderam, mas Corey sim, e em menos de um segundo ele já enfeitiçava:


          E rapidamente, Corey tirou do bolso um frasco e o enfeitiçou: - Depulso!! – e  atingiu no peito o inimigo, que ficou estático, com a varinha apontada sem conseguir mexer seu corpo, apenas visualizando o liquido cor-de-rosa que escorria pela sua camisa.


         Enquanto isso, Puff se afastara da vila o suficiente pra sair dentro de uma floresta, onde a maioria dos animais já estavam dormindo, e ainda podia-se ouvir os gritos das pessoas desesperadas, e isso só encheu de mais raiva o peito de Puff. Ele tornou novamente seu corpo em carne e continuou correndo, entrando cada vez mais dentro da floresta. Ele ainda podia ouvir os outros dois ofegando e correndo arás dele, até que ouviu um feitiço:


          - Locomotor Mortis!- e ele caiu de cara no chão, ao sentir suas pernas serem atingidas pelo Feitiço das Pernas-Presas. Os dois chegaram perto dele, com um olhar vitorioso, mas Puff ainda tinha um plano. E ia pô-lo em prática.


         - Você deve estar esgotado.... – disse um dos sequestradores, ofegando bastante. – Se não fosse essas poções de fortalecimento.... Com certeza eu já estaria esgotado.


         Puff se sentou no chão. A varinha estava a alguns centímetros dele.


         - Você sabe que nós vamos te matar? Você foi bem corajoso... não desistiu até o final.


         - Pensei que eles pagariam uma recompensa pela minha cabeça... – disse Puff, desafiador.


         - Até que estão pagando... Mas você dá muito trabalho. Imagine se você foge? Eu ia ter trabalho em dobro. Só conseguimos te capturar, porque você se esgotou...


         - É... eu estou esgotado mesmo. Talvez eu não devesse mais lutar....


         - É. Você não deve mesmo.


         - Então vou chamar alguém pra lutar no meu lugar! – e ele deu um salto, mesmo com as pernas presas e agarrou a varinha, mirou pra sua garganta e disse: - Lupus Sonorus! - e ao tentar falar de novo, saiu algo diferente para um humano: - AAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!


         E em um segundo ele projetou um Feitiço Escudo, bem a tempo de se defender dos outros dois que eram lançados contra ele. E logo, algo aconteceu.


         Uma alcatéia, de pelo menos quinze lobos famintos apareceu, rodeando a parte da floresta onde eles estavam. Ele rosnavam, se preparando pra atacar, esperando a ordem do seu igual que os chamou. Puff abriu a boca e soltou um ganido, e logo em seguida um rosnado e um latido, e os lobos começaram a uivar. Os sequestradores deram passos para trás, se encostando um no outro, e ficaram com as varinhas erguidas, sem saber pra quem apontar. Nesse meio tempo, Puff rompeu o Feitiço das Pernas Presas, apontou a varinha para si, e voltou sua voz ao normal. Mexeu em seus bolsos e tirou de lá uma bomba de fumaça preta, e jogou no meio do campo. A bomba explodiu e gerou uma camada densa de fumaça, o garoto mirou no meio do campo e enfeitiçou:


         - Opugno! – e logo se transformou em uma doninha, de pelo negro, mas a cauda branca e felpuda, e de pelos bastante lisos, diferente do cabelo convencional do garoto.


         Saiu correndo dali o mais rápido que pudesse, e mesmo de longe ainda ouviu o uivo da alcatéia e os gritos dos homens sendo atacados.


        


         Já em Hogsmeade, a aldeia estava um caos, muitos bruxos de preto, no meio da escuridão atacando tudo que viam pela frente, e nessa confusão, o máximo que as outras pessoas conseguiam fazer era correr de um lado para o outro, assim que viam alguém vestido de preto. Mas um garoto estava correndo também, mas pra um lado só. Para o meio da aldeia, procurando por uma garota, que não sabia como estava.


