Epílogo



Epílogo _

As faces ocultas na História.

Você não viu.
Mas elas estavam todas ali.


Harry dormia tranqüilamente, quando ouviu um barulho ensurdecedor vindo da cozinha. Seguido de gritos. Muitos gritos. Instintivamente, pulou da cama, agarrando a varinha na mesa de cabeceira e correu para a sala. Hermione. Thiago. Onde estavam os dois.
Thiago, ele encontrou despreocupado, tomando uma xícara de chocolate quente na mesa da cozinha. Hermione vinha logo atrás dele, do banheiro. No chão, um emaranhado de pernas e braços se debatia e soltava desaforos.
_Bom dia, Harry. _ela cumprimentou alegremente, passando por ele. Então se deteve na confusão _Ok, ok, agora chega. _ela comandou. Imediatamente, o tufão parou de girar e Harry pôde divisar dois seres de orelhas pontudas e narizes grandes, olhando feio um para o outro.

_Mas quem são esses? _ele perguntou com visível surpresa.

Um deles girou o rosto, e seus olhos brilharam com um misto de prazer e excitação.

_Nossos elfos. _ela respondeu tranqüilamente, pondo leite em uma caneca.

_Nós... _ele começou, confuso _Temos elfos?

_Ah, temos. _Hermione respondeu com energia _Extremamente briguentos, mas temos. Eles só estavam de férias.

_Nossos elfos têm... Férias? _ele perguntou ainda bastante confuso.

_Querido. _Mione envolveu sua cintura com os braços _É claro que eles têm férias. E décimo terceiro e plano de saúde também. _Harry continuava com a boca entre aberta. Não se lembrava de ter tido elfos em algum dia. Bom, não se lembrava de muita coisa, na verdade _Mas eles sempre querem tirar férias juntos _ela disse, enquanto bebericava o café _O que é um problema, não é mesmo? Durante um mês, ficamos sem elfo nenhum.

E enquanto ela dizia isso, os elfos no chão voltaram a se atracar, por alguma coisa que um deles disse e que Harry não entendeu.

_Juntos?! _Harry exclamou abrindo os passos e vendo um deles morder a perna do outro, enquanto o outro puxava sua orelha _Mas eles vão se matar!

_Ah, não, não vão não. _ela retrucou com calma _Eles se adoram. _e virou-se para os elfos _Dobby, Monstro, parem agora mesmo com isso. _os elfos pararam novamente _O Monstro costumava ser um pouco intratável... Mas... _ela olhou para o elfo com aparência mais velha _Bom, nós aprendemos a lidar com ele no final das contas.

Em seu peito, uma réplica do medalhão que eles haviam destruído no último ano de Hogwarts reluzia.

_Mestre... _Harry virou-se, então, para o outro elfo. Seus olhos estavam aguados e incrédulos _Mestre Harry. Mestre Harry está vivo.

Harry curvou-se e apoiou as mãos nos joelhos _Você me conhece? _Hermione apertou a xícara nas mãos.

_Harry Potter não se lembra? _seus olhos tremeram _Não se lembra de Dobby?

_É uma longa história, Dobby. _Hermione respondeu por Harry _Ele perdeu a memória.

Dobby continuou encarando-o com os olhos úmidos. Parecia levemente assustado. Então, sem que ninguém esperasse por isso, jogou-se contra Harry e abraçou suas pernas.

_Harry Potter. _e começou a chorar _Harry Potter sempre foi muito bom para Dobby.

Harry endireitou-se com o choque e ergueu os olhos para Hermione. Ela apenas deu de ombros.

Timidamente, ele estendeu a mão e passou-a pela cabeça careca do elfo.

Parecia-lhe o começo de uma boa amizade.

***

_Pelo amor de Merlim, Prudence! _Gina exclamou na mesa de jantar, enquanto se curvava sobre os pratos para pegar a jarra de suco _Guarde esse jogo enquanto estiver à mesa. _e puxou o mini game da liga oficial de Quadribol que a garota jogava por cima do prato.

_Por quê? _ela perguntou apontando para o outro lado da mesa _Papai joga.

Gina ergueu os olhos para onde a filha apontava e surpreendeu Draco mordendo um pedaço de frango, enquanto seu goleiro segurava um excelente pênalti.

_Você só pode estar brincando. _ela resmungou, pondo as mãos nos quadris.

_O quê? _ele perguntou com uma expressão inocente _O que foi?

_Guarde essa porcaria, Draco. _ele não se mostrou muito disposto a guardar. Então, ela fulminou-o com o olhar e ele atirou rapidamente o jogo sob a mesa.

