Capitulo 2



Capitulo 2

Os olhos do desconhecido eram verdes e brilhantes como safiras.

Hermione sentiu uma estranha sensação de perigo ao lado dele. Parecia um homem rude, mas ao mesmo tempo era forte e charmoso. Tinha cabelos negros e lisos muito bagunçados, mas que lhe davam um ar único, e uma cicatriz na testa, que parecia ser antiga.

Apesar das roupas finas e de marca que vestia, parecia disposto a brigar.

A sensação não havia sido só dela. Daryl permaneceu onde estava, imóvel e de joelhos. Ramón deu a volta pelo bar e se posicionou atrás do balcão. Pierre balbuciou:

-Senhor... em que posso...

-Venha até aqui – Harry falou secamente.

Hermione deu um passo a frente, obedecendo instantaneamente àquela ordem, antes mesmo de compreender o que se passava.

Tudo aconteceu muito rápido. Foi como se um pesadelo começasse a se desenrolar diante de seus olhos naquele instante.

Sem pestanejar, Daryl levantou-se, como se estivesse disposto a encarar o estranho.

-Calma, amigo – disse Ramón dirigindo-se ao homem que parecia enfurecido. – A moça está conosco.

-Rapazes... – começou Hermione, mas nenhum dos dois pareceu ouvi-la.

-Não gosto de ver mulheres sendo assediadas em público – Harry falou. – Ela vem comigo.

-Engano seu – retrucou Daryl, com um movimento de pernas, de quem se preparava para acertar um chute no peito do estranho, a menos que a direita de Ramón o acertasse antes.

-O que é isso? Parem! – Hermione se colocou de costas para o estranho e encarou os dois amigos. – Parem já com isso!

-Saia do caminho, Mione – pediu Ramón.

-Isso vai levar apenas um segundo – Daryl falou com firmeza.

Enquanto os amigos se aproximavam, Hermione deu um passo para trás abrindo os braços, e sentiu que encostava em um peito forte, másculo. Por um breve momento, ocorreu-lhe que estava defendendo a pessoa errada.

-Deixe comigo, Daryl – pediu Ramón em voz baixa. – Posso alcançá-lo num piscar de olhos.

Repentinamente furiosa, Hermione colocou as mãos na cintura, indignada, e perguntou:

-O que estão tentando? Perder o emprego?

Foi a palavra mágica de sete letras, e-m-p-r-e-g-o, que pareceu fazê-los cair na realidade. Ramón parou de imitar um lutador de boxe, e o olhar de Daryl ficou paralisado. Pierre arfou e começou a apertar as mãos.

Percebendo que estava conseguindo o que queria, Hermione continuou:

-Ramón, seu suflê o espera. Daryl, seu bar está às moscas. Pierre, há uma fila de pessoas esperando para se sentar a uma mesa.

Ela tomou fôlego e esperou.

Daryl retornou à sua posição normal, dirigindo-lhe um olhar de interrogação.

-Está tudo bem, Daryl. Desde que você não comece uma briga aqui no bar, claro.

Ele fixou o olhar acima da cabeça da amiga e encarou o homem que estava atrás dela. Demonstrando a raiva contida, deu-lhe as costas e voltou ao trabalho. Ramón e Pierre o seguiram.

Hermione ficou parada por alguns momentos sem se virar, torcendo para o tal homem, que pretensamente estava ali para resgatá-la, também se retirasse.

Mas Harry não se moveu. Seu corpo ainda roçava o dela, que sentia a pele formigar. Estranhamente, parecia nunca ter se sentido tão próxima a alguém.

Tomando fôlego, deu um passo à frente e voltou-se para encará-lo.

Os olhos dele ainda eram mais verdes e intensos do que haviam parecido num primeiro momento. Sua mente esvaziou-se completamente hipnotizada por eles. Tudo o que podia perceber era o olhar hipnótico dele.

Umedeceu os lábios, e sentiu que estavam quentes, como se estivesse com uma febre muito alta. Teria se esquivado um pouco mais, se não temesse que suas pernas não lhe obedecessem.

-Esse Daryl é seu namorado?

Como que despertando, Hermione piscou, surpresa.

-Daryl? Não... quero dizer... isso não lhe interessa.

As sobrancelhas de Harry se ergueram, numa audaciosa expressão.

-Quase o esmurrei por tratar você daquele jeito, sem o menor respeito. Acho que tenho o direito de estar curioso.

