CAPÍTULO VI



Roma
307 d.C.


O DESEJO PERCORRIA cada uma de suas terminações nervosas, tão violentamente, que suas pernas chegaram a ficar bambas, quando Selene continuou a lhe dar prazer com a mão.

— O que é isso? — ele perguntou, meio tonto, devido às sensações que dominavam o seu corpo.

— Venha, meu amor. Coma alguma coisa. Vai precisar antes do final da noite — disse Selene.

Com uma última caricia na ereção, ela virou-se e caminhou na direção dos degraus da piscina, onde o aguardou.

Harry a seguiu, apesar de o bom senso estar lhe dizendo que havia algo errado. Não lhe restava nenhuma vontade para seguir o bom conselho. Sua mente estava dominada pelo desejo de se enterrar entre as aveludadas coxas de Selene. De sentir suas curvas abundantes aceitando-lhe o corpo, e o gosto do doce caramelo das pontas de seus seios.

Ele gemeu e se agarrou, tentando domar o ardor de seu membro com algumas carícias lentas ao caminhar em sua direção.

Ela sorriu ao vê-lo acariciando-se. Seu sorriso se alargou quando ele despiu a toga e se postou diante dela, toda ansiedade, rigidez e masculinidade. Ela por fim parou de brincar com o seio, e pousou ambas as mãos no peito dele, acariciando os músculos peitorais. As mãos de Selene estavam ligeiramente geladas ao trilhar o corpo dele, alisando as elevações rígidas do seu abdômen até chegar aos músculos fortes das coxas, desviando-se do único lugar onde ele mais queria as suas mãos.

Puxando-o para perto de si, as pontas duras dos seios roçaram no peito dele e Harry gemeu, ansiando pelo gosto que imaginara antes.

— Eu também quero lhe sentir o gosto.

Ela inclinou-se para frente e colocou os lábios sobre o mamilo dele, sugando-o com força, antes de mordiscá-lo com os dentes.

Ele arquejou, e segurou o quadril dela com uma das mãos, enquanto, com a outra, apertava ainda mais a própria ereção, resistindo ao clímax.

Ela pousou a mão sobre a dele, e, sentindo os sinais iniciais de seu apogeu, sorriu, e disse:

— Também quero sentir o gosto disso.

Antes que ele pudesse impedi-la, ela ficou de joelhos e o tomou na boca, sugando e puxando. Acariciando-o, ao agarrá-lo e apertá-lo gentilmente. Seu clímax chegou e, imediatamente após a ereção voltou, mais rápida e dura do que antes. Seu coração batia de encontro às paredes da cavidade torácica. Ele cambaleou sobre os pés, até que ela se levantou e se colou nele, seu corpo sinuoso e sustentador ao mesmo tempo.

— O que é isso? — perguntou Harry, sua mente girando devido ao ataque incessante aos seus sentidos.

Ele parecia ser capaz de sentir cada centímetro de sua pele, O encrespar dos músculos sob aquela perfeição alabastrina. O calor intenso da água quando ela o guiou pelos degraus abaixo até o calor dos banhos.

Instantes mais tarde, ele estava sentado sobre a pequena borda sob a água e Selene estava montada nele, suas coxas lhe envolvendo a cintura, seus seios roçando no peito dele quando ela estendeu o braço para o prato de comida que a serviçal havia trazido antes, atrás dele.

Ela pegou um dos doces dourados e o trouxe até a boca de Harry, lhe oferecendo o petisco embebido em mel.

Quando ele mordeu, a doçura da sobremesa lhe encheu a boca, mas, então, seu olhar desceu até os seios da mulher. Sua boca encheu-se de água diante da visão deles, e, rindo, Selene se ergueu e se ofereceu para ele.

— Pode provar meu amor. Diga-me se sou igualmente doce.







UMA ONDA de ardor tomou conta de seu corpo quando o olhar de Harry se focalizou nos seus seios. Annah não pensara ser possível, mas seus mamilos ficaram ainda mais rijos e latejaram com, ainda, maior expectativa. Entre suas pernas, sentia uma pulsação acelerada. Quando ela puxou as amarras que a prendiam às colunas da cama, ele disse:

— Não resista tanto.