_Certo, certo. Não sei para quê tudo isso.

Enquanto dizia isso, um punhado de purê de batatas voou da cadeira da menininha loira de marias chiquinhas ao lado de Gina para o centro da mesa.

Gina conseguiu detê-la rapidamente, antes que atingisse o garoto mais novo. Então se virou para a arremessadora de projéteis alimentícios com uma expressão bem rígida.

_Ele disse que eu não posso treinar quadribol com eles amanhã. Porque eu sou menina. –ela disse, em uma tentativa de justificativa.

_Isso não é motivo para você arremessar o purê nele. _ela retrucou _Aliás, onde você aprendeu isso?

Os olhos da menina vagaram inconscientemente para a ponta da mesa, onde Draco estava sentado. O loiro arregalou os olhos e fez que não com a cabeça, indicando para que ela disfarçasse.

Mas Gina já vira.

Seus olhos se estreitaram e ela fez um não mínimo e incrédulo com a cabeça. Sinal de perigo para o marido.

_Bom, ela vai jogar com você sim. _ela disse para o menino _Prue joga, e ela é menina.

_É, mas ela é namorada do Thiago. _o menino retrucou rapidamente. Draco engasgou.

_Retire o que disse! _Prue gritou, apontando teatralmente para ele.

_Ele não joga, se ela não jogar. _ele continuou, ignorando-a. _E ele é nosso melhor apanhador.

_Ai, meus sais. _Draco simulava um exagerado ataque cardíaco na ponta da mesa _Gwen! Gwen me ajude! Essa menina ainda vai me matar desse jeito. _ele resmungou, quando a elfa apareceu _Imagine, Gwen, um Potter! Que nojo.

_Sra Malfoy. _a elfa aproveitou-se para falar com ela _Rudy e Liesel estão na cozinha novamente. Eu sei que eles só querem ajudar, mas eles já quebraram quatro copos e um prato. Só hoje.

Somente então ela olhou ao redor, na mesa, e não viu os dois mais velhos em parte alguma.

_Ai, Merlim! _ela levantou-se e foi busca-los na cozinha.

Do corredor, ainda ouvia Draco passando mal. Prue gritando com o irmão de criação mais novo. A garota loirinha protestando dizendo que podia arrumar um namorado, também, se fosse necessário para ela poder jogar. Ouviu Draco respondendo que ela é quem ia ser jogada pela janela se aparecesse com um namorado. Da cozinha, ouviu mais alguma coisa quebrando.

Por fim, conseguiu carregar Liesel e Rudy de volta à mesa. Quando entrou, Prue estava em pé e todos formavam um círculo de mãos dadas.

_Chegou bem na hora de agradecermos, mamãe.

Liesel e Rudy correram para seus lugares. Gina contornou a mesa, sentou-se e deu as mãos às pessoas ao seu lado.

_Obrigada, Meu Deus, por esta comida sobre nossa mesa hoje. _Gina encarava o rostinho moreno e compenetrado da menina, enquanto ela agradecia, conforme Gina ensinara antes de comer _Obrigada por dar a todos nós a oportunidade de estarmos aqui hoje. Obrigada por ter nos dado, quando estávamos afundados na solidão completa, um pai e uma mãe que cuidam tão bem da gente. Obrigada pela saúde e pela moradia. _então a menina fechou os olhos e apertou-os com força. Sua próxima frase saiu mais baixo, como se fosse dita a si mesma _Obriga por ter trazido Gina e Draco ao orfanato aquele dia.

_Amém. _Todas as crianças disseram juntas e começaram a comer, quando Prue se sentou.

Somente Gina e Draco continuaram imóveis, encarando-se por cima das travessas, pratos e copos na mesa.

_Eu amo você. _Draco disse, apenas com o movimento dos lábios.

Gina deu um suspiro de contentamento.

Podia querer uma vida melhor que aquela?

_Eu também. _ela respondeu de volta, da mesma maneira.

***

_Acha que o seu vai ser um menino?

Um ruivo perguntou para sua imagem perfeita sentada a sua frente.

Não era um espelho. Era seu irmão gêmeo.

_Está brincando? _Fred retrucou _Tem meninos demais na família. Angelina vai me dar uma linda menininha. Ambos haviam optado pelo elemento surpresa.

_Ótimo. _Jorge respondeu _Porque Katie vai ter um menino. E você vai ver. Ele vai fazer sua filha cair de amores por ele.

_Há! _Fred deu uma risada irônica _Nem em um milhão de anos minha filha vai gostar do seu filho.