         Victor andava entra as pessoas, procurando não chamar a atenção para os sequestradores, e ao mesmo tempo procurando Cristina. Victor precisava encontrá-la, não podia deixar nada atingi-la, e ainda assim levá-la consigo. Teve uma idéia repentina, e conjurou um pergaminho, encostou a varinha no papel, que começou a projetar palavras sozinha, como uma carta escrita à mão. Ele balançou a varinha, e o pergaminho se dobrou e formou um origami de papel, um avião. Ele fez um gesto pra frente com a varinha, e o papel saiu voando em direção ao castelo.


         Então ele se concentrou de novo no campo onde estava. Olhou o campo todo em volta e analisou as posições de onde os sequestradores estavam. Deu um passo à frente. Agora sim, seria um duelo de verdade.


          


 


         Denis ainda estava cercado pelos bruxos das trevas, na praça de Rituais de Magia Negra. Ele acendeu a varinha, para que pudesse enxergar pelo menos um pouco no meio da escuridão, viu apenas vultos andando devagar em sua direção. Até o vento tinha parado de tocar seu corpo. Ele se preparou. Sentiu seu coração bater mais rápido. Nunca duelara com tantos bruxos em tão pouca distancia em campos tão desfavoráveis como aquele.seu coração ainda estava disparado, mas aquilo não era medo. Era emoção.


         - Estupefaça!- ele começou estuporando um dos bruxos antes que eles fizessem algum movimento, e logo que o primeiro caiu, ele saltou para o lado à tempo de desviar dos outros feitiços que foram lançados. Ele ouvia risadas estranhas de emoção dos bruxos das trevas, e ouvia também os lampejos serem formados nas varinhas e lançados em alta velocidade, e defendia com igual precisão desviando-se e projetando feitiços escudos, fazia seu corpo virar fumaça e atacava, porem sem efeito nenhum, já que o ataque sem mira não acertava ninguém. Ele pensava como alguém poderia enxergar naquele breu, e ainda duelar. Foi quando ouviu uma voz muita aguda gritar:


         - Danpnas Ignis! – e uma baforada de fogo foi lançada pra cima de Denis,que por reflexo, conjurou:


         - Partis Temporus!- e o fogo lançado se abriu bem no meio, desviando do garoto, e deixando a bruxa que o conjurou a mostra, que foi estuporada mais rápido do que pudera sentir. E ao ver três vultos negros se aproximando em forma de fumaça, ele saltou para o lado, mirou no céu e conjurou: - Lumus Máxima!- e uma bola de luz branca se formou no céu, iluminando o campo e dando assim uma vantagem a Denis, que agora conseguia enxergar seu inimigos.


 


         Victor fora para o meio do campo correndo, e ao chegar no meio da multidão, lançou num seqüestrador que se aproximava:


          - Estupore!- e o lampejo vermelho acertou o seqüestrador bem no peito, que caiu de uma vez, projetado pra trás. O garoto continuou correndo, desviando da pessoas da vila, quando um Feitiço Estuporante passou perto de sua nuca. Ele olhou: era um seqüestrador que o tinha atacado. E eles começaram a duelar, o seqüestrador lançando vários feitiços de uma só vez, enquanto Victor desviava com facilidade, pela grande quantidade de pessoas no local.


          Mas um mestre de duelos sempre sabe aproveitar o campo mesmo que seja favorável ao adversário, Victor agora era o campeão de Hogwarts. Ele se recuperou dos feitiços lançados e começou a atacar o sequestrador, com feitiços de todos os tipos, que logo abalaram a defesa do sequestrador e foi projetado a alguns metros a frente, caindo de costas.


          Victor se virou, pra ir pra direção da floresta de Hogsmeade, o único lugar onde não tinha procurado ainda, quando o sequestrador que ele tinha acabado de derrubar lançou faíscas verdes ao céu, para a direção onde ele estava indo. Sabia o que significava: faíscas vermelhas era um pedido de ajuda, faíscas verdes significava que o grupo deveria seguir, pois não correriam perigo à frente. E Victor sabia também, que se eles seguiriam, era porque já tinham conseguido seu objetivo: estavam com Cristina.


