Matrimônio Weasley



Capítulo 5 – Matrimônio Weasley

Ella corria de um lado para o outro no apartamento. Uma mão segurava um batom rosado e a outra empinava a varinha, enquanto trovejava feitiços convocatórios. Agora sabia perfeitamente que tinha de parar de deixar as coisas para a última hora. Eram quase cinco horas e ainda não estava totalmente pronta.
Correu para o banheiro, aonde estava o resto da maquiagem. Passou rapidamente o batom nos lábios e complementou com um brilho labial. Lançou um olhar ao espelho e soltou um muxoxo.
- Melhor que isso, não há de ficar. – falou para si mesma, enquanto guardava a bolsa de maquiagem na gaveta do armário.
Não estava tão mal assim, só a maquiagem que não saíra como planejava. O vestido já tinha sido planejado na noite anterior, depois que chegou do trabalho. Era um modelito simples, sem estampa ou brilho; descia até dois centímetros abaixo do joelho, não tinha certeza qual era o tecido, não era expert no assunto, mas este delineava perfeitamente as curvas de seu corpo. O decote não era grande, mas era o suficiente para chamar a atenção de boa parte da população masculina presente na festa. A alça era um pouco maior do que um filete, suas costas ficavam descobertas até a metade e uma fina fita azul marinho, quase negra, cingia sua cintura e terminava com um laço um pouco acima do quadril. E claro, o vestido era preto, contrastando fortemente com sua pele alva.
Não tinha muito o que fazer com o cabelo, detestava ele ser tão liso. Quando tinha muita paciência, fazia alguns cachos nas pontas com feitiços simples, mas eles logo se desfaziam. O jeito foi jogar a franja para trás, deixando apenas alguns fios caírem sobre seus olhos, e prender uma porção dos cabelos com um prendedor brilhante, deixando a outra solta. Nunca teve muita criatividade para penteados, esse departamento era de sua mãe.
Por fim, a maquiagem, o estrago total. Poderia ter isso bem melhor se não fosse pela pressa. Fizera a pintura de maneira simples e rápida, apenas o lápis negro contornando os olhos, dera um tom levemente rosado – e saudável - às bochechas, tirara os vestígios do cansaço da semana abaixo dos olhos e, por fim, o batom nos lábios. Depois de algum tempo se olhando no espero, soltou uma risadinha sarcástica com a conclusão de que não era madrinha, então não precisava estar perfeita.
Voltou para o quarto e calçou o salto negro que tinha deixado junto da cama. Já que tinha de usar um sapato aberto, que este fosse bem alto, ao menos olharia superior para os mais baixos. O que escolhera era confortável, poderia passar hora com ele que seu pé não chiaria tão cedo.
A campainha tocou e Ella não foi atender, apenas gritou para que ele entrasse. Não poderia perder tempo, faltava apenas uma coisa: jóias. Era a única coisa que não deixara separada quando tirou o vestido do guarda-roupa, e a que mais demorava para escolher. Sua mãe adora lhe encher com jóias, desde pequena não andava sem brincos, colares, pulseiras, anéis, embora de uns tempos para cá, se conformava apenas com um anel de prata que usava no dedão e sua corrente com o pingente do dragão.
A porta da sala se fechou e passos eram ouvidos se aproximando. Não se moveu um centímetro da penteadeira, mantinha a busca pelas peças que combinariam com a ocasião e o vestido. Queria ouro branco, um brinco em especial, presente se um ex-namorado. Era uma peça fina, um filete de ouro branco com diamantes – sim, diamantes.
- Difícil aí? – perguntou uma voz masculina.
- Você não tem idéia do quanto, senhor só-terno-e-gravata. – falou Ella, olhando para o moreno que se aproximava. – Eu juro que é só eu achar...
- Isso? – apontou para um par de brincos embolado com outros três acessórios.
- Agora, sim, eu estou pronta. – sorriu Ella. Pegou os brincos e os colocou, depois deu uma checada no espelho. Não ficou ruim, mas ainda queria uma segunda opinião. – Gosta?
- Está perfeita. – ele alargou o sorriso. – Assim me deixa até com desânimo de sair, podíamos simplesmente ficar aqui e... – pousou-lhe seus lábios sobre os dela. – fazer nossa festinha particular.
- Acredite, – Ella o empurrou levemente para trás. – essa é uma excelente idéia, mas depois do trabalhão que eu tive para me arrumar, nós vamos sair desse apartamento.
- Lembre-se que foi você quem disse isso.
Meneou a cabeça e voltou a encará-lo, dessa vez observando-o melhor. Podia-se dizer que ele ficava um verdadeiro arraso de roupa-social, sua veste era negra também, com leves toques verde-escuro, que destacavam seus olhos. O cabelo arrepiado de Albus parecia menos rebelde, talvez, devido à um forte gel ou à um feitiço, mas mesmo assim, ainda continuava espetado. A gravata era verde, no mesmo tom que os detalhes das vestes. Aquela era a clássica vestimenta masculina, e ele ficara incrivelmente bonito nela.
- Está pronta para ir? – perguntou ele, estendendo a mão para Ella.
- E o meu ipod? – Ella arqueou a sobrancelha direita e deixou a mão dele pairando no ar.