_Bom, desculpe, mas vai ser inevitável. _Jorge empinou o nariz de uma maneira exagerada _Ele vai nascer com o meu charme.

_Puxa, sinto muito, Jorge. _Fred deu dois tapinhas em seu ombro _Mas tenho certeza de que Katie não vai ligar, porque o importante é ter saúde.

_Há, há. Nós ainda somos gêmeos, irmãozinho, caso você não tenha se olhado no espelho hoje de manhã e tenha esquecido. _Jorge retrucou, e levantou-se do sofá da sala de esperas de hospital.

_Ah, mas você não disse nada sobre beleza. _ele respondeu prontamente _Você mencionou o charme. E é absolutamente óbvio que eu sempre fui mais charmoso do que você. Isso é indiscutível. _e fechou os olhos, fazendo uma careta.

_Isso você está dizendo, Fred. _ele virou-se para ele, com um sorriso _Não eu. E nem as mulheres.

Fred ergueu as sobrancelhas. _Vou dizer a Katie que as mulheres andam dizendo que você é charmoso. Ela vai gostar de saber.

Nesse momento, uma enfermeira entrou na sala de espera, interrompendo a resposta de Jorge.

Ambos pularam e ficaram em pé, em cantos opostos da sala.

_Sr Jorge Weasley, meus parabéns... _e caminhou até o ruivo mais próximo estendo-lhe a mão.

_Está brincando? _ele puxou a mão de volta _Eu sou o Fred.

_Hã... _a enfermeira murmurou desconcertada. Não vira o outro gêmeo na ponta da sala. _Sua mulher... Acabou de dar à luz...

_Estou brincando. _o ruivo puxou sua mão, e apertou-a efusivamente, balançando seu braço vigorosamente _Eu sou o Jorge, mesmo.

A enfermeira virou-se novamente para ele, com um olhar meio escandalizado. Estava prestes a dar meia volta e sair correndo. Já lidara com todos tipos de pais nervosos, mas nunca vira ninguém assim.

_Sua esposa está bem. São dois meninos lindos.

_Ahá! _Jorge deu um berro de triunfo e virou-se para o irmão _Eu disse que ia ser... _mas interrompeu o que estava dizendo e virou-se novamente para a enfermeira _Espera, você disse dois?

A enfermeira fez um ligeiro sim. Jorge não teve tempo para reagir. Uma outra enfermeira entrou na sala.

_Fred Weasley. _e caminhou diretamente para o ruivo no outro canto da sala _Você teve duas meninas encantadoras.

Fred não respondeu. Um sorriso abobalhado pairava em seu rosto sempre tão arguto e irônico. Ele e Jorge encararam-se por um momento.

_Só podem estar brincando. _Ambos falaram ao mesmo tempo e, pulando por cima do sofá, saíram da sala, correndo pelo corredor até o quarto das esposas.

Quando entraram, tiveram que segurar e engolir cada lágrima de felicidade que queriam liberar. Eram os gêmeos Weasley, afinal. Tinham uma reputação a zelar.

Fred contornou a cama de Angelina. Ela sorria ternamente para ele. Em seu colo, duas idênticas menininhas dormiam. Fred sorriu novamente, do mesmo jeito abobalhado.

_Elas parecem com você. _Angelina murmurou, roçando amorosamente a ponta do nariz no rosto do marido.

_Com você, Angel. _ele respondeu, virando-se e beijando-a _Elas são lindas.

Jorge fora diretamente para a cama de Katie. Seus gêmeos ainda estavam acordados. Um deles chorava com todo ar de seus pulmões. Katie balançava-o, sem saber muito bem o que fazer.

_Esse chorão é o Fred. _Jorge comentou _Eu sempre fui mais forte do que ele.

Katie sorriu para ele. Então, o bebê viu seu sorriso. Ou talvez tenha cansado de chorar. O caso é que ele fungou, uma ou duas vezes, e parou de chorar, aparentemente caindo no sono.

_Sabe que nome dar a eles? –ela perguntou.

_Você escolhe um e eu o outro? _ele perguntou e sua mão deslizou pela manta que cobria os bebês.

Katie fez que sim. Então, Jorge sentiu algo prendendo fracamente seu dedo.

Abaixou os olhos. E viu uma minúscula mãozinha segurando-o.

Às favas com a reputação.

Os dois choraram, no fim das contas.

Emocionados com o fato de que teriam não apenas um, mas mais dois pares de gêmeos na família.

Ótimo. Alguém tinha que herdar as Gemialidades Weasley.