           Ele apontou com raiva para o sequestrador das faíscas e o estuporou no rosto, ouvindo de longe o estralo que o nariz dele fez ao ser quebrado. E logo ele se transformou em fumaça e cruzou o céu, na esperança de ainda encontrar um grupo carregando uma garota a força.


 


              Denis ainda duelava com coragem, mas os bruxos perversos eram bastante fortes e rápidos, conseqüências da magia negra, por mais que defendesse e desviasse, eles eram bem diferentes do que o costume. Ele agora podia enxergá-los, o que só fazia os odiar mais, vendo seus rostos perversos.


              Logo o garoto começou uma sequencia:


              - Estupefaça!- e acertou em cheio um dos bruxos que se aproximavam, um outro vinha pela esquerda, e o garoto lançou nele: Levicorpus! – o bruxo saiu voando, mas em conseqüência outros já estavam muito perto, e ele se conjurou em fumaça, saindo de perto deles, e um feitiços estuporante passou rente a uma de suas costelas. Passou ardendo. Magia negra. Mas ele não tombou, e fez outra sequencia:


              - Estupefaça! Estupefaça! Estupore! Impedimenta!Petrificus Totalus!- e acertou dois dos bruxos, mas ainda faltava uns dez bruxos para serem derrubados. Ele defendia e contra-atacava de todos os lados que enxergava e que o seu reflexo mandava, derrubou mais um, e apenas ouviu um deles gritando a suas costas:


            - Avada Kedavra!- e um lampejo verde passou onde estava sua cabeça a um segundo atrás, antes de se abaixar por instinto. O duelo estava ficando serio, e logo não teria como duelar por conta própria.


            Viu dois lampejos vindo da direita, e deu um salto para o lado, e ao ver o primeiro bruxo, conjurou:


             - Confringo!- e o fogo explodiu no peito do bruxo que estava na mira, e saltou ao sentir se aproximar o Feitiço Desintegrador ser lançado nele. Ainda faltava onze bruxos. Ele se levantou rápido e lançou uma Azaração do Impedimento num dos que estavam mais longes, deu dois passos pra direita e petrificou um deles com o Feitiço do Corpo Preso, faltavam nove, e conjurou por reflexo um Feitiço Escudo, que tentou segurar de uma só vez dois Feitiços Estuporantes lançados contra eles. Mas não defendeu, e Denis foi projetado pela força dos dois feitiços de uma só vez.


             Ele bateu as costas na parede que indicava o fim da praça, e sua varinha rolou a alguns metros de distancia. O Feitiço da Luz se apagou, e ao ouvir as risadas malignas e as varinhas apontadas pra ele, emitiu seu pedido de ajuda.


 


             Victor ainda voava, à procura de Cristina, quando um Feitiço Estuporante passou perto de seu braço, e ele viu no chão, oito homens, quatro na frente, carregando Cristina no meio deles, e os outros quatro fazendo a guarda da equipe na frente.


            O garoto desceu e tomou sua forma comum. Estava sério, seu coração batia forte. Aquele duelo definiria sucesso ou fracasso em sua missão. A garota gritava, e o grupo de sequestradores fugiam o mais rápido que podiam. Ele se concentrou, trincou os dentes. Empunhou a varinha firme. Sem medo. Como o verdadeiro guerreiro de vermelho.


             E o duelo já começou bastante perigoso:


             - Estupore! E um dos sequestradores foi para o chão, Victor girou o corpo três vezes para o lado, e soltou dois Feitiços Estuporantes de uma só vez, que acertou um dos sequestradores, e o outro defendeu o feitiço. Ele se esquivou e defendeu com feitiços quatro ataques seguidos, e com uma agilidade incrível se abaixou e mirou no chão:


             - Bombarda Máxima!- e um deles foi projetado pra longe, já o outro se transformava em fumaça, tomando distancia, mas Victor não deu trégua: - Petrificus Totalus!- e o bruxo foi atingido enquanto ainda estava no ar, caindo como uma pedra no chão, com um baque surdo.


