O ataque e o sequestro



   


                                         O ataque e o sequestro


 


     Era primavera, mas o calor que já fazia pertencia ao verão, o que significava que as férias estavam se aproximando, e junto com elas, os testes finais. Para os alunos de Hogwarts, era para ser uma época cheia de agitação e gente estudando, mas não era a verdadeira realidade. Muitos estavam realmente agitados, mas não com as provas e sim com o novo decreto do diretor: Todos os alunos maiores de 16 anos têm o direito de ficar ate altas horas da noite em Hogsmeade, para aproveitar melhor os bailes festivos que a população tem dado nesta época.


                               Diretor de Hogwarts: Harry Tiago Potter.


     Essa noticia deixou todos os alunos eufóricos, pois todos comentavam sobre os incríveis bailes de Hogsmeade e agora eles podiam visitá-los.


     Mas essa notícia não agradou o Ministério, que disse que algo perigoso poderia acontecer aos jovens bruxos expostos nas festas, mas Potter retorquiu que não havia perigo algum, pois todos os bruxos das trevas haviam sido capturados e destruídos na época de Você-Sabe-Quem. Essas palavras surtiram efeito no Ministro, pois essas foram as próprias palavras do seu pai.


    Era a primeira noite que os alunos iriam às festas, os garotos se exibindo e as garotas muito bem arrumadas, todos loucos para verem e aproveitarem a incrível festa que os esperava.


    E foi realmente incrível, principalmente para duas garotas que andavam sozinhas para os cantos mais afastados de Hogsmeade, e uma delas, a que tinha o cabelo mais escuro disse:


     - Hoje eu estou muito feliz!  - e ela começou a rir sozinha como se tivesse escutado a piada mais engraçada do mundo.


     - É claro! Você bebeu todo o uísque-de-fogo que encontrou no caminho! - E ela também começou a rir como a outra, que também retorquiu:


     - Até parece que você não bebeu quase nada! - Disse ela com um som de sarcasmo.


    A garota do cabelo mais claro ia continuar a conversa com a amiga quando viu dois vultos ao longe, olhando para onde elas estavam. O mais alto e mais corpulento dos dois disse com uma voz muita rouca:


     - Tem certeza que é uma daquelas duas?... A garota?...


     - Sim, eu tenho. Eu mesmo coloquei o atordoante na bebida e servi a elas, depois foi só vigiar onde elas estavam indo e chamar você. - disse o outro que era bem menor e mais magro.


     - Tudo bem então. Pode ir... Eu cuido delas.


    E ao ouvir isso, o menor se materializou em fumaça e saiu voando como um agouro.


    Nesse momento ela percebeu o que estava acontecendo e ergueu a varinha, que quase no mesmo momento pulou de sua mão com o efeito do feitiço para desarmar que o bruxo corpulento lançara. Sua amiga tentou erguer a varinha também, mais estava bem mais afetada pelo atordoante, o que só facilitou o trabalho do outro bruxo.


   Elas estavam desarmadas, e ele se aproximava com passos lentos. Ele usava roupas negras que pareciam estar muito apertadas, realçando as curvas dos musculosos braços dele, tinha o rosto escondido por uma mascara e um capuz que lhe tampava o topo da cabeça. Ergueu a varinha lentamente e começou a dizer:


    - Qual de vocês é a garota certa... - disse como se falasse consigo mesmo - Só uma de vocês pode ser a certa... A outra, eu vou matar, é claro... Mas tenho de descobrir a certa primeiro... - e como se de repente tivesse visto que elas prestavam a atenção nele, perguntou para elas:


    - Qual é o nome de vocês?


    A garota do cabelo mais claro disse quase instantaneamente em resposta:


    - Não vamos dizer nada a você, se quiser nos mate.


    - Você sabe brincar, mais tenho outros métodos confiáveis que não envolve matá-las. A Maldição da Tortura pode fazer isso muito bem.


