Lord Voldemort




Capítulo 7 - Lorde Voldemort

Andando a passos rápidos, Severo Snape procurou rever cuidadosamente a estratégia que pretendia adotar. Era um plano arriscado, mas ele contava com a sua sempre útil habilidade de lacrar sua mente às invasões do Lorde das Trevas. Esperava que isso fosse o suficiente. O que ele não confiava era nos seus colegas Comensais da Morte, que não só eram desconfiados, mas também não eram muito inteligentes. Eles podiam ser bem obtusos e complicar as coisas para Severo.



Ele logo aparatou para a porta da mansão que servia de quartel-general para as forças das trevas. Após ser checado pelos guardas e retirado as proteções, ele se dirigiu para o Salão de Reuniões. Podia sentir a maldade no ar e sabia que sua presença já tinha sido anunciada. Mas ainda assim, ouviu a voz odiosa de seu chefe diante de todos os demais Comensais da Morte:



- Ah, Severo. Que bom que você veio logo.



Ele se ajoelhou aos pés de Voldemort:



- Meu senhor.



- Estava ansioso por sua chegada, meu caro Severo. Ouvi dizer que Hogwarts anda bastante interessante por esses dias.



Ele confirmou:



- A escola está agitada, por minha causa.



- O que você fez, Severo?



- Eu trouxe uma trouxa para a escola.



Os olhos de Voldemort brilharam:



- Então é verdade? Você levou mesmo uma pessoa sem poderes mágicos para o colo de Dumbledore?



- Exato, meu senhor.



- E com que objetivo?



- Para melhor servi-lo, meu senhor.



Voldemort o observou atentamente, e Snape manteve-se imóvel e ajoelhado, enquanto o Lorde das Trevas o rodeava. Finalmente, ele disse:



- Explique.



- Meu senhor não deve ignorar que fui obrigado a me refugiar no mundo trouxa depois de ser perseguido pelos guardas de Azkaban.



- Sim, eu sei sobre isso.



- Tive que fingir ser um trouxa, viver como um deles - houve ruídos de desgosto por entre os Comensais reunidos - Claro que não me foi difícil arranjar um emprego. Foi lá que eu a conheci.



- A trouxa?



- Exato. O nome dela é Martha. Ela se apaixonou por mim.



Os olhos de Voldemort brilharam ainda mais:



- Não...! Severo, seu garanhão. E o que você fez?



Severo continuou:



- Eu lhe contei tudo sobre o nosso mundo, e nossos esforços de domínio e conquista. Consegui convencê-la de que os trouxas também terão a ganhar com sua chegada ao poder, e com isso ela poderá ser sua porta-voz. Ela concordou em manter sigilo disso ao vir para nosso mundo - de livre e espontânea vontade. Ela também é uma espiã, mesmo que seja tola demais para desconfiar que está sendo usada.



- Sem dúvida devido ao seu grande amor por você, Severo - disse Voldemort, sarcasticamente - Isso é tocante e muito divertido. Dumbledore deve estar fascinado com tudo isso.



- É verdade. Ele está mesmo fascinado.



- Até quando você pretende ficar com essa... trouxa?



- Enquanto ela for útil ao meu mestre, é claro.



Voldemort sorriu - uma visão nada agradável. Ele disse, com uma expressão sonhadora:



- Depois, claro, podemos oferecê-la em sacrifício às forças das trevas. Afinal de contas, ela é apenas uma trouxa.



Severo estremeceu, mas não deixou Voldemort perceber.



Macnair se adiantou:



- Talvez possamos torturá-la primeiro, mestre.



Aquilo irritou Voldemort:



- Mas é claro que vamos torturá-la primeiro, Macnair. Onde já se viu um sacrifício sem uma boa tortura primeiro? - ele se voltou para o mestre de Poções - Mas diga-me, Severo, como Dumbledore recebeu a notícia desse seu relacionamento?



- Como eu esperava: está maravilhado e achando tudo muito romântico. Isso reforçou ainda mais sua crença de que eu estou "regenerado".



- Enquanto, claro, meu fiel servo Severo me mantém a par de todos os esforços da Ordem de Fênix sem que o imbecil sequer desconfie. Você, Severo, é minha carta mais estratégica nesse jogo. Haverá grandes recompensas para você após a batalha final, meu leal servo.



Severo inclinou a cabeça com respeito:



- O senhor será o maior de todos, meu Lorde. Vai reinar sobre bruxos e trouxas. Não haverá limite para seu poder.



