A fuga de Draco





Hermione puxa Ginny pelo braço empurrando algumas estantes de sua livraria para o lado revelando uma porta secreta.



-Fica aí até eles irem embora!!!



Alerta a morena ao deixar a ruivinha sozinha na pequena saleta atrás da porta. Ginny estava tão apreensiva temendo ser descoberta pelos cavaleiros e tornar-se prisioneira que não percebeu os inúmeros pergaminhos e mapas que preenchiam a saleta, ela apenas encolheu-se no chão apertando os joelhos com as mãos e fechando os olhos com força desejando que tudo acabasse logo.



Hermione assistia furiosa aos soldados do rei, que reviravam sua livraria atirando seus valiosos livros ao chão sem o menor cuidado.



-Já basta!!!



Bradava puxando os livros das mãos dos cavaleiros os afastando das estantes, estava no limite e sua livraria se encontrava em verdadeiro caos, com páginas e pergaminhos espalhados pelo chão.



-Temos ordens de vasculhar cada lugar desta cidade e não deixar pedra sobre pedra!!!



Respondia em tom ameaçador um soldado de capa negra e elmo de bronze, encarando a morena com superioridade, parecia ser o líder daquele grupo, mas Hermione não se deixou intimidar apontando o dedo no peito da armadura dele e estreitando os olhos.



-Procurar um fugitivo não justifica destruir MINHA livraria e rasgar os MEUS livros!!! Se fossem mais inteligentes e um pouco menos covardes não estariam perdendo tempo procurando um elfo fugitivo na cidade, e sim fazendo varreduras em locais como as montanhas ou a floresta proibida onde estariam protegidos pela magia dos unicórnios!!!



Provoca a garota levantando uma sobrancelha e com um sorriso desafiante nos lábios, o cavaleiro estava tão irritado com a atitude da morena que pegou seu braço bruscamente a fazendo derrubar seus livros no chão e a prensou na estante atrás de si aproximando seus rostos perigosamente.



-Deveria demonstrar mais respeito pelos cavaleiros que protegem o condado senhorita Granger!!!



Ela o lança um olhar assassino, estavam apenas espalhando o pânico na cidade e saqueando as lojas com a desculpa de recolher pistas do elfo, esse tipo de atitude deixava a morena fora de si.



 -Cavaleiros? Vocês protegem apenas seus próprios interesses, sem se importar em espalhar o terror entre inocentes, isso faz de vocês seres repugnantes!!!



Diz a garota empinando o nariz, enquanto o cavaleiro sorri sadicamente.



-Não fui eu que quase foi condenado a forca por libertar um dos escravos do rei Granger...



Os olhos dele ganham um brilho malvado ao ver a morena ofegar diante da lembrança. Mas, antes que Hermione tivesse a chance de responder a altura, um soldado entra ofegante pela porta gritando pelo líder do grupo.



-O Rei está convocando todos os soldados!!!



Anuncia o rapaz encarando preocupado o líder deles que solta Hermione e sai da loja sem olhar para trás. Os olhos castanhos da garota faiscavam de fúria, por sorte não descobriram Ginny. Imediatamente ela empurra a estante encontrando a ruivinha assustada.



-Eles já foram?



Pergunta baixinho e Hermione apenas assente com o rosto, nesse momento a ruiva a surpreende pulando do chão e abraçando a morena com força.



-Eu senti tanto medo Mione!!!



A ruivinha se afastou do abraço enxugando algumas lágrimas quando Luna entra desesperada na livraria gritando por Hermione. A loira estava aflita e vermelha de nervosismo, segurava a barra do longo vestido azul e tinha os sapatos nas mãos para poder correr melhor.



-Mione, eles levaram o pai da Ginny!!!



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Narcisa ainda estava abraçada ao filho com os olhos tomados pelas lágrimas, Draco de joelhos cobrindo o próprio rosto repetindo que se tornara um monstro. Nenhum criado ou elfo doméstico ousava adentrar no aposento do príncipe da Sonserina, a maldição distorcera toda a fisionomia de Draco e nem mesmo a própria mãe conseguia olhá-lo por muito tempo sem sentir aversão.



