Lá vem a noiva




Capítulo 16 - Lá vem a noiva

Nos dias seguintes, Minerva McGonagall se tornou uma presença bastante assídua na masmorra. Enquanto Severo se dedicava a repor os estoques de poções da enfermaria, Martha e Minerva faziam preparativos para o casamento.

O vestido viera em alguns poucos dias, como havia sido prometido. Três corujas grandes trouxeram o pacote, completo com o arranjo de cabeça. Agora só o que faltava era um comunicado do Ministério da Magia, para tornar o casamento oficial. O problema era que Martha não poderia assinar a certidão sem sair de Hogwarts, e Severo temia uma nova tentativa de ataque de Voldemort assim que Martha pusesse o pé para fora da escola. Eles estavam tentando arranjar uma solução para o problema legal enquanto faziam os preparativos.

Não era tanto uma questão de preparar, mas sim de explicar a Martha como era um casamento bruxo. A moça ficou aliviada em saber que não havia metade das complicações de um casamento entre trouxas. Mas ainda assim, seria difícil não envolver toda a escola na cerimônia. Havia bastante trabalho. E muitas outras pessoas a serem envolvidas, incluindo elfos domésticos. Martha se viu conferenciando com Dobby, que estava mais do que feliz em ajudar. Aliás, o entusiasmo dele era tamanho que chegava a ser enervante para Severo, que preferiu evitar essas ocasiões.

Tão importante quanto isso, Martha estava tão envolvida com os preparativos que a ameaça de Lorde Voldemort parecia mais distante. Severo percebia que isso fazia diferença no humor dela. Ele mesmo se viu envolvido nessas coisas e sentiu-se um pouco menos preocupado. Mas não menos alerta.

O trio de grifinórios passou a estar bem mais próximo de Martha desde o incidente em Hogsmeade. Como eles não se sentiam à vontade na masmorra com Snape tão perto, eles se encontravam para um chá na cabana de Hagrid, ou à beira do lago, onde estranhamente Martha sempre ficava vermelha, com ou sem sol. Ela não conseguia se esquecer do seu pedido de casamento à beira do lago.

Finalmente, chegou o sinal que eles tanto esperavam: com a ajuda de Dumbledore e do pai de Rony, um funcionário do Ministério do setor de registros confirmou que viria a Hogwarts para que eles assinassem a papelada de casamento sem sair da escola. Com isso, a cerimônia seria oficial. Não havia mais qualquer razão para adiar, então eles marcaram a data. Foi anunciado no Salão Principal, que na sexta-feira, três dias antes de Halloween, ao anoitecer, nas estufas de Madame Sprout, o Prof. Dumbledore conduziria a cerimônia que os uniria como marido e mulher. Depois da cerimônia, haveria um banquete especial com baile e em seguida os noivos iriam passar o fim-de-semana na Mansão Snape, para a lua-de-mel.

Não havia muito tempo entre o anúncio da data e a cerimônia em si, mas ainda assim Martha se viu às voltas com algo que não tinha antecipado: presentes de casamento. A maior parte veio de gente que Martha sequer ouvira falar, mas Minerva explicou que eram de famílias de sangue puro, algumas sonserinas. Mais do que uma obrigação social, os presentes eram uma espécie de declaração política. Martha se perguntou se ela algum dia entenderia essas intrigas da casa de Severo.

Portanto, naquela sexta-feira, assim que terminaram as aulas, Martha foi para o escritório da Prof. Sprout, se aprontar para a cerimônia. Já vestida com seus trajes de gala, Minerva se apresentou ali, acompanhada por uma elfa doméstica muito nervosa chamada Inky. As duas se dedicaram a ajeitar Martha, num vestido especialmente encantado para brilhar suavemente de acordo com a luz. Além disso, a magia élfica ajeitou o cabelo e a maquiagem de Martha, que ficaram prontos para receber o arranjo de cabeça. Os espelhos instalados no escritório a encheram de elogios, e Martha sentiu-se radiante. Naquele momento, se Voldemort aparecesse com a entourage de Comensais da Morte, seriam todos convidados para o casamento.

