Comprometimentos - Parte I



Capítulo 6 – Comprometimentos - Parte I


Ella abriu os olhos lentamente, forçada pela claridade do quarto. Amaldiçou a si mesma por ter esquecido de puxar a cortina na noite anterior, porém, mesmo que lembrasse, provavelmente não o faria, pois isso significaria ter de levantar da cama e afastar-se, mesmo que por alguns segundos, dos braços fortes e quentes que se aconchegou durante a noite inteira.
Soltou um suspiro e virou a cabeça para o lado, encarando os profundos olhos verdes que passaram boa parte da manhã observando-a. Albus abriu um meio sorriso e acariciou suavemente o rosto de Ella, tirando alguns fios platinados do olhos dela.
- Bom dia. – falou ela, ainda totamando coragem para se levantar.
- Bom dia?! – ele riu. – Boa tarde, isso sim. Já passa do meio dia.
Ouvir aquelas duas pequenas palavras, meio dia, era o que precisava para fazer Ella virar rapidamente e praticamente pular da cama a procura de algo para vestir. Hoje era domingo, dia do almoço em família, e se não se apressasse, iria chegar atrasada. Draco certamente não estaria no seu melhor humor hoje, afinal, as notícias corriam e provavelmente ele já tinha conhecimento de onde estivera na noite anterior e com quem.
Draco, depois da escola, nunca chegou a fazer mais nada contra os Weasleys ou a Harry Potter, entretanto, não tinha a menor simpatia por ambos, especialmente pelo segundo. Depois de ouvir milhares de vezes o pai fazendo comentários maldosos sobre Harry Potter e companhia, Ella ainda tinha um pouco de receio da reação do pai, não que se importasse se ele aceitasse ou não. Já tivera namorados que o pai a proibira de ver, vários até, mas era muito cansativo ter uma longa discussão cada vez que ia à Mansão.
- Mas que mania você tem de sair às pressas da cama! – brincou Albus, que ao contrário de Ella, continuou deitado.
- Eu já devia estar a caminho da casa de meus pais agora. – falou, abrindo o guarda-roupa e tirando um vestido de dentro. Apesar de odiar aquela maldita peça marrom, iria usá-la naquele dia. Sua mãe o adorava e provavelmente iria ficar satifeita de ver Ella com o vestido, além do mais, precisava de todo o apoio possível quando encarasse o pai e este começar a amaldiçoar Deus e o mundo. Nunca se importou em discutir com o pai, o fazia frequentemente durando a adolescencia, mas agora era diferente. Antigamente, quando tinham uma discussão, Ella passava um bom tempo sem ver o pai ou ir à Mansão, e agora, com a saúde da mãe tão fradilizada, não queria deixar de ir nos almoços de domingo.
- Quer que vá com você? – indagou Albus, já de pé também.
Ella mordeu os lábios ao vê-lo naquele estado novamente. Aquele corpo alvo e forte, que à levou ao ápice do prazer na noite anterios estava coberto apenas por uma fina peça azulada de seda. Era uma tentação tão grande, especialmente quando ele abriu um meu sorriso, adivinhando os pensamentos de Ella.
- Não. – ela se aproximou e tocou levemente no rosto dele de menino. Ele era dois anos mais velho que ela, mas, ainda assim, tinha as feições cândidas de uma criança. – Eu gosto demais de você para levá-lo até a casa de meus pais. É sério, deixe-me falar com meu pai primeiro, depois nos vemos o que fazer.
Quando estava agarrada ao peito dele na noite anterior, pouco antes de caírem no sono, Albus havia lhe pedido algo. Soara mais como uma exigência, mas ela um pedido. Ele queria oficializar, queria que todos soubessem que seu coração pertencia à Ella. Não achou precipitado o modo como ele descreveu, que ela era dona do coração, da mente dele, mas após segundos de reflexão, encarando aqueles olhos penetrantes, Ella percebeu que já não tinha mais controle da situação, se entregara de corpo e alma à ele naquela noite e seu coração também não lhe pertencia mais. Nunca pensou que fosse fazer isso, ficar com ares de apaixonada e pensar primeiro com o coração. Iria fazer a vontade dele, mas não naquele dia.