- Está bem aqui no meu bolso. – ele deu leves batidas com a mão no peito. O pequeno aparelho estava no bolso interno. – Só depois da festa, querida. Quem garante que depois que você puser as mãos nessa coisa, não vai sair correndo porta a fora?
- Não confia em mim? – indagou Ella, forjando um olhar inocente. Aquela era uma idéia, ao menos lhe pouparia do casório.
- Digamos que nesta situação, minha taxa de confiança caiu alguns pontos. Vamos? – dessa vez ele não estendeu a mão. Aproximou-se de Ella e com uma leve pressão com a mão nas costa da jovem, a fez mover-se lentamente na direção da porta.
- Temos mesmo? – um pequeno beiço surgiu nos lábios de Ella.
- Não tem como furar a família. – ele abriu um sorriso maroto. – Ela persegue a gente no dia seguinte. Você tem que pegar mais alguma coisa?
- Minha bolsa está na sala. – falou, dando-se por vencida. Foi caminhando à frente até o outro cômodo, com Albus a seguindo. Andava devagar e relutante, tinha aceitado sua sina na noite anterior, mas agora, tão perto de saírem, bateu o sentimento de deixá-lo lá e escapulir pela janela.
Pegou a bolsa prata sobre a mesa e virou-se para Albus.
- Eu não tenho escapatória, não é mesmo? – perguntou, já sabendo a resposta.
- Nop. – ele negou, sorrindo.
- Ótimo, só checando. – soltou um longo suspiro, e entrelaçou seus dedos nos dele. – Então vamos cair fora daqui antes que eu me arrependa disso.
Albus alargou o sorriso e deu um leve aperto em sua mão. Ele iria guiá-la até o lugar do casamento, não tinha a menor idéia de onde seria, e se recusara a ir por flú. Gastou tempo demais se arrumando para ficar suja de fuligem e com os cabelos em pé. A visão de sua sala de estar havia desaparecido, agora a única coisa que via à sua frente era uma imensidão de campos verdes.
Conhecia aquele lugar, esteve ali há quase duas semanas. A Toca.
Virou para trás e viu a enorme tenda branca suspensa no ar, perto da casa da família. A tenda era apenas para a festa, pois a cerimônia iria acontecer ao ar livre, sobre à luz do pôr-do-sol. As centenas de cadeiras brancas estavam enfileiradas ao lado da tenda e divididas por um longo tapete avermelhado em dois enormes grupos, este ia até o altar decorado com rosas brancas.
Já havia várias pessoas ali, a maioria já acomodada no assento. Ella viu um grupo de conhecidos sentados ali perto, mas não foi cumprimentá-los. Deixaria esse martírio de boa educação quando estivesse com um copo em álcool na mão.
Nunca na vida vira tantos Weasleys juntos, a maioria eram homens, provavelmente a trupe feminina estaria com noiva. As primeiras fileiras eram ocupadas pela família dos noivos, e podia-se perceber de longe quem pertencia à família Delacour. Hugo conversava animadamente com James e mais outros três ou quatro primos, ao lado deles, os mais velhos faziam o mesmo, e pela empolgação de Ron e George Weasley, o assunto era o jogo que Scorpius e Morgan levaram Ethan para assistir. Ella revirou os olhos, homens só conseguiam pensar naquele maldito jogo.
Harry Potter ia passando cumprimentando os convidados com um sorriso orgulhoso no rosto. Teddy Lupin era praticamente um filho para ele, podia-se perceber de longe o olhar terno que este lançava ao afilhado quando o rapaz ia ao Departamento de Auror. E o sorriso do moreno alargou-se ao ver Albus puxando uma relutante Ella até os assentos da frente.
Ella desejou que um buraco se abrisse ali mesmo para poder pular dentro e tirar todos aqueles olhares curiosos que lhe eram lançados. Não costumava ser assim, tímida, mas era difícil controlar o fluxo de sangue nas suas bochechas quando havia tantos ex-inimigos de seu pai observando a mão de Albus entrelaçada à dela.
- Olá, Ella. – cumprimentou Harry. – Fico feliz que tenha vindo. Seus pais não a acompanharam?
Era claro que ele perguntara aquilo apenas por educação, pois no momento que a coruja entrou pela janela da sala da Mansão Malfoy com o convite do casamento, Draco enviou um embrulho com o presente de casamento e um cartão com uma desculpa furada. Certamente, Astoria nem tinha tomado conhecimento daquele convite, pois senão teria forçado o marido a comparecer ao casamento, mesmo que sozinho.
- Hum, não. – Ella sorriu nervosamente. – Mamãe não anda muito bem de saúde.
- Oh, é uma pena. – ele fez sinal com a cabeça para que se sentassem, a cerimônia não demoraria a começar. – Mande minhas melhoras para a senhora Malfoy.
- Mandarei, senhor Potter. – a loira virou-se para Albus, que segurava o riso. – O que foi?
- Você é sempre tão... formal como ele.
- Bom, - fez uma cara pensativa. – geralmente é assim que pessoas que gostam do emprego tratam o chefe, sabe? Mas não se preocupe, na primeira oportunidade, eu o chamo para tomar uma ‘birita’ depois do experiente.
