Capitulo 12



Capitulo 12

Fantasia. Elegância. Glamour.

Miranda realmente transformara a cobertura do Hotel Miramar no mundo mágico de Papai Noel, com direito a todos os detalhes que crianças e adultos sempre colocaram em seus sonhos!

Era uma festa de sonho... e ela naquele estado deplorável...

Harry continuava furioso. Não falou com ela nem uma vez. Na verdade, sequer a cumprimentara quando ela chegou ao baile com Daryl.

Estava sentado na mesa de Miranda, mas exatamente no extremo oposto ao deles, tão longe dela quanto possível.

Ele estava em uma conversa animada com os membros do conselho. Pelo visto, tudo iria se resolver da melhor maneira possível.

Pensou em tomar coragem e dar o primeiro passo, aproximando-se dele. Mas corria um sério risco de que ele a ignorasse e simplesmente se afastasse.

Tentando desviar seus pensamentos, Hermione esforçou-se por lembrar-se de que sua principal função naquela festa, além de ficar de olho em Harry, era recolher material para seus artigos. E era isso o que faria.

Miranda ajudara no que pudera, apresentando-a a várias celebridades, inclusive a um cantor famoso que não apenas a cumprimentou, como também a convidou para dançar. Só essa passagem já lhe renderia boa parte do artigo.

Hermione dançou até mesmo com James McCarthy, o apresentador do Bom Dia, Nova York. Muito atencioso, ele agradeceu-lhe por haver se apresentado em seu programa, e principalmente por ter participado com bom humor de suas provocações.

A saia fazia sucesso. Daryl a consertara com cuidado, sem fazer absolutamente nenhum corte. Ele havia feito uma blusa, curta e negra brilhante, que modelava perfeitamente seus seios, ajustando-se depois à cintura. Alcinhas final, também brilhantes, foram trançadas por sobre seus ombros e costas com sutileza, trazendo um toque especial de sensualidade.

-Seu chefe está me fuzilando – Daryl reclamou em voz baixa, aproximando-se.

-Não quero falar sobre ele. – Hermione foi categórica.

Em seguida, Miranda observou:

-Faz anos que não me divirto tanto. Harry está se mordendo por sua causa.

-Você está brincando?!

-Isso é porque você não viu a cara dele quando James McCarthy estava tocando em você. Nem vou lhe dizer o que Harry ameaçou fazer se eu não tirasse você de perto do homem. Ele nunca deixa que nenhuma mulher, ou qualquer outra pessoa com quem se importe, tenha algum poder sobre ele. Com você ele concordou até mesmo em patinar no Rockfeller Center! Ele não ia lá desde que tinha cinco anos!

-Por que não? – Hermione disse, para em seguida lembrar-se do desastre que era Harry não pista. – Ele apenas precisa aprender a relaxar quando está patinando.

Miranda olhou para ela.

-Ele não contou para você...

-Contou o quê?

-Ele estava patinando com a mãe dele, na véspera de Natal, quando ela teve um colapso. Correram com ela para o hospital, mas não houve jeito. O coração dela sempre foi fraco. Os médicos a haviam aconselhado a não ter mais filhos. No fundo do meu coração, sempre pensei que meu irmão culpava Harry pela morte de Lílian.

Hermione não pôde deixar de olhar para Harry naquele momento. E não viu o homem que a rejeitara a tarde toda. Nem viu o homem frio e distante que a ignorava naquele momento. Viu apenas o garotinho de cinco anos que estava patinando alegremente, e de uma hora para outra havia perdido sua mãe.

-Gostaria de dançar com alguém – Hermione comentou.

-Estou a sua disposição – Daryl se ofereceu prontamente.

-Sem querer ofendê-lo, Daryl, já temos certeza de que a saia não funciona com você. Preciso continuar minha pesquisa e conseguir mais material.

Miranda examinou com cuidado a pista de dança.

-Vamos ver se matamos dois coelhos com uma só cajadada. Já foi apresentada ao irmão de Harry?

-Já... E não se pode dizer que ficamos amigos.

Miranda conduziu-a para a pista de dança.

-Mas temos uma vantagem... Estamos em público e ele não suportaria uma cena.

-Mesmo assim, não vai querer dançar comigo.

Um pequeno sorriso se formou nos lábios de Miranda.

-Estamos testando a saia, não é? Vamos ver se ela produz algum efeito...

Harry queria trucidá-la. Queria agarrá-la e levá-la para longe dali, para um lugar seguro. Mas não podia se aproximar.