- Você é quem sabe, mas saiba que eu nunca tive problemas com pais. Eles geralmente me adoram.
- Vá com fé então, amigo. – Ella abriu um sorrisinho irônico. – Depois de uma conversa com meu pai...
- Ok, eu entendo. – ele pegou a camisa branca no chão e a vestiu. Agora só faltava os sapatos e o pesado casaco que usava no casamento para poder voltar decente oara casa. – Vá tomar um banho e tirar essa cara de zumbi do rosto, que eu vou fazer um café.
Revirou os olhos mas acabou concordando com a proposta. Virou-se para o banheiro e deixou a camisola deslizar pelo seu corpo até o chão. Enfiou a mão no box e deixou a água cair, so entrando embaixo desta quando sentiu as primeiras gotas da água morna.
Como precisava daquele banho. Relaxou todos os músculos e especialmente a mente, que ainda se mantinha a mil com tudo o que se passara na noite anterior. Não conseguia tirar da cabeça a sensação que sentia quando ele lhe tocava, lhe beijava, lhe levava a loucura. Simplesmente, ele fazia parte de seu subconsciente agora.
Não tinha idéia de como aquilo iria funcionar. Albus era filho de seu chefe, a pessoa que seu pai mais detestava na face da Terra, o qual iria brigar constantemente quando descobrisse com quem estava saindo. Mas o pior de tudo era que Albus não era do tipo de cara que podia passar um tempo e depois descartar, ele era especial, que lhe doía só de pensar em magoá-lo. Preferia magoar a si mesma a ver aquelas enormes íris esverdeadas
Aonde o mundo iria parar! Estava considerando os sentimentos de outro antes dos dela mesma. Nunca pensou que fosse mudar tão rápido e em tão pouco tempo.
- Mas que merda. – resmungou para si mesma, olhando para cima. – Eu devia ter arrancado meu coração fora quando tive a chance. – porque agora, já era tarde demais.



Albus a esperou sair do banho para ir embora, só ficou até Ella beber a última gota do café que tinha feito e aparatou em casa. Assim que o rosto dele sumiu ela correu para o quarto, para acabar de se arrumar. Estava pronto cinco minutos depois, com o terrível vestido marrom em seu corpo e um pouco de maquiagem nos olhos, para esconder os traços restantes da noite passada.
No minuto seguinte, estava olhando para a porta principal da enorme mansão de pedra. Bateu levemente na porta e rezou para que fosse o elfo que atendence.
- Você está fudida, irmãnzinha. – gargalhou Scorpius, tampando os ouvidos no loirinho em seu colo.
- O quão ruim? – perguntou Ella, entrando no enorme hall de mármore e fechando a porta atrás de si.
- A veia na testa dele ganhou vida própria de tão grande.
- É hoje que eu acabo com meus tímpanos. – meneou a cabeça em negativa e estendeu os braços para pegar o sobrinho. – Dá o garoto. Talvez ele fique com pena de gritar na frente da pobre criança.
- Vovô bravo. – Ethan sorriu marotamente. – Tia Ella encrencada.
- Realmente, por trás desse rosto de anjo, ele ainda tem seus genes traiçoeiros. – disse assanhando os fios platinados do menino. – Vamos estourar a veia pulsante do vovô, Ethan.
Entrou na sala carregando a criança nos braços, Scorpius a seguia prendendo o riso. Parecia que nada tinha acontecido, o pai lia o jornal sentado em sua poltrona favorita, ou pelo menos o fingia muito bem; a mãe tocava um pouco de piano no canto, perto da janela. Ella sorriu ao vê-la mais corada, Astoria parecia mais saudável que na semana anterior. Assim que desceu Ethan até o chão e sentou-se no sofá, Draco abaixou o jonal e Ella pôde finalmente encarar aqueles olhos frios e cinzentos.