***

O cabelo de Marisa se ondulava com o vento na torre de astronomia. Era uma manhã muito clara e ainda estava muito cedo.

Não sabia o que Severo Snape estava fazendo acordado, atrás dela, naquela hora da manhã.

_No que está pensando? _ele perguntou parando ao seu lado, e mirando o horizonte com a mesma atenção que ela, como se tivesse alguma coisa muito interessante ali para se ver.

_Em nada. _ela respondeu dando de ombros _E em tudo.

Snape sorriu. –Você é uma pessoa muito versátil, então, se consegue pensar em tudo e em nada ao mesmo tempo. _Marisa não respondeu. Cruzou os braços, e virou-se de costas para a vista. Então, Severo continuou: _Eu estava pensando em uma coisa. _ele desviou os olhos do horizonte, também, e virou-se para ela _Estava pensando que... Agora que temos certeza que Voldemort se foi mesmo... Que talvez nós pudéssemos ir embora.

_Embora? _ela perguntou com um tom de choque na voz _Por que ir embora?

_Bom, você sabe, Marisa. _ele argumentou incomodado. Achou que ela ia entender _Este país.Tudo que a gente passou aqui. Não é por isso que você fica assim, triste, às vezes.

_Severo, não posso ir embora. _ela retrucou exasperada _Esta escola me deu uma chance. Essas crianças... _ela abriu os braços _elas... Substituem o filho que eu não tive.

Ele ergueu uma sobrancelha. _Você acha que substitui? _ela não respondeu. Cruzou os braços novamente e baixou o rosto _Sinto muito por ter dito isso. Eu entendo. Esqueça. Eu só achei que, talvez, você quisesse ir para um lugar diferente. Talvez quisesse se casar comigo, de verdade. Uma festa de casamento, você sabe... Começar de novo. _ele se calou, desconcertado _Eu... Eu ia abrir mão de tudo para ficar com você. Sabe, para não perder você de novo. _ele concluiu, e começou a caminhar para a saída.

Marisa ergueu os olhos quando ele já estava na porta.

_Severo. _ela chamou. Ele parou e virou-se novamente. _Eu... Eu quero... _ela murmurou constrangida _Acho que eu sempre quis. _ela sorriu _Um pedido de casamento, quero dizer.

Snape sorriu. Ela caminhou até ele e abraçou-o.

_O que acha de Miami? _ele perguntou, com o queixo encostado a sua cabeça.

***

Hagrid estava pensando em como aquele grupinho baderneiro se parecia com o que ele mesmo conhecera há onze anos em Hogwarts. Prue, Thiago, Liesel e Rudy ainda nem haviam entrado em Hogwarts ainda, e já transformavam até mesmo o mais inocente dos passeios em uma encrenca completa.

_Eu juro, pai. _Lembrava-se de Thiago dizendo a um Harry de braços cruzados e expressão falsamente brava _Eu não libertei os pelúcios. Foi a Liesel. Ela disse que eles pareciam tristes

_Mas mãe. _Liesel retrucou, quando se viu transformada no foco das atenções _Tio Hagrid disse que eles estavam tristes. Que eles só viviam em liberdade. _Todos os olhares giraram para ele. E ele? Bom, ele riu. O que ele poderia dizer. _E além do mais, eu só abri a gaiola. Não fui que levei dois deles para o ministério. _e olhou feio para Prue. Que imediatamente engasgou com o suco que tomava.

Hagrid lembrava-se dessa e de muitas outras sentado em sua cabana, olhando o pôr do Sol pela janela. Já estava escurecendo. Era hora de voltar para a casa. Máxime devia estar esperando-o para jantar.

Levantou-se, calçou os sapatos do tamanho de esquis e saiu da cabana trancando a porta. Passou por Grope, enquanto voltava. Agora ele habitava uma enorme formação rochosa construída magicamente por Dumbledore no canto da propriedade.

_Boa tarde, Grope.

_Boa... Tarde... _ele respondeu, pronunciando lentamente cada sílaba, como se tivesse que juntá-las a força. Tantos anos de treinamento estavam dando bons resultados _irmão.

Hagrid continuou caminhando feliz até sua casa. Não via a hora de ter em suas aulas, novamente, crianças Potters, Grangers, Malfoys e Weasleys.

Não se enganava ao pensar que eles seriam o tormento dos professores.

Inclusive o seu.

E que delicioso tormento.

***

Seus passos estalavam na relva e quebravam as folhas secas do outono.

Fazia um sol fraco. Daqueles que só iluminam. Não esquentam, no fim das contas.