             Ele percebeu que os outros quatro que estavam com Cristina já tinham saído dali, se encaminhando para a floresta, fugindo dele. Seu coração batia forte, sua alma pedia pra ele salvar a garota, e ele nem mesmo sabia porque. Não só por causa da missão. Ele queria ela bem. Ele a teria bem.


             De um salto ele se transformou em um imponente falcão negro e subiu ao céu , dando um pio alto, escutado e temido pelas aves menores. E da altura onde estava, seus olhos enxergaram e focaram na fuga de quatro homens, dentre eles, um meio gigante, que carregava uma garota nos ombros.


             E ele desceu. Mas desceu tão rápido quanto se era possível ou impossível, e ninguém soube dizer exatamente quando aquele imponente falcão virou fumaça negra e logo virou carne e tocou o chão.


 


             - Timber! – disse Denis, dois segundos antes de ouvir várias gritar:


             - Avada Kedavra!- mas antes que qualquer uma das maldições acertasse ele, fez-se um barulho de chicote batendo e uma figura pequenina, de um pouco mais de um metro, com orelhas de morcego e nariz pontudo apareceu bem na frente do garoto e num estalar de dedos, desviou as maldições da morte.


             O garoto se levantou de um salto, contagiado pela adrenalina da batalha, e ao se erguer, lançou um nuvem de fumaça nos outros bruxos, somente para que pudesse falar ao seu ajudante repentino, e ao fazer isso, encostou um de seus joelhos no chão e ficou na altura do elfo. E começou a falar com ele:


             - Timber, eu tenho um plano que pode dar certo, mas eu preciso que você faça o seguinte: eu quero que você aparate para um local alto, mas não perca minha visão. E preciso que você sempre projete feitiços de defesa perto de mim, sempre que eu for atacado. Você não pode deixar que nada me acerte, entendeu?


             O elfo aquiesceu com um movimento de cabeça, e o garoto continuou falando:


             - Você pode fazer isso?


            Ele aquiesceu de novo. E dessa vez abriu a boca pra falar:


             - Seu desejo é uma ordem!- e fez um estalo de chicote. Ele havia desaparatado.


             O garoto segurou firme a varinha. Sentia seu braço esquerdo doer e latejar. Risadas agudas se formavam no escuro. Então ele respirou fundo e se preparou:


             - Danpnas Ignis! – e ele começou a girar a varinha em torno de si, fazendo um círculo de chamas protegendo seu corpo e afastando os inimigos, que berravam de dor, por tentar chegar perto do garoto. Eles lançavam Feitiços Estuporantes, mas antes que acertassem o garoto o elfo produzia escudos transparentes. De repente, o garoto ergueu o braço e deu um grito de fúria, e ao fazer isso, começou a girar mais rápido o braço e torno de si, que deu poder e alcance ao feitiço, e ouviu-se chicotes estralando por todos os lados, e promessas de vingança e juramentos de morte naquele local. Os bruxos das trevas tinham ido embora.


 


        E sem ninguém ter visto ou sentido, Victor aparecera no meio dos outros quatro que corriam, aterrissando bem entre os dois da frente e os dois de trás. E antes que eles ainda se dessem conta, Victor estuporou os dois de trás, jogando-os para longe.


        Os dois da frente agora já tinham visto o garoto, e um deles era o meio gigante.


        O outro que era comum se afastou do gigante, deixando ele grunhindo com a garota em cima de seu ombro. O homem ficou a uma distância considerável do garoto e fez uma reverencia, como que se estivesse testando a mentalidade do garoto.


         - Largue a garota agora!- disse ríspido o garoto.


         - Por que vocês ainda insistem em lutar? Você já sabe há muito tempo qual lado será vencedor.


         - Eu não vou dizer mais uma vez. – e ele cerrou os dentes, com raiva.


         - Você que quis assim... – e conjurou mais rápido que os olhos podem ver: Estupefaça!