Hermione Granger, num lindo vestido de veludo azul, entrou timidamente para anunciar:

- Já está tudo pronto e todos estão esp - ela se interrompeu, boquiaberta ao ver Martha - Meu Deus....

Martha ficou insegura com a reação da menina:

- Ai, não. Ficou ruim?

- Ruim? Martha, acho que o Prof. Snape vai ter um troço! Você está linda!

Minerva disse, afofando a saia do vestido de Martha:

- Eu ouvi dizer que ele já fez dois lufa-lufas e um corvinal saírem da sala chorando hoje. Ele está nervoso como eu nunca vi antes. E olhem que eu já vi Severo irritado na minha vida, mas nunca nervoso - ela se virou para Hermione - Então está tudo em ordem?

- Só falta a noiva.

Martha sentiu o estômago se encher de pequenas borboletinhas esvoaçantes.

- Ai, meu Deus.

Minerva sorriu:

- Vai tudo dar certo. Vamos, eu a ajudo ir até a porta.

A elfa Inky disse:

- Srta. Scott está muito bonita!

- Obrigada a todas vocês, especialmente a você Minerva e você, Inky - a elfa quase teve um ataque de emoção - Eu não sei o que teria feito sem a ajuda de vocês.

- Deixe isso para mais tarde - disse Minerva, abraçando-a - Agora vá até lá e se case logo, porque eu quero dançar a noite toda!

E as três saíram, deixando Martha a sós. Aquilo, mais do que tudo, fez Martha sorrir, porque a hora tinha chegado - a hora em que ela se daria a Severo e Severo seria só seu. Embora não fosse uma pessoa religiosa, Martha fez naquele momento uma pequena prece, pedindo que Voldemort deixasse os dois em paz naquele momento. Ela pediu paz para que pudesse se casar.

E depois disso, ela entrou na estufa.

A própria Madame Sprout em pessoa tinha feito a decoração do local. As janelas estavam limpas e brilhantes. Havia colunas gregas e estátuas lembrando a Renascença em diversos pontos. Vaga-lumes encantados e velas aromatizadas ofereciam uma iluminação suave ao longo do corredor por onde ela deveria passar. Minúsculas rosas das tonalidades que iam do branco ao chá se aglomeravam em pontos estratégicos pela estufa, que havia sido decorada para abrigar a escola inteira, embora a presença não fosse obrigatória. O teto também ganhara encantamentos para reproduzir o céu do entardecer.

Martha pôs-se a caminhar lentamente entre os bancos, e todos os olhares se voltaram para ela. Ela sorriu para todos e percebeu que não era difícil sorrir. A sala estava tão linda que ela quase tinha vontade de chorar. Estava também cheia, o que significava que a maior parte da escola tinha comparecido. Mesmo que ninguém quisesse ter vindo, ela estaria sorrindo do mesmo jeito. Tudo parecia um sonho, saído de sua imaginação. Tampouco lhe passara despercebido os delicados efeitos de luz proporcionados pela combinação dos vaga-lumes, das velas, o teto encantado e seu próprio vestido.

Sim, porque o vestido de Martha era um efeito de luz à parte. O delicado tecido parecia uma organza, mas era lavrado num intrincado padrão de rendas douradas em motivos de rosas salpicadas por pérolas que reluziam diante da luz delicada do ambiente. Graças a um encantamento especial de Madame Malkin, o vestido exalava um delicado perfume de rosas, perceptível apenas para quem ficasse bem próximo de Martha. Além disso, a maquiagem bruxa de Martha acrescentava um tom perolizado à sua pele clara, o que dava a impressão de que Martha em si estava reluzindo. O cabelo dela tinha sido preso num delicado coque no alto de sua cabeça, ornamentado pelas mesmas rosas que faziam parte do seu buquê e da decoração.

Ela avançou suavemente, caminhando a passos lentos por entre o corredor reto no qual centenas de cabeças se aglomeravam para vê-la passar. Ela se sentia calma, estranhamente confiante e feliz como jamais pensou ser antes, de uma maneira tranqüila e sossegada, certa do que estava fazendo. Ainda sorrindo, Martha sentiu as borboletinhas no seu estômago voltarem e um pouco de sua serenidade se foi, mas é que ela tinha visto Severo adiante, esperando por ela ao lado do Prof. Dumbledore e alguns dos professores. Ao ver seu futuro marido, ela sentiu um impacto que por um segundo a perturbou.