    Ele apontou a varinha e já ia dizer a maldição quando um lampejo brilhante foi raspando sua orelha. Ele mal olhou para cima e gritou um feitiço:


    - Estupefaça!Estupefaça!


    Dois lampejos brilhantes voaram na direção apontada - A garota do cabelo mais claro olhou em volta e viu que as duas estavam cercadas, só havia paredes atrás e dos lados delas, fechando-as numa espécie de beco, e o lampejo lançado contra o corpulento viera de cima, do teto da casa que fechava o beco atrás delas, e ao ver outro lampejo lançado elas se abaixaram rapidamente e olharam de relance o duelo que iria acontecer.


    O bruxo que estava no teto saltara em forma de fumaça e se materializara em carne e osso quando tocou o chão, ao mesmo tempo que ele fazia um Feitiço Escudo e defendia os lampejos lançados pelo bruxo corpulento, que urrava de raiva por não conseguir acertar nenhum. De repente ele mudou seu alvo. Mirara na garota dos cabelos escuros e gritara:


    - Expulso! - E nesse momento a parede atrás dela explodiu formando um punhado de pedras amontoadas, mas nenhuma acertou a garota de cabelos escuros, que mais por reflexo que por ação se abaixou a tempo de desviar dos destroços. Então, o vulto que lutava contra o corpulento lançou um Feitiço Estuporante que acertou no peito do seu inimigo, mas por ser tão grande, apenas deu alguns passos para trás. O corpulento deu um urro:


    - SEU DESGRAÇADO, EU VOU TE MATAR E DAR A SUA CARCAÇA PODRE AOS CORVOS!!!


   O cara que duelava contra o corpulento esboçou um sorriso: conseguira deixá-lo bravo. O corpulento lançou vários Feitiços Estuporantes e Feitiços Desintegradores, mas o Feitiço Escudo e a agilidade de seu oponente eram maiores que as dele, o deixando cada vez mais furioso. Ele tentou outra jogada suja: acertar a outra garota. Mas dessa vez deu errado, pois o seu inimigo saltara na frente da garota e defendera com um Feitiço Escudo, e quase morrendo de raiva o corpulento urrou mais uma vez um feitiço:


    - Estupefaça!


    - Expelliarmus!


    Os feitiços voaram, se cruzaram e acertaram seus respectivos inimigos, o corpulento perdeu a varinha, e o seu inimigo caiu, embora por uma fração de segundo a garota tinha jurado ver um Feitiço Escudo sair da varinha dele. Mas não poderia ser, ele tinha caído. Ao vê-lo caído, a garota dos cabelos escuros correu e saltou por cima da parede destruída, dizendo palavras sem sentido e com os olhos cheios de lagrimas. Mas ela não saía de lá. Não conseguia se mover, talvez por medo ou indignação consigo mesma por querer abandonar o seu quase salvador. O corpulento se abaixou lentamente e pegou a varinha. Olhou para a garota e seu inimigo. Deu um sorriso de vitória e apontou a varinha para o inimigo.


    - Agora você vai pagar por sua insolência.


   E antes de pronunciar as palavras da Maldição da Morte, o garoto inimigo abriu os olhos e pronunciou em uma fração de segundo:


    - Reducto!


   E seu feitiço atingiu o corpulento bem na perna, que teve tempo apenas de dar um grito de dor e se ajoelhar para não perder o equilíbrio, mas nesse meio tempo o garoto já tinha se levantado de um salto e pronunciado o feitiço:


   - Expelliarmus!  


   A varinha lhe escapou da mão mais uma vez e ele nem teve tempo de ver o rosto do seu inimigo antes de sentir no meio do rosto o Feitiço Estuporante.


