Passado



 Bem, Lugh está curado. Agora, L buscou os outros e nós cinco vamos para Macchu Picchu... Só espero que as minhas suspeitas sobre aquele lugar estejam corretas...




L: Espero que nossos caminhos se encontrem outro dia, Charles. Você é um humano um tanto interessante.


Charles: Obrigado... eu acho. Vamos usar a chave de portal!


Alberto, Dan, Nergal, Sophie e eu pegamos a chave de portal. Saímos todos girando e voando de novo (sinceramente, isso começava a ficar tedioso). Paramos lá, em Macchu Picchu. Eu estava fascinado com a beleza daquele lugar.


Charles: Temos que investigar. Alguém mais sabe o que estamos procurando.


Nergal acenou positivamente. Ele devia saber, mesmo. Afinal, já vira o que procurávamos mais vezes do que eu.


Charles: Então podemos nos separar. Nergal, leve Alberto e Sophie. Dan, você vem comigo.


Nos separamos, eles indo mais para as bordas e nós mais para o centro. Dan pareceu confuso sobre porque eu escolhera ele...


Charles: Dan, eu... preciso me desculpar. Meti você em toda essa confusão...


Dan: O quê? Por me prender? Por me deixar preso em uma caverna só com um buraquinho? Por ter desaparecido do nada? Não importa mesmo! Pode ter sido desafiador, mas eu nunca me senti tão vivo, Charlie! Não desde que minha esposa morreu...


Charles: Você já foi casado?


Dan: Sim. Íamos ter um bebê, mas algumas complicações mataram os dois... Depois que isso aconteceu, eu só subvivia, esmagado pela culpa...


Charles: A culpa dos vivos... Eu entendo como é. Sabe, antes de conhecer Alberto, eu fui adotado uma vez. Era uma moça muito gentil que trabalhava em um projeto para descobrir as potencialidades de crianças como eu... Mas um dia, um assassino veio... Ele queimou o laboratório, matou os cientistas e a levou... Me lembro de ter tentado derrotá-lo, mas ele só me nocauteou... Ele deve ter achado que o fogo me mataria... Mas não. Eu já tinha um certo conhecimento...


Dan: Conhecimento?


Charles: A telepatia sozinha não é capaz de separar rochas ou blocos de água. Eu sempre soube disso... então aliei meus dons à química. Aprendi sobre as estruturas e seus pontos frágeis... como manipulá-los e usá-los ao meu favor.


Dan: Charlie, isso é bem interessante...


Charles: É mesmo. Mas estudar sempre foi meio que uma de minhas atividades... Por isso que, assim que vi os tais símbolos, soube que tínhamos de procurar aqui.


Apontei para uma construção alta, que pensei ser um Templo. Claro, um Templo. A redoma de magia mesmo entre trouxas... Era ali que deveria estar o que procurávamos. Subimos as escadas (e que escadas!) rapidamente. Eu sorri e me concentrei, mandando uma mensagem para Sophie.


Charles: Hm... Não consigo ver nada de mais aqui... A não ser que...


Dan: Está pensando no quê? Túneis secretos no subsolo...


Charles: Na verdade, eu pensei que eu pudesse estar errado, mas gosto mais da sua teoria. Agora... se eu fosse uma alavanca que leva para túneis secretos, onde eu estaria?


Procuramos por alguns minutos. Dan percebeu algo novamente:


Dan: Hm... O esconderijo seria mágico...


Charles: Dan, é claro! Se fosse uma cobra, teria me mordido! Temos que provar para isto... – apontei para o local que eu pensava ser uma plataforma – a magia!


Dan: Magia? Bem, a minha deve ter se enferrujado um pouco, mas continua aí.


Nos colocamos sobre a tal plataforma. De modo sincronizado, estendemos nossas varinhas e bradamos:


Charles e Dan: Lumos.


Nada por alguns instantes. Dan quase saiu da plataforma, mas então, sentimos que ela se mexia. Descemos muito, até chegarmos em uma sala que definitivamente estava no subsolo. Era muito escura, tendo apenas duas entradas de ar, que parcamente deixavam a luz passar. Percebi que na sala, tinham muitas tochas. Apontei para uma e disse:


Charles; Vamos ver o que acontece, então... Incendio!


Chamas apareceram, mas eram vermelho-sangue. Acendi as outras tochas, mas preferia não tê-lo feito. Eu via o mesmo círculo de magia da Sala do Trono, mas dezenas de esqueletos estavam em volta dele! Na maioria guerreiros, mas vi um ou outro esqueleto feminino e alguns de crianças...


Charles: Necromancia... Eu posso sentir... a mesma energia deturpada que sentia lá na sala do Imperador.


Dan: Mas-mas é... impossível! Esse lugar deve estar inutilizado por...


Charles: Décadas, ou mais provavelmente, séculos. Porém, não vejo outra possibilidade. O Imperador já viveu aqui... De que outro modo, ele saberia usar os símbolos desse lugar?


Saímos e subimos, confusos enojados e sobretudo, preocupados... O Imperador não era um homem. Não mais... Se tornara um monstro. Sophie, Nergal e Alberto nos encontraram pouco tempo depois... As notícias os preocuparam muito...


Alberto: Um necromago... Não pensei que veria um desses...


Sophie: Agora temos mesmo que impedi-lo. Ele é um monstro e uma grande ameaça!


Nergal: Mas os Generais... temos que pegá-los primeiro, ou não teremos acesso ao Imperador...


Eu estava iludido antes... As coisas são mais complicadas do que eu podia imaginar... Mas estávamos juntos, então não podia ser tão ruim, não é?

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