- Não faça isso. – ele não agüentava mais prender o riso e agora soltava uma gargalhada. – Se você levar meu pai, meu tio Ron faz parte do pacote. Acredite, tio Ron mais bebida nunca dá em boa coisa, minha tia Hermione quem sabe disso. Ele é fraco para álcool, coitado.
- E quem garante que eu vou deixá-lo embriagado a tal ponto? – indagou Ella com a sobrancelha direita erguida.
- Bem, eu sou muito resistente e acabei acordado ao lado de uma linda loira desconhecida na manhã seguinte. – ele deu uma piscadela e aproximou-se seu rosto do de Ella, ficando os dois cara a cara. – O que seria do meu pobre tio Ron?
- Você é impossível, Albus Potter. – concluiu Ella, revirando os olhos.
- Eu sei. Agora melhor nos calarmos, senão minhas tias e minha mãe vão começar as ameaças com feitiços. – riu ele, apontando para as senhoras à algumas cadeiras de distância, fazendo cara feia, mas mão para eles, mas sim para o grupo de primos que estava com o irmão de Albus.
Uma música suave começou a tocar. Era o som de um violino, a melodia era desconhecida para Ella, mas lhe agradava bastante. Teddy Lupin já estava no altar, ele sorria e olhava ansioso para o final da linha vermelha que era o tapete. Atrás do homem de cabelos azuis, estava Kevin Stuart, o padrinho e melhor amigo. Conhecia do Ministério, Stuart trabalhava no Escritório Internacional de Direito em Magia, junto com Teddy.
A melodia continuava a mesma, era para a entrada da madrinha. Ella não a reconheceu de nenhum lugar, então só pôde concluir que aquela era uma das amigas que Victoire arranjou nos cinco anos que passou estudando na França, três anos depois do término da escola. Lembrava-se que o relacionamento dela com Teddy ficou bastante abalado, chegando até a terminarem. Mas as coisas foram voltando ao normal assim que ela retornou à Inglaterra.
Depois que a madrinha se posicionou em seu lugar no lado oposto ao do padrinho, uma pequena garotinha ruiva entrou jogando pétalas brancas por onde passava, seguida por um garotinho com os cabelos no mesmo tom avermelhado, porém mais claros. Ele carregava as alianças em uma caixinha de vidro enfeitada com uma fita azul bebê.
E por fim, quando a música já estava completamente diferente, apareceu a noiva. Victorie estava belíssima. O vestido tomara que caia branco caiu perfeitamente em seu corpo, era muito detalhado brilhantes no busto e se tornava mais liso à medida que ia descendo. Os cabelos alaranjados estavam presos em um coque, deixando apenas algumas madeixas formares lindos cachos ao lado de seu rosto de boneca. O sorriso estava radiante de felicidade, assim como o de Teddy.
Olhou para o lado e viu o sorriso satisfeito que se formou nos lábios de Albus, aquele famoso meio sorriso que gostava tanto. Aconchegou-se nele e sentiu o braço dele cingi-la e puxar Ella para mais perto.
A cerimônia não foi demorada, para a alegria de Ella. Estava tudo muito bonito, mas Ella nunca tivera muita paciência com casamentos. O juiz de paz fez seu discurso, depois foi a hora dos votos, a troca de aliança e por fim o beijo ao pôr-do-sol selando a união. Houve uma chuva de aplausos por onde os noivos passaram, estes não se encaminharam para a recepção, tomaram um caminho diferente, provavelmente iriam fazer algumas fotos antes de se encontrarem com os convidados.
- Vamos. – chamou Albus.
Não voltaram a dar as mãos, mas Ella sentiu seu corpo ser guiado pelas mãos de Albus. Estavam indo para o mesmo lugar que o resto dos convidados, para a enorme tenda branca onde ocorreria a festa.
A cada passo que davam, tinham de parar para cumprimentar alguém. Se fosse por Ella, passaria correndo, fingindo que não viu a pessoa. Costumava fazer muito isso quando mais nova, sua mãe queria lhe enforcar cada vez que a via deixando as pessoas falando com o vento. No critério social, Ella era tão simpática como seu pai, e isso não era um elogio.
Ao entrar na recepção, acabaram trombando com mais alguns Weasleys, ao menos estes eram alguns que Ella conhecia. James olhou confuso para Ella, e não foi somente ele que tinha aquele olhar no rosto, os dois primos que lhe acompanhavam também estranharam a presença de Ella ali, até ela própria ainda tentava entender como foi deixar Albus lhe dobrar daquela maneira.
- James, você anda pior do que o tio Ron esses dias. – falou Albus, revirando os olhos. – Ella, estes são meus primos: Fred e Louis.
- Olá. – falou o segundo garoto, o de cabelo ruivo claro, quase loiro. Ele não devia passar dos quinze anos, tinha algumas sarnas no rosto e pouco de sotaque na voz, provavelmente era um dos que moravam na França. – Gostando da festa, senhorita Malfoy?
- Ella. – corrigiu a loira. – Foi um belo casamento o da sua irmã.
- Só um instante, sim? – Albus cochichou em seu ouvido, depois afastou-se, levando o irmão e o outro primo quase arrastados. De longe, podia-se ver suas feições contrariadas e pelas caretas que os dois rapazes faziam, ele devia ser bom com sermões.