Severo sorria para ela, para muitos alunos era a primeira vez que eles viam seu professor de Poções sorrir. Martha viu o sedoso cabelo negro de Severo caindo como uma cortina emoldurando-lhe o rosto comprido. Ele estava vestido com um terno comprido acinturado de veludo com detalhes em cetim prateado, e a vestimenta estava enfeitiçada para mudar de cor de acordo com os movimentos dele, indo do preto ao verde-musgo cintilante. Só uma coisa parecia cintilar mais do que a roupa: o par de olhos cor de ônix que não paravam de encarar Martha, fazendo-a adquirir um tom rosado nas faces.

Ela se posicionou ao lado de Severo, mudando buquê de mão para dar o braço a seu noivo. Eles trocaram um olhar de pura adoração mútua e sua atenção foi desviada pelo Prof. Dumbledore, ricamente vestido em capas douradas e púrpuras, que saudou:

- Sejam todos bem vindos à cerimônia de união entre Severo e Martha. Nada poderia me dar mais satisfação do que o casamento dessas duas pessoas que se conheceram por acaso e se uniram por amor. Desejo que essa união nos faça refletir sobre a importância de abraçar o novo e o diverso nas nossas vidas, como a jovem Martha fez ao abandonar seu mundo e acompanhar Severo na maior aventura de sua vida. Também Severo abraçou o desconhecido ao trazer à sua vida uma pessoa de origem tão diferente da sua. O exemplo deles deveria servir de inspiração para todos nós.

Não houve murmúrios, mas o silêncio foi muito eloqüente. O diretor de Hogwarts anunciou:

- Agora vamos trocar alianças. Severo, por favor.

Ele pegou um anel do bolso e posicionou na mão de Martha, repetindo depois de Dumbledore:

- Eu, Severo Snape, recebo Martha em casamento, para amar, respeitar e proteger, tanto nas horas boas quanto nas horas ruins - e colocou o anel cravejado de pedras no dedo dela, observando os olhos verdes faiscando para ele.

Dumbledore interrompeu o momento de intensa comunicação silenciosa:

- Agora Martha, sua vez.

Ela também produziu uma aliança do meio do buquê, surpreendendo Severo e sorrindo:

- Eu, Martha Scott, recebo Severo em casamento, para amar, respeitar e proteger, tanto nas horas boas quanto nas horas ruins.

Ela colocou a aliança comprada em Hogsmeade, e ele sentiu um calorzinho no dedo - era uma aliança mágica, uma capaz de ajudar a ler os pensamentos do parceiro. Os dois sorriram um para o outro, quase alheios aos presentes.

Dumbledore se virou para o lado, chamando:

- Prof. Flitwick, se puder por favor trazer a fita cerimonial...

O minúsculo professor de Feitiços produziu um pedaço de fita dourada e entregou-o a Dumbledore, que a ergueu para todos pudessem ver, dizendo:

- Essa fita cerimonial foi enfeitiçada por três professores da escola com encantamentos especiais para assegurar prosperidade, saúde, felicidade e vida longa ao casal. A esses feitiços devo acrescentar o meu, que de bom grado ofereço como presente de casamento aos dois. Agora se puderem me dar a mão.

Severo e Martha estenderam o braço para o diretor, que amarrou os dois juntos com a fita dourada. Assim que ele fez isso, a fita começou a brilhar. Dumbledore passou a murmurar encantamentos e em volta do casal unido, pequenas luzinhas apareceram, e estalidos de magia puderam ser ouvidos. Martha sentiu uma energia única vibrando em torno dela e de Severo, e só então percebeu que pela primeira vez ela testemunhava o poder de Dumbledore em ação. O poderoso feiticeiro terminou seu encantamento e a fita se desfez em pleno ar, deixando como resíduo uma cascata dourada que logo desapareceu.

Dumbledore então se virou para a audiência e anunciou:

- É com prazer que anuncio a união do casal Martha Snape e Severo Snape!

