Capítulo Seis - EDITADO



Sexto Capítulo


“Cruel seta passadora
Me consome pouco a pouco,
E no peito frio e rouco 
A alma chora, e cresce a dor.”
Silva Alvarenga – Anacreonte ( Rondó I)



Carla De Vallance


EU.DEVIA.TER.IDO.PARA.A.GRIFINÓRIA!!!!!! 
Apertei mais a inda o travesseiro. Eu sabia que ele ia para a Grifinória, mas, ao invés de dizer pro Chapéu me pôr na casa dele, eu deixei que as coisas simplesmente acontecessem!!!


 Bufei alto, enquanto socava mais uma vez o travesseiro. Elas acordaram. Escuto uma de minhas colegas se levantar e abrir devagar o cortinado de minha cama. O nome dela era Stephanie McSweeney. Uma loirinha bem simpática, com olhos violetas e temperamento facilmente maleável. Ótimo. Para mim, é claro!

“Tudo bem,Carla?” ela me olha sonolenta. Eu sorrio, aparentando vergonha, e puxo mais o cortinado. Das cinco garotas do dormitório, eu só fiz amizade com duas. Então, o trio era eu,Stephanie e a Jeanette, outra loira, mais um pouco mais complicada. Logo de cara, percebi que as duas eram legais, e que seriam boas amigas, mas não me senti legal com isso. Se elas me tentassem me separar do  Remus.... Não! Nem pensar nessa possibilidade, Carla!!! Respira, um,dois,três...Dez!Okay, tudo bem!

“Sim” eu sorri mais para Stéh e deixei que ela se sentasse na minha cama. Jeanette abriu o cortinado do lado direito, e sentou-se também. Sem convite.

Elas não paravam de me encarar e fiquei desconcertada. Se fosse lá em casa, meu padrinho já teria ido embora,  Cannish estaria deitado ao meu lado, esperando que eu falasse e meu pai nem me olharia na cara.

“Vocês não temem a morte?” São nove da noite, suas colegas estão exaustas e você vem perguntar se elas temem a morte? Por que eu iria querer saber isso?? Se eu não temo, não preciso me importar com os outros!!!
OPS!Acabei de notar o porquê de eu estar na Sonserina...

Eu podia ter calado minha boca logo após isso, mas quando ouvi a resposta de Stephanie...

“Temê-la? Não. A morte nada mais é do que o fim de uma jornada e começo de outra. Fazendo com que, no final da ‘vida’, a vítima pense nos atos cometidos e expresse seus últimos sentimentos e desejos com relação ao momento de ‘glória’. É óbvio que poucas pessoa não prevêem suas mortes, não podendo, então, expressar-se. Mas esse ínfimo de penadas criaturas têm considerável chance de conseguir uma segunda chance, no que os Trouxas chamam de Céu, que é aonde o Deus deles ‘vive’, por assim dizer”.

...Meu queixo caiu perante isso.



“Você já leu a Bíblia?” eu soltei, acho, mais alto que o necessário. Ela sorriu para mim.

“Não terminei, mas achei até interessante. Ela possui algumas questões debatíeis” ela disse, pensativa. Okay, isso era bem estranho imaginei que ela seria mais arrogante.

“Eu nem comecei” Por que estou com a leve impressão de que as duas loiras vão me jogar azarações? Quero dizer, não ler a Bíblia nem é algo grave! Eu só não tive tempo – e paciência, diga-se de passagem, porque a que tem lá em casa.... Cansa só de lembrar! “Olhem, minha mãe é cristã, e meu pai também, o negócio, é que os dois são separados. Cada um vive numa parte da Europa. Ela, na França, ele, na Inglaterra. É um negócio de doidos, eu sei. Mas, enfim, não sei o que fazer. Minha paciência é curta quando se trata de Religião. Eu não achei nenhuma que me servisse. Ainda” E espero não achar, acrescentei em pensamento.

“Como pode dizer isso?”

“Isso o quê?” eu retornei a pergunta de Jeanette, que parecia atordoada. Agora, mas que nunca, eu me sentia cansada.