Narcisa evitava pisar nas plantas. Seus saltos altos batiam com leveza nas pedras de cimento do caminho.

Enquanto caminhava, pensava que poderia existir um universo paralelo em algum lugar.

Nesse universo, Lúcio não seria um comensal. Na verdade, ele teria um emprego de conselheiro no ministério. Cargo que ele largara, quando declarou abertamente sua lealdade ao lorde das trevas.

Nesse universo, Gina seria rica e de uma família nobre, então Lúcio iria gostar dela. E ela teria um filho de verdade. Um filho dela e de Draco. Com sangue Malfoy. Que a chamaria de vovó. E que Lúcio amaria com todas as forças do velho coração de avô.

Mas sabia que isso não era possível. Sabia que Lúcio estava morto, neste e em qualquer outro universo.

E seu único consolo era que, um dia, iria se encontrar novamente com ele.

E nesse dia, não haveria ressentimentos. Porque ela o perdoara.

Céus, ela sempre o perdoara.

Antes mesmo de ele pedir perdão.

No final das contas, não podia reclamar muito de Gina não ser rica e de uma família nobre. Porque aí, ela não seria A Gina. E Draco não se apaixonaria por ela. E não enfrentaria o mundo para alimentar esse amor. E não se transformaria no homem que ele era hoje.

E também não podia reclamar por Gina não ter tido um filho com sangue Malfoy. Prue era suficientemente Malfoy.

E um dia ela a chamara de vó.

Não soube se foi sem querer.

Mas isso a aqueceu por dentro.

Passava cada visita a casa do filho esperando ouvir um “avó” novamente. Tinha tantos netos, afinal. Era questão de tempo até que pegassem o hábito.

Chegou, finalmente, à lápide que procurava. Curvou-se e depositou uma rosa branca sobre uma rosa vermelha que já estava lá, ainda fresca e viva.

Narcisa sorriu.

Nunca visitara o túmulo de Lúcio com Draco, depois do enterro. Mas era assim que sempre sabia quando ele estivera ali.

Todos os dias.

As flores nunca chegavam a secar.

Todos os dias ele ia e trocava a sua.

Ela trocava a dela.

E era assim que ela podia ter certeza.

Ele o perdoara.

Ele sempre o perdoara, no fim das contas.

Antes mesmo de ele pedir perdão.

***

Ele não ia almoçar naquele dia, novamente.

Sabia disso. Teria que se contentar com um hambúrguer da lanchonete da esquina, como diversas vezes naquele ano.

Era demais querer seguir seu sonho.

Dino encarava seu reflexo no espelho, pensativo, enquanto fazia a barba.

Davam-se tão bem antes disso. Quer dizer, tão bem quando alguém pode se dar com Lilá Brown e suas tempestuosas demonstrações de afeto. Tempestuosas e embaraçosas, devemos dizer.

Ela queria. Queria de verdade que ele seguisse a carreira de jogador de quadribol. Ele tinha um time que decolava a toda velocidade rumo ao sucesso. Céus, ele era do Tempestade. O que ele podia querer além disso?

Bom, ele disse-lhe o que ele queria. Queria ser advogado. Queria ajudar as pessoas. Então largou o time e se enclausurou em um escritório que Lilá descrevia como de quinta categoria.

E desde então? Brigas. Muitas brigas.

Céus, ele não ficava por aí dizendo a ele que carreira seguir, ficava?

Não, não ficava.

Lembrou-se de quando a conheceu. De como ela estava magoada com Rony. De como ela parecia frágil. Mas não foi por essa Lilá frágil que ele se apaixonou. Ele só se aproximou dessa Lilá. Foi pela Lilá teimosa e obstinada que ele se apaixonou no fim das contas.

Ficou pensando se valia a pena viver nesse pé de guerra com ela para o resto da vida. Os negócios como advogado não iam tão bem. Ele ganhava rios quando era jogador. E, bom, ele não era advogado há muito tempo. Levava anos até que muitos clientes começassem a confiar nele de verdade. E, talvez, mesmo assim, ele fosse preferir cuidar de causas de pessoas que não tinham como pagar.

Esse era ele.

Será que Lilá não merecia uma vida de luxo e glamour, como a que estava acostumada antes de se casar com ele?

Abriu a porta do banheiro, atravessou o corredor e entrou no quarto. Lilá estava meio pálida, sentada na ponta da cama.

_Lilá? –ele chamou da porta. Ela virou-se para ele _Você está bem? _ele perguntou preocupado.

_Eu... _ela parecia meio confusa. Então sorriu, um sorriso meio hesitante _Dino, eu estou grávida.

