A resposta de Ginny



Os olhos castanhos da ruivinha alargaram-se comicamente e a Weasley perde a fala, a garota apenas balançava negativamente o rosto, assustada. Draco apenas sorri com os olhos brilhando em satisfação.


Era o momento perfeito, o ambiente perfeito, e não poderia negar que sentia-se enigmaticamente atraído pela garota, logo não havia como dar errado. Ela o aceitaria! Afinal era o sonho de toda plebéia tornar-se princesa como nos contos de fada...


-Não!!! NÃO, não e nãaaaaaao!!!


Responde a ruivinha de imediato cerrando os olhos, soltando-se do loiro e arfando de puro ódio. Os olhos metálicos do sonserino ampliaram em choque absoluto, estaria ele surdo? Mais um dos efeitos negativos da maldição?


Ela acabara de negar-lhes o pedido de casamento... não somente uma, mas, duas, três... quatro vezes????? O loiro ficou perplexo, uma mera plebéia o recusara. Um príncipe de pura linhagem como ele.


-Isso mesmo Malfoy!!! Não irei deixar-me cair em vossa armadilha!!!


Completa Ginny com altivez deixando o príncipe mais incrédulo ainda.


-Weasley, não ouses...


Começa ameaçadoramente quando a ruivinha aproxima-se mais dele o fitando nos olhos.


-Digas que me ama de verdade! Digas que apenas um dia e meio foi o suficiente para apaixonar-se por mim! Digas os nomes dos meus livros favoritos, a flor que eu mais gosto, minha cor preferida, o nome dos meus irmãos e que não terias vergonha de apresentar ao temido reino da sonserina uma esposa de sobrenome Weasley e nascida na grifinória...


Desafia com ira a ruiva ficando com o rosto cada vez mais vermelho de raiva apontando o dedo no rosto do príncipe que piscava os olhos em descrença, abria a boca, mas nada saía, sua voz sumira a cada sentença da garota.


-Eu...Eu não sei Weasley!!! És a única mulher neste maldito lugar em idade de casar e creio que sozinha com vosso pobre pai não tenhas se quer dinheiro para dote, que homem a desejaria??? Eu estou preso a essa maldição enquanto não casar-me e não serei mais uma marionete dos planos do meu pai!!! Se aceitares casar-se comigo, vos prometo todo o ouro e jóias deste reino, liberto os grifinórios do calabouço e...


-NÃO Malfoy!!!


Brada furiosa a ruivinha chamando a atenção do loiro.


-Não me importa se sou uma noiva desejável ou não!!! NÃO vou casar-me contigo por ouro, fortuna, jóias... nada a mais e ponto final!!! Ainda não percebeste que está buscando a solução da forma errada? Tens de te apaixonar Alteza e fazer alguém amá-lo sem pretensões... não subornar alguém para permanecer ao teu lado!!!


Acusa a Weasley com os olhos marejados antes de deixar o terraço ás pressas. Para trás ficou um Malfoy abatido, sentindo-se rejeitado, furioso e ainda mais confuso, o que ele dissera de errado? Porque ela o recusou? Dedicou o resto do seu tempo a amaldiçoar a própria sorte jurando vingança a todos, ao elfo, aos soldados, ao misterioso bruxo das trevas e principalmente... ao seu pai.


Em quartos separados, os dois passaram aquela noite em claro, atormentados por seus próprios pensamentos.


.......................Momento Ginny...........................


‘Ginny estava deitada numa cama de casal imensa com perfume de sândalo e jasmins, os lençóis da mais pura seda eram tão macios e aconchegantes naquela noite fria e mesmo que seu corpo inteiro clamasse por descanso a Weasley não conseguia pregar os olhos.


Continuava a revirar-se na cama, de um lado a outro inquieta. As palavras do Malfoy ecoando em sua mente...


“És a única mulher neste maldito lugar em idade de casar e creio que sozinha com vosso pobre pai não tenhas se quer dinheiro para dote, que homem a desejaria???”


Como fora estúpido, queria enganá-la para livrar-se da maldição! Logo ela que o ajudara e permanecera a cuidar dele com tamanha dedicação que só ofertara a seu velho pai...


Nesse momento sentiu o coração apertar e lágrimas brotaram dos olhinhos da menina, sentia tanta falta dele, das suas palavras de incentivo, de seus sonhos, seu abraço carinhoso e seu beijo de boa noite ou histórias sobre magia e tempos de paz na Grifinória.


Ela também sentia-se preocupada com ele, a última vez que o viu estava tão machucado por aqueles soldados miseráveis, sem ela por perto para ministrar as poções o que seria do senhor Arthur??? Quem cuidaria dele? Saíra tão assustada que se quer tivera tempo de pedir à Luna ou a Mione para cuidarem dele.