A dramática cena só fora interrompida quando alguém abre as portas do quarto e adentra a passos largos. Era Lúcius Malfoy, o homem olhava para o filho como quem está diante de um mendigo digno de pena, e torce o nariz ao perceber o olhar de Draco sobre si.



-Você é mesmo uma decepção Draco!



Ele fala entre dentes desviando os olhos do filho para os cacos de vidro espalhados pelo quarto, antes de continuar, ignorando as expressões de choque e indignação de Narcisa e Draco.



-Quantas vezes lhe ensinei a não se expor diante de criados elfos? Os anos de treinamento em Hogwarts não lhes serviram de nada??? Se deixou abater por um reles escravo abandonado e desmaiou como uma garotinha...



O olhar do rei Malfoy era destruídor, derramando veneno em cada sílaba direcionada ao filho.



-Pai, eu...



-Não existem justificativas Draco!!! Você QUASE jogou fora a única esperança de união com a Corvinal!!!



Bradava furioso Lúcius controlando-se para não lançar um feitiço imperdoável sobre o seu filho.



-Então é esse o problema?



Grita Draco soltando-se dos braços da mãe e ficando frente a frente com o seu pai.



-Se importa mais com a união dos condados e essa guerra estúpida do que com a vida do seu próprio filho??? Eu poderia estar morto!!!



-Seria melhor. Assim não teria a decepção de ter um fracasso como único herdeiro!



Dando as costas a um Draco lívido, Lúcius se retira com uma expressão ilegível e pára a poucos passos da porta falando com altivez.



-Seu casamento com a Greengrass acontecerá em três dias, acho melhor convencer a sua noiva a adaptar-se a sua nova aparência!!!



Dessa vez retirou-se definitivamente, Draco volta o olhar para a mãe que assistia a tudo em silencio.



-O que significa isso?



Ele questiona tentando recobrar a calma.



-Meu filhinho...



Ela começa se perdendo em soluços.



-A maldição... somente poderá ser tirada por quem a lançou, somente aquele... maldito elfo sabe como... fazer você... como curar você!!!



-MAS QUE INFERNO!!!



Gritou novamente socando a parede do quarto com força.



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Ginny, corria a toda velocidade no cavalo que Hermione lhe dera para chegar até a casa que dividia com o pai, seu coração estava apertado e seus olhos ardiam na eminência de mais lágrimas. O que poderia acontecer ao seu pai? Ele não suportaria ser tratado como escravo, precisava tomar suas poções todos os dias para poder ficar bom, já estava em idade avançada, e muitos sonserinos já o julgavam de louco por suas invenções, que na maioria das vezes ajudava no cultivo da sua horta especial.



Diversos pensamento ocupavam a mente da ruivinha, pela primeira vez arrependeu-se de ter saído da Grifinória, sentia falta da sua família, com toda certeza se seus irmãos estivessem lá iriam proteger bravamente o pai. Respirou fundo tomando um atalho, não podia arrepender-se de buscar o melhor para seu pai, todos os Weasley estavam confiando nela para cuidar de Arthur durante esta guerra, e era isso que ela faria.



Ao chegar na estrada que dava para a casa Ginny vê vários cavaleiros revirando seus móveis e poções.



-Heyyy!!! Parem, o que estão fazendo??? Soltem minhas coisas!!!



Gritava quando descia desajeitadamente do cavalo e corria em direção à casa, porém alguém a pára em seu caminho a prendendo pela cintura com força.



-Paradinha mocinha!!! Temos que levar esse homem para o calabouço, ele tem moedas de ouro do condado da Grifinória, é um traidor!!!



Anunciou calmamente Blaise Zabini, antes de soltar a ruiva e fazer sinal para seus soldados partirem.



-Temos ordens do rei para retornar ao castelo! Preparem-se homens, a majestade não ficará contente com nossos resultados!