- Pensei que sua fase rebelde tivesse acabado. – o tom da voz de Draco era severo, frio, quase inaudível. Era assim que começava, depois de cinco minutos, os gritos começariam a aparecer. – Scorpius, leve Ethan daqui. Astoria, querida, vá descansar um pouco antes do almoço.
- Mas nem arrastada, Draco. – ele levantou-se um pouco vacilante, e o loiro mais velho correu para ampará-la. – Eu quero ouvir o que você tem a dizer.
- A senhora vai conseguir ouvir de qualquer lugar quando ele começar a berrar. – murmurou Ella, mas parecia que ninguém havia ouvido.
- Scorpius, agora. – Draco olhou para o neto, que mexia nas coisas sobre a medonda mesa de centro. O menino sorriu levemente, adorava quando o avô lhe dirigia a palavra, e isso era estranho, pois Draco costumava meter medo em crianças. – Vá ver os cavalos com seu pai.
O loirinho largou imediatamente o que estava fazendo e correu até Scorpius, pedindo colo. Antes de deixarem o aposento, Scorpius abriu um sorriso sacana. Ele iria ouvir atrás da porta, com certeza.
- O que você tem na cabeça? – Draco estava começando a elevar o tom de voz. – Está fazendo isso só para me deixar mais irritado? Não me adimira que conseguiu ser provovida tão rápido!
- Draco! – Astoria o encarou escandalizada e caminhou até Ella, que tentava bravamente não se alterar. – Não se atreva. A vida é dela e ela faz o que bem entender.
Ella olhou para a mãe com um certo choque. Sabia que Astoria a iria defendê-la, mas ela estava usando artilharia pesada. Aquela discussão seria interessante.
- Ela não vai mais ver aquele moleque. – Draco deu um passo ameaçador, mas nenhuma das duas recuou.
- Moleque?! Você só pode estar brincando. – foi a primeira vez que se pronunciou naquela discussão. – Ele é um homem de vinte e dois anos, a mesma idade de Scorpius! Eu não estou nem aí para seus problemas com o pai dele, ou com o resto do mundo bruxo, e se eu precisar mandar o senhor e o resto do Inglaterra para os infernos para continuar a vê-lo, eu juro que o farei.
Draco ouviu aquelas palavras e se calou, ainda estava absorvendo a informação. Quem era de fora e visse a bagunça que havia acabao de se formar, acharia aquela situação cômica. Era irônico o fato de sua filha estar saindo com o filho de seu maior inimigo dos tempos de escola, que havia salvado sua vida e de sua família e que ainda tinha vontade de jogá-lo num tanque com tubarões famintos. Realmente, o mundo dava voltas.
- Você está sozinho nessa batalha, querido. – Astoria sorriu levemente para o marido. – Apenas a deixe em paz. Olhe como ela está feliz.
Ella encarou surpresa a mãe ao ouvir aquilo. Ela parecia feliz com Albus? Bom, sentia-se assim, mas não sabia que os outros conseguiam ver isso.
- O Scorpius devia tê-lo derrubado da vassoura quando teve a chance. – com as mãos na têmpora e olhar preso nas duas mulheres à sua frente, Draco suspirou derrotado.
Ella abriu a boca para corrigir o pai - não era Albus o jogador da família, e sim, James – mas pensou melhor e preferir continuar de bico calado ao ver que o tom avermelhado no rosto de Draco estava começando a desaparecer, ele estava se acalmando.
A conversa poderia ter ido bem pior, mas não foi apenas por causa da presença de Astoria na sala. Draco não iria contradizer a esposa, não ainda tão fraca como estava. Ella agradecia à todos os santos pela prensença da mãe ali.
- E Draco, porque exatamente não fomos ao casamento dos Weasleys? – Astoria arqueou a sobrancelha direita e olhou significativamente para o marido à sua frente. – Eu já venho me sentindo melhor há semanas, e teria sido uma boa oportunidade para conhecer o rapaz.