Ginny apertou o travesseiro com força contendo os soluços. Desejou de todo coração que seu pai estivesse bem, em segurança. Ela retornaria para ele de um jeito ou de outro e arrumaria uma forma de levá-lo de volta para a Grifinória, mesmo que precisasse se sacrificar por isso...


Mais uma vez as palavras do Malfoy retornaram aos seus pensamentos com força total:


“Se aceitares casar-se comigo, vos prometo todo o ouro e jóias deste reino, liberto os grifinórios do calabouço e...”


O que ele iria dizer depois? Será que algum dia ela iria descobrir? Será que fizeram bem ao recusar o pedido dele? Bem, ele é um Malfoy, Sonserino, cheio de si, arrogante, prepotente, egoísta, cruel e calculista, claro que fizera o certo!!!


Mas... e se com esse casamento ela conseguisse ajudar o pai e a família? NÃO!!! Definitivamente NÃO!!! estava pensando bobagens com toda certeza!!!


-Isso é desespero Ginny!!!


Dizia para si mesma, mas uma vozinha lá no fundo da sua consciência, com a voz dos gêmeos gritava em coro: “situações desesperadas pedem medidas desesperadas”


Frustrada Ginny coloca um travesseiro sobre o rosto abafando um grito de raiva.


....................Momento Draco.........................


O príncipe Draco estava no parapeito da sua janela acariciando suavemente as penas negras da sua coruja real, os olhos amarelos da ave fitavam o loiro com estranheza, mas o sonserino permanecera a acariciá-la continuamente como se fizesse parte de um ritual calmante.


Seus olhos concentrados no horizonte e seu rosto coberto sombriamente pelo capuz. Permanecera assim desde o momento que retornara ao quarto e não encontrara a ruivinha. Era doloroso admitir que sentia a falta dela, da companhia dela, da sua voz, do seu sorriso... sentia o peso da maldição tornando-se mais forte em sua ausência.


Piscava os olhos algumas vezes. Lembrou da primeira vez que a viu, estava na garupa de seu amigo Blaise Zabini, o rostinho sardento e os olhos vermelhos, tão pequena, tão frágil e tão bela, nunca vira criatura tão angelical, nem mesmo sua noiva Daphine Greengrass poderia comparar-se a Weasley quanto à beleza.


Um fantasma de sorriso atravessou seus lábios ao imaginar uma ao lado da outra. Ginny era teimosa, sagaz, atrevida e com um gênio indomável, não tinha medo de enfrentá-lo, de falar o que pensa e até mesmo a ousadia de rejeitá-lo. E isso tudo ele percebera em apenas um dia e meio ao seu lado.


Daphine era delicada e suave como uma flor de primavera, exigia constante atenção, cuidado e dedicação, submissa e obediente jamais o enfrentaria ou traria problemas.


Ginny era grifinória, de família pobre, sem modos, sem jóias, sem posses, roupas ou nome nobre. Daphine era corvinal, nascida em berço de ouro e educada nos padrões mais rígidos da elite, possuía inúmeras jóias e seu sobrenome era poderoso.


Ginny não usava magia mesmo que houvesse algum potencial correndo em suas veias, já Daphine era conhecedora da magia das trevas e seria muito útil aos planos do seu pai.


Draco trincou os dentes ao lembrar de Lúcius e sentira o ódio em seu coração agitar-se. Imagens de seu pai virando-lhes as costas tomaram seus pensamentos. A coruja percebendo a mudança de humor do loiro alçou vôo. O sonserino apoiou-se na mureta da janela ofegante.


Os elfos o fitando com pavor, seus soldados o chamando de monstro, sua própria mãe sem conseguir encará-lo e seu melhor amigo não fora capaz de reconhecê-lo.


Furioso esmurra a mureta voltando para o interior do quarto arfando em ódio puro, mas antes que tivesse a chance de aprofundar sua ira em mais destruição ouviu um estranho ruído.


Curioso o sonserino foi seguindo com ouvidos aguçados até o buraco na parede que ele mesmo causara na primeira crise de fúria pela manhã... o ruído vira do quarto onde estava Ginny e logo o loiro ficara em alerta. Aproximando-se mais, seus olhos paralisaram em choque.


Ela estava chorando. E pela primeira vez, Draco sentiu seu coração apertar em culpa. O príncipe permaneceu ali, estático com uma mão apoiada na parede ao lado do buraco até os soluços sumirem aos pouquinhos e ter certeza que ela agora já estava a dormir.


Confuso com este novo sentimento, Draco leva a mão até o peito escutando com atenção as batidas de seu coração. Seu semblante tornara-se triste e melancolicamente o loiro deita-se na cama ainda com sua capa, sentindo-se um monstro, por dentro e por fora.