         Mas reflexo de Victor foi mais rápido,e conjurou um Feitiço Escudo que o protegeu a tempo, e logo lançou mais feitiços. O inimigo se esquivou de um, dois, mas o terceiro acertou propositalmente o seu joelho num ângulo muito bem calculado, que fez o inimigo girar em diagonal duas vezes e cair de costelas no chão, estatelado.


         O gigante nem esperou por uma reação do colega e jogou a garota pra trás de qualquer jeito e foi rugindo pra cima de Victor. O garoto viu aquela figura enorme se aproximando e lançou de prontidão, três feitiços estuporantes de uma só vez, que por sua vez não tiveram efeito algum, pois apenas se ricochetearam.


         O gigante chegou bem perto do garoto e não quis saber de feitiços, tentou dar um golpe direito e um esquerdo, em ângulos bem assassinos, mas o garoto se desviou deles e saltou para o lado, e mirou em sua perna:


          - Reducto! – e ouviu-se um estalar no joelho do gigante. De uma coisa ele sabia, por mais que gigantes fossem resistentes a magia, um bom Feitiço Destruidor causaria algum estrago onde acertasse. E causou, pois o gigante não conseguiu manter seu total equilíbrio e se ajoelhou no chão, e nisso Victor já estava correndo em círculos e lançou no gigante:


          - Incarcerous!- e uma grossa corda se enrolou no pescoço dele, enforcando-o, mas ainda assim ele deu dois passos à frente, à procura de acertar o garoto, que mirou e lançou: - Diffindo! – e passou bem perto do gigante, mas não o acertou, e logo se ouviu o estralo da árvore se rompendo e caindo na direção do gigante com um enorme estrondo.


           E num rugido que acordou a metade da floresta, o gigante e ergueu de debaixo do tronco, segurando-o com as duas mãos e embora fazendo um esforço, ergueu-o até a altura de sua cabeça, como se fosse um halterofilista em treinamento, e Victor aproveitou a chance:


         - Confringo!- e as chamas lançadas explodiram na cara do gigante, que deu um rugido alto de dor, e jogou o tronco para o lado, e embora seu rosto estivesse todo queimado, ele ainda deu passos tortos.


         Mas dessa vez era o fim para ele. Victor se aproximou como um fantasma e apontou a varinha à alguns centímetros de distancia da entrada da grande boca do gigante:


          - Estupefaça! – ouve um pequeno lampejo, e o gigante caiu pra trás de uma só vez.


          Ele olhou à procura de Cristina, e a encontrou encostada num tronco de árvore, com os olhos arregalados, em estado de choque.


          Ele se aproximou dela, e pôs a mão em seu rosto, acariciando-a.


 


          Na Irlanda, Puff voltava correndo enquanto escutava a matilha de lobos uivando e gritos de homens querendo fugir da morte. Ao sair da orla da floresta, ele viu Corey se aproximando dele, e disse ao homem:


          - Está tudo bem?


          - Estou vivo, não estou? O que você está fazendo aqui ainda? Esperando outro ataque?


          O garoto se assustou com as palavras dele, mas entendeu o porquê.


          - Você não vai mais ficar aqui não é?


          - É claro que não. Eu gosto da minha vida, agora vá e faça o que tiver que ser feito. – e jogou para Puff a mochila com seus pertences de viagem.


          - Um dia eu ainda vou te encontrar de novo, e mostrar como eu sou forte.


          - Eu acredito em você garoto. Eu sei que vai. Adeus.


          E Puff se virou pra trás e desaparatou.


 


          Denis ainda estava estatelado, não acreditando na vitória que tivera sobre tantos bruxos das trevas. De repente ele voltou a si, e chamou o elfo. Ao se aproximar perto dele, ele comentou:


           - Timber, muito obrigado. Você foi incrível!


           E ao encostar no ombro do elfo, fez-se um barulho de chicote estralando.


 


          Victor olhou no fundo dos dela, e disse em seu ouvido:


          - Vai ficar tudo bem, eu te prometo.


          E ao pegar na mão dela, um estralo de chicote se fez no ar.           


               


        


 


              


                            


                                                 


 

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