- Quando Albus disse que iria trazer uma acompanhante, não pensava que fosse uma Malfoy. – falou Louis, sinceramente.
- Acredite, ninguém esperava. – riu nervosamente, olhando para os braços. – Está em que ano de Hogwarts?
- Oh, non, non. Estudo em Beauxbatons, na França. Eu e meu irmão optamos em estudar lá, sempre gostamos muito dos arredores de Paris. – explicou ele.
Definitivamente, aquele puxara mais o lado Declacour do que o Weasley. Ao ouvir alguém lhe chamar, Louis pediu licença e se afastou. Não passou nem um segundo desde que o ruivo saíra e Albus estava de volta ao seu lado.
- James pode até ser o mais velho, mas não nego que mentalmente ele deveria ser considerado por último. – Albus revirou os olhos e suspirou. – Gostou de Louis?
- Ele é um tanto diferente dos seus outros primos, se assim posso dizer. – o que não era mentira. Ainda se lembrava das extravagâncias que alguns dos primos de Albus aprontavam em Hogwarts, especialmente o que estava com James levando o sermão de Albus.
- É, ele é sim.
- O que estava dizendo para seu irmão? – indagou Ella, embora já soubesse boa parte da conversa.
- Para parar de ser um babaca e crescer. – disse com simplicidade, dando de ombros. – Então, aceita alguma bebida?
- Todas. – Ella abriu um sorrisão. – Para agüentar todo esse pessoal do Ministério, eu vou precisar de altas doses de álcool.
- Mesmo? – ele arqueou a sobrancelha direita. – Então não tem haver com a alta porcentagem de Weasleys no local?
Certo, admitia que aquele tanto de Weasleys tivesse haver com sua cede por álcool naquele momento, mas estava longe de contar isso à ele.
- Talvez uma pequena, mínima parcela. Mas de qualquer modo, não sou boa em eventos sociais, sendo um casamento Weasley ou não. – o seguiu até uma mesa vaga perto do bar. – Geralmente deixo essas parafurnalhas para Scorpius. Meu irmão puxou o lado festeiro da minha mãe. Agradeço aos céus que ele foi viajar com Morgan e Ethan, embora a presença do meu caro amigo furão fosse de bom grado.
- Está dizendo que eu não sou bom o suficiente para entretê-la neste evento, senhorita Malfoy? – perguntou ele, desafiador.
- Não sei, isso despende. – ela se aproximou do rosto do rapaz. – O que tem a me oferecer como entretenimento, senhor Potter?
Antes de responder, dois copos de uísque de fogo pousaram magicamente à frente de cada um. Ella olhou para o bar e viu o barman com a varinha em mãos, coordenando os vários pedidos dos convidados.
- Isso já é um começo. – pegou o copinho e deixou o líquido cor de bronze descer queimando sua garganta. – Provavelmente é hoje que eu entro na lista dos que esperam por um novo fígado.
- Digamos que eu não posso discordar disso. – ele abriu um sorriso matreiro e levantou o copo para um brinde. – Falta um brinde. Brindaremos a quem?
- Hum. – forjou uma cara pensativa. – Já que estamos em um casamento, não seria correto o brinde ser para os noivos? Ou ao meu futuro novo fígado também.
- Vamos ficar com os noivos mesmo. – Albus bateu o seu copo no de Ella, fazendo um leve e agudo barulho que somente eles ouviram. – Aos noivos.
- Aos noivos. – e acabou de beber o resto do uísque de fogo, não deixando nenhuma gota no copo.
Àquelas alturas, o casal recém-casado já estava festejando na tenda junto com os convidados. Isso significava que logo era a hora de cumprimentar os noivos, mas Albus, por ser um parente, foi logo convocado pelo pai para congratular o ‘irmão’ e a prima. Felizmente, Ella não passava de uma simples convidada, então deixaria para falar com os recém-casados quando estivesse de saída.
Fora Lily quem viera chamar Albus. A ruiva tinha os cabelos presos por uma flor branca em um coque frouxo e o vestido rosado de alça, combinando com os sapatos dourados e o colar de ouro que descia até o decote da roupa. Rose também a acompanhava, e a outra ruiva estava diferente. Os cachos ruivos haviam desaparecido, dando lugar a longas ondas lisas presas de lado com alguns enfeites brilhantes. O vestido não era um longo, e como o de Ella, ia até um pouco abaixo do joelho; era lilás com alguns detalhes em pedras da cor do tecido nas laterais.
Ella observou Albus se afastar e começou a torcer para que as duas o seguirem. Isso não aconteceu, e assim que as ruivas sentaram-se uma de cada lado, não deixando nenhuma brecha para Ella escapar, a loira fez sinal para o barman mandar-lhe outro copo de uísque, pois ia precisar.
- Então. – Lily começou a falar, trocando olhares com a prima. – Você é considerada uma convidada fora do comum, sabe?
- Corta o papo furado, Lills. Vamos direto ao assunto. – Rose fez sinal para a prima calar-se e chamou a total atenção de Ella ao tocar no braço da loira. – Estamos curiosas, como ele lhe convenceu a vir aqui?