- Será um dia inesquecível - disse Belatriz Lestrange, reconhecível atrás da máscara branca apenas por seus longos cabelos desgrenhados, sua voz instável e maníaca - Os trouxas vão conhecer o que é realmente um ser superior!



Voldemort sorriu de maneira complacente para seus comensais e virou-se novamente para Severo.



- Caminhe comigo, meu fiel Severo - ele obedeceu. - E diga. O que foi aquilo com o jovem Malfoy? Eu recebi notícias alarmantes de que você o puniu quando ele colocou a trouxa no seu lugar.



Severo já tinha tudo planejado também para aquilo.



- Isso iria arruinar meu plano, mestre. Com sua imprudência, o garoto colocou em risco um plano elaborado e não agiu com a astúcia e frieza de um sonserino. Eu o puni com severidade por ele não ter tido o espírito de Salazar em mente e só ter pensado no insulto que era ter uma trouxa em Hogwarts.



Voldemort estava acompanhando seu raciocínio:



- Compreendo. Na verdade, o jovem Draco agiu apenas com o instinto, não com a inteligência. Ele deveria saber que seu professor tem razões outras para agir do jeito que agia.



- Precisamente, meu senhor.



Ele observou:



- Parece-me que sua posição frente a Dumbledore está fortalecida. Ele não desconfia de você, depois de ter arriscado tanto trazendo uma trouxa para a escola.



- Muitos pais de alunos já escreveram para reclamar de minha atitude e Dumbledore garantiu que estaria a meu lado e lutaria pelo meu amor a essa moça. Os membros do conselho se reúnem esta noite.



Voldemort riu-se gostosamente:



- Velho tolo! Logo ele receberá a lição que merece. E você, Severo, também poderia se beneficiar de uma lição. Mesmo com todas as suas explicações, mandar punir o filho de um dos meus mais leais Comensais é uma coisa que não posso permitir.



Severo rapidamente empalideceu e ainda tentou dizer:



- Mas meu senhor -



Nada deteve Voldemort, que apontou sua varinha para ele e pronunciou:


- Crucio!



Diante da perspectiva de sofrimento e dor, os demais Comensais da Morte, animados, se reuniram em volta do corpo de Severo, que se contorcia no chão. Seu corpo inteiro ardia em dor provocada pela maldição inominável, e ele cerrou os dentes, imaginando quando sua "lição" terminaria. A maldição foi reaplicada de novo e de novo.



Mas nada terminou antes de várias horas, o que com certeza fez grande estrago em seus músculos e deixou-o absolutamente drenado de energia. Ele mal conseguiu aparatar o mais perto possível de Hogwarts e arrastou-se para as masmorras.



Estava quase desacordado quando entrou nos seus aposentos e caiu nos braços de Martha, que se desesperou ao ver seu estado.



- Oh, meu Deus, Severo! - ela o colocou em seu colo - Severo, você pode me ouvir? Venha até a cama, por favor.



Com dificuldade, ela o ajudou a entrar na cama. Martha continuava muito agitada, e quis saber:



- Onde dói? O que eu posso fazer para te ajudar? Quer que eu chame a enfermeira?



Severo negaceou com a cabeça e balbuciou :



- Poção... Na mesa...



Martha foi até a mesa, onde ele tinha deixado dois frascos separados antes de partir. Ela quis saber:



- Qual dos dois frascos?



Com dificuldade, ele disse:


- O mais comprido.



Ela levou o vidrinho para ele, que o engoliu rapidamente. Aparentemente, o alívio foi instantâneo, e ele sussurrou:



- Só preciso... de descanso...



Martha colocou as cobertas em cima dele e disse:



- Descanse, meu bem. Eu estarei aqui, se precisar.



- Me acorde de manhã - pediu ele, pegando a mão dela. Seus olhos encontraram os dela e ele sorriu - Obrigado.



- Não pense nisso - ela beijou a testa dele e deitou-se a seu lado - Agora descanse. Não pense em mais nada.



Severo colocou a mão dela sobre o seu coração e fechou os olhos, exausto. Martha chorou silenciosamente a seu lado durante algum tempo, indagando-se se ela teria coragem para agüentar tudo aquilo.



Quanto mais ela teria que lutar para ter Severo a seu lado? Será que eles encontrariam paz algum dia? Sem resposta para suas dúvidas, ela se deixou levar pelo sono, um sono muito leve, pois ela permaneceu atenta aos movimentos de Severo.



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