   A garota ficou espantada com modo que o duelo terminou, afinal, tudo indicava que ele perderia. O garoto estendeu a mão para que ela levantasse, e ela pode observar melhor seu salvador: não era muito alto, 1,75cm no máximo, nem corpulento, usava roupas muito escuras, incluindo entre elas uma blusa de mangas cumpridas, uma calca, uma bota pesada de cano alto, e uma capa muito longa que se arrastava ao chão e tinha um enorme capuz.


   E então ele disse a ela:


   - Você podia se levantar por favor, estamos com um pouco de pressa.


   Sua voz não era muito grave, mas era penetrante.


   - Quem é você? - ela perguntou assustada.


   - Depois você terá a resposta de tudo. Vamos.


   Ele esticou o braço e apertou o pulso dela, levantando-a de um salto. Então ela perguntou novamente:


   - Quem é você?


   - Meu nome é Denis Oliveira, e é só o que você precisa saber agora. 


   Mas ela foi insistente e perguntou mais:


   - Quem era aquele cara grandalhão que você derrubou ? De onde você veio? Sobre o que ele estava se referindo quando disse que estava procurando a garota certa?


   Denis olhou firme em seus olhos e respondeu:


   - Você terá essas e outras respostas se vier comigo.


   Ela olhou muito indignada e disse:


   - Ir pra onde? Eu nem sei quem é você, como vou sair assim? E além do mais eu tenho que voltar para Hogwarts, e ver se minha amiga esta bem.


   Ele olhou pra ela e respondeu calmamente:


   - Você não vai voltar para Hogwarts por enquanto. - Nesse momento ouviu-se um barulho de algo semelhante a uma rajada de vento, e Denis olhou rápido para cima e avistou algo se movendo como fumaça negra. E com um gesto veloz agarrou a garota pelo pulso e disparou a correr com ela para longe de Hogsmeade. Mesmo ouvindo os gritos de protesto da garota ele não parou de correr.


   Então a garota forçou o braço para trás e se soltou, ele parou, e olhou para cima novamente e viu o vulto em forma de fumaça descendo em direção a eles. Denis agarrou o pulso dela novamente e a levou para trás de uma casa e sussurrou para ela:


   - Fique aqui e não faça barulho, eu volto logo.


   E ele saiu, deixando-a sozinha atrás da casa de esquina. Ela ouviu estrondos próximos onde Denis estava e logo ouviu ele dizendo:


   - Petrificus Totalus!


   E ela ouviu algo pesado como pedra caindo no chão e poucos segundos depois Denis apareceu diante dela e disse:


   - Temos que ir embora antes que apareça mais deles.


   A garota concordou com um aceno de cabeça.


   - Se importa?- e ao ver ela concordar, apontou a varinha para seu pulso que se prendeu no pulso dele por meio de uma corrente -Só por medida de segurança.


   - Para onde estamos indo? - Perguntou ela, demonstrando estar intrigada.


   - Para a Sede.


   - Sede do quê?


   Denis achou essa pergunta estranha, pois recebera ordens de buscar o herdeiro, ou nesse caso a herdeira, que já deveria estar informada. Um pensamento passou por sua mente: será que ele havia levado a garota errada? Agora eles já estavam para fora dos terrenos de Hogsmeade.


   Ele parou de repente, deixando a garota com ar de surpresa. Denis olhou em volta deles, como se estivesse procurando alguma coisa no escuro. Ela também olhou e não viu nada, então perguntou a ele:


   - O que você está procurando? Não tem nada aqui no escuro.


   Denis pareceu ter encontrado o que procurava, apontou a varinha e murmurou:


   - Dissendium!  - E uma mochila preta apareceu na direção em que ele apontara a varinha. Ele recolheu e colocou nas costas. A gartota ainda surpresa o indagou novamente:


   - Que feitiço foi esse que você lançou?


   Ao vê-la fazer essa pergunta veio novamente a duvida em sua cabeça: Será que ela era a pessoa errada?


   - Qual é o seu nome?- Denis perguntou para ela como se acabassem de se conhecer.