O ribombar de sua voz fez com que ela olhasse novamente para o rosto dele. O relato de seu encontro com a vampira também o havia deixado excitado. Seus olhos haviam começado a assumir aquela penetrante cor-de-néon e um pequeno vestígio dos caninos aparecia sob os lábios inferiores. Ao olhar para baixo, ela pôde ver, através do caríssimo tecido das calças, os sinais de uma excepcional ereção.

Ele inspirou profundamente, claramente batalhando com a própria excitação. Ela o desafiou.

— Também resistiu Harry, ou recebeu de bom grado a escuridão dela?

Uma palavra foi bruscamente pronunciada — algum tipo de palavrão, ela supôs — antes que ele contivesse o vampiro e sua forma humana recuperasse o controle.

— Quando vi o seu rosto verdadeiro, lutei com ela, tanto quanto espero que vá lutar comigo.

— Pode apostar — ela disse, enfaticamente.

— Mas ela me transformou, do mesmo modo que vou transformá-la quando chegar o momento certo.

O medo tomou o lugar do desejo, espantando o ardor anterior de sua excitação despertada pelo feitiço.

— Não me entregarei facilmente — ela avisou, ficou surpresa de ver um sorriso se esboçar nas feições dele.

O tipo de sorriso que não havia esperado ver como resposta a um desafio.

O vampiro devia ter percebido que, contra a vontade, Annah estava se sentindo atraída.

— Você é corajosa, não é?

Uma batida à porta a poupou de ter que responder.

— Entre, Dobby — ele disse, e o homem de antes entrou, empurrando um carrinho de comida. Sobre o carrinho, repousavam dois cálices dourados, uma garrafa de vinho, algumas fatias de pão e um prato com uma variedade de queijos e frios.

— Tomei a liberdade de presumir que possa sentir fome.

Annah presumiu que ela era como um peru de Natal e que Harry estava mais interessado em engordá-la do que no seu conforto.

— E se eu não quiser comer?

Ela detestou parecer tão infantil aos próprios ouvidos, e que sua resposta houvesse trazido outro sorriso divertido aos lábios dele.

— Como quiser. Pode ir, Dobby. Tenha uma boa noite.

Dobby, que parecia ser um homem de, no máximo, 50 anos de idade e em boa forma, olhou dela para o patrão e para o prato de comida. Apertando uma das mãos na outra, disse:

— Talvez possa descansar melhor com algo na barriga, moça.

Ela percebeu que Dobby tinha um sotaque. Sacudindo a cabeça, ela retrucou:

— Não facilitarei as coisas para ele, Dobby.

— Talvez seja melhor facilitar as coisas para si mesma — disse Harry.

Com um gesto brusco de mão, dispensou o serviçal.

— Por que diz isso?

— Vai querer estar de posse de todas as suas forças para me resistir, não vai?

Ela pôde perceber que ele estava tentando manipulá-la, mas também era inteligente o suficiente para saber que não estava no ápice de suas forças. Além da excitação que lhe sugava toda a energia do corpo, ele se alimentara dela antes, enfraquecendo-lhe o organismo. Teria de se alimentar para poder se sustentar até...

— Você se alimentou de mim antes, mas não sou uma vampira.

— Posso dar muitos tipos de beijos.

Enquanto falava, ele pegou uma fatia de pão, mergulhou-o em uma pequena vasilha e o ofereceu a ela.

Os aromas ricos do pão fermentado e do azeite lhe embriagaram os sentidos e sua barriga roncou em resposta.

— Prove — disse.

— Seria mais fácil se me soltasse.

Ela comeu o pão de sua mão, saboreando os sabores fortes que explodiam em sua boca.

— Já faz muito tempo desde a última vez em que me entreguei a tais luxos.

Ele pegou um pedaço de queijo e o jogou na própria boca, antes de pegar uma pequena fatia para ela e levá-la aos lábios de Annah.

— Desde seu encontro amoroso com a vampira? — ela perguntou, antes de aceitar a oferta.
A mão dele estremeceu sobre uma fatia de presunto que estava colocando sobre uma fatia de pão. Ao lhe fitar os olhos, ela notou a tristeza neles. Suas palavras, quando vieram, foram inesperadas e carregadas de pesar.

— Não, desde o dia em que minha mulher e meu filho foram assassinados.

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