- Vamos para a mesa, o almoço já deve estar servido. – Draco sorriu nervosamente e se retirou às pressas.
Ella se viu em completo choque. Aquela foi uma boa lição, agora deixarinha os problemas com o pai para a mãe solucioná-los. Uma solução muito mais prática e menos estressante, além do mais, não resistia ver o pai correndo com o rabo entre as pernas.
Sentiu uma mão gelada tocar em seu braço, isso a fez voltar sua atenção para Astoria.
- Deixe que eu lido com seu pai, querida. – Astoria acariciou as bochechas rosadas de ela. – Ele está nervoso com o trabalho e está descontando em você.
- Obrigada, mãe. – Ella a envolveu em um abraço terno, há tempos que não se aconchegava nos braços da mãe, sentia falta daquilo. – A senhora está tão gelada, quer que eu pegue algo para lhe aquecer?
- Não se preocupe, filha. – Astoria deixou os braços cairem ao lado do corpo e suspirou. – É apenas o efeito da medicação nova. – ela começou o meu trajeto que Draco, mas parou por um instante e voltou a encarar a filha. – Você gosra mesmo desse rapaz?
- O pior que é que eu gosto do infeliz. – Ella meneou a cabeça sorrindo. – Entre tantos, um Potter.
- Seu pai vai acabar se acostumando com a idéia. – as mãos frias de Astoria tocaram nas de Ella, passando-lhe leves calafrios. – Mas para prevenir, evite trazê-lo aqui por algum tempo.
- Pode ter certeza que Albus não ficará cara a cara com papai. – Ella deu uma piscadela. – Ele ter amor à vida.
- Não exagere, Ella. – Astoria começou a guiá-la para fora da sala. – Vamos, é melhor não deixar seu pai esperando.


- Seu filho da mãe! – Draco berrou em plenos pulmões para o moreno à sua frente. – Eu juro que eu posso matá-lo com minhas próprias mãos!
Harry revirou os olhos, não escondendo o sorriso matreiro em seus lábios. Já vinha se preparando para aquela conversa desde sábado a noite, quando viu Albus com Ella. Ficou suspreso quando o filho do meio viera lhe falar no domingo que estava saindo com a caçula dos Malfoys, não esperava por aquilo, especialmente porque Ella e Albus nunca havia trocado uma palavra quando estava em Hogwarst. O brilho no olhar, o sorriso nos lábios e a mente sempre em putro planeta denunciavam que não era apenas atração, e Harry sabia disso. Albus sempre fora diferente de James, o primogênito faz juz ao nome, nunca ficava muito tempo com a mesma garota, mas Albus era o oposto, sempre muito tímido e tinha uma certa dificuldade de falar com garotas.
Entrou naquele escritório há quase dez minutos e ainda continuava escutando os gritos de Draco Malfoy. Este parecia não ter aceitado a notícia tão bem quanto Harry.
- Malfoy, sinceramente, você devia calar a boca. – Harry falou num tom brincalhão. Ainda estava achando graça da indignação do loiro. – Me deixar surdo não vai fazer com que eles parem de se ver. Além do mais, isso não é da nossa conta, então, pare de ser entrometido.
- Isso é porque não é a sua filha. – Draco andava de um lado para o outro perto da janela do escritório. – Queria se você continuaria com essa calma irritante se fosse com sua querida ruivinha.
- Eu confio no julgamento de Lily, você devia fazer o mesmo, Malfoy. – tecnicamente, ele estava mentindo. Nem amarrado que ficaria fora do caminho de Lily, a filha era bastante esperta, mas não para namorados. – Além do mais, lembre-se o quão boa Ascella é em duelos. Se Albus fizer algo que não deve, o que eu acho que dificilmente acontecerá, ela tem seus mêtodos para deixá-lo na linha.
- Você é um grade FILHO DA...