Em seguida viu sua tia caminhando em direção a Hermione com a mão no ombro de Jason. Já dera dois passos em direção à pista de dança, quando Daryl se aproximou e impediu-o de prosseguir.

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Depois de dançar exatamente sessenta segundos com Jason Potter, Hermione chegara à conclusão de que a saia não exercia nenhum efeito sobre ele. O futuro governador parecia decidido a nem mesmo falar com ela.

Encarando seu parceiro, Hermione resolveu esquecer a moderação e indagou:

-Por que você não quer que seu irmão dirija a Metropolitan?

Jason foi realmente pego de surpresa, e perdeu um passo. O sorriso congelado do político desapareceu. Começou a franzir o cenho, mas se conteve a tempo.

-Não é da sua conta, jovem.

-Não, não é – ela concordou. – Mas me parece que não é um bom negócio você tentar destituí-lo...

-É o meu dever. Ele vai arruinar a revista que meu pai levou uma vida inteira para construir.

Hermione fez um gesto de negação com a cabeça.

-Você não crê realmente nisso. Você é irmão dele e o conhece o suficiente para saber que ele se sobressai em tudo o que decide fazer. É isso o que realmente o incomoda. A inveja que tem de Harry.

Jason estava quase franzindo novamente o cenho quando olhou ao redor e abriu um sorriso forçado.

-Pura tolice. Harry nunca fez nada realmente importante em sua vida, portanto não há o que invejar.

-Ora, sabe muito bem que isso é conversa fiada. Tenho três irmãos e sei tudo sobre a rivalidade fraterna. Eu mesma nunca fui capaz de agradar meu padrasto. E tudo o que os três faziam o agradava. Passei por maus bocados até perceber que isso estava arruinando minha relação com eles. Não eram pessoas ruins e eu os estava culpando por erros que eram de seu pai.

Naquele momento Jason se esqueceu de disfarçar a expressão séria que se formou em seu rosto.

-Não é a mesma coisa. Ele não era meu padrasto.

Hermione olhou-o bem dentro dos olhos.

-Sim, isso torna as coisas piores. Pelo menos eu contava com a desculpa de não ser sua filha legítima.

-Não é o que quero dizer – Jason disse, percebendo que falara demais. – Harry não vai se dar bem publicando o tipo de artigo que você escreve. Não é essa a direção que meu pai imaginava para a revista. É minha obrigação pedir ao Conselho que o destitua.

-Mas Harry concorda com você. Ele nunca quis publicar meus artigos. Só está sendo obrigado a honrar o contrato que Esme Sinclair já tinha assinado comigo, já lhe disse isso.

-Espere. – Jason fez uma pausa para correr os dedos pelos cabelos. – Está me dizendo que foi Esme quem comprou os seus artigos?

Hermione fez um gesto afirmativo com a cabeça e continuou:

-Mas há alguém querendo interromper essas publicações tanto quanto você. Estão fazendo ameaças por telefone e enviando bilhetes. Meu apartamento foi destruído e Harry já foi até esfaqueado.

-Harry foi esfaqueado? – Jason perguntou, a expressão um tanto mais séria. – Não está exagerando?

-Ele levou quatorze pontos no braço. Isso o convence? Posso levá-lo até ele e você mesmo pode contar se quiser.

Mas Jason não a estava ouvindo mais. Hermione pôde ver que ele estava olhando pelo salão, como que procurando alguém.

-Você me permite? – Daryl perguntou, aproximando-se.

-Hein? – Jason olhou para ele sem entender.

-Eu queria dançar com Hermione – disse Daryl. – Vocês dois pararam... Pareceu-me uma boa hora para pedir.

-Claro. – Jason colocou uma mão no braço de Hermione. – Quero agradecer-lhe srta. Granger por me colocar a par do que aconteceu com Harry antes que eu... Talvez eu tenha cometido um erro. Por favor, me dê licença.

-Tem alguma coisa que o está incomodando – ela falou assim que Jason se afastou deles. Mas ainda teve tempo de perceber que ele não estava indo em direção a Harry, antes que Daryl a tomasse nos braços.

Harry sentiu-se um pouco aliviado quando Jason se afastou de Hermione. A conversa entre os dois pareceu até amigável, mas Jason não estava com uma expressão das melhores naquele momento.

-Tenho minhas reservas em relação a você, mas mandar a srta. Granger conversar com ele foi um golpe de mestre.

Harry demorou um instante para perceber que o comentário era dirigido a ele. Bill Anderson estava a seu lado.

-Os créditos não são meus, e sim de tia Miranda – comentou.

