Todo Malfoy tem

Cap 16_

Hermione sentiu uma brisa fria, carregada de maresia, batendo em seu rosto. Abriu lentamente os olhos. Isso não combinava, de maneira nenhuma, com seu sonho, onde uma ponte pegava fogo, e deixava tudo ao redor muito, mas muito quente.

Sentiu um toque em seu braço. Abriu os olhos e distinguiu um vulto sobre sua cama. Deixou escapar uma exclamação de surpresa, levantando-se rápida e repentinamente e erguendo uma mão para pegar a varinha na cômoda.

Mas uma mão interrompeu seu gesto, segurando firmemente seu pulso.

_Tudo bem. Sou eu. _uma voz que ela conhecia muito bem a acalmou. Seu coração começou a palpitar violentamente. Sua mão baixou lentamente de volta a cama e ela sentou-se. Harry curvou-se para ela _Mione, _ele disse em um sussurro urgente, com um sorriso divertido nos lábios _eu sei quem eu sou.

Mione não entendeu exatamente o que ele quis dizer. Seus neurônios sonolentos e perturbados pelo pesadelo que acabara de ter se recusavam solenemente a trabalhar. _É? _ela perguntou com calma, e com um sorriso doce _Quem é você?

Harry sentou-se sobre os calcanhares e assumiu um ar solene: _Meu nome é Harry.

_Prazer em conhece-lo, Harry. _ela respondeu, achando que ele estava brincando e entrando na brincadeira.

_E... Eu tenho um filho. Eu tenho um filho maravilhoso, esperto e muito corajoso. Eu sou solteiro, mas temporariamente, é claro, porque eu amo uma mulher, e não pretendo deixa-la sair tão cedo da minha vida, mesmo ela sendo ministra. Se tem uma coisa que eu quero na vida, além de me casar com ela e criar meu filho, é matar um vilão que anda por aí destruindo a vida das pessoas. Ele matou meus pais. Fez uma pessoa que eu conheço perder o bebê. Isso sem contar as inúmeras mortes que ocorreram bem debaixo do meu nariz sem que eu pudesse... Fazer nada. E ultimamente eu andei meio estranho. Acho que eu tinha perdido a única coisa que torna uma pessoa especial. A autenticidade. E eu fiquei procurando muito isso. Porque eu queria de volta. Eu precisava dela. _Mione foi sentindo que lentamente seus neurônios despertavam. Aquilo era importante. Entrava em sua cabeça e descia diretamente para seu coração. _Mas agora eu estava lá fora, sentada na areia, e percebi que eu estava procurando no lugar errado. Não estava no mundo, Mione. Estava em mim. Eu a encontrei.

_Você recuperou a memória?

_Não. _ele retrucou com urgência na voz _Isso é o que eu sou. Eu não lembrei. Eu senti. E é isso o que importa. Só isso. Foi o Hagrid tentou me dizer esse tempo todo e eu... Eu não percebia. Eu não entendia quem eu era. Porque eu não sabia o que eu queria. Agora eu sei. E... Tudo faz sentido. Mesmo sem ter um passado. Porque eu sei que tenho um futuro.

_Isso... _ela não sabia o que dizer. Seu coração borbulhava por saber que finalmente ele entendia. Não importava quem ele fora. E sim quem era agora. _É maravilhoso, Harry.

_Eu sei. _ele murmurou. Seus olhos cruzaram com o olhar dela, e seu corpo pareceu se incendiar. Por alguns minutos apenas encarou-a. Então pareceu voltar de um transe. _Desculpe por invadir seu quarto desse jeito, eu só... Precisava falar.

_Tudo bem. _ela respondeu docemente.

_E... Você não acha que é muito perigoso deixar a casa sem proteção. Foi extremamente fácil entrar aqui.

_Ela tem proteção. _Mione respondeu dobrando a perna, e apoiando o queixo no joelho _Só entra aqui quem tem amor.

Encararam-se novamente. _Entendo. _Harry murmurou por fim _Eu... Preciso ir.

E levantou-se.

_Espera! _Mione saltou repentinamente, colocando-se de joelhos na cama e segurando o braço do garoto. _Harry parou, encarando-a. Já colocara um dos pés no chão. O outro joelho ainda estava sobre a cama _Fica. _ela pediu com a voz fraca.