“Que não tem religião para você!” Epa! Eu disse isso? Não! Eu...não lembro e ter dito.

“Desculpe, mas...ai, meninas. Estou exausta. Vamos dormir. Primeiro dia de aula, amanhã, não é?! Uma boa noite de sono na primeira vez em Hogwarts vale por todas as outras!”

“Com certeza!” ouvi Stephanie resmungar enquanto deitava em sua cama. Ela não comprou minha desculpa. Jeanette me olhou enviesada, antes de se deitar na dela e adormecer. Dormimos, as três, de cortinados abertos. Foi por isso, acho, que nossa amizade começou.



Remus Lupin

Me deitei a muito custo, por insistência da minha mente, que não parava e repetir: ela está bem! Ela não precisa mais de você! Ela está bem!

Eu odeio quando isso acontece! É sempre a mesma coisa: ela vai embora; eu penso isso; nós não nos olhamos; passa-se um tempo –dois meses foi o mínimo que já deixamos de nos falar, quando fizemos dez anos, passamos quase um ano inteiro. Foram dez meses, quinze dias, 360 horas e mais muitos e muitos segundos, que nós sofremos por estarmos separados – e então ela volta, sorridente e toda dengosa, se jogando para cima de mim, pedindo desculpas e dizendo que não vive sem mim. E nunca sei como reagir com isso. Só a abraço e pronto. Já é o suficiente, para mim.

Eu adormeci horas depois, com a cabeça latejando.







Levantei-me, com o sorriso dela na minha mente e tomei meu banho. Os meus colegas de quarto já estavam acordados quando saí do banheiro. Sorri para eles.



“Bom dia, Remus” falou um moreno de óculos e magro, James Potter.

“ ‘dia, James” respondi, enquanto  outro colega entrava no toilet: Sírius Black. Morenos, com cabelos um pouco curtos e pretos como os do James, mas de olhos incrivelmente azuis. Enquanto eu me vestia, Sírius saiu e James foi tomar seu banho, alegre, sem parar de falar sobre nosso primeiro dia. Black vestiu-se, e nosso terceiro colega de quarto, Peter Pettigrew, levantou-se com custo. Ele era baixinho e gordo. Seu cabelo e olhos eram castanhos. Eu era o único loiro no local.

Descemos para o Grande Salão logo após James aparecer.Sentamo-nos na mesa da Grifinória, que já estava cheia.

Cautelosamente, procurei Carla na mesa Sonserina. Ela não estava lá. Comecei a tomar meu café, quando um grupo de alunos entrou na salão. Eram todos Sonserinos, pela agressividade e arrogância que exalavam. As garotas de diferentes idades pareciam modelos, de tão belas. Eles todos andavam com graça e pareciam desfilar pelo colégio. No meio deles, que eu percebi serem os Populares da Sonserina, vi Carla.

Sua saia do uniforme estava acima dos joelhos, não muito, mas consideravelmente. Ela só usava a blusa social, estava sem o colete. Sua capa esvoaçava enquanto ela andava. Seu cabelo, preso num rabo-de-cavalo baixo e lateral, com a franja cobrindo parcialmente seu rosto a deixava muito... Não sei. Ela era acompanhada por duas loiras, uma que usava seus ‘fios de ouro’ soltos e outra que parecia ser sua secretária, pela forma corretinha que se vestia. E ela carregava uma agenda e sussurrava diversas coisas para Carla, enquanto elas caminhavam elegantemente com os outros Sonserinos para a mesa de sua casa. Eu engoli em seco quando ela se sentou e encontrou meu olhar, sorrindo discretamente. Eu ri, e voltei a e concentrar na comida, até que a Profª McGonagal veio nos dar o horário das aulas.