Aquela pergunta era fácil de responder, apenas tinha de dizer o quão idiota Albus era de ter lhe roubado temporariamente seu preciso aparelho. Por causa disso, aquela semana no Departamento de Aurores custou a passar, não houve nenhum caso complexo que necessitasse da segunda unidade, então Ella passava a maior parte de suas tarde jogando cartas com Morgan ou indo encher o pai quando este estava no escritório do Ministério e não na empresa.
- Pergunte para o ladrão que é o seu adorado primo. – respondeu com desdém. – Uma dica: proteja seus bolsos, pois nada está à salvo quando Albus está no recinto.
As duas se entreolharam divertidas. Ella não precisou ouvir o “eu sabia” vindo de Lily para saber que Albus tinha aquele péssimo costumo para as chantagens. Levou o copo à boca e deixou descer queimando sua garganta mais um dedo do líquido.
- O que ele pegou de você? – a pergunta veio de Rose.
- Não é da sua conta, Weasley. – respondeu com o tom um pouco mais irônico que o planejado.
- Ora, Malfoy, tem medo de revelar o preciso bem que está na posse do meu primo neste momento? – Rose arqueou as sobrancelhas quase brancas, com um sorriso matreiro nos lábios.
Realmente não estava com muita paciência para aquilo, e apenas considerou dar uma resposta menos vaga para dispensá-las de uma vez. Desde a escola, sabia como Rose era persistente para conseguir o que queria, por isso foi umas das piores monitores para Ella, a ruiva fazia de tudo para conseguir pegar algum aluno aprontando alguma. Ella cansou de levar detenções dela e perder pontos para a Sonserina.
- Medo, Weasley? Não me faça rir. – bebericou mais um gole do líquido bronze. – Ele está com o meu maior entretenimento: o ipod.
Como filha de uma nascida trouxa, Rose compreendeu perfeitamente o que aquela palavra estranha queria dizer, mas Lily ficou perdida na conversa. Rose meneou a cabeça sorrindo, em seguida encarou Ella, surpresa. Não era todos os dias que se via um Malfoy choramingando pela falta de seu utensílio trouxa.
- É um objeto trouxa que toca música, Lily. – explicou Rose à ruiva ao lado de Ella. – Fico me perguntando como você arranjou um desses.
- Comprando? – Ella revirou os olhos. – Pensou que eu assaltei a loja, foi?
- Era um dos tópicos da lista. – Rose olhou para a multidão e viu Albus despedindo-se de um homem qualquer e se aproximando da mesa. – Na próxima vez, seja firme e diga “não”. Ele sempre acaba com a chantagem após um certo tempo de negação. Albus sempre foi meio frouxo para essas coisas.
No momento que Rose acabou de falar, Albus apareceu por trás das três e olhou de forma desconfiada para a irmã e para a prima, depois voltou a atenção para Ella.
- Agora é o momento de você afugentar as pessoas com seu linguajar ‘delicado’. – brincou ele. Albus laçou olhares significativos à Lily e Rose, que nem sequer se moveram de seus lugares. – Vocês duas não tem mais o que fazer, não?
- Oh, deixe elas em paz. – Ella abriu um sorriso sarcástico. – Estou me informando de como não entrar na sua onda da próxima vez. Vivendo e aprendendo, querido.
- Assim você queima meu filme, Ella. – Albus revirou os olhos e voltou-se para Rose. – E você não cansa de afugentar minhas acompanhantes, não é?
- Afugentar? Assim você me ofende, primo. – Rose alargou o sorriso nos lábios. – Eu tenho que prepará-la psicologicamente para o resto da família, ou estou errada? Se ela mal agüenta suas brincadeiras, não quero estar perto quando tio George e os garotos resolverem mostrar-lhe alguns artigos da loja Weasley.
- E vai piorando? – Ella interrompeu o diálogo dos dois.
- Você não tem idéia do quanto. – foi Lily quem respondeu. – Mas não se preocupe, tio George vai se manter ocupado hoje infernizando os meus outros tios. Ele mal vai notá-la aqui.
Ella apenas meneou a cabeça, rindo levemente. Aquilo estava indo melhor do que esperava, o clima tenso já se dispersara pela festa a fora. Pela fama que carregava do seu nome de família, pensava que as coisas iriam seguir um caminho diferente.
Naquele momento, Rose levantou-se de seu assento e foi até Albus e o puxou pelo braço para que ele a seguisse.
- Vamos, você me deve uma dança. – falou ela. – Além do mais, eu não mereço ter meus pés pisoteados pela ‘delicadeza’ de Hugo ou James.
Albus revirou os olhos e antes de se levantar, encarou Ella por um instante, praticamente checando se não haveria problema em deixá-la mais uma vez.
- Vá, não deixe sua prima esperando. – disse Ella, em seguida levantou o copo com o líquido bronze. – Eu estarei entretida.
Assim ele foi, sendo praticamente arrastado por Rose até a pista de dança. Albus continuou a fitá-la de longe por alguns instantes, mas logo deixou-se envolver-se pela dança e tirar as preocupações bobas da cabeça.
- Você tem sorte, Albus é um excelente dançarino. – comentou Lily, agora bebericando uma bebida vermelha em um copo parecido com o de Ella. – O resto dos homens da família são todos uns cavalos. Claro, há algumas exceções.