Hermione o olhou com desdém.

-Pois ele estava me ajudando, diminuindo o comprimento da saia. Ele é o meu... – ela titubeou, procurando um palavra. – Estilista.

-Entendo.

-Sua amiga parece estar esperando... na sua mesa.

Harry cerrou os lábios e seus olhos brilharam. Desta vez não se pareciam com safiras, mas sim com a água do mar em um dia quente.

-Estava imaginando o modo como iria me expulsar daqui, como fez com os outros. Você tem experiência em apartar brigas, não é?

-Tenho três irmãos – Hermione falou, tentando ser seca. Mas ao se ver capturada novamente por aqueles olhos, perdeu o rumo. Respirando profundamente e procurando não esboçar nenhuma reação, resolveu provocá-lo: - Mas parece que com você ainda não consegui ser tão eficiente...

Inesperadamente, Harry sorriu.

-Talvez porque eu nunca tenha tido uma irmã mandona como você. E você não vai querer ocupar justo esse lugar...

Tomando-a rapidamente pelo braço, pegou o casaco que Hermione jogara no chão com intenção de separar a briga iminente.

-O que está fazendo? – Hermione perguntou, enquanto ele a puxava pelas escadas.

-Estou deixando você me levar para fora do bar.

Dessa vez foi dela o olhar furioso.

-Não precisa me segurar. Sei andar sozinha.

Harry a soltou e estudou sua expressão por um minuto. Seus olhos brilharam novamente, e o esboço de sorriso que ameaçava tomar conta de seu rosto se esvaiu.

-Eu gostaria que aceitasse um convite para almoçar comigo.

-Não posso. Já estou atrasada para um compromisso. – e, com um sorriso irônico, continuou: - Só preciso que você devolva meu casaco.

Harry não protestou e entregou-lhe o casaco no mesmo instante. Hermione esforçou-se para acreditar que ficara aliviada com tal atitude, e não desapontada.

Com naturalidade, Harry colocou a mão em seu ombro, guiando-a por entre os homens de terno que esperavam uma mesa, do lado de fora do bar.

-Obrigada – disse ela, voltando-se rapidamente para a rua, aflita por um táxi.

Como não havia nenhum por ali, foi obrigada a encarar o homem novamente.

-Obrigada por...

Á luz do sol, os olhos dele lembravam as águas profundas de um oceano, fascinantes e tentadores.

-Ao menos me dê seu telefone.

Ela piscou sem entender.

-Meu telefone?

-Eu gostaria de encontrá-la novamente.

Hermione entusiasmou-se enquanto uma idéia absurda lhe ocorreu. O homem quase brigara por ela, depois a convidara para almoçar, e agora insistia em saber o número do seu telefone. Será que a saia realmente funcionava? Sorriu alegremente para ele.

-Mas que ótimo!

Escorregando a mão para dentro do bolso, Harry retirou um pequeno bloco de notas e uma caneta, e olhou-a, esperando.

-Não posso lhe dar meu telefone... Eu só quis dizer que foi ótimo que você me tenha pedido.

As sobrancelhas de Harry se ergueram novamente, num olhar de interrogação.

-Então por que não me dá seu número?

-Oh! Por muitos motivos... – Hermione retrucou, reprimindo um suspiro de alívio, e não de arrependimento, quando o táxi parou a seu pedido.

-Meus colegas e eu fizemos um pacto de que não sairíamos com ninguém. Eu teria que pagar uma multa enorme! Além disso, a saia...

-A saia?

-Desculpe-me, é uma longa história, longa demais para ser contada. E, depois, você não acreditaria mesmo. Eu mesma só passei a acreditar há alguns minutos. – parando para tomar fôlego, ela franziu as sobrancelhas. – Pode ter sido mera casualidade, mas você tem que admitir que algo de estranho aconteceu lá dentro. O que quer dizer que é melhor que não nos vejamos mais. Pode acreditar em mim.

E, com agilidade, Hermione entrou no táxi.

-Ei, espere... – Harry gritou, enquanto ela já batia a porta do táxi.

Assim que o táxi se afastou da calçada, ela olhou pra trás e o viu escrevendo algo no bloquinho. Seria a placa do carro? Será que ele ia tentar localizá-la?

Uma pequena onda de excitação percorreu seu corpo quando pensou que isso podia ser um sinal evidente dos efeitos mágicos da saia.