Okay, agora eu sei o que estive escondendo durante muito tempo de mim mesmo: Eu gosto da Carla!Hum....tá, pode parecer meio óbvio mas a verdade  é que eu descobri isso logo após vê-la sentar-se ao lado de um garoto Sonserino, e os dois ficaram de segredinhos. De vez em quando ela olhava para mim, que fiquei sentado mais atrás na nossa primeira aula de Transfiguração, antes do almoço. Em seus olhos, o divertimento era presente a todo momento. Quase acabei com a raça do desgraçado que queria tirá-la de mim. Sírius segurou meu braço quando eu apontei a varinha por baixo da mesa para os dois.

“A menos que você saiba fazer feitiços mentais, eu não aconselho que tente isso” ele disse baixinho. Eu me segurei.

“Ela está me provocando”

“Não. Ele está. Fique calmo. Se você tentar fazer algo agora,Mulciber* acaba com você”.

“Mulciber?É esse o nome dele?”

“É, por quê?” ele parecia preocupado.

“O quanto ele sabe de magia?”

“Muito”

“Tanto quanto eu?”

“O quanto você sabe, Remus?” Carla perguntou no meu ouvido. Eu me assustei e ela sorriu. Nem percebi que a aula havia acabado.




" Se vão 
As tentativas e as tentações 
as injustiças e as invenções 
as infinitas soluções 

Se vão 
As descobertas e as discussões 
A porta aberta e as invasões 
As infelizes soluções 

Então 
Não se convença com o meu olhar 
ele queria não te enganar 
Mas não a nada a fazer... 
nada "
Enverso - TEMPORAL






“Você se importa em me acompanhar?Temos que conversar um pouco”
Eu me levantei confuso e a segui. Carla sorriu, delicada, ainda andando com leveza. Eu me perguntei desde quando ela havia ficado tão...mágica!

“O que você quer?” eu perguntei, curioso. Okay, a cara que ela me mostrou não foi legal.

“Lupin,a partir de agora...” ela engoliu seco. Eu conheço aquele olhar.

“Você vai...terminar comigo??” é, eu sei. Sou um idiota, mesmo. Nós não namorávamos, mas eu quis perguntar sobre a amizade. Ela respirou com dificuldade.

“Não exatamente. É, eu queria dizer que eu não vou poder estar sempre com você, ou com os seus amigos, eu-” sem problemas. Okay! Se quiser me dar um fora, sem me dar um fora, tudo bem, eu aguento! Mas é a última vez que eu a perdoarei.

“Tá, eu já sei” falei, carrancudo. O amigo dela chegou, sorrindo para ela, mas quando me viu, fechou a cara.

“Vamos, Carla. Essa gentalha da Grifinória vai estragar você”
Mas ele tomou na cara, porque na hora em que ele foi puxá-la, ela tirou a mão dele de si, e disse, furiosa:

“Eles não são gentalha, Mulciber! Eu ainda não terminei de conversar com o Remus. Por favor, retire-se ou espere por mim mais a frente, no corredor”



Carla, eu já disse que te amo???



“Ela falou,Mulciber.Agora agüente!” eu soltei. Ele ai me atacar, quando ela só o olhou, repreensiva, e ele se afastou.

“Eu não quero deixar de ser sua amiga, Remus. Você sabe o quanto é difícil para nós ficarmos separados. Mas não podemos ficar juntos, porque agora os Sonserinos estão com... alguns planos. E eu estou avaliando-os para ver se faço partes deles. Então... bem, eu-”



Nossa, ela está realmente nervosa! Eu olhei para trás. Mulciber estava de costas. Então eu a abracei. Ela relaxou, e falou contra meu pescoço:
“Sinto muito. Nada de amizades com Grifinórios, agora. Sinto muito, mesmo



Então ela se afastou de mim e deu-me um beijo de travinha, soltando-se dos meus braços, enquanto eu tentava associar o que acontecia.



Virei-me a tempo de vê-la se afastar com Mulciber. Ela não olhou para trás, como fazia das outras vezes. Pisquei os olhos seguidamente até sentir mãos me puxando e a voz de James e Sírius, reclamando de algo, mas eu não ligava. Ela não voltaria.