............................O dia Seguinte............................


Draco estava em mais um de seus pesadelos quando um barulho estridente o faz cair da cama de cara no chão. Alguém abrira a porta e agora ocupava-se em abrir todas as cortinas iluminando intensamente o quarto com as luzes do sol.


-ACOOOORRRDAAAAAAAA!!!


O sonserino levanta o rosto do chão furiosamente amaldiçoando todas as gerações da Weasley por acordá-lo com tamanha grosseria. Mas a ruivinha o ignorava.


-WEASLEY!!! Estás louca???


Bradava massageando o próprio nariz enquanto se livrava dos lençóis que foram com ele ao chão.


-Bom dia “alteza”!!!


Diz ironicamente a ruivinha antes de parar em frente à ele cruzando os braços sobre o peito empinando o nariz. Estava satisfeita por tê-lo assustado, os gêmeos morreriam de inveja ao saber que derrubara um Malfoy de cara no chão.


-Bom Dia? O que esse dia tem de bom?


Responde mal-humorado ao que Ginny levanta uma sobrancelha em questionamento.


-Bem, pensei que ficarias interessado em saber que pensei muito na vossa proposta majestade...


Responde sem mudar a pose, mas dessa vez ganhando a atenção do príncipe.


-Aceitas se casar comigo?


Pergunta esperançoso o sonserino.


-É obvio que não!


Grita Ginny.


-Mas... mas estou disposta a ajudar-lhes...


Diz abaixando o tom de voz, Draco cerrava os olhos em desconfiança indo até a ruivinha e puxando seu braço com força.


-Não irei tolerar brincadeirinhas Weasley!


Sussurra ameaçadoramente.


-Temos interesses em comum Malfoy, desejas livrar-se da maldição e vingar-se de vosso pai, eu desejo levar meu pai para casa e cuidar da sua doença...se eu vos ajudar terei a minha liberdade e do meu pai e vós estarás livre para seguir seus próprios planos...


Responde sem deixar-se intimidar.


-Onde pretendes chegar?


Questiona o príncipe afrouxando o aperto em seu braço.


-Primeiro quero vos entregar isso!!!


Ginny leva uma mão ao bolso de seu vestido velho puxando o broche em forma de rosa e estende a mão ao Malfoy que observa com fascínio o pequeno objeto de ouro.


-Isto foi o objeto que vos falei, que o elfo entregou-me quando salvei sua vida...


Comenta a ruivinha quando Draco pega o broche em sua mão e o objeto começa a irradiar uma luz dourada o envolve por completo. Imediatamente os olhos da Weasley se ampliam apavorados ao perceber como estava o sonserino.


Os cabelos tão loiros, o nariz ereto, seu perfil forte e autoritário, toda sua face, seus lábios perfeitos, os dentes brancos, mãos fortes e estranhamente calejadas... ele... ele estava...


-Lindo!


Os olhos da ruivinha brilharam de emoção e ela levou as mãos a boca. Esse era o verdadeiro rosto do príncipe da sonserina? Tão maravilhosamente atraente? Essa era a verdadeira face daquele homem cruel e tão temido??? Ele tinha os traços de um anjo e a postura de um guerreio. Era forte, altivo, de feições marcantes. A Weasley estava encantada.


Draco ainda confuso volta-se para o espelho para deparar-se com uma imagem perfeita de si. Um sorriso brilhante tomou conta de seus lábios quando ele comemorava sue “cura”. Mas no momento que soltou o broche de suas mãos, a mesma luz retornara fazendo a aparência monstruosa do príncipe aparecer novamente.


-Mas que INFERNO!!!!


Vociferava o loiro.


-Malfoy...


Murmura a Weasley na tentativa de acalmá-lo.


-O que queres Weasley??? Não percebeste que este broche apenas serve-me como disfarce?


Acusa o príncipe avançando ferozmente sobre a garota que recuara caindo sentada na cama.


-E-eu não sabia!!!


Ela diz assustada e diante daquele olhar de medo, Draco paralisou novamente, lembrando-se dos soluços da ruivinha durante a noite e sentindo-se novamente culpado afastou-se exaltado, escondendo o rosto sobre o capuz.


-Esqueças Weasley!!! Desapareça da minha frente!!!


Ele diz amargurado virando-lhes as costas, para espanto da ruiva, que levanta-se da cama segurando a vontade de chorar. Ela pega o broche caído ao chão e corre para longe do sonserino.


O resto do dia passou-se assim, novamente os dois mantiveram-se na maior distancia possível, evitando cruzarem-se, ignorando a presença um do outro. A Weasley sentia-se profundamente magoada, e o sonserino sentia-se gravemente ofendido pela ruiva. Como ela ousara enganá-lo desta forma? Achava que ele não iria perceber que aquele broche apenas mostraria uma imagem falsa???