   - Meu nome é Amanda Jean Weasley. Tem alguma coisa errada comigo?


   Ele nem lembrara de responder a pergunta dela. Estava totalmente absorto em seus pensamentos. A garota que ele deveria resgatar não tinha o sobrenome Weasley. O que saira errado para fazê-lo cometer esse erro crucial? Resolveu repassar os últimos acontecimentos na memória. Uma luz iluminou sua mente.


   - Qual é o nome daquela garota que estava com você?


   Amanda ficou meio surpresa com a pergunta, mas respondeu:


   - Cristina Lilian Potter, é a neta do diretor. Certamente você deve conhecê-lo...


   - Sim, eu sei quem é Harry Potter. - Ele ficou alguns segundos refletindo e disse:


   - Tenho que levar você de volta à Hogwarts.


   - O quê? Há alguns segundos atrás você queria me levar pra longe, agora quer me levar de volta. Quer fazer o favor de me contar o que está acontecendo?


   - Olha, eu tinha recebido ordens de levar uma garota pra longe daqui, e coincidentemente eu peguei a garota errada.


   - Mas o que essa garota tem de tão especial? Por que não pode ser eu?


   - Temos o nossos motivos. E eu tenho que te levar de volta.


   - Você não vai me levar de volta. Não sem eu saber o que está acontecendo.


   - Me desculpe, mas você não vai saber de nada.


   - Claro que vou, e se você não me contar, vou revelar tudo que sei para todo mundo.


   Denis a encarou profundamente, e disse com voz de desdém:


   - Em primeiro lugar, você não teria provas e nem como me encontrar. Segundo, ninguém acreditaria em você, por falta de provas. E em terceiro, você não acha que eu seria idiota o bastante de largá-la por ai sem ao menos apagar sua memória? Você sabe brincar, mas comigo não funciona.


   Amanda sentiu um profundo desgosto consigo mesma. Não conseguira descobrir nada realmente importante, e não teria prova nenhuma se contasse alguma coisa.


   Houve vários estalos, como chicotadas, e Denis soube que eram pessoas desaparatando. Certamente, vieram saber o que acontecera para dois dos seus não terem chegado até agora.


   Denis sacou a varinha e começou a ouvir os passos. Eram dez passos, ou seja, cinco pessoas. Poderia duelar com todos, sem receber nenhum ferimento grave, mas havia Amanda... Não poderia duelar com ela por perto. Ela iria correr riscos de se machucar, e a culpa seria dele.


   Pensou por mais um segundo e decidiu: não vou duelar agora. Chegou mais perto de Amanda e sussurrou em seu ouvido:


   - Eles estão chegando. Tem cinco deles... Quando eu contar três vamos sair correndo... Um... Dois... Três!


   E eles dispararam em corrida, e logo ouviram um conjunto de passos largos correndo atrás deles. Mas Denis e Amanda tinham alguns segundos de vantagem. Eles tinham entrado dentro da orla da floresta que divide Hogsmeade e King's Cross. Aproveitando seus poucos segundos de vantagem, pensou num plano rápido e resolveu pô-lo em pratica.


   Denis apontou para sua esquerda e disse:


   -Atrás daquela arvore!


   Ela se moveu rápido e escondeu atrás da árvore indicada. Ele se escondeu atrás da árvore ao lado da outra. Elas tinham três metros de distância entre uma e outra. Ele ouviu passos. Sabia que eles estavam se aproximando, sacou a varinha e esperou.


   Ao escutá-los se aproximando, apontou a varinha rápida, mas não para eles e sim para o centro da localização de todos e disse:


    - Bombarda!


   E três dos bruxos inimigos foram arremessados para longe com o efeito do feitiço, mas dois deles já estavam lançando Feitiços Estuporantes aparentemente sem mira. Denis apareceu ao lado da árvore novamente e disse:


   - Estupefaça!