- OK, chega de xingar minha mãe, Malfoy. – Harry o cortou. – Você já passou a mensagem. – Harry levantou-se e caminhou até a porta, iguinorando os gosto obceno que Draco fazia. Parou e enfiou a carta que o loiro lhe entregou no bolso, depois voltou sua atenção à Draco. – Obrigada pela informação. Iremos agir dentro de dois meses.
- Estou lhe avisando, Potter. Deixe Ascella fora disso. – advertiu Draco.
- Não posso fazer isso, Malfoy, e você sabe disso. – a fisionomia de Harry agora estava severa. – Eles não virão atrás de nós sem ela no grupo.
- Minha filha não vai servir de isca. – disse Draco, entre os dentes. – Eles vão matá-la na primeira oportunidade.
- Eu lhe garanto a proteção dela, Malfoy. Mais do que qualquer coisa, mas você sabe que se Nixon conseguir fazer o encanto, será muito pior. E não estamos falando de um novo Voldemort, talvez algo pior. Ele tem muitos simpatizantes, e com poder, Nixon não terá problema em controlar o Ministério.
Do mesmo jeito que a magia branca vinha avançando durante os anos, a negra seguia o mesmo curso. David Nixon, um homem de trinta e oito anos, ex-estudante de Hogwarts, mestre de Feitiços, adorador de Arte das Trevas, descobriu um encantamento tão poderoso e ruim quanto a ligação que Harry tinha com Voldemort. Harry não tinha detalhes, mas de acordo com a fonte de Draco, aconteceria em dentro de dois meses e meio.
O maior problema para pegar Nixon era que ninguém sabia quem era seu seguidor, ou onde encontrá-lo. Ele era discreto, e quase não planejava ataques. Era astuto o bastante para aguardar pelo grande final. Por isso precisavam de Ella. Muitos ainda consideravam os Malfoys como traidores, especialmente os ex-seguidores de Voldemort, e melhor medo de punir Draco seria começando pelos filhos, em especial Ella. Harry já tinha algo me mente para atrir Nixon, e isso onvolvia Ella
- Quando tivermos a data, você ficará sabendo. – Harry não deu tempo à Draco para responder, pois deixara a sala no momento que pronunciara a última palavra.
Virou a esquerda no corredor e aparatou no lugar que precisava estar naquele momento. O Departamento de Autores estava uma verdadeira zona, alguns rapazes, provavelmente os novos internos, duelavam brincando, e derrubavam metade dos quatros nas paredes. Outro grupo, os veteranos, jogavam cartas em uma mesa e ainda havia mais alguns que cochilavam no sofá. O dia estava monótono, tiveram de atender apenas uma chamada, que, aliás, era falsa, o que fez Harry ter vontade de esganar Ron por não ter verificado antes de mandar o pessoal.
Passou pelos internos brincalhões e parou perto dos sofás de couro. Ella ainda não tinha percebido sua presença, estava destraida ouvindo a música que tocava no pequeno aparelho branco. Ela realmente se parecia com os Malfoys, os cabelos, a cor dos olhos, a pele alva, mas Ella tinha algo marcante que não pertencia à nenhuma parte da família: seus olhos. Não a cor, mas o jeito de que fitava as pessoas, como se conseguisse enxergar até a alma do indivíduo. Definitivamente, Albus estava certo, Ella não era qualquer garota.
Limpou a garganta e nada, ela nem sequer desviara o olhar. O fez de novo, e continuou sem sucesso. Só conseguiu sua atenção quando puxou o fone de ouvido de sua orelha direita.
- Se-senhor Potter. – a voz de Ella ainda estava quebrada. Guardou as pressas o Ipod no bolso e se pôs de pé ao lado do chefe. – Eu estava... distraida.
- Eu posso ver isso. – riu Harry. – Pode me acompanhar por um momento?
- Em minha defesa, não fui eu, eu juro. – Ella riu nervosamente, tentando lembrar-se do que fizera de errado naquela vez. – Foi tudo culpa do Morgan. Ele me forçou.