Já estavam muito próximos. Ele desceu totalmente da cama, parando em pé ao lado dela.

I thought you'd be out of my mind
Eu pensei que você estaria fora da minha mente,
And I'd finally found a way to
E [que] eu finalmente tinha encontrado um modo de
Learn to live without you
Aprender a viver sem você.

Seus braços fortes envolveram sua cintura. Hermione passou seus braços volta do pescoço do garoto, e descansou a cabeça em seu peito. Harry puxou-a para mais perto. Seus corpos se comprimiram um contra o outro. Uma das mãos de Harry saiu de onde estava, para alisar os cabelos castanhos da garota.

I thought it was just a matter of time
Eu pensei que era apenas uma questão de tempo
'Til I had a hundred reasons
Até que eu tivesse uma centena de motivos
Not to think about you
Para não pensar em você.

_Eu amo você. _ele murmurou em seu ouvido.

Hermione afastou seu rosto. _Não... _ela murmurou em voz baixa, com os olhos fechados, a respiração suspensa _Fale. _ela pediu. Então, colou seus lábios aos dele, num gesto de amor puro e verdadeiro.

But it's just not so
Mas simplesmente não é assim,
And after all this time
E após todo este tempo
I still can't let go
Eu ainda não consigo desistir...

Harry puxou-a ainda mais para si. O beijo se aprofundou. As mãos de Hermione começaram a bagunçar seu já bagunçado cabelo negro. Harry apoiou novamente um joelho na beirada da cama. Suas duas mãos se instalaram em sua cintura.

I've still got your face
Eu ainda tenho seu rosto
Painted on my heart
Pintando em meu coração,
Scrawled upon my soul
Rabiscado em minha alma,
Etched upon my memory baby
Gravado em minha memória, baby.

Empurrou-a delicadamente. Seu corpo delicado cedeu imediatamente. Seu coração pulsava, enquanto sentia o peso de Harry sobre si.

I've got your kiss
Eu tenho seu beijo
Still burning on my lips
Ainda queimando nos meus lábios.
The touch of your fingertips
O toque da ponta dos seus dedos,
This love so deep inside of me
Este amor tão profundo dentro de mim...

Um único feixe de luz cruzou o céu com velocidade. Seguido de outros quase tão rápidos, formando uma linda chuva de ouro sobre o mar.

Da mesma forma que Harry podia explodir cidades, quando nervoso. Podia fazer chover estrelas, quando feliz.

I was trying everything that I can
Eu estava tentando tudo que posso
To get my heart to forget you
Para fazer meu coração te esquecer
But it just can't seem to
Mas ele simplesmente parece não conseguir

_Promete, Harry? _Hermione perguntou ofegante, com a voz entrecortada.

_O quê? _ele perguntou erguendo o rosto para olha-la. Nunca a vira tão linda. Poderia jurar que nunca estivera tão radiante.

_Que você nunca mais vai fazer isso. Que você nunca mais vai embora.

Harry sorriu e afastou uma mecha de cabelo que caia no rosto da garota. _Prometo. _e beijou-a, novamente, selando totalmente a promessa.

I guess it's just no use
Eu creio que é simplesmente inútil:
In every part of me
Em cada pedaço de mim
Is still a part of you
Está ainda um pedaço de você...

***





Gina já saíra para o trabalho e Draco estava planejando acordar Prue mais cedo e leva-la ao treino do Tempestade com ele. Poderia até ficar mais tempo no campo, ensinando-a a voar.

Cruzou o corredor lenta e silenciosamente. Já até imaginava a expressão aborrecida da garota, pedindo para dormir um pouco mais e reclamando que era muito cedo. Riu sozinho. Ela era como Gina. Irritá-la era muito engraçado. Quanto mais, melhor.

Quando abriu a porta, entretanto, parou surpreso na soleira da porta.

_Você é tão sem graça. _ele resmungou, encontrando Prue sentada em um dos pufes, de pernas cruzadas, lendo um grande livro de fábulas.

Confusa, a menina ergueu os olhos e ficou um tempo encarando-o. _O que foi? _ela perguntou sem entender.