Gritava para os demais quando Ginny reunindo toda sua coragem puxa o braço de Zabini o obrigando a voltar sua atenção à ruiva.



-Se libertarem o meu pai posso ajudar a encontrar o elfo e reverter a maldição do príncipe!



Diante da declaração da Weasley, Blaise fica em choque.



-O que disse?



-Que sei onde o elfo estava antes de desaparecer, que vi o cavaleiro ser atacado e que posso tentar ajudar de alguma forma caso libertem meu pai!!!



Ela repete com firmeza apertando com força o broche do elfo entre os dedos até ficarem brancos tamanha força utilizada. Blaise a encarava como quem tenta ver um sinal de leviandade nos olhos da ruiva, mas só enxergou para seu espanto, sinceridade e determinação.



Estreitando os olhos e a fitando de cima a baixo, o general a segura pelo braço e diz baixinho o suficiente apenas para a Weasley escutar.



-Se estiver mentindo seu destino será a forca!



Seu tom era de aviso, mas Ginny não se deixou abalar e sustentando o olhar para o cavaleiro responde.



-Se libertar meu pai, contarei tudo o que quiser sobre o elfo, eu não me importo em receber uma punição se for para salvar a vida dele!  



Blaise esfrega as têmporas soltando a menina como se estivesse ponderando sobre o que fazer, até que a imagem de um Lúcius Malfoy irado lançando maldições da morte sobre seus cavaleiros chegou a sua mente fazendo o grande general tremer.



-Tudo bem Weasley, vamos!



Dizendo isso ele monta seu corcel puxando a garota para a garupa seguindo em direção aos soldados.



-Libertem o velho, já não terá serventia!!! Andem o rei nos aguarda!!!



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-Não vou aceitar isso!!!



Bradava furioso Draco Malfoy, andando de um lado a outro em seu aposento, não serviria de marionete para os planos do seu pai. Este preferia ver o filho morto ao seu desejo por poder ser arruinado.



Seu casamento com Daphine já não lhe importava mais. Estava decidido, se era isso que anos de obediência e esforço para orgulhar ao pai lhe ofertavam? Ele preferia ter o controle da própria vida e iria procurar pelo elfo sozinho.



Colocou um manto negro com um enorme capuz e saiu pelos corredores sorrateiramente até chegar aos estábulos reais, aproveitando-se que estava vazio, pegou um dos cavalos e montando-o partiu do palácio a toda velocidade. Ele sabia como ninguém driblar as defesas daquelas muralhas, afinal fora ele mesmo que as arquitetara, um sorriso sarcástico se formou em seus lábios ao imaginar a reação de Lúcius ao descobrir a fuga do príncipe.



Seguiu pelo caminho da cidade, mas sempre escondido no interior da floresta proibida que cercavam as terras do condado, e silenciosamente Draco pôde enxergar como seus cavaleiros agiam, como destruíam casas, roubavam ouro, espalhavam o pânico sem se importar realmente em encontrar pistas do elfo que o amaldiçoou.



-Miseráveis, estão se aproveitando as minhas custas!



Sibilou entre dentes apertando com força as rédeas do corcel, segurando-se ao máximo para não interferir e dar uma boa lição naqueles soldados estúpidos. Preferindo então continuar suas buscas sozinho sempre atento a cada movimento no interior da floresta. E seguiu assim durante mais algumas horas até afastar-se da cidade adentrando por um caminho próximo a estrada de terra, seus olhos animaram-se ao reconhecer seu melhor amigo Blaise Zabini e seus soldados, mas algo chamou a atenção de Draco.



Blaise não estava sozinho, o príncipe aproximou-se mais e pode perceber a presença de uma garota ruiva na garupa do amigo, ela tinha a cabeça erguida e nariz empinado com leves sardas sobre ele, os cabelos ruivos brilhavam num vermelho hipnotizante sob a luz do sol, caindo em uma magnífica cascata com cachos delicados, os olhos estavam vermelhos, mas ainda sim reluzentes, parecia que chorava. Draco franziu o cenho encarando a garota, algo nela parecia fora do normal. Ela era bela. Curioso Draco aproximou-se saudando o amigo.