- Por que sempre que venho lhe chamar, você pensa que está encrencada. – Harry deu dois passos para trás, fazendo sinal com a mão para que ela o seguisse. – Aliás, quando voltar, liberte o Mayers da azaração, por favor.
- Droga. – Ella fingiu um certo desapontamento. – Pensei que podia deixá-lo como grilo por amis alguns dias. Morrer ele não vai.
Harry gargalhou e começou a caminhar na direção da saída, com Ella o seguindo. Ella, pensando que iam para o escritório, virou para a esquerda no corredor, enquanto Harry permaneceu parado.
- Aonde você está indo? – perguntou ele.
- Para o escritório, talvez? Não é para lá que eu vou quando machuco um dos caras? – Ella deu de ombro, não se importava nadinha com o estado de Mayers, na verdade, estava pensando em solta-lo no parque e torcer para que seja pisoteado.
- Não dessa vez. – Harry falou, o sorriso em seu rosto havia desaparecido. – Vamos à outro lugar.
Segurou no braço de Ella e no segundo seguinte o Ministério desapareceu. O cenário mudou radicamente, não estavam mais no meio do corredor, em frente ao Departamento de Aurores. Era um escritório velho, na verdade, estava mais para um biblioteca com todas aquelas estantes de livros, embora a grande parte estivesse vazia.
- E nós estamos aqui porque...
- Vou ser bem direto com você, Ella, apesar do seu pai não ser a favor. – Harry sacou a varinha e com um rápído feitiço, tirou a poeira que se alojava na mesa de madeira escura e nas duas cadeiras junto à ela. – Aquela carta que você me entregou no outro dia não era qualquer coisa, estamos em situação de alerta novamente.
- Disso eu já imaginava, mas eu estou aqui porque...
- Céus, você é pior do que seu pai no quesito de paciência. – ele meneou a cabeça sorrindo. – Você terá tempo para saber da história completa, talvez seu pai seja o melhor para contá-la. A única coisa que quero que me responda agora é se você gostaria de ajudar. Se comprometer com a Ordem, se tornar uma de nós.
Ella abriu e fechou a boca algumas vezes. Certo, Harry sabia que não era certo jogar aquela pergunta para cima da jovem e já esperar uma resposta de imediato, mas não lhe restava mais tempo. Em três meses, Nixon executaria o encanto, e se este funcionasse, não havia dúvida de que tempos negros estavam por vir.
Harry se afastou por um momento, deixando-a sozinha por alguns minutos. Iria lhe dar alguns minutos para pensar, apesar de já ter uma idéia da resposta dela. Nos dois anos que trabalhara com Ella, nunca a vira dar para trás, ela tinha uma bravura que os Malfoys não carregavam, era algo dela e somente dela.
- Então – Harry não havia percebido sua presença no cômodo. - O que eu tenho de fazer?
- Adimiro o seu compromentimento no escuro. - Harry sorriu radiante. - Espere que em breve você receberá novas instruções, por hora, é só ter paciência.
- Então quer dizer que eu posso ir arrancar algumas verdades do meu pai?
- Fique a vontade.
- Uma pergunta. - Ella o encarou meio sem jeito. - Albus está envolvido também?
- Não diretamente, mas ele tem sua função no grupo. Ele pertence à Ordem desde que se formara em Hogwarts, foi sua decisão. - Harry meneou a cabeça em negativa. - Você verá que às vezes ele é mais cabeça dura do que um hipogrifo.
- É, eu notei isso. E como eu tenho votante de esganá-los por isso.
- Você não é a primeira que fala isso. - ele riu, caminhando pelo cômodo. Não sabia o porquê, mas sempre gostava de voltar àquele lugar, apesar de nunca tê-lo aceitado como moradia. Sentia-se mais perto de Sirius quando estava lá. - Agora acho que você deve voltar para o Minitério.
- É. - ela deu alguns passos, chengando a cruzar a porta da sala, mas parou e virou-se para encará-lo. - Que lugar é esse?