Houve vivas de alguns dos presentes, e Severo beijou Martha castamente para marcar a ocasião. Também para marcar a ocasião, o vestido de Martha mudou levemente de cor: as rosas no tecido e na cabeça se tornaram lilás bem clarinho. Nesse momento, houve um som de harpa vindo do céu: todos olharam para cima e viram o presente de Dobby para os noivos. Cupidos encantados tocavam música celestial e jogavam pétalas de rosas brancas enquanto os noivos se dirigiam para o Salão Principal.

Foi na porta do Salão que houve a fila de cumprimentos, depois todos entraram para um magnífico banquete que deixava no chinelo todos aqueles realizados no início de ano. O salão também tinha sido decorado, as quatro mesas das casas dando lugar a dezenas de pequenas mesas redondas de seis lugares, e nas paredes havia colunas gregas e falsas cortinas drapeadas dando a sensação de que o banquete estava sendo realizado na Grécia. Depois das sobremesas, Martha fez questão de passar entre as mesas e mais uma vez cumprimentar os convidados, acompanhada por Severo. Foi aí que ela finalmente viu quem estava tirando fotos: um rapazinho do quinto ano de Grifinória chamado Colin Creevey. Ele timidamente pediu que os dois fizessem algumas poses, tanto sozinhos como com outros convidados, e Martha o achou um amor.

Depois que os pratos foram magicamente recolhidos, as luzes do Salão Principal mudaram de foco para um canto estratégico perto das janelas e um pouco afastado das mesas, onde havia um palco. O Prof. Dumbledore pediu a atenção de todos e usou o feitiço Sonorus para dizer a todos:

- Eu espero que todos estejam se divertindo e agora é hora do baile em homenagem aos noivos. Infelizmente, só os alunos do quarto, quinto, sexto e sétimo anos têm permissão de ficar. Os monitores presentes deverão levar os demais alunos de volta para suas casas. E agora eu deixo todos com o Hocus Pocus, o conjunto escolhido por um de seus colegas para animar o baile. Mas a primeira dança pertence aos noivos. Vamos, Severo, Martha.

Só depois que o casal estava posicionado é que a música começou. Severo apertou Martha contra si e sussurrou, confessando:

- Eu não sei dançar.

- Basta acompanhar a música. Deixe-se levar.

Essa era uma coisa extremamente difícil para Severo, um homem acostumado a ter controle total das coisas à sua volta. Mas Martha tinha ensinado muitas coisas para ele, e essa era mais uma delas. Ao lado de Martha, ele descobria coisas sobre si mesmo que jamais imaginara, e isso só o fazia apaixonar-se ainda mais por ela. Ele só temia que esse amor pudesse ser usado contra os dois.

Pegando a dica dos noivos, os demais casais se apresentaram à pista de dança improvisada. Colin continuava batendo fotos e parecia feliz da vida. Martha ainda não tinha parado de sorrir:

- Eu acho que vou acordar e ver que tudo isso é um sonho... Estou tão feliz, Sev.

Ele deu um sorrisinho no canto da boca:

- Bom, no caso de você acordar, por favor, me deixe sonhar mais um pouco. Eu não costumo ter muitos sonhos desse tipo.

- Eu te amo, Sev.

- Cuidado - disse ele, sem perder o risinho - Agora eu sou um homem casado, e minha esposa pode ser bem ardilosa.

- Ah, ela sabe dar valor ao que tem.

Foram interrompidos pelo Prof. Dumbledore:

- Poderia pedir o prazer de uma dança à linda noiva?

Severo afastou-se:

- Não sem relutância, devo acrescentar.

- Não se preocupe, criança. Prometo devolver Martha em bom estado.

Martha sorriu, divertida, e dançou com o diretor de Hogwarts, além do Prof. Hagglemore e Hagrid, que a tomou com todo o cuidado. Alguns alunos arriscaram dançar com ela, como Harry Potter, Rony Weasley e Draco Malfoy, mais uma vez num esforço de relações públicas. Martha aproveitou para agradecer o presente enviado por sua mãe Narcisa e sua presença no casamento. Já Severo não teve tanta sorte com parceiras: poucas alunas achavam uma boa idéia dançar com seu mestre de Poções. Então ele teve que se contentar com Minerva McGonagall e Sibila Trelawney.