   E mais um deles foi arremessado para trás, onde tombou e ficou no chão, desacordado. Mas dessa vez o outro já sabia onde ele estava, e estava lançando Feitiços Estuporantes novamente, mas agora com mira, o que fazia o duelo ficar mais perigoso. Amanda empunhou a varinha, mas Denis fez sinal para ela não fazer nenhum feitiço. Era claro o motivo: se ela fosse menor de idade e lançasse feitiços, o Ministério saberia onde ela estava, e uma visita do Ministério da Magia não era bem-vinda agora.


   O inimigo lançou um Feitiço Explosivo que destruiu metade da árvore que ele estava escondido, ele se abaixou por reflexo e lançou:


   - Impedimenta!


   Ele foi projetado para o alto, e caiu pesado no chão. Ele disse para Amanda:


   - Rápido! Vamos antes que ele levante!


   E saíram correndo novamente. Alguns segundos depois ouviram um estampido e saltaram para o lado em tempo de desviar a Azaração das Pernas Juntas, Denis mirou no vulto ao longe e lançou:


    - Estupefaça!  - O vulto bloqueou o feitiço, Denis mirou na árvore mais próxima e lançou:


    - Diffindo!! - A árvore se partiu e tombou, fechando o caminho, e para garantir que não fosse seguido, lançou outro feitiço: - Incendio!


    E uma pequena labareda azul caiu na grama da floresta. Então, em poucos segundos elas se tornaram alaranjadas e espalharam rapidamente, criando um verdadeiro incêndio. E embora o fogo se alastrasse, Amanda percebeu que ele não queimava a grama ou as árvores, mas quando o vulto tentou passar, teve suas tentativas frustradas e soltou um berro de dor, pelas grandes queimaduras que teve.


    Nesse meio tempo Denis e Amanda já estavam a uma distancia considerável, e pela defesa do fogo lá atrás e sem rastros tornava quase impossível eles serem encontrados.


    Agora já estavam andando há mais de meia hora depois do último confronto, quando avistaram  uma fileira de altas pilastras muito brancas e grandes bancos que comportavam mais de duas pessoas deitadas em qualquer posição. Um pouco mais a frente havia uma placa com grandes letras vermelhas destacadas: Londres- Hogwarts, e logo abaixo, com letras menores, mas igualmente vermelhas, escrito horários de partida e chegada.


    - Estamos em King's Cross? - perguntou Amanda em voz baixa.


    - Sim.- disse Denis calmamente, como sempre aparentava estar.


    - Mas essa estação está diferente. Ela não é assim quando venho para Hogwarts. - Ela disse isso em tom de surpresa.


    Denis respondeu com mais calma que antes:


    - É porque a estação se modifica na época das aulas, para aparentar certo clima de mistério, mas como não estamos em época de viagem para Hogwarts, ela fica assim: Branca e com clima de férias.


    Parecendo entender, Amanda não perguntou mais nada em relação à estação, e direcionou as perguntas para outro rumo.


    - Por que você não me levou de volta a Hogwarts?


    - Porque a essa altura já está cercada e não há como nós voltarmos sem corrermos perigo.


    - Mas o que está acontecendo? Por que nós estamos nos escondendo?


    - Você não precisa saber disso agora...


    Ela pareceu indignada com a resposta:


    - Mas o quê? Nós temos fugido a noite toda, correndo perigo... E você nem ao menos se preocupa comigo... Não quer saber como eu estou... Estou cansada, com fome, com sede e ...  E ... E ...


    - Tudo bem, pegaremos o trem daqui a pouco. Lá te conto tudo.