Não respondeu, apenas assentiu. Ainda continuava com os olhos em Albus na pista de dança, ele rodopiava com Rose graciosamente por entre os outros casais. Não podia negar que ele dançava bem, muito melhor do que ela dançava.
- Então, vocês têm algo sério ou estão apenas saindo? – Lily fez a pergunta que rodava na cabeça de Ella desde que pusera os pés ali.
Não tinha resposta para aquela pergunta, não ainda. Não negava que gostava daquele moreno maldito, ele conseguia fazer seu coração acelerar repentinamente com apenas um beijo. O toque delicado de Albus era algo que sua pele praticamente ansiava cada vez que o via, assim como seus lábios sempre esperavam pelos deles.
Nunca foi muito boa para relacionamentos, devia ter puxado o lado sentimental do pai. A maioria das vezes eram somente alguns encontros e morria o assunto, mas com Albus estava indo muito mais além, ele continuava procurando-a, continuava persistindo para prolongar o que tinham. Ainda era cedo demais para definir o que Albus era seu, a única coisa que tinha certeza era de que não conseguiria ficar muito tempo longe daquele moreno de cabelo bagunçado.
- Olha, nem eu sei responder isso. – o que não era mentira. – Só nos vemos algumas vezes.
- Vocês parecem sérios, ele até a trouxa para perto da família. – Lily riu da cara amedrontada que Ella fez. – Eu só digo uma coisa, ele está feliz. Eu não o via com aquele sorriso radiante já há algum tempo.
O final daquela frase fez Ella estremecer. Albus estava radiante por causa dela? Isso não era bom, não merecia aquele tipo de coisa e do jeito que era, acabaria machucando-o de alguma maneira. Achou melhor tirar aqueles pensamentos da cabeça, desligar o assunto Albus por alguns instantes, por isso, mudou logo de assunto.
- Então, o que tem feito? O que fez depois da formatura? – perguntou Ella.
- Eu tinha passado um ano e meio na Irlanda, em um estágio. Voltei há alguns meses. – respondeu a ruiva, sem insistir mais em falar do irmão. – Fui fazer uma especialização em Feitiços, agora trabalho no Ministério. Eu fico há dois andares abaixo do Departamento de Aurores. Eu soube que você está indo bem como auror.
Nesse instante, Ella sentiu suas bochechas arderem um pouco. Nunca foi muito boa com elogios.
- É, eu gosto de lá. Escritórios e papéis nunca foram meu forte. – riu levemente.
Passou mais algum tempo com Lily, tinha se esquecido do quão fácil era conversar com ela. Lily certamente puxara mais a parte Potter do que Weasley da família. Desde a escola fora assim, sem criar problemas, sempre simpática e educada. Era bem mais fácil de conviver com ela do que com Rose, que era um tanto estourada.
Quando Lily saiu para ir falar com a mãe, Ella aproveitou a oportunidade para escapulir por alguns instantes. Queria evitar conversas com o pessoal do Ministério, não tinha paciência para forjar um falso sorriso no rosto e ficar apenas concordando com a cabeça. Ainda se perguntava como os pais conseguiam agüentar aquele tipo de evento todos os anos.
Albus não retornou durante o tempo que ficou ali com Lily. Ella via que ele tentava dispensar as pessoas da forma mais educada o possível, mas sempre que um saía, outro chegava para cumprimentá-lo. Ria levemente quando ele revirava os olhos ao ver que ficaria preso em mais um diálogo com algum convidado qualquer.
Deixou a tenda branca sem que ninguém percebesse que estava se dirigindo para o lado de fora. O ar puro lhe fazia bem, embora sentisse leves calafrios devidos ao vento frio da noite. Aqueles eram os primeiros ventos do inverno que se aproximava.
Foi caminhando pela relva verde até o lugar que foi o altar. As cadeiras já haviam sumido, assim como o longo tapete vermelho e as flores. Tudo voltou a ser apenas o jardim da casa.
Ficou parada ali, perante à luz da lua que iluminava graciosamente o gramado. Sua pele estava mais pálida que o normal, não sabia se era devido ao frio ou ao brilho prateado da lua. Seus dedos atritavam em seus braços, na busca por uma fagulha de calor, talvez assim conseguisse manter-se do lado de fora por mais alguns instantes.
Quando já estava considerando a idéia de voltar para a tenda, sentiu algo cobrir seus ombros. Virou-se para encarar seu salvador.
- Desculpe, só agora conseguir escapar. – Albus acariciou as bochechas geladas de Ella. – Você vai pegar uma pneumonia desse jeito.
- Não seja dramático. – falou Ella, revirando os olhos. – Acredito que você me deve uma dança, senhor Potter.
- Oh, é mesmo? – ele abriu um meio sorriso. – Então é melhor não deixá-la esperando, não é?
Albus a puxou para mais perto de seu corpo. Estava quente, extremamente confortável, quase como se fosse para encaixar perfeitamente nos braços dele. Ele se movia lentamente de um lado para o outro, com os braços cingidos nas costas de Ella, enquanto a loira brincava com a flor branca no bolso dele.