Por um momento os dois homens apenas se estudaram. Finalmente Bill tomou coragem e admitiu:

-Eu estava errado quanto a você. Tinha certeza, depois daquela primeira reunião, de que você faria o que bem entendesse da revista sem prestar nenhuma atenção ao que já fazíamos antes. E imaginei que quando terminasse sua experiência iria embora e nos deixaria juntando os cacos que sobrassem.

-O que o faz pensar que errou?

-Porque você é leal, honesto. Mesmo discordando, honrou o contrato com a srta. Granger.

Por cima dos ombros de Anderson, Harry pôde ver que Jason tinha parado para conversar com Esme Sinclair. Sem tirar os olhos deles, respondeu a Bill:

-Talvez meus planos para a Metropolitan não tenham mesmo a menor importância depois da reunião do Conselho.

Bill tentou seguir a direção do olhar de Harry.

-Não subestime o poder de persuasão da srta. Granger. Foi ela quem me fez pensar melhor a respeito de minha demissão. E assim que Esme contar a seu irmão sobre a última tiragem da revista, acredito que ele desistirá de pressionar o Conselho a pedir sua renúncia.

-Última tiragem? O primeiro número da revista depois que eu assumi só chegou ontem às bancas.

Bill estudou sua expressão por um instante.

-Ninguém lhe contou? Os distribuidores já estão pedindo novas remessas! A última publicação da revista mal chegou às bancas e já se esgotou... Graças à participação da srta. Granger naquele programa de televisão.

-Foi Esme quem lhe disse isso? – Harry perguntou, desta vez tentando localizar Hermione, que ainda estava dançando com Daryl.

-Não. Eu recebi alguns telefonemas ontem, as pessoas estão comentando. Só imaginei que ela devia ter sabido até antes de mim, já que tudo passa pelo escritório dela. Mas não se preocupe. O pessoal da gráfica falou que já encaminhou tudo o que tinha para os distribuidores. E estão providenciando para que uma nova remessa chegue às bancas logo depois de sua participação no programa. O que também foi uma grande idéia.

-Outra idéia que também não foi minha. – Harry confessou secamente.

Bill Anderson respondera alguma coisa, mas Harry não ouviu. Percebera que Hal Davidson dera um tapinha no ombro de Daryl.

-Você vai me dar licença – ele disse, enquanto se introduzia na pista de dança.

Harry percebeu que Sam se movia pelo outro lado da pista, mas ele os alcançaria antes dele.

-Minha vez – Harry avisou, já tomando o braço de Hermione e afastando-a, antes mesmo que Hal pudesse dizer qualquer coisa.

-Para onde estamos indo? – Hermione perguntou, em tom irritado.

-Assim que Sam nos acompanhar até aqui, você vai para casa.

-De jeito nenhum – retrucou ela.

-Você não entende? Sam disse que o homem que me atacou foi pago para isso, estava atrás de mim mesmo. Não é seguro para você ficar perto de mim.

Hermione o encarou novamente.

-É por isso que está me evitando? Para me proteger?

-Claro! Vai embora?

Naquele momento, ela já o arrastava pelo corredor experimentando o trinco de várias portas. Quando achou uma delas aberta, puxou-o para dentro e girou rapidamente o trinco. Harry mal teve tempo de reparar que se tratava de um pequeno closet quando os braços dela o envolveram e os lábios doces pressionaram os seus.

-E tenho uma coisa bem desagradável para lhe dizer – Hermione sussurrou, enquanto o soltava tempo suficiente para que tomasse fôlego. – Odeio você – com os braços ainda em volta do pescoço e a boca muito próxima à dele, continuou: - Pensei que não me quisesse mais...

-Quero você todas as horas – Harry afirmou, enquanto beijava a linha suave de seu rosto e descia os lábios em direção ao pescoço. – Quero você agora...

Apertando-se ao corpo dele, ela soltou um pequeno gemido. Quando sentiu a mão entre suas pernas, arqueou-se ainda mais em sua direção, sem poder conter o prazer que a dominava.

Harry puxou a “saia mágica” e enroscou os dedos na delicada peça de renda que ela usava e, vagarosamente, foi puxando-a para baixo, seguindo o movimento com seus lábios, beijando seus joelhos, a pele suave do interior de suas coxas...

Ondas e ondas de excitação perpassavam todo o corpo de Hermione. E a boca dele voltou a pressionar a sua, quente e exigente. Segurou-a pelos quadris, posicionando-a e fazendo-a sentir a incrível força de sua masculinidade.

