O velho jardim



 Parte um



A primeira mensagem


 


A velho jardim 




A idéia que Hermione foi raptada estava fixa em minha mente. Ou ela podia ter puxado uma briga com uma pessoa que jogou papel no chão ou falou mal do título do livro dela! Eu nunca comentei muito sobre livros com Hermione, tinha medo dela fazer eu engolir as paginas de um livro qualquer e depois passar para um interrogatório sobre as palavras mal mastigadas.


Eu comecei a caminhar em passos rápidos e velozes, Hermione estava desaparecida e eu tinha que acha-la. Mas parei. Parei ao me lembrar que se ela fosse raptada por fortões eles iam me matar ou estrangular ao eu falar, tipo: "Oh meu, larga ela". Os ladrões podiam ser um moreno, alto, com barba mal cortada, marcas de uma briga de faca no seu rosto e um cigarro pendurado no canto da boca. E o outro, ruivo, cheio de tatuagens, uma aparência totalmente suja e estranha, mas apenas poderiam. Eu já estava cagado de medo só de pensar nas criaturas abomináveis que iriam me triturar e comer meus olhos lindos fritos ou empanados, quando eu vi os cabelos cacheados de Hermione.


Minha respiração foi tirada da ponta do meu pé e chegou até meu nariz, eu estava aliviado. Por não apanhar e por não ver Hermione sofrer eu algo do tipo.


Ela estava sentada no mesmo banco que eu sentava para ver Sophie correr. E o mais incrível, ela estava tomando um sorvete.


 – Ah, tu está ai... – eu olhei ela tomar o sorvete. – Eu estava te procurando!


– Rony, mil desculpas. Eu me destrai com o sorvete! 


Eu ri, achei engraçado a forma que ela se preocupou com... o sorvete.


– Não se desculpe, eu sei como é isso.


Ela continuou a tomar o sorvete. Ela o saboreava com uma rapidez e delicadeza.Após ela terminar o sorvete, fomos para casa.




Em minhas mãos, eu tinha um ás de copas, outro de paus e um de espada. Eu os encarei. Pareciam me deixar intrigado e confiante. Em breve eu estaria assim, sem o ás de ouro em minha vida. Eu suspirei, tinha que se passava na rua Edgar, número quatro. Eu esperei Gina comprar uma carta. Eu joguei as cartas na mesa e sorri.


– Uau. O que aconteceu hoje Rony? Esse sorriso tá me deixando gamadão em ti.


Quem não conhecesse Harry Potter, poderia dizer que o cara tava me amando e virado gay. Mais não, ele tava me tirando mesmo.


– Eu vi uma amiga minha ganhar uma corrida.


– Ah, foi aonde vocês dois foram hoje de manhã? Em uma corrida? Que romântico!


Após esse comentário, ele riu. Gina estava embaralhando as cartas. Eu dei um cotovelada na barriga de Harry. Ele tossiu. Esse comentário me irritou. De verdade, não era o lugar mais romântico que eu poderia levar a Hermione. Apertei os lábios e esperei minhas cartas.


– Sabe que estava bem divertido? Eu gostei bastante! – comentou Hermione.


Eu arregalei os olhos, e Harry olhou para ela, como eu.


– O que disse? – perguntou Harry – Gostou de ir a uma corrida para o Rony ver outra garota correr?


– É uma amiga dele, e ele faria o mesmo por mim.


Essa hora, me deu vontade de rir. Mas me segurei. Jamais iria em um lugar ver outro cara correr, e Hermione ficar na cerca gritando para ele. Naquele momento eu me dei conta como ela era uma pessoa boa. Ela sabia tudo sobre Sophie, que ela fazia parte da carta que eu recebi pelo correio. Ela era a garota mais perfeita do mundo, a mais bonita e a mais compreensivel.


– Eu começo dessa vez! – disse Hermione, sorridente.


Continuamos aquele jogo, mas dessa vez, minhas mão tinham apenas cartas de ouro. Era um sinal, e então o compromisso pareceu martelar em minha cabeça. Eu tinha resolvido o problema da Sophie, a ajudado de certa forma. Mais ainda tinha mais um endereço. Amanhã, as seis horas eu iria atrás dele.