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Era o início da tarde, e Harry fitava com o olhar perdido algum ponto além da janela do antigo escritório de seu pai. O vidro fume deixava sombrias as imagens do Rockfeller Center e da árvore majestosa a sua frente, marco do Natal na cidade.

Em poucos minutos o dia se tornara tão obscuro quanto a expressão das pessoas da redação, ao serem informadas sobre seu novo chefe na reunião que acontecera havia poucos minutos.

A reunião durou menos do que Harry imaginara, e nem mesmo sua tia Miranda pareceu se entusiasmar com os planos que ele apresentou para a revista Metropolitan.

Ele sabia que a verdadeira reunião estava acontecendo naquele momento, pois, enquanto saía, havia visto os membros da equipe arrastarem sua tia para a sala mais próxima.

Irritado, Harry colocou as mãos nos bolsos. O que ele esperava? Tinha apenas doze anos quando visitara o escritório do pai pela última vez. Seria ridículo supor que confiariam nele assim, de pronto.

Mesmo assim, sentia-se arrasado. Será que não percebiam que seu pai não estava mais ali e que a revista tinha de continuar?

Bem, como poderiam, se nem mesmo ele tinha essa certeza.

Andando em direção à mesa, apoiou-se no espaldar da cadeira de couro. Seu olhar passeou pelos enfeites de Natal que adornavam a sala. O primeiro impulso foi o de arrancá-los. Não gostava de enfeites que lembrassem aquela época do ano.

Lembrou-se do dia em que ele e sua mãe haviam levado uma pequena árvore de Natal para o escritório, e da emoção que o tomara quando lhe fora permitido sentar-se na cadeira do pai.

Como naquele dia, quando ainda tinha cinco anos, correu os dedos pela inscrição cravada na caneta de ouro, que ainda permanecia no mesmo lugar daquela época. Fora um objeto de grande orgulho para seu pai, presente do presidente dos EUA.

Não era a lembrança do sermão enfurecido que o pai fizera ao vê-lo brincando com a caneta que marcava suas lembranças. O que mais o magoara foram as lágrimas que percebera nos olhos de sua mãe enquanto o pai gritava.

Afastando-se da cadeira, mais uma vez Harry se voltou para a janela. Raramente ele se permitia pensar na mãe, e mesmo assim era a segunda vez que pensava nela naquele dia.

Quando o táxi com aquela mulher saiu da frente do restaurante, Harry sentiu-se quase tão imobilizado quanto naquele dia fatídico, quando um outro táxi levara sua mãe para o hospital e o deixara parado, sem respostas, observando da calçada.

A comparação era ridícula, ele pensou, teve tempo de anotar sua placa.

Se contratasse um detetive particular poderia descobrir exatamente para onde fora aquela mulher misteriosa. Só precisava dar um telefonema. E se não fosse através do táxi, poderia pedir ao detetive que investigasse o tal estilista ou o outro amigo vestido de cozinheiro.

De qualquer modo conseguiria vê-la novamente, se quisesse... Mas deveria procurá-la?

Não conseguia pensar claramente. Aliás, não conseguia ser nada racional quando se tratava dela. Ainda não entendia o que acontecera naquele restaurante. Brigar com três homens por uma mulher que não conhecia não era de seu feitio.

E ele se sentira quase obrigado a protegê-la.

Droga, precisava vê-la de novo. Ele a desejava... desde o momento em que a vira encostada àquela janela.

E pensar que nem seu nome sabia ainda...

-Perdido em pensamentos...

Harry levantou o olhar e viu que tia Miranda o observava.

-Bati, mas você não respondeu... – ela justificou-se, estudando cada reação dele. – Você está bem?

Sorrindo, ele fechou o bloquinho e colocou-o de volta no bolso.

-Era eu quem devia estar lhe fazendo essa pergunta.

-Eles estão chateados... – disse ela. – É sempre difícil absorver mudanças.

-Você também ficou chateada, não foi?

-Eu? Por que diz isso?

-Sua expressão de desagrado durante a reunião não me passou despercebida.

Miranda balançou devagar a cabeça.

-Oh! Era o meu pé.

Com ar dissimulado, afundou-se na cadeira e esticou as pernas.

-Essas botas definitivamente não foram feitas para andar!

-Você se chateou com os planos que eu apresentei para a revista – Harry continuou, como se não houvesse escutado a resposta.