Aquela não era exatamente uma dança, mas Ella não dava a mínima para isso. Estar ali, com aqueles braços fortes e protetores ao seu redor, era o que importava. A respiração calma de Albus soprava seu cabelo levemente, fazendo cócegas algumas vezes. Os lábios dele já começavam a procurar pelos de Ella, e não tardou a encontrá-los.
O beijo que se prosseguia era terno, mas com uma certa urgência. Não tiveram um momento para eles, até agora. Ficar sozinhos ali, sem interrupções ou empecilhos era a única coisa que precisavam naquele momento.
- Você parece cansada. – comentou ele, após Ella bocejar.
- Só um pouco. – respondeu a loira. Sentia-se cansada, não negava isso. Chegou tarde na noite anterior, e passou o dia trabalhando, além do que, aquela semana acabou sendo mais puxada do que esperava. – Mas eu estou bem.
- Já quer ir embora?
- Não. – mentiu. Queria desesperadamente ir para casa e se enterrar embaixo das cobertas, caindo em sono profundo. Além do mais, teria de se preparar para o almoço do dia seguinte. Tinha que começar desde cedo a se preparar psicologicamente para o questionário do pai. Após ser vista ali por alguns amigos do pai, certamente este acabaria sabendo que estava saindo com o filho do meio de Harry Potter. – Chegamos praticamente agora. – a festa era da família dele, não era justo tirá-lo dali tão cedo.
- Você é quem sabe, me avise quando quiser ir para casa. – falou o moreno, soltando-a do abraço e entrelaçando seus dedos nos dela. – Vamos entrar, logo será servido o jantar.
E assim foi, não passou nem dez minutos desde quando entraram na tenda que os pratos começaram a se encher de comida. Os convidados liam o menu e logo o que desejavam aparecia no prato à frente, bastante prático.
Ella e Albus dividiram a mesa com Louis, Lily, Rose, e mais dois primos Weasleys. Acabou pedindo um frango ao molho de champignon, acompanhado com um belo vinho branco, escolha de Albus. Ele tinha um gosto peculiar para vinhos, muito raro para sua idade.
Estava conversando com Rose quando sentiu alguém lhe chamar. Virou-se e viu George Weasley de pé ao seu lado.
- Olá, senhorita Malfoy. – falou ele, sorrindo abertamente. – Aproveitando a festa?
- Bastante, senhor Weasley. – Ella decidiu prosseguir com as formalidades. – Posso ajudá-lo em alguma coisa?
- Sim. – ele tirou um pequeno pacote do bolso roxo e estendeu para Ella. – Será se você pode entregar isso ao seu pai?
Albus revirou os olhos, e os outros sentados à mesa apenas riram. Ella já tinha uma idéia do havia naquele pacotinho, a qual se concretizou quando viu outro homem ruivo, esse era o pai da noiva, se aproximar tomar o pequeno embrulho roxo das mãos do irmão.
- O que foi, Gui?! – exclamou ele, indignado. – É só uma lembrancinha para o Malfoy.
- Eu sinto muitíssimo pela estupidez do George. – desculpou-se. – Não aceite nada que ele oferecer, ok? Nem mesmo nós confiamos nesse aí. – falou, apontando para George ao seu lado.
- É sério, da última vez que eu aceitei um desses, minha língua ficou roxa durante uma semana. Sem contar as pintinhas vermelhas no rosto. – comentou Louis. – A quem estou enganando, foi ótimo, fiquei na ala hospitalar da escola por dois dias seguidos.
- Louis. – repreendeu o pai. – Não dê idéias.
- Mas é a verdade, pai. – o garoto deu de ombros.
- Vamos indo, George. – falou Gui, empurrando o ruivo para longe. – Que bom que pôde comparecer ao casamento, senhorita Malfoy.
Ella não respondeu, apenas sorriu e continuou a observá-los se afastar. Depois que já tinha sumido de vista, voltou a atenção para os outros ao seu redor.
- Digamos que a idade só faz o senso de humor de meu tio piorar. – falou Rose, meneando a cabeça.
- O pior é Fred e Roxy estarem indo no mesmo caminho. – falou Lily, após um trago do vinho. – Deus ajude quando eles deixarem Hogwarts.
- É, sério, não aceite nada do tio George. – disse Albus, reformando a fala do tio. – Todos nós aqui da mesa temos experiências desagradáveis com isso.
- Mas é uma pena, acho que aquele pacotinho roxo teria sido útil para um certo infeliz que trabalha comigo. – comentou Ella, maldosamente, arrancando risos. – Uma semana sem o Mayers já é ganho.
- Que feio. – Albus brincou. – Vingança não faz bem para a alma.
- Experimente ficar mancando durante dias por causa da vesguice daquele imbecil, depois nós conversamos dessa de fazer bem à alma.
A festa não estava ruim, na verdade, estava bastante animada, era Ella que quase não se agüentava de pé. Parabenizou os noivos rapidamente, e logo depois despediu-se do chefe e de mais alguns convidados, incluindo Lily e Rose. Realmente gostou de passar um tempo com as duas, e acabou aceitando o convite para um futuro almoço.
Deixou a tenda branca para aparatar, Albus a seguia. Já tinha falado para ele ficar mais um pouco, se divertir com a família, mas o moreno ainda insistia em levá-la para casa. Acabou aceitando, não estava com paciência para tentar persuadi-lo.