Depois de acordar, abrir as janelas sem a Hermione pedir e colocar a mesa do café eu comecei a rangar. Hoje Hermione tinha surpreendido a todos com pão de queijo. Foi uma das primeiras coisas que eu comi no mundo trouxa. É um negocinho que parece pão, e tem um gosto de queijo.


O café de hoje de manhã parecia estar melhor, tanto quanto a forma agradável de Hermione, comigo. Isso mesmo que você leu, comigo. Ela não resmungou e nem nada. E hoje eu estava tomando café de pijama, e ela sempre reclamava disso!


Tomamos café em silencio, até Gina se levantar e dizer para o Harry parar de comer pão de queijo se não ele não ia conseguir entrar no carro. 


Os dois se levantaram e foram para o trabalho. E eu e Hermione tínhamos que terminar  de arrumar a casa. Eu tirei as coisas de cima da mesa e logo fui encontrar meu amigo fiel, o sofá. O programa de televisão da manhã que eu adorava era um programa de desenhos animados. Eu ficava algumas horas assistindo uns desenhos nem muito legais, e um tanto idiotas, mais depois sempre chegava o meu preferido: Bob Esponja.


O carinha é uma esponja amarela que vive no fundo do mar, eu quase morro de rir com o carinha. Mais ele não é o meu preferido, o meu preferido é o Patrick. Hermione sempre fala que ele tem tudo haver comigo, ele é meio tansão. Ve se pode, um cara esperto como eu!


Hermione não reclamou e nem me pediu nada, até eu me levantar pra ir na cozinha pegar um copo de água.


 – Ah, voce está ai Rony. – disse ela, entrando na cozinha.


– Não, eu estou lá na sala assistindo Bob Esponja. Da licença! 


Eu passei por ela e ela bufou. Não era de se esperar que a gente tivesse um stress em qualquer momento. Eu corri e me joguei no sofá. E depois de alguns minutos, o Bob foi embora da minha manhã feliz.


– Terminou de assistir o seu programinha feliz?


– Aham, qual é a bronca? 


– Aqui ta a bronca o princesa. 


Hermione jogou uma lista de compras no meu colo, junto com uma nota de vinte reais. 


– Entendi, mercado!


Ela sorriu, apenas sorriu. E eu ri. Achei tão simpático aquele momento. Ela podia ter dito "Vai logo!", "Não demora", "Trás o troco!", mais não, ela sorriu para mim, e eu estava gostando disso.


Eu coloquei uma roupinha bem fulera que eu tinha e fui até o mercado, aquele que eu tinha salvado. Quem sabe lá eles também não iam me deixar sair sem pagar?


Chegando no mercado, eu peguei uma cestinha e comecei a ler a lista de pedidos da Senhorita Granger. Sua caligrafia linda desde o tempo da escola era invejável. 




 1 lata de molho de tomate


1 pacote de queijo ralado


1 pacotinho de carne moida bovina


2 tomates pequenos


1 cebola média 


10 laranjas 


 1 pacote de massa espaguete 




Há. Eu saquei. Ela ia fazer massa com carne moída. Ela me amava! Depois de lasanha e pizza, massa era meu prato favorito. Além do mais com carne moída, que coisa hem. Ontem ela fez os meus sanduíches favoritos e agora era a vez do almoço.  


Comecei a catar as coisas da lista rapidinho, quanto mais rápido eu comprasse, mais rápido ia sair o rango do meio dia. 


Quando eu cheguei no caixa, a reação a garota que trabalhava lá não foi outra.  Ela olhou para mim e sorriu. Não foi preciso palavras para demonstrar que a menina estava grata por tudo que eu tinha feito. Essa menina não estava na carta, mas eu sabia que tinha feito alguma coisa por ela, e me senti bem por isso.


Eu peguei minhas compras e já ia saindo do mercadinho, quando ela gritou.


– Rony, Rony Weasley. – eu virei para ela – Não é esse o seu nome?


– É sim, e o seu seria...


– Anne, Anne Rose. 


– Ah. Até mais Rose. – eu sorri e me virei para continuar meu cominho até em casa, mas ela me parou, encostando sua mão em meu ombro.


– Toma, é um presente. 


Ela colocou em uma das minhas sacolas uma garrafa de vinho tinto. Eu a olhei. Ela sorriu.


– Olha Anne, não precisa...