Miranda ergueu as sobrancelhas e suspirou com ar aborrecido.

-Já não me basta ser atormentada pela equipe, ainda vem você?

-Responda à minha pergunta.

-E pensar que o encorajei a fazer a faculdade de Direito.

Harry nada disse, apenas esperou.

-Eu repito o que sempre disse: você teria se tornado um advogado muito melhor do que seu irmão, se tivesse enveredado por esse caminho. Adoraria ver você em um tribunal.

-Miranda, você está me enrolando.

Ela suspirou.

-Eu não estava chateada e tampouco surpresa por você estar fazendo tantas mudanças de uma vez só.

Harry estreitou os olhos.

-Você não acha também que enlouqueci quando disse que a revista pode ser vendida em outras cidades além de Nova York?

Miranda balançou a cabeça.

-De forma alguma. É imperativo ampliar o público da revista.

-Não faz objeção à minha idéia de fazer alterações na revista, buscando atrair um público mais culto?

-Mas é claro que não. Eu sou a favor de uma revista que faça as pessoas pensarem, que acrescentam algo de novo. Era seu pai quem não aprovava essa idéia. Ele sempre disse que a revista teria lucros maiores se fosse bem dirigida a um público menos instruído.

Harry estudou a expressão da tia por alguns segundos.

-Você discorda disso?

-Claro. Disse isso a você durante o almoço. A Metropolitan vem se mantendo com grande dificuldade há pelo menos dois anos, mesmo antes de seu pai adoecer. Avançar, alterar estratégias é essencial, e se há alguém com capacidade para fazer isso, esse alguém é você.

-Mas...

Miranda torceu o nariz para ele.

-Sem mas. Verdade. Só me preocupa o fato de que Bill Anderson possa vir a pedir demissão. Ele tem o pavio muito curto, e sua influência sobre o resto da equipe é inegável.

-Quantos o seguirão se isso acontecer?

Miranda pensou por um instante.

-Hal Davidson distribuirá seu currículo para ter um emprego garantido antes de nos deixar. Quanto a Carleton Bushnell, ele é tão raivoso e instável que não consigo prever sua reação.

Bill Anderson vinha cobrindo o cenário esportivo de Nova York havia praticamente vinte anos. Hal Davidson sempre cuidara da área política. Harry preferia não ser obrigado a substituí-los, mas se não tivesse opções...

-O que me diz de Esme Sinclair? – perguntou Harry.

Esme sempre o intimidara. Era uma mulher particularmente alta que se vestia muito discretamente, e sempre prendia os cabelos acinzentados como aço em um coque de bailarina. Era exatamente como as inspetoras das quais sempre fugira na época do colégio.

-Ela vai ficar. Ele está com a revista quase desde o início. Seu pai depositava muita confiança nela.

-Mas eu estou planejando eliminar as seções de moda e fofocas... – apontou Harry.

-Esses são os assuntos que freqüentemente me levam a pegar uma revista para ler. – Miranda disse, pensativa, para depois rapidamente colocar uma mão, com as unhas muito bem feitas, sobre a boca. – Oh! Me desculpe! Esqueça o que eu disse. Eu prometi a mim mesma que não o diria.

Harry a fitou por um momento.

-E o que mais prometeu a si mesma não dizer?

Miranda suspirou novamente.

-Eu não ia falar disso... Mas esse tipo de assunto também atraia muita gente. Esme publicou dois artigos nos últimos números da revista que aumentaram surpreendentemente nossas vendas nas bancas.

Harry fechou os olhos por um instante.

-Muito me surpreende que você aprove esse tipo de coisa...Por que alguns homens são tão gostosos?

-Oh! Você leu esse artigo?!

-Não. E também não li: Como atrair um homem. Aumentar as vendas por meio de apelos sexuais é definitivamente algo que não quero para a Metropolitan. Não consigo imaginar o que se passa pela cabeça de Esme. Aceitaria de bom grado um pedido de demissão por parte dela.

-Pois Esme é quem vem dirigindo essa revista desde que seu pai adoeceu. E foi apenas durante esse período que as vendas voltaram a se aproximar do que eram antes.

Harry ficou surpreso. Aquilo era novidade para ele.

-Eu pensei que você tivesse assumido no lugar do meu pai.

-Eu? – Miranda colocou a palma da mão contra o peito. – Jamais! Nunca tive um dia de trabalho honesto em minha vida.