Dino sentiu o baque da surpresa. Esse era o ponto final. Estava decidido. Daria ao filho a vida que tinha no Tempestade.

_Lilá, eu resolvi voltar ao time. Abandonar o escritório. –ele contou, entrando no quarto e sentando-se ao lado dela _Você tinha razão. O time é o melhor para nós, no momento. Melhor... –ele olhou para a barriga dela _Para o bebê. _Deu um beijo em sua testa e levantou-se _Amo você, Lilá.

_Dino. _ela chamou, quando ele já estava na porta _Não faz isso, não. _ela respondeu inclinando a cabeça. _Eu estava errada. _ela foi caminhando até ele _O dinheiro, a fama, as capas de revistas, não são tão importantes assim. _ela o alcançou-o e o enlaçou pela cintura. _Acho que eu precisei ter essa... Essa criaturinha dentro de mim, para poder amadurecer um pouco. _ele parecia incrédulo. Mirava-a como se nunca tivesse a visto antes _Nada material importa mais. O que importa é que você faça o que o deixe feliz.

Dino beijou-a, assim que ela concluiu o pensamento.

Era isso que importava, para ele no momento: Lilá. E o bebê.

***

Os Weasley formavam uma enorme massa ruiva no casamento de Hermione e Harry. Um casamento de verdade, dessa vez.

Em uma mesa, Fred e Jorge exibiam seus gêmeos orgulhosamente, para quem quisesse ver e ouvir. Angelina e Katie estavam radiantes.

Gui e Fleur estavam enroscados em uma mesa, murmurando coisas em francês um para o outro, eventualmente interrompidos por uma linda menininha de cabelos prateados, que pulava no colo deles a todo minuto exibindo as flores que sabia fazer sem varinha.

As crianças de Draco e Gina corriam pelo jardim. Gina corria atrás delas. Prue corria com Thiago. Draco corria atrás deles. Hagrid ria.

Carlinhos discutia com ele sobre dragões. Hagrid ria mais.

Tonks fazia sua famosa troca de nariz para Liesel. A menina ria. Lembrava Gina, quando ela se divertia com aquilo.

Em um canto separado, Simas, Dino, Lilá e Parvati encaravam, embasbacados, uma aliança no dedo de Neville.

Podiam ver uma igualzinha no dedo de Luna Lovegood, que discutia com Lupim sobre uns parentes dos lobos. Os aupadônomos.

Lupim jurava por tudo no mundo que não os conhecia.

De uma mesa mais afastada, Molly e Arthur olhavam para todas aquelas pessoas, sorrindo felizes.

A família crescia.

Como devia ser.

Nenhum deles reparou quando um único ruivo se afastou do restante. E aparatou para fora da festa.

***

Gostava de cores. As cores o distraíam. Gostava especialmente do branco. E ai de quem lhe dissesse que o branco nem era uma cor.

Porque branco era uma cor, sim.

Naquela tarde, o céu exibia um tom alaranjado. Se olhasse bem para cima, ele poderia ver réstias de azul. Se olhasse para o mar, também veria uma linha laranja que se afinava até chegar ao sol. E um mundo de águas azuis.

Afundou os pés descalços na areia.

Tirou o paletó e jogou-o ao seu lado. Sentou-se. Afrouxou o nó da gravata, como se ele estivesse sufocando-o.

E ali ficou sentando, mastigando e engolindo a vontade de ser ele no altar, com Hermione.

Ouviu um barulho ao seu lado, mas não se virou.

Sabia quem era. Sabia quem era a melhor amiga que tivera nos últimos meses. Sabia quem sempre estaria com ele, não importava onde.

Liv espreguiçou-se, puxou o vestido de festa para baixo e sentou-se.

_Você sabe, não sabe, Liv? _ele perguntou virando-se para ela. Ela mantinha um sorriso sereno no rosto _Que eu não a esqueci totalmente.

_Tudo bem, Rony. _ela esticou as pernas _Eu espero. Tenho todo o tempo do mundo.

Ele ainda a encarava. Tinha sorte por conhecer uma pessoa como ela. Divertida. Tranqüila. Amorosa.

_Liv. –ele chamou. Ela virou-se para ele. Seus dentes alinhados e impecavelmente brancos reluziam à luz do sol poente.

_Sim?

_Obrigado. _ele murmurou.

Só isso.

Somente um obrigado. Um novo sorriso.

Um lindo pôr do sol.

E a certeza de um futuro juntos e felizes.

Certeza não por parte deles.

Minha.

Deste que vos fala:

O destino.