_Você devia estar dormindo. Para eu acordar você.

Prue franziu a testa. _Isso não faz muito sentido, faz?

_E isso são horas de criança acordar? Nós vamos matriculá-la na escola amanhã, você devia aproveitar para dormir enquanto pode.

_Você não tinha muita intenção de me deixar dormir, tinha? _ela franziu a testa novamente _E, de qualquer forma _ela fechou o livro sobre o colo _Miss Bingle nos acordava muito mais cedo do que isso. _e levantou-se _Já estou de pé a horas. Desde antes de a Sra Malfoy sair. Estou acostumada a acordar cedo.

_Por que não tenta chamá-la de mãe? _ele sugeriu com um tom de voz leve _Vai soar muito mais natural. _Prue corou constrangida. Draco sorriu. _Tudo bem, tudo a seu tempo. _e fez um sinal para que ela o seguisse. _Vou levar você para assistir meu treino.

Prue apressou-se para acompanhar seu passo e saiu para o corredor. _Você joga? _ela perguntou interessada.

_Não. Eu sou empresário do time. _ele respondeu, descendo as escadas. Prue sentou-se no corrimão e deslizou ao lado dele.

_Ah, entendo. _ela pulou, ao chegar no chão, graciosamente sobre o tapete _Você é aquele que fica dizendo aos outros o que fazerem, enquanto eles se matam sozinhos.

_Muito espertinha, mocinha. _ele respondeu com um sorriso irônico, e abriu a porta para ela passar.

_Vamos aparatar? _ela perguntou saltitando pelos degraus de entrada.

_Não. _Draco respondeu apontando para a vassoura bem tratada encostada com cuidado à parede _Vamos voar.

Os olhos de Prue brilharam com energia. Sem titubear, ela correu para a vassoura. Draco sorriu feliz.

Quanto mais conhecia a garota, mais a considerava sua filha. Ainda que ela não tivesse seu sangue, sentia que tinha sua alma . Sentia isso, enquanto o céu se abria a sua frente. Era como se existisse entre eles uma ligação que nada mundano poderia destruir. Ela era sua filha espiritual. Não havia como negar. Não enquanto ela a via abrir os braços, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos, deixando o vento brincar livremente com as mechas de seu cabelo anelado.

Era óbvio que ela adorava aquilo. Assim como ele.

Observava a cena com uma alegria serena no olhar. Mas, quando ergueu os olhos novamente, viu algo que o fez segurar, repentinamente, a garota e a dar uma brusca guinada na direção.

_Abaixa! _ele gritou, virando a vassoura para o chão. Uma fileira de comensais a sua frente preparam-se para segui-lo. Prue gritou, cobrindo o rosto com as mãos. Conhecia aquelas capas pretas. Não queria que eles se aproximassem dela de novo. _Tudo bem, meu amor, tudo bem. _Draco murmurou em seu ouvido, enquanto, habilmente, descia alguns metros, passando por baixo da barreira de comensais, e subia novamente do outro lado.

Clarões de luz começaram a passar velozmente por eles. Prue ainda gritava, enquanto Draco pilotava fazendo um zigue zague para se livrar dos feitiços. Debruçou seu corpo o mais que pôde, fazendo a vassoura ganhar mais velocidade.

_Vamos, vamos, lá. _ele disse mais para si mesmo do que para Prue. Ou, talvez, para a vassoura _Mais rápido.

Olhou para trás e constatou que conseguira deixa-los para trás. Sua vassoura ainda era a mais rápida que o ouro podia comprar. Suas habilidades de apanhador não haviam sido totalmente esquecidas.

Não entendeu porque Prue voltara a gritar. Só se deu conta, quando olhou novamente para frente.

Um semicírculo de comensais se formara em volta deles. Não havia como desviar. Estavam cercados. Um comensal planou um pouco a frente, e, lentamente, baixou o capuz.

Uma cabeleira loira deslizou sobre seus ombros. Olhos cinzentos tornaram-se visíveis. Lucius.

Draco não conseguia acreditar. Mas não tinha muito tempo para se forçar a engolir isso. Rapidamente, embicou a vassoura para baixo e desceu até o chão.