Chegamos ao Grande Salão e ela já estava lá, com seus ‘amigos’. Carla deu uma olhada para mim e desviou rapidamente. Eu nem me importei muito, na verdade. Respirei fundo e me sentei ao lado de Peter, que comia feito um louco.

“O que ele tem?” eu perguntei, com medo do garoto se entalar.

“Liga, não” disse um rapaz à minha frente. Ele tinha os cabelos castanhos, como Peter, mas suas orelhas eram de abano e ele era muito alto. “É impossível ele se engasgar” ele disse, rindo.

“Por quê?” Sírius perguntou e eu o apoiei. Foi James que respondeu.

“Porque desde que a aula acabou que ele está aqui, e ainda na aconteceu nada”

“Não. Não é por isso” disse o garoto das orelhas de abano. “É porque ele é um Pettigrew, faz parte da genética deles” ele disse, rindo ainda mais. Nós o acompanhamos e logo, toda a mês da Grifinória ria conosco. Então Peter se engasgou, enquanto ria. O rapaz se assustou e apontou a varinha para ele, murmurando um feitiço que eu não escutei.

“Bem,Frank, acho que você errou!” falou uma bela menina de olhos e cabelos castanho, com um sorriso encantador. Ele babou por ela.

“Sim. De vez em quando isso acontece” ele respondeu, modesto. Percebi pelos olhares que trocavam, que se gostavam muito. Ela sentou ao lado dele, e então nos olhou:

“Olá, eu sou Alice. E vocês?” ela disse, enquanto ele lhe dava um beijo no rosto. Eu mudei a direção de meu olhar ao me lembrar de minha amizade com Carla, depois das noites de lua cheia, quando eu acordava no quintal de minha casa, morto de cansaço, com ela ao meu lado, junto do meu pai, que parecia sempre mais cansado que ela. Apesar, que ele sempre dizia que ela se esforçava muito mais que ele.

“É a velhice!” ele brincava, apesar de ter só trinta e poucos anos. Eu nasci quando meus pais eram muito jovens.

“É um prazer conhecê-los. Eu sou Sírius Black, e esses são Remus Lupin e James Potter” o Black falou, apontando para cada um de nós. Eu rapidamente soltei um muxoxo ao constatar que Peter tinha acabado com o purê de batatas. Então me servi só de frango assado e arroz, com mais algumas verduras e legumes.Tá, apesar de não gostar muito delas, minha mãe me obrigava a comer, principalmente depois dos meu problemas de Lua-Cheia.

Nós almoçamos na companhia de Alice e Frank e depois, fomos para a Torre da Grifinória, descansar para o próximo período que seria só às duas horas. Aproveitei para começar a realizar as tarefas de Poções, que o Prfº Slughorn havia passado –sessenta centímetros de pergaminho sobre a Poção Calmante e seus efeitos, quais seus ingredientes e quando usá-las, se são perigosas...


Uma hora depois, nós quatro saíamos em direção à sala de História da Magia. Frank nos acompanhava, assim como Alice. Mas eu não me importei muito. Estava nervoso com o novo horário e em como lidar com a matéria.

Então eu fui para essa aula de saco cheio de tanto ouvir Sírius reclamar.



“Como eles põem colocar um fantasma como professor??Por que não despedem o cara, eihn??Aff!!! Vocês nem estão me escutando Né?!REMUS, DIZ QUE VOCÊ OUVIU INHA PALAVRAS, REMUS!!!”



Sim, Sírius, eu ouvi, mas preferia na tê-lo feito....E acho que acabo de ficar surdo também.



“Ouvi, nós ouvimos, Sírius” James responde. “Mas não queremos lhe dar atenção. Afinal, um professor é um professor, não importa de onde ele veio ou o que ele é!” isso me tocou. Será que eles iriam me encarar da mesma forma depois que descobrissem meu problema? Eu estava com medo, agora.