Nas:

Olááá, desta vez é fim mesmo. Não tem aquela coisa de não vou contar que tem continuação para vocês acharem que esse é o final, porque esse é o final mesmo. Sabe como é, né? Foi feliz. Foi o final. Eeee o fim do Rony não é aquelas coisas que se diga, nossa que fim feliz pra caramba foi o dele, mas foi... Foi o fim que eu queria dar... Rsrsrs Porque eu amo o Rony e eu acho que ele merecia um fim poético assim hehehehe.
Bom, vamos lá, a algumas explicações:
(contém spoilers do livro sete)
O medalhão do Monstro. Eu sei que eu não expliquei muito bem como ele foi parar lá e que nas Quatro faces ele nem tem relação com o Monstro, mas eu não resisto a colocar uma coisa de verdade do livro que eu goste na fic. E nouzaa, eu amo a idéia da JK do medalhão. Amo a história que ela deu para o Régulos. De ele ser bom e do Monstro gostar dele e talz. E a parte que ele dá uma frigideirada na cabeça do Mundungus? Aaaaahhhh Muito legal. Por isso o medalhão foi parar no pescoço do monstro.
O Fred e o Jorge. Eles iam ganhar um pedacinho pequenininho no capítulo. Mas, enfim, eles tiveram um fim tristeee no livrooo!!! E eles são perfeitos! Eles são demais! Eles não mereciam um final triste! Então eu dei um final bonito e feliz e contente para eles na minha fic! EEEEE!
(Acabou spoilers!)
E, agora, sobre umas coisinhas que eu me inspirei por aí hehehe. Bom, quem já leu a Menina que roubava livros, deve ter reconhecido um monte de coisas no último cap e no epílogo. A primeira delas foi a morte buscando as almas. Foi de lá que eu tirei. A Liesel e o Rudy eu tirei de lá também. Uma homenagem aos personagens. Pq eu gostei mto mto mto desse livro. Outra coisa que eu também peguei de lá, foi a idéia das cores, quando o Rony está sentado na praia. E por fim, mas não menos importante, um narrador que conhece todo e todos. Um narrador simbólico. No livro era a Morte que narrava. Aqui eu adotei o destino. Bom, quem não leu, é uma sugestão, porque é muito bom, mesmo.
Aí vocês aproveitam e me arrumam um Rudy de presente, porque já que o Pacey não vem, né?
Rsrsrsrs


Jack, minha adorada leitora Jack!!!!! Vou sentir muita faltaaaa suaaaa por akiiiiiii. Aaaaii nem me fale em estágio que me dói a cabeça. Eu vou ter uma DP por causa da porcaria de naum fazer estágio. Mas acho q foi culpa minha. Eu naum fui muito inteligente. Eu coloquei no meu relatório que fazia 55 minutos em cada aula. Mas nenhuma escola tem aula de 55 min >.< É óbvio que ela vai ver que eu naum fiz estágio nenhum. To até na dúvida: Entrego e arrisco, ou nem entrego, para poupar ser pegar na mentirinha hehehehe? O q vc acha? Ai, Jack, chegou a quebrar seu dedo? Teve que engessar e tudo? Hauahuahuahauha, não se sinta chateada com ele naum. Uma vez, eu era pequena e queria ser desenhista. Aí minha mãe virou e falou: Mas você naum sabe desenhar :/ Imagina... Isso que é desistimular uma criança rsrsrsrs... Aaaaaahhh eu sei que música é... É bonita... Mas eu naum conhecia o cantor... Bom, não foi antes do ano novo, mas Feliz 2008 de qlqr forma hehehehe... Ah, então, quanto ao trabalho, no fim das contas eu naum fiz O.o rsrsrsrsrs... Mas eu tenho vontade de terminar aquele livro sim... Quem sabe naum vira um livro de verdade publicado (ai, ai, esperança, esperança) rsrsrsrsrsrs... Mas se naum virar, e eu terminar, eu t mando ele ^^ Hauhauahuhauha, acredita que eu nem lembrava disso. Mas minha cabeça é que nem uma bolsa muito grande sabe? Você vai pondo coisa, aí quando começa a tirar naum sabe nem mais de onde veio.... rsrsrsrs Pode ser q tenha sido do filme sim, naum lembro hehehehe... Enfim, espero que você tenha gostado do fim, Jack! e q vc naum suma! Pq vc foi uma pessoa q eu adorei conhecer por meio da fic, viu? Mtssss Bjssss, teh maisssssssss