Harry balançou a cabeça.

-Miranda, você faz parte das Organizações Potter desde a fundação.

-Em uma posição sem absolutamente nenhuma autoridade.

Harry sabia que não era verdade. Mas também sabia que, na maioria das vezes, era perda de tempo argumentar com a tia.

-Então devo supor que as instituições de caridade se administram sozinhas?

-Não, são administradas por pessoas escolhidas a dedo por mim. Escolho bem, para poder deixar tudo aoencargo deles depois. – levantando-se, Miranda ameaçou dar um passo na direção do sobrinho, mas recuou. – Agora que você foi escolhido a dedo para salvar a Metropolitan, posso voltar ao meu apartamento e me livrar destas botas assassinas.

-Nunca vou poder agradecer-lhe o suficiente por confiar em mim, tia Miranda. – Harry falou, enquanto contornava a mesa para abraçar a tia.

-Já que você insiste nisso, espero que compareça ao baile de Natal que eu estarei oferecendo no próximo sábado. – Miranda segurou a mão de Harry quando ele começou a gaguejar uma resposta. – Eu sei que essa é uma data que você não gosta de comemorar, mas algo me diz que sua mãe gostaria que você o fizesse.

-Tia Miranda...

-Reservei dois lugares à mesa. Traga um convidado.

As sobrancelhas de Harry revelaram sua surpresa.

-Isso é uma ordem?

-Sim – disse Miranda firmemente. – E conheço alguém que adoraria ir com você.

Harry levantou as mãos para o alto como se estivesse se rendendo.

-Está bem, vou ao baile. Mas nada de convidadas.

-Está bem. – Miranda suspirou, e uma expressão amarga substituiu o sorriso que tinha no rosto. – Não levará ninguém, ficará entediado quando começarmos a dançar, e arranjará rapidamente uma desculpa para sair. Gosta mesmo disso?

Dando um largo sorriso, Harry acompanhou a tia até a porta.

-Engana-se. Estarei entediado desde a hora em que os petiscos começarem a ser servidos. Ao final do baile já estarei catatônico. Mas, apesar disso, pode contar com a minha presença... – ele terminou, abraçando-a em seguida.

Harry invejou profundamente sua tia quando ela desapareceu no elevador. Na verdade, tudo que queria era fugir dali. Mas não era mais uma criança... e Esme Sinclair, que estava esperando por ele, não era realmente uma inspetora de colégio.

-Em que posso lhe ser útil, srta. Sinclair? – perguntou Harry.

-Em nada. Na verdade eu posso fazer algo por você. Sei que quer se livrar imediatamente das seções que intitula... superficiais. Mas temo que isso não seja possível, pelo menos nas próximas três edições.

Harry ficou surpreso.

-Por que não?

-Há uma jovem em meu escritório que escreveu dois ótimos artigos para nós recentemente. Eu os comprei, com o objetivo de aumentar as nossas vendas entre o público jovem... e parece que meu objetivo foi alcançado. Antes de saber que você assumiria, eu a fiz assinar um contrato que nos daria direito a mais três artigos. A proposta dela está aqui e eu anexei as cópias de seus outros artigos para a revista. E acho que todos se encaixam na seção que você não vê a hora de eliminar.

Passou uma pasta às mãos dele e continuou:

-Pedi orientação ao departamento jurídico, e eles me disseram que o melhor a fazer seria cumprir com o contrato.

Abrindo a pasta, Harry reconheceu imediatamente o nome no contrato. Hermione Granger. Ele era a responsável pelos dois artigos que, segundo sua tia, haviam feito com que a revista vendesse como água no deserto.

-Por que você não arranja uma maneira de eu conversar com ela?

-Eu a chamei ao meu escritório novamente assim que a reunião acabou. Ela está esperando na recepção – Esme explicou apressadamente, já se encaminhando para a porta.

Um arrepio percorreu a espinha de Harry de alto a baixo. A srta. Granger ainda não havia entrado totalmente na sala, mas, iluminadas apenas por uma fresta de luz vinda do corredor, ele podia jurar que aquelas eram as pernas mais belas que já havia visto. E eram inconfundíveis...


Obs:Bom ai ta o capitulo 2 pessoal!!!Espero que gostem!!!!Proxima atualização só na quinta ou sexta que vem....Terça atualizo "Flertando..."...Bjux e até...

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