- Largo Grimmauld, número doze. - Harry sorriu levemente. - Você já deve ter ouvido as histórias desse lugar.
- Eu já imaginava. - Ella retribuiu o sorriso. - Bom, eu vou pegar o rumo. Meu chefe é um cara extremamente neurótico com atrasos, sabe?
- Oh, céus. Preferia quando você não estava saindo com meu filho. - Harry gargalhou. - Ele é uma má influencia.
- Pode apostar que sim. - Ella deu um último sorriso antes de desaparecer pela porta e apartar no Departamento de Aurores.



- Mas que droga! Por que ele tem sempre que ser tão entrometido?! - exclamou Albus, andando de um lado para o outro na sala de seu apartamento.
- Deixe de escândalo você também, isso é trabalho do meu pai. - Ella abriu um sorrisão e continuou brincar com o Ipod em suas mãos. - Além do mais, qual é o problema? Você está no meio da confusão toda também.
- Exatamente. - Albus sentou-se ao lado de Ella no sofá e tocou-lhe no rosto, fazendo-a desviar o olhar sobre o pequeno aparelho trouxa. - Eu não quero que você se machuque. - Ella abriu a boca indignada, mas Albus foi mais rápido e a cortou antes que ela começasse a falar. - Eu não estou falando que você não é capaz, e eu sei como você pode se defender muito bem, mas essa história com o Nixon não é igual às suas patrulhas com os aurores. Você será o alvo principal, e se algo der errado...
- Não faça isso, Albus. - Ella baixou o olhar, assim com o tom de voz. Não tinha controle sobre seu corpo quando ele a fitava daquela maneira, como se ela fosse a única coisa que Albus via. - Por favor.
- Eu não vou tocar mais no assunto, mas pode ter certeza que meu pai vai acordar surdo depois do tanto que eu vou gritar no ouvido daquele velho teimoso. - Albus suspirou, cansado. Já estavam tendo aquela conversa há quase meia hora e até agora, ele ainda não conseguira fazer com que Ella nem sequer pensasse melhor no assunto.
Ella riu e revirou os olhos. A última coisa que precisava era de Albus se unindo à Draco Malfoy para esganar Harry Potter até a morte, e depois de hoje, parecia que essa loucura não estava tão longe de acontecer. Ainda não fora falar com o pai sobre o assunto, tentaria adiar para o fim de semana, provavelmente teria a conversa depois do almoço de domingo, de preferência. Draco costumava não alterar-se muito quando Astoria estava na casa, ou seja, as conversas tensas deveriam sempre ser na Mansão, pois existia uma grande possibilidade do pai lhe atirar janela à fora quando fosse questioná-lo sobre a Ordem, porque sobre sua participação, ele provavelmente já estaria sabendo. O Ministério e Hogwarts tem uma coisa em comum: as pessoas nunca conseguem ficar de boca fechada.
- Bom, eu já vou indo. - falou Ella tomando um impulso para se levantar do sofá, até que sentiu uma mão morna segurar seu braço.
- Você não tem de ir agora. - a ponta de seus narizes se tocaram e aquela onda vibrante do hálito dele tocou as narinas de Ella, fazendo-a sentir-se desarmada.
Encontrava-se num estado de amor e ódio consigo mesma, detestava perder o controle, e com Albus acontecia sempre tão facilmente; por outro lado, adorava o jeito que ele lhe encarava, lhe tocava, lhe amava.
- Você joga baixo, Potter. - sussurou no ouvido dele. - Muito baixo.
- Me conte algo que eu já sei, Malfoy. - os dedos dele deslizaram pelo braço de Ella, provocando leve arrepios em Ella. - Agora pegue o seu casaco.
- E eu devo fazer isso porque...
- Porque nós estamos saindo, não é óbvio? - explicou Albus num tom brincalhão.
- Hum...não, não é óbvio. O que você está aprontando dessa vez? Porque se for...