    Sentaram no banco e esperaram cerca de quinze minutos para a chegada do trem que saía às 1h da madrugada. Entraram no trem e se acomodaram. Pouco tempo depois a vendedora do trem apareceu oferecendo guloseimas, eles compraram varias e se serviram, quando se sentiram fartos, Denis olhou para os lados. Havia oito passageiros, entre eles uma mulher com duas crianças, um homem baixo, gordo e calvo, um homem alto e negro, e o passageiro mais perto deles era uma mulher muito velha. Todos os outros seis estavam dormindo, e ele disse em voz baixa:


     - Ha algum tempo houve um bruxo muito mau. Ele era realmente das trevas. Você deve saber quem é. Ele se nomeava Lorde Voldemort.


     - E, eu sei. Em Historia da Magia se fala muito sobre ele e seus malfeitos à sociedade bruxa.


     - Sim. E Harry Potter também ficou conhecido por tê-lo vencido, junto com seus avós, é claro.


     - O que? Meus avós?


     - Sim. Eles não são Ronald e Hermione Weasley? Os melhores amigos de Harry Potter?


     - São, mas o que Voldemort, Potter e meus avós têm a ver com o que aconteceu hoje?


     - Eles têm tudo. Escute, vou lhe contar uma historia:


      " Há cinquenta e dois anos atrás Harry Potter venceu a guerra contra Voldemort. E logo depois disso ele ingressou no Ministério da Magia. Com sua fama subiu logo de cargo, mas não chegou a ser Chefe da Seção dos Aurores, pois o novo chefe, nomeado depois da Segunda Guerra não queria largar o cargo, mesmo para o famoso Harry Potter. Passado algum tempo, começaram a haver desavenças entre Potter e seu chefe. E o Ministro gravemente doente, teve que se retirar. E dois novos candidatos a Ministro concorreram numa espécie de eleição, onde todos os bruxos pertencentes ao Ministério votariam. Muitos já não se importavam com os feitos de Potter, dizendo que seus feitos foram apenas obrigação cumprida e com isso, por um voto, ele perdeu a eleição para James McEffron, seu chefe na seção dos aurores. Depois disso houve rumores que Potter estava armando um motim contra o Ministro. Mas o que realmente estava acontecendo era que Potter queria criar uma divisão contra as artes das trevas, para o caso de outro querer aparecer. Mas o Ministro não concordou, disse que Potter estava paranóico, e não havia perigo algum. Eles discutiram e Potter abandonou o Ministério..."


     Amanda interrompeu a historia para comentar:


    - Até essa parte todo mundo já sabe... Não é mistério pra ninguém que Potter tenha brigado com o antigo Ministro.


    - É, mas o que ninguém sabe é que Potter concluiu seus planos, ele fundou a divisão contra as artes das trevas.


    - Não fundou não! Pois todos saberiam se tivesse fundado. E o Ministro proibiu... Para criar uma divisão e necessário registrá-la no Ministério da Magia, e ninguém teria permitido...


    Denis olhou sério para ela e disse:


    - Potter já estava acostumado a agir sem o Ministério. Fez isso em Hogwarts, com a Armada de Dumbledore, participou da Ordem da Fênix, uma sociedade secreta... Ele só precisou das pessoas certas, quando as encontrou, tudo ficou mais fácil.


    - Mas quem eram essas pessoas? Como você sabe de tudo isso?


    - Durma agora. Já é tarde e amanhã vamos sair bem cedo.


    Ela fez um muxoxo de descontentamento, mas adormeceu. Denis pegou no sono, mas o tempo todo permaneceu segurando firme a varinha, pois sabia que sua tarefa não sairia tão fácil quanto o esperado.


     No outro dia, Amanda acordou com os chamados de Denis, que sussurrou rápido pra ela:


      - Levante-se rápido. Não temos muito tempo. No caminho eu explico.


      - Mas o quê?


      - Vamos rápido. Veja isso.


      Ele lhe estendeu um Profeta Diário com a primeira pagina estampada:


      " SEQUESTRADOR EM HOGSMEADE AMEAÇA NETA DE POTTER E LEVA NETA DE WEASLEY"


 


   


  


 


 


 


 

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