A paisagem esverdeada da relva soprando com o vento logo desapareceu, dando lugar à um corredor branco e uma porta de madeira escura. Ella tirou as chaves da bolsa e abriu a porta, dando passagem para Albus entrar. Imaginou que fosse ele aparatar no lado de dentro, afinal, ainda eram oito da noite, algum vizinho poderia ver por acidente Albus sumindo no meio do corredor.
Ella tirou o salto e seu pé relaxou ao tocar no chão gelado. Soltou os cabelos e deixou sua franja cair naturalmente ao lado de seu rosto. Virou-se para Albus, ele ainda estava ali, observando-a cuidadosamente.
- Você não ia voltar para a festa? – perguntou Ella, desamarrando o lado de seu vestido.
- Ia, mas mudei de idéia. – ele começou a se aproximar mais de Ella.
- E eu posso saber o porquê dessa mudança repentina? – Ella arqueou a sobrancelha direita, encarando o sorriso divertido dele.
- Digamos que essa mudança já vinha sendo planejada há algum tempo. – Albus tocou-se no rosto, depois descendo sua mão até o ombro de Ella, fazendo com que a alça do vestido caísse para o lado.
Ella mordeu o lábio inferior, já sabendo como aquele simples gesto era perigoso. Albus deixara a festa para trás porque queria estar ali, com ela. Já devia ter imaginado isso, e apesar de tudo, queria ficar à sós com ele também, só não sabia se aquela noite era a melhor para isso.
Não teve muito tempo para organizar seus pensamentos e medir o que fazer, logo ele a estava beijando. Os lábios dele eram urgentes, assim como suas mãos, que acariciavam gentilmente as costas alvas de Ella.
Instintivamente, retribuiu o beijo, não dando importância ao cansaço de seu corpo. Passou os braços ao redor do pescoço dele, colando seus corpos.
Ella desviou o rosto, e Albus não pareceu se importar de mudar o destino de seus lábios para o pescoço delicado dela. A língua quente dele acariciando seu pescoço não a ajudava a pensar, ao contrário, a levava à loucura. A única coisa que lhe veio a mente foi a porta entreaberta do quarto.
Empurrou-o um pouco para trás, fazendo os lábios dele se afastarem de sua pele. Foi caminhando devagar, sem tirar os olhos de Albus. Ao perceber que Ella o chamava silenciosa, Albus abriu seu meio sorriso e a seguiu sem demora.
Juntaram seus lábios novamente no novo cômodo, totalmente bagunçado. Dessa vez, as mãos de Ella que percorriam o corpo dele com urgência, fazendo com que a parte de cima das vestes dele fossem parar no chão, deixando transparecer a barriga lisa dele através da camisa entreaberta dele, que não tardou a juntar-se com o resto da veste negra no chão.
Albus não deixava isso passar, foi puxando Ella para a cama desfeita. Sem deixar de movimentar os lábios do pescoço da loira, ia desabotoando os botões do vestido. Já quase totalmente livre de roupas, os dois caíram na cama desarrumada.
O cansaço que se alojava antes no corpo de Ella havia desaparecido, agora queria outra coisa naquela cama além de dormir, e parecia que Albus tinha a mesma opinião sobre o assunto.
Mais peças de roupa estavam no chão do quarto, ambos estavam praticamente livres para sentir os toques da pele um do outro. Albus continuava puxando Ella para junto de si, beijando-a com fervor. As mãos de Ella acariciavam o rosto dele de menino, aquele rosto angelical que tanto gostava. Poderia passar a eternidade observando as feições dele, encarando aquelas íris esmeralda, vendo-o sorrir matreiro. E foi naquele momento, naquela troca de carícias e beijos, que finalmente percebera que estava começando a se apaixonar por Albus Severus Potter.


N/A: Ok, gente. Primeiramente, eu queria pedir desculpas pela demora. As férias acabaram sendo uma correria, sabem? Bom, tem um motivo pela demora desse capítulo e a demora que vai ser os próximos: eu vou passar seis meses no exterior. Não vou colocar a fic em Hiatus, pois tentarei não deixar de escrever lá, mas entendam que será novo para mim e até me adaptar e tudo mais – além dos teclados serem diferente, rsrs. – talvez demore para sair o próximo capítulo. Como já perceberam, este capítulo nao foi betado, mas logo será. Resolvi postar logo antes de viajar – devo ir no 1º de setembro – para já deixar o aviso. E sobre fazer uma NC, bem, eu não sou expert nessa área, rsrs, mas posso tentar mais para o final da fic, assim terei tempo de organizar minhas idéias e pensar com cuidado. O capítulo ficou uma bosta, eu sei. A idéia era ele ter sido um pouco mais longo e engraçado, mas eu não tive muito tempo para escrever e se eu fosse tentar arrumar mais, demoraria demais para postar. Última coisa, para o pessoal que lê minhas outras fics, de novo, nada ficará em hiatus, eu ainda vou tentar atualizar, mesmo que demora mais. Bom, agradeço a minha beta Vivika Malfoy, que logo deve postar o capítulo betado.

Beijos e obrigada pelos comentários e votos. Não me abandonem nesses seis meses!!!


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