– Aceite! – ela suplicou – é o mínimo que posso fazer!


Eu entendi que Anne queria agradecer. Como ela era tímida demais, acredito que a forma que ela achou de me agradecer, foi me presenteando.


– Muito obrigada Rose!


– Vai ficar bom com a massa – ela disse, olhando para as sacolas e sorrindo.


– Rose, volte ao trabalho! – um senhor gritou.


Ela olhou para mim e logo correu para o caixa do mercado. Achei que ela estava ''realizada'' de tal forma. Ela me lembrava Sophie, uma garota sonhara. E eu? Um cara que estava com a barriga roncando só de pensar na massar que Hermione ia fazer.


Queria comer até minha barriga fazer voltas! 


Chegando em casa Hermione não reclamou da demora. Eu olhei o relógio da cozinha, ele  marcava onze horas e quatro minutos, eu tinha demorado vinte minutos no marcado. Comecei a tirar as coisas das sacolas e fui direto lavar os tomates, cebola e a garrafa de vinho.


– Como conseguiu comprar isso? – perguntou Hermione, examinando o troco, que estava em cima da mesa junto a nota fiscal. – Agora, de herói, passou para assaltante?


– A garota do mercado me deu de presente.


– Ah.. – ela disse, com cara de nojo. – Que tantas garotas existem em sua vida agora.


Eu ri. Eu estava olhando os tomates, eles estavam nas minhas mãos e a agua escorria sobre eles. E para minha má reputação Hermione escutou a minha risada.


– Porque você está rindo?


Eu virei para ela e ela estava vermelha, mais vermelha que os tomates que estavam em minhas mãos. Agora pingando no chão. Ela apertou o punho e demonstrou seu nervosismo. O auto-controle dela estava pairando longe dela.


– É que eu estava imaginando, quantas garotas ainda viram para minha vida.


Pronto, ela perdeu o controle. Ela estava passando de vermelho para bordo. E deu um soco na mesa. Ela pareceu sentir dor, mais não demonstrou.


– Ronald Weasley, você é a pior pessoa que existe! Saia da cozinha, e me deixe fazer o almoço.  
Passei o resto da manha pensando porque Hermione era assim. Talvez porque ela tinha criado essa certa resistência a amar.
 – Venha almoçar!
Ela gritou, e quanto percebi, tinha se passado meia hora. E meus pensamentos tinham sido apenas nela. Eu me levantei do sofá e fui até a cozinha. E ela estava colocando o vinho nos copos, é, nos tomávamos vinho no copo mesmo, nem taças tinhamos...


Ao me sentar eu comecei.
– Hermione, olha...
–  Ronald..
Nos olhamos, tinhamos começados  a falar juntos. Eu a olhei, e ela disse:
–  Primeiro você.
–  Primeiro as damas.
Ela hesitou, mais logo prosseguiu. 
–  Eu.. eu acho que não devo ficar me metendo na sua vida. A final, eu não tenho porque me meter na sua vida. E quem entra na sua vida ou deixa de entrar, é problema seu, só seu.
Eu não podia crer naquilo. ''Eu não tenho porque me meter na sua vida''. Então eu dei uma garfada na massa e comecei a mastigar.
–  O que você ia falar?
Eu continuei a comer, eu acabei com um prato de massa em segundos. Depois de comi, um tanto apreensivo, eu tomei de gute-gute o copo de vinho. Depois disso, fui direto para o sofá. Não queria saber de ajudar Hermione a fazer nada, extremamente nada. Eu estava com sono, o vinho me deu sono, então fui dormir. Dormi bastante. Acordei perto das seis, meio tonto. Mas fui até a Rua Edgar, número quatro.
Seguidamente, em cinco dias, eu fui até a rua Edgar, número quatro as seis horas.
A casa era bem acabadinha por fora, a pintura era meio descascada e o jardim beeeeeeem acabado.
Todos os dias, as seis horas, uma velinha com cara de bruxa do setenta e um, regava a grama amarelada e quebradiça. A cada passo da senhora, eu escutava o estalar das gramas se quebrando.
De longe, podia se notar que aquele jardim era tudo para aquela senhora, que tinha a cara abatida e era rabugenta.  Certamente, aquele jardim tinha uma história, e eu tinha que ajudar ela ficar mais florida e verde.


 



 

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