À meia-noite, horário em que o baile iria terminar, Dumbledore convidou os que ainda estavam presentes para uma breve despedida dos noivos, que partiriam de Hogwarts para passar o fim de semana na Mansão Snape. Então todos se dirigiram para o gramado que dava para a cabana de Hagrid, Martha sem saber o que estava acontecendo.

- Nós não vamos viajar pela lareira?

- Não - disse Severo, levando-a pela mão - Nem por chave de portal.

- Mas você não disse que a mansão fica longe?

- Sim, mas nós vamos de transporte.

- Um carro? Eu nunca vi um carro bruxo.

- Não, nós vamos a cavalo.

- Mas eu nunca andei a cavalo!

- Não precisa se preocupar - ele tirou uma bolinha do bolso - E pode ficar tranqüila: já encolhi nossas bagagens.

Minerva chegou perto dela e disse:

- Acho melhor você tirar esse arranjo de cabeça. Espere que eu ajudo. Ah, e eu trouxe um casaco também. Esse vestidinho fininho vai deixar você enregelada.

- E o meu vestido? Não vai estragar em cima de um cavalo?

- Claro que não - disse a professora, arrumando o casaco de Martha por cima do vestido - Para ser sincera, acho que ficará lindo ele esvoaçando no ar, como uma cauda.

- Podemos ir? - perguntou Severo, impaciente.

Só quando Martha chegou lá fora ela se deu conta do que eles estavam falando. No meio do gramado, além dos convivas, estava Hagrid, que alimentava um cavalo preto, obviamente o cavalo que os levaria até a Mansão Snape. Mas Martha reconheceu o estranho animal: era o mesmo que puxara a carruagem e os trouxera de volta a Hogwarts depois do ataque em Hogsmeade. Mas agora, olhando com atenção, ela via que ele tinha um corpo esquelético e as asas pareciam ser de morcego, só que imensas.

- Oi - saudou Hagrid, satisfeito - Achei que ele iria querer um lanchinho antes de fazer uma viagem longa.

Martha olhou com atenção e viu que o imenso cavalo comia uma porção de carne crua. Ela estremeceu e olhou para Severo:

- Isso é o que eu estou pensando?

- Esse é um testrálio, uma raça de cavalo alado. Eles são muito fortes e podem voar grandes distâncias.

- V-vo-voar?! Nós vamos voando?

- Sim, a noite está bem propícia. Clara, fresca, sem lua. É bastante conveniente - não podemos nos arriscar a ser vistos por trouxas.

- Não podíamos ter alugado um... tapete voador?

- Eles são proibidos aqui no Ocidente - ele a encarou intrigado - Algum problema, querida?

- Eu... preciso dizer que estou com medo.

- Eu calculei que você ficasse meio insegura, por isso pedi que Hagrid preparasse apenas um cavalo. Vamos juntos.

- E ele agüenta nós dois?

- Claro que sim, querida. Mas eu estarei com você.

Hagrid disse:

- Professor, quando quiser ir, é só avisar.

- Estamos prontos, Hagrid - disse Snape - Deixe que eu monto primeiro.

Com a ajuda de Hagrid, Martha sentou-se na frente de Severo, e constatou, alarmada, que no animal não havia selas ou arreios. Sentada de lado, ela se agarrou à crina sedosa e sentiu as mãos de Severo na sua cintura, acalmando-a. Quando os dois se ajeitaram, as longas asas negras se abriram, bateram uma vez tentativamente e depois o animal se impulsionou para o alto, fazendo Martha se agarrar ainda mais.

Os convidados acenaram, e Martha não arriscou soltar-se do cavalo. Ela não podia negar estar excitada, coberta de emoção ao sentir o ar fresco no rosto, e teve uma sensação de formigamento que lhe percorreu cada centímetro de seu corpo. Ela olhou em volta para o castelo, que parecia ficar cada vez menor com a distância, olhou para o céu limpo e para a nova vida que a esperava na Mansão Snape.

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