Quando Harry subitamente se afastou, o vazio que ela sentiu foi quase insuportável.

-Harry, por favor...

-Você é minha. Me diga isso.

-Sou sua, toda sua...

Harry começou então a se mover. Ele queria ir bem devagar, mas aquelas palavras, ditas na urgência do desejo, fizeram com que ele não pudesse esperar nem mais um segundo.

A explosão de prazer foi indescritível.

Uma batida suave na porta fez com que se separassem.

Ele ajudou Hermione a se vestir, e então se aproximou da porta. Depois de um breve momento, outra batida.

-Potter?

Harry reconheceu a voz de Sam.

-O que foi?

-Eu não queria interromper, mas seu irmão quer falar com você. Estava dizendo a sua tia que você tinha desaparecido, e ela veio me perguntar onde estava. Acho melhor você aparecer, antes que ela própria se encarregue de encontrá-lo. Jason disse que é urgente.

A última coisa que ele queria naquele momento era falar com seu irmão.

-Pronta? – ele sussurrou.

-Posso fazer uma pequena parada no banheiro das mulheres... – ela disse com um olhar maroto.

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Uma rápida olhada no espelho assegurou a Hermione de que não haviam estragado a obra de Daryl. Um sorriso surgiu em seus lábios... Talvez mais tarde eles pudessem tentar de novo.

Naquele momento, Esme Sinclair entrou no banheiro. Estava carregando um casaco de pele no braço.

-Temos que parar de nos encontrar em lugares reservados – brincou Hermione.

Esme dirigiu-lhe um pequeno sorriso, enquanto deixava que o casaco deslizasse por seus braços e tirava um pequeno estojo de batom da bolsa.

-É verdade... Mas antes que eu saia, quero cumprimentá-la. Seus artigos sobre a saia estão fazendo ainda mais sucesso do que eu previa.

Hermione se virou na direção de Esme.

-Devo tudo a você. Se não tivesse me dado uma chance...

O sorriso de Esme se desmanchou.

-Aquele dia, quando você entrou pela primeira vez no meu escritório, lembrei de mim mesma trinta anos atrás.

-Fico lisonjeada. Sempre a admirei... – a voz de Hermione morreu, bloqueada pelo medo que enrijeceu sua garganta no momento em que viu Esme tirar uma arma de sua bolsa.

-Devia ter aceitado o conselho que lhe dei no banheiro do Flannery’s. cometeu um grande erro ao não vender seus artigos a outra revista.

Tentando controlar o pânico, Hermione perguntou:

-Por quê?

As linhas do rosto de Esme se enrijeceram. A expressão gélida de seus olhos fizeram com que Hermione estremecesse.

-Eu assinei o contrato com você. A idéia dói minha. Não vou permitir que ele fique com o crédito. Não dessa vez. Ele sempre leva a melhor.

Esme se moveu em direção a ela, fazendo gestos com a arma para que se aproximasse da porta.

Andando para trás, Hermione procurou se concentrar no que a mulher dizia.

-Ele me prometeu que um dia eu iria dirigir a revista. Foi apenas outra mentira. E eu fui tola o suficiente para acreditar nele porque o amava.

-Você não está falando de Harry. Ele nunca prometeu a você que dirigiria a revista.

-Harry é igualzinho ao pai. Eu tentei lhe avisar para que não caísse no mesmo erro que eu, não se apaixonasse por ele...

Hermione já estava com as costas encostadas à porta, podia sentir a maçaneta contra ela.

-Srta. Sinclair, eu tenho total certeza de que Harry vai lhe dar todos os créditos pelos artigos.

O olhar de Esme se tornou ainda mais cortante.

-É muito tarde para isso. Eu quero a revista. O pai dele me prometeu a revista.

A mulher estava perto o suficiente para que Hermione pudesse ver a insanidade estampada em seu olhar.

-Você tentou nos atropelar aquela noite quando saímos do Flannery’s, não foi?

-Você não aceitou o conselho que lhe dei, para vender o artigo para outros. Tinha o Conselho da revista e Potter em sua mão. Entrei em pânico.

-Então decidiu me ameaçar com aqueles telefonemas...

-Sim, e eu falei ao irmão de Harry sobre o conteúdo dos artigos, o impacto negativo que teriam sobre a campanha. Avisei que devia assustá-los... Eu sabia que ele também iria pressionar o Conselho. Teria funcionado se você não tivesse ido ao programa de televisão. Mesmo depois, achei que podia dar um jeito nas coisas roubando a saia. Como poderia terminar os artigos sem ela? Mas não estava em seu apartamento... Soube então que meu primeiro plano era o melhor. Apenas me livrar de você.