Mariana, O Dumbledore esperava que ele viesse, neh? E estava pronto para enfrentá-lo... hehehe.. Quer dizer, nem tão pronto, neh? Pronta tava a Hermione com um exército lá fora rsrsrsrsrs... E O Thiago dando uma de egoístaaaaa... rsrsrsrs... Mas era só insegurança... Depois ele viu que ela era uma menina legal... Ah, feliz 2008 tbm!!!! Bom, espero q tenha gostado do fim... Bjssss, teh maissssssss

Bazinha, Rsrsrsrs, oh esse eh grandinho e saum dois hein... rsrsrsrs Dois de uma vez soh... Espero que tenha gostado... Obrigada por ler... Bjsss, teh maissss

Andréa, Feliz 2008 tbm!!!! Rsrsrs verdd, sobra sempre pra eles, neh? Eh, a Prue e o Thiago acabaram aprendendo da maneira mais difícil como é perigoso ser filhos deles.... Mas deu tudo certo no fim das contas... E Draquinho arrancando os cabelos loirinhooos. Imagina. A filha dele com um Potter... rsrsrsrsrs... E o Draco tava soh orgulhoso demais, coitado... Ele nunca tinha tido uma filha tão legal rsrsrsrsrsrsrs.... Bom, espero q vc tenha gostado do fim, e que naum tenha se arrependido de me acompanhar ateh aqui ^^ Obrigadaa bjsssssssss PS: ah, pode dexar, agora q a fic acabou, vai dar tempo de ler sim... Obrigada pelo convitee... bjsssss

Aninha, feliz 2008, Fico muito feliz por vc ter gostado... E espero que tenha gostado do fim tbm ^-^ Muito obrigada por ter ficado até aki... Mtsss bjssss Teh maissssssss

Daniela, fiiim da curiosidade rsrsrsrs... Espero q tenha gostado do cap... Me fala o que achou tah? Obrigada pela companhia... Bjssss, teh maisssss

Giuliana2, aaaahhh fico mto feliz por vc ter gostado... E agradeço mto mto mto os elogios. Isso eh mto importante para mim. Feliz 2008 tbm... E espero que tenha gostado do fiiim.... Mtsss Bjssss, teh maissssss

Nick, Feliz 2008!!!!! Aaaaahhh fikei mtoooo contente com o comentáriooo!!!!! Fikei mto feliz por vc ter achado q ele foi bem estruturado :D rsrsrsrsrs... Obrigada por todo esse tempo acompanhando a fic, Nick!!!!! Espero q vc tenha gostado do fim ^-^ Mtsss Bjssss Teh maisssssss

Tatazinha, rsrsrsrs... Menina, eu tbm adoro matar os personagens rsrsrsrs... Amooo fins tristes rsrsrsrsrs... Mas, nessa fic, eu acabei optando por um feliz (sei lah pq) rsrsrsrs... Mt obrigada por ter continuado aki ateh o fim, espero q vc naum tenha se arrependido :P Me fala o q achou do final tah? Bjsssss Teh maisssssssss

Lílian, hauhauhauhauha, verdd, Maroto no nome e no sangue. Só podia dar nisso... rsrsrsrsrs... Espero q vc tenha gostado do fim, Lílian. Muio obrigada por ter me acompanhado esse tempo todo (foi uma das primeiras leitoras de Quatro faces, neh?) Obrigada por todas as sugestões e por tudo ^^ Mtsss Bjssss, teh maisssssss


Enfim, quero agradecer a todo mundo que leu essa fic, q comentou, q teve paciência, q me aguentou. Quero agradecer a todas opiniões, idéias, sugestões, críticas, mas principalmente os elogios (hehehehe) q td mundo gosta e q motiva neh?
Vcs foram mto mto mto importantes pra mim, assim como essa fic foi.
Eu espero q vcs tenham gostado, pq ela é basicamente um pedacinho do meu sonho, neh? de ser escritora.
Muito obrigda mais uma vez.
A fic naum seria nada sem vocês.
Mts beijos a todos.
Um feliz 2008


E até a próxima ;)

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Comentários (1)

  • Isis Brito

    FIC PERFEITA!!! *---------------------*Eu reconheci os trechos da morte, do livro "A menina que roubava livros", e vc tem razão: a história é realmente muito boa!!E por fim deixo aqui meus agradecimentos e um grande parabéns... Parabéns por essa... Por ESSAS histórias FANTÁSTICAS!! Nunca tive tanta vontade de ler rápido uma história...! Adorei demais, de verdade!E por último, um obrigada... Romances sempre fazem bem ao meu coração... =) 

    2012-08-10
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