 



Carla De Vallance


Na aula de Poções depois do almoço, o Professor que era diretor de Slitheryn, Horace Slughorn, passou sessenta centímetros de pergaminho sobre uma tal Poção Calmante. Eu olhei para Mulciber e ele levantou os ombros. Derrotado. Ele era bom em feitiços, não em poções. E eu? No que eu era boa??
Olhei estupefata para o professor na hora em que ele parou ao meu lado e se virou para meu colega de Classe, Severus Snape. O gordão começou a falar sobre a mãe do Severus...uma tal de Eileen Prince. O homem gordo não parava de falar.

“Ah, Severus, deixe lhe contar, depois da aula o que sua mãe fazia quando estudava aqui, durante as minhas aulas! Sempre a primeira aluna! Estou honrado em poder ensinar-lhe também e blábláblá....”

Severus ficou roxo de vergonha. Os alunos da Corvinal caíram na gargalhada, enquanto nós nos mantemos calados. Curiosos. Era isso o que nos diferenciava dos outros. Mas até que era bem engraçado. Eu segurei o riso e ouvi Stephanie e Jeanette fazerem o mesmo, atrás de mim.

Quando a aula terminou, eu e as meninas fomos para os jardins. Elas se sentaram na sombra de um carvalho e eu fiz o mesmo, me apoiando em seu caule.

Stephanie começou a falar dos meninos mais velhos. De dentro de sua bolsa ela tirou um estojinho que continha vários objetos para fazer as unhas. Ela puxou a cerra de unha e começou a lixá-las, descrevendo um rapaz da Havenclaw que reconheci como sendo Oregon


“Vocês viram a forma como ele olhou para nós? Parecia hipnotizado!! E ele não é de se jogar fora. Acho que ele está no segundo ano. Se for, eu já já estarei seguindo-o. Acho que namorar com ele não será fácil,mas tudo bem... Nossa, vocês viram os cabelos dele? E o rosto? Os olhos! Ai, eu queria tanto poder pegar naquele moreno sem objeções!”


Logo eu ria disso. Jeanette retirou minha agenda novamente de sua bolsa e começou a planejar nossa semana de acordo com os horários das aulas.

“Carla, se nós temos Transfiguração Segunda-feira, às onze, com a Gryffindor, então teremos que nos preparar para acalmar o Mulciber antes, ele não gostou muito do seu amigo....”

“O quê que tem a ver acalmar o Mulcy com as aulas de Transfiguração???” Steh, você leu meus pensamentos....

“Ah, é que nós teremos que trocar de lugar, Stéh. Imagina, a Carla conhece o garoto desde os oito anos e vai ficar sem vê-lo só porque ele é Grifinório? Não mesmo!”

“Janny...” eu disse, sorrindo para ela.

“Que?” ela se virou para mim uma sobrancelha levantada. Seus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo alto voaram com o vento forte do começo de outono. Eu a abracei.

“Se você puder mesmo me ajudar com o Remus... Ah, Janny, não sei como vou te agradecer!”

“Ela é muito doida, mesmo!” Stephanie, você quer ser minha amiga ou não?! Porque se quiser, vai ter que me ajudar! Eu olhei para ela com meu olhar assassino. É, acho que ela lê mentes, mesmo, porque tá começando a me fuzilar também.

“Escutem aqui, Carla De Vallance e Janete Harvey, se pensam que vão colocar sua reputação de Populares no chão por causa de uma amizade idiota com um garoto Grifinório -” eu prendi a respiração. Ele não era idiota. O que eu sentia não era idiota. Jeanette entendia isso.

Elas continuaram discutindo sobre essas o que faríamos. Eu afastei a agenda do colo de Janete e me deitei com a cabeça em suas pernas. Acho que adormeci.

Em algum tempo, senti alguém me cutucando. Levantei, fulminando a mão que me enchia e descobri que era Jeanette.
“Que é?!”

“O cara que a Stéh tava falando tá vindo para cá, Carl...! Levanta!” eu bufei e me sentei, arrumando meu cabelo. Quando levantei os olhos, Oregon vinha para nós sorrindo, acompanhado de sua turminha e Nathan.