-Mas o homem no gelo esfaqueou Harry.

-Disse a ele que desse um jeito em vocês dois. Mas parece que tenho de fazer isso com minhas próprias mãos. – Esme agarrou o braço de Hermione e a empurrou pela porta. – Vamos até o elevador juntas. Estou com a arma engatilhada. Se Potter tentar nos deter, você vai convencê-lo de que vamos apenas tomar um pouco de ar. Se não for assim, eu mato ele ali mesmo.

Rezando para que não encontrassem Harry a caminho do elevador, Hermione passou pela porta do banheiro. Sam foi a primeira pessoa que viu, estava encostado à parede e ela o ignorou. Mas quando viu que Harry vinha em sua direção, seguido de perto por seu irmão, sentiu-se congelar. Atrás de si, percebeu que Esme estava ainda mais tensa.

“Saia daqui”. Ela gesticulou com a boca enquanto andava em direção aos dois homens. E então forjou um sorriso e avisou:

-Esme e eu vamos tomar um pouco de ar lá fora.

-Vou com vocês – Harry disse prontamente.

-Não. – a palavra foi dita em um tom mais cortante do que ela pretendia.

Abrindo ainda mais seu sorriso, Hermione deu um passo em direção a ele.

-Apenas as garotas. – e então abruptamente colocou-se entre Harry e esme e atirou todo o seu peso na última.

O barulho do tiro ecoou em seus ouvidos quando alguém a agarrou e empurrou para baixo. Bateu com força cabeça no chão. E então a escuridão a engoliu.

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-Isso não é um hospital – Hermione falou, olhando ao redor, enquanto descia do carro. Podia estar fora de órbita, mas via o brilho forte do luar. – Você disse que iríamos para um pronto socorro. O seu braço está sangrando...

A bala de esme não acertara ninguém. Tão logo Hermione recuperou a consciência, viu que Harry estava ao seu lado. O braço dele começara a sangrar novamente e o médico do hotel os encaminhara para um serviço de emergência.

-É da sua cabeça que vamos tirar um raio X – Harry falou, voltando-se para ela. – Se Jason não a tivesse empurrado...

Com um suspiro, Harry encostou sua testa na dela.

-Ajude-me a relaxar, Mione. Não sou muito bom nisso.

-Também, você saiu de um hospital faz pouco tempo.

-Não é disso que estou falando...

-Então do quê? – ela olhou ao seu redor. A praça estava deserta. Eles deviam estar completamente sozinhos ali, exceto por algum carro que passava ocasionalmente. – Harry, são duas da manhã, não podemos patinar.

-Ainda é noite de Natal. E eu quero... – virando-se, ele se afastou alguns poucos passos dela e então se voltou novamente. – Não foi desse jeito que eu planejei. Mas nada tem sido como planejei desde que lhe encontrei.

Harry usou um tom de acusação e ela instantaneamente ergueu o queixo.

-Que eu saiba você não está cumprindo o planejado: irmos a um serviço de emergência.

-Não queria lhe dizer isso numa sala de emergência. – Harry colocou a mão no bolso e retirou dele uma caixinha com o anel que fora de sua mãe. – Quero lhe dar isso aqui.

Hermione não conseguiu fazer outra coisa que não fosse olhar o magnífico anel de diamante emoldurado por rubis. Era antigo, parecia uma relíquia.

-Case comigo, Mione.

Hermione ainda tentou piscar para afastar as lágrimas, quando levantou os olhos para encontrar os dele que disse:

-Alguém me disse que o melhor jeito de apagar lembranças ruins era construir outras, novas. Quero que você tenha uma ótima lembrança deste Natal.

-Eu também quero que você tenha uma – ela afirmou enquanto abraçava-o apertado.

Quando se afastou um pouco e recuperou o fôlego, Hermione conseguiu dizer:

-Nem uma poltrona por perto quando se precisa de uma.

-Duvida que eu encontre um bom armário naquele hospital?

Estavam os dois rindo ao atravessarem a rua de mãos dads.

-Amo você, Mione. Para sempre...

E então Harry a beijou de novo.

E, embora nenhum dos dois tenha visto, a luz do luar fez com que a saia brilhasse, mais intensamente que nunca.


Obs:Aí está o capitulo 12 pessoal!!!Espero que tenham gostado!!!!Continuem que ainda tem o Epílogo...Bjux!!!

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