Tentando ignorar a Weasley o loiro escolheu explorar a mansão Black. Descobriu um sótão antigo de cobertura de madeira. O local era espaçoso e repleto de baús velhos e empoeirados.


Abrindo um a um encontrou uma série de objetos mágicos, um colar com uma magnífico rubi, anéis de ouro célticos com gravações rúnicas, um espelho de mão, um livro de lições mágicas, inúmeras varinhas e três espadas, uma de ouro, uma de prata e outra de bronze.


Por alguma razão sentiu-se mais a vontade ao experimentar a espada de prata, era mais ágil, tinha uma lâmina afiada em linha reta ao estilo oriental. E dedicou-se a fazer movimentos rápidos e precisos com a espada cortando o vento com tamanha elegância e graciosidade dignas de um verdadeiro espadachim real.


Tudo estaria perfeitamente tranqüilo naquele final de tarde até uma estranha ventania abrir abruptamente uma pequena janelinha do sótão surpreendendo Draco. Com as sobrancelhas apertadas o loiro seguiu até a janela fitando o céu.


Nuvens escuras e pesadas mostravam a proximidade de uma tempestade pesada, com ventos revoltosos e muitos relâmpagos. Seus olhos vagaram por todo o terreno da mansão até encontrar Ginny nos limites dos jardins.


A ruivinha estava colhendo algumas ervas e parecia distraída demais, porém algo deixou o sonserino em alerta, algumas criaturas saíam da floresta proibida com a chuva e adentravam nos arbustos dos jardins, centenas de acromântulas cercavam todo o terreno e a Weasley estava no meio dele.


-WEASLEY!!!! WEASLEY SAI DO JARDIM AGORA!!!


Gritava a todos pulmões o príncipe, mas os ventos contrários não permitia que a ruivinha percebesse seu chamado, Draco sentiu o sangue ferver, apertou a espada em sua mão direita e correu o mais rápido que suas pernas permitiam até o local.


Ginny sente um estranho arrepio percorrer seu corpo e levanta-se rapidamente olhando em volta, ventava bastante e os céus estavam carregados de nuvens escuras de chuva. Decidida a ruivinha segura com força a cestinha em seus braços e a passos rápidos segue até a saída do jardim.


Porém um ruído assustador a faz parar seu trajeto. Era um som estranho, meio animalesco o que deixou a Weasley mais amedrontada ainda. Respirando fundo Ginny dá mais um passo quando os ruídos aumentavam acompanhados de um barulho insistente de muitas patas arrastando sobre areia e pedra. A garota ofegou, estava cercada.


Um trovão ecoou feroz dos céus deixando a ruiva apavorada. As acromântulas simplesmente saíram dos arbustos formando um círculo ao redor da garota.  Uma das aranhas gigantes levantou as patas dianteiras ameaçadoramente para a Weasley emitindo um som estridente. Ginny levou as mãos aos ouvidos derrubando a cesta ao chão, isso foi o estopim para que as acromântulas avançassem sobre ela.


..................................DG.....................................



Ray Malfoy!!!!!!!!!!!!! Você não me abandonouw???? @_@


Fico imensamente feliz quando você comentaaaaa!!! Essa fic é praticamente para você!!! XD hauhauhauhauhauahuahuah


O que achou desse capítulo hein??? Sei que tem mais narração do que diálogos, mas dou a minha palavra que o próximo não será assim!!! A partir de agora vou mostrar a convivência D&G *-*


É Draco realmente queria enganar a maldição, mas a nossa Weasley não é nenhuma bobinha e colocou o Malfoy no lugar dele hein!!!


Vou postar o próximo capítulo assim que você comentar Ray =D vamos ter uma bela surpresa com o Draco no próximo capítulo!!!


Beijinhuuuux


=****


 


 


 

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Comentários (2)

  • Isis Brito

    TENSO DEMAIS!! O.oSerá que o Draco vai salvar a Ginny? Own, tomara que sim!! *-* É um bom jeito dela começar a gostar dele também!! *-*E esse broche, hein? Que sacanagem do elfo, rsrs.. 

    2012-09-14
  • Ray_Malfoy

    haha não te abandonei... não comentei no penultimo capitulo por que a F&B não deixou!! ¬¬' que liiindo é a primeira vez que tenha uma fic dedicada a mim *--* Muito bom o capitulo, só não gostei de onde vc parou, me deixou suuuuuuuuuper curiosa!!rsrs Eu espero que a surpresa seja uma dose gentileza,humildade ou qualquer virtude por parte do draco!!rs aguardando ansiosa pelo proximo capitulo!! Bjos  

    2012-01-31
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