-Zabini!!! Fico feliz em encontrá-lo...



Ao sair da floresta proibida, o capuz de Draco prendeu em um dos galhos revelando o rosto deformado do príncipe diante de todos os cavaleiros de Blaise. O general se quer teve tempo de reagir, com um grito assustado de Ginny seu cavalo saltou nas patas dianteiras jogando o corpo para trás derrubando o general e a Weasley, os soldados puxavam suas espadas prontos para atacar Draco que ficou atônito tentando chamar a atenção dos cavaleiros.



-Sou eu, seus idiotas, o príncipe Draco!!!



Ele gritava usando a própria espada para desviar das investidas dos cavaleiros.



-Cale sua boca monstro dos infernos!!!



-Não ouse tocar no nome do nosso príncipe!!!



-A morte a esta criatura das trevas!!!



Todos o perseguiam a atacavam como um trasgo, nunca sentira-se tão ofendido e aborrecido que atacou um a um derrubando todos eles até chegar à Zabini que estava desacordado, na queda ele puxou a Weasley a protegendo do impacto, a ruiva parecia apavorada encarando o príncipe com olhos ampliados de medo.



-Você também acredita que eu sou um trasgo das trevas???



Ele vociferou encarando a ruivinha com ódio do olhar atemorizado, ele já estava acostumado a ser fitado com temor, mas os olhares que lhe lançavam eram diferentes, não era apenas medo, era nojo, repugnância, pavor... nem mesmo seu único amigo o reconheceu, isso enchia de mágoa seu coração.


-Eu não vou atacar você nem fazer uma sopa com seus ossos!!!


Ele brada feroz fazendo a ruiva se encolher de medo. Deu as costas, não valia a pena tentar convencer seus próprios súditos, escolheu continuar sua busca sozinho, desta vez iria em direção às montanhas.


-Porcaria de maldição dos infernos, se eu encontrar aquele elfo desgraça...



-Pr-principe Malfoy?



Ela pergunta hesitante, o tirando de seus devaneios e o obrigando a voltar-se para trás, seus olhos metálicos encontram os da ruivinha ainda o fitando atemorizados.



-O que quer de mim?



Responde ríspido.



-Eu posso tentar ajudar?



Pela primeira vez naquele dia, Draco sentiu vontade de rir, ela estava sendo sarcastica por acaso? Ou seria uma fada que reverteria o encanto com uma varinha de condão??? Ela poderia mesmo ajudá-lo? Draco não acreditava nisso.



-Como poderia fazer isso?                                                      



Pergunta friamente, mas sua voz não escondia um fio de mágoa e sarcasmo. a ruiva encolheu-se diante da expressão do príncipe, ele parecia muito assustador, não apenas pela aparencia, mas a forma como falava e agia.



-E-eu encon-encontrei um elfo, e-ele ta-tava muito mal e quan-quando eu o ajudei... ele me en-entregou algo mágico...



Draco a fitou com confusão, ela ajudou um elfo? Seria o mesmo que o amaldiçoou? Que objeto mágico ela teria? Suas perguntas não foram em diante, pois Blaise voltava a consciência aos pouquinhos, gemia de dor ao tentar mover o braço chamando a atenção de Ginny. Desesperado, Draco puxa Ginny pelo braço em direção à floresta proibida.



-Você vem comigo ruiva!!!



Ele anuncia recolocando o capuz e adentrando a floresta proibida onde seu cavalo o esperava partindo em meio as arvores e arbustos junto à ruivinha.


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Mais um capítulo loooongoooooooooo para mostrar a reação do Draco à Maldição...


Finalmente Draco e Ginny se encontram, o que será que vai acontecer agora??? O que havia na saleta da livraria de Hermione??? O que vai acontecer quando o rei descobrir a fuga de Draco???  


Próximo capítulo terá o primeiro confronto Weasley vs Malfoy e um pouquinho da história da Mione XD

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