“Não precisa se ajeitar, Princesa, você sabe que é linda e qualquer jeito” ele disse, ainda um pouco longe. Eu corei e sorri. Quando Stephanie me olhou, eu a ignorei.

“Então?Como foi o primeiro dia?” Ele disse, já à nossa frente, enquanto olhava minhas amigas.

“Foi bom” eu disse. Olhei ara Stéh, que quase implorava com os olhos que eu os convidasse para sentar. Então eu o fiz.

“Hey, Oregon, sentem aí!”

Os meninos aceitaram e sentaram conosco. Nathan soltou um risinho enquanto sentava do meu lado e beijava a ponte do meu nariz. Stephanie me olhou um pouco absurda ao saber que eu realmente conhecia o cara.

“Rapazes, essas são Stephanie e Jeanette. E eu sou a Carla” eu disse para os amigos dos dois idiotas que eu amava como irmãos. Escorei-me preguiçosamente em Nathan, que passou o braço ao redor da minha cintura. Os outros pareceram perceber que tinha algo entre nós. Eu sorri e mordi levemente a orelha do meu amigo, sussurrando-lhe:

“Ora do teatro” então puxei seu rosto delicadamente para o meu. Vi pelo canto dos olhos quando os outros dois colegas dele arregalaram os olhos e ficaram sem graça.

“Carla...” ele me ‘repreendeu’.

“Ah, Nate, só um, vai! Qual o problema dos rapazes estarem aqui?”

Nathan perecia divertido. Ele alisou meu rosto e sorriu. Arqueando uma sobrancelha, nossos lábios se encontraram. Foi uma encenação perfeita. Logo os amigos dele e de Oregon estavam dando desculpas, enquanto nós continuávamos nos ‘beijando’, para que fossem embora.

“Podem parar” Falcon disse, quando os outros estavam longe. Nós nos separamos e rimos muito. Jeanette e Stephanie pareciam confusas.

“Você não tava com o Lupin?” Steh disse.

“Eles são só amigos. Igual a nós três. E por falar nisso, resolveu o negócio das Casas com ele?” Nathan perguntou.

“Não. Quer dizer, sim, mas não.” Ai!  “É que ele não entende. Então eu... disse que não seria mais amiga dele”

“Burra!” o Oregon é ótimo, tão sutil!

“Oregon, eu já disse que te amo??” eu usei a voz mais doce que pude. Infelizmente, ele rebateu a jogada.

“Eu também te amo, Princesa. Principalmente quando você diz isso, quando estamos abraçados na casa do seu pai. O sogrão vai ficar com raiva quando souber que você e Nathan estão se beijando. Você está traindo seu ‘namorado’,querida.”

Eu juro, que se as meninas não estivessem ali, eu falaria umas poucas e boas para ele. Mas decidi ignorá-lo.

“Sabe, Oregon, eu conheço uma pessoa que está loca para te conhecer”

“É mesmo?” Ele estava se divertindo, sua voz o denunciara.

“Sim. Ela está ao seu lado” Oregon olhou para Stephanie, que corou e baixou o olhar.

“Oi, Stephenie McSweeney. Sei que você já sabe o meu nome, então...e ai?! Você quer sair  e caminhar enquanto conversamos?”
Ela o olhou assustada e ele sorriu.

“Sim”

Ele se levantou a estendeu a mão para ela, que a aceitou feliz. Então ela me olhou, enquanto ele admirava seu sorriso. E os dois saíram. Ela meio encabulada e ele sorrindo.



Jeanette olhou para mim.

“Bem, acho que vou entrar. Está esfriando...”  eu disse,esperando fugir do assunto.

“Carla, você e o Oregon, com o Lupin...”

“Era só uma piada do Oregon, Jeanette. Não liga. Ele faz muito isso para provocar a gente!” Nathan disse, sorrindo e nos ajudando a levantar.


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n.a.: Capítulo editado!
•Mulciber nasceu em 1955, portanto, não é da turma da Carly e do Snape. Mesmo assim, acabei deixando.

Mira


20.07.2012

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