Ella não conseguiu terminar o que estava dizendo, pois acabou perdendo a linha de raciocínio. Seus lábios se movimentavam sobre os dele, num beijo doce e que sempre a atrapalhava na hora que estava argumentando algo com Albus. O maldito realmente jogava baixo, ele sabia perfeitamente como deixá-la mansinha, e o pior era que seus pais tantavam fazer isso durante anos, e sem sucesso algum.
- Estamos indo jantar fora. - Albus já estava de pé com a mão estendida à Ella, que, como sempre, aceitou e se pôs ao lado dele. - Na casa de meus pais.
- O que?! - Ella o empurrou para o lado e em seguida o socou no braço, fazendo-o Albus soltar uma pequena exclamação de dor. - Seu tratante infeliz! Você... você...
- Eu vou te levar para jantar com meus pais esta noite, já está passando da hora de apresentá-la como minha namorada, não acha?
- Na-namorada? - Ella engasgou com aquelas palavras.
- Querida Ella, nós já passamos já fase de pedidos oficiais, eu acho. - ele abriu um meio sorriso e afastou-se de Ella, pegando a jaqueta preta e a bolsa de Ella sobre a cadeira. - Agora vamos pegar o rumo, pois estamos em cima da hora.
- Mas.. mas. - procurou em sua mente alguma maneira de escapar daquilo, mas não havia como deixar aquele profundo par de esmeraldas e ir para casa. Ele estava ganhando aquela batalha. - Uma pequena pergunta.
- Estou ouvindo. - ele falou, entregando a bolsa e o casaco à Ella. Depois virou-se para o pequeno armário de madeira perto da mesa de jantar. Era onde guardava os vinhos.
- Seu pai sabia desse nosso pequeno jantar dessa noite? - ingadou Ella, cruzando os braços e erguendo a sobrancelha direita. - Digo, quando ele falou comigo essa manhã.
- Claro. - respondeu Albus, sem encará-la. Estava bastante distraído escolhendo uma garrafa de vinho para levar.
- E nem para me avisar! Eu poderia ter furado com você esta noite.
- Assim você fere meus sentimentos, Ella querida. - ele fechou a porta do armário de bebidas e virou-se para Ella. - Vamos?
- Todos os Potter são assim? Manipuladores... maus e mais alguns adjetivos que eu não não posso mencionar no momento? - Ella sentiu-se sendo empurrada por uma mão até a lareira acesa.
- Grande parte. - ele abriu um sorrisinho sarcástico. Atirou um pouco de pó-de-flú no fogo, que tornou-se verde no mesmo instante. - Antes que você pergunte, - ele aproximou-se e beijou-lhe levemente na bochecha. - Você está linda está noite.
Depois ambos desapareceram no fogo com destino à casa dos Potter.



N/Autora: Sim, eu sei. Outro capítulo ruim ^^', sorry about that, rsrs. Gente, eu adoro escrever, mas ta uma correria dos infernos aqui, sem contar o frio do cão – eu juro que vou morrer no inverno, auhauah – e a casa sempre é cheia, isso me atrapalha um pouco a escrever. O capítulo ia ser maior, mas ai ia demorar mt tempo, então eu resolvi raxar na metade, rsrs. Eu sei que tá meio nada a ver a história, tá uma bagunça na verdade, auhauah, num por a Ordem no meio da história e essas trenheras tudo, mas vcs sabem que eu não resisto uma tensaozinha, auhauah. Tentarei deixar o menos confuso possivel, ok? Bom, as outras fics, enquanto eu ficar aqui no canada, acho que vou mexer amis com essa aqui, que já não está tão longe do fim e é mais fácil de escrever e tudo o mais. Mas deixando bem claro que eu não desisti das outras, especialmente Black and White. Bom, é só por hoje; Obrigada pelos votos e comentários. Beijos e até o próximo capítulo.

N/Autora2: Como vocês já perceberam, o capítulo aidna não está betado. Mas já vou agradecendo à minha beta querida “Vivika Malfoy” pela mãozinha. Brigada, moça!!

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