Tinha plena consciência dos comensais atrás de si. Quando seus pés bateram na grama fofa, pulou da vassoura, segurou Prue pela cintura com as duas mãos e colocou-a no chão.

_Escuta, _ele falou, mantendo a voz calma e curvando-se até que seus olhos ficassem nos mesmos níveis que os dela. Olhou em volta, para ter certeza de onde estava. Era muito perto do campo de quadribol _você precisa correr até o campo de quadribol e pedir ajuda, certo? _Prue fazia que não, lentamente, com a cabeça e com os olhos cheios de lágrimas. Draco não deu atenção _Você precisa correr. _e apontou _É só seguir em linha reta, até depois das árvores. _e empurrou-a _E não volte. _ele pediu com urgência.

Prue deu uns passos incertos a frente. Depois olhou novamente para trás.

_Corra! _Draco ordenou, com um tom que só ele sabia fazer. Prue estremeceu. Teve ímpetos de correr. Mas os comensais desceram na grama atrás de Draco, ele virou-se para eles com a varinha erguida, e ela ficou petrificada no mesmo lugar.

Um a um, os comensais desceram e se enfileiraram ao lado de Draco. À frente de todos, Lucius sorria presunçoso. Ao todo, eram sete. E ele era apenas um.

_Como você pode querer proteger aquele aborto imundo? Seria um favor se nós a matássemos.

Draco sentia ódio. Não somente de Lucius. Mas de si mesmo. Por não ter matado o pai quando tivera a chance. E agora ele estava ali. E iria mata-lo. Não hesitaria. Era somente o que ele queria. E por que não conseguiria isso com sete ao seu lado?

_Como nos achou? _ele perguntou tentando ganhar tempo. Tempo? Que tempo? Não tinha tempo. Era questão de minutos até encontrar a morte. Podia sentir seu odor fétido se aproximando.

_Casinha na montanha, Draco? _Lucius perguntou com desdém _Foi muito fácil achar. E espionar. E planejar. E, finalmente, _ele completou com um sorriso letal _atacar.

_Para quê tudo isso? _Draco perguntou balançando a cabeça e com um olhar triste _Para que nos perseguir como se tivéssemos feito algo errado.

_Você fez algo errado. _Lucius ergueu a varinha para ele _ME ENVERGONHOU! _ele bradou, lançando no filho um cruccio.

Draco sentiu o corpo queimar. Seus nervos todos pareciam se esticar a ponto de quase romper. Caiu de joelhos, e jogou a cabeça para trás. Não. Não ia brigar. Não ia lhe dar esse gostinho de vê-lo de debater como um pequeno roedor em uma ratoeira. Apenas ergueu a cabeça:

_Envergonhei-o como? _ele perguntou com calma _Tentando amá-lo?

_Escolhendo uma garota imunda para ser sua esposa. Escolhendo um aborto para ser sua filha.

_Se isso o envergonhou, pai, sinto muitíssimo. Mas eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo. Queria que você pudesse sentir o que eu sinto quando fico olhando Gina dormir a noite. Ou quando ela se aninha em meus braços e eu posso me sentir amado. Ou quando Prue me olha com aqueles olhos redondos e escuros, cheios de curiosidade e inteligência, demonstrando admiração por algo que eu faço ou fiz. Eu me sinto pai. E, neste momento, me sinto extremamente triste por saber que você nunca se sentiu assim. E eu sei, porque eu sou seu filho, e nunca o admirei.

_Você é patético. Você se transformou de um sonserino em potencial em um patético sentimental.

_Não, me transformei em uma pessoa que ama. _ele retrucou _Você não estava lá para ver. Mas eu sei porque não tive coragem de matar você quando pude. Eu tinha esperanças. Eu ainda tenho na verdade. Eu acho, que algum dia, você vai ter a chance de fazer algo que deixe os outros orgulhosos de você. Quero que você tenha a chance de escutar uma palavra de carinho sincera como as que eu escuto todo dia e retribuí-las. Só assim você ficará plenamente feliz. _e sorriu _No fim das contas, eu confio em você.

Lucius ficou paralisado. Seu braço pendeu molemente ao longo do corpo. Por alguns segundos o silêncio dominou o lugar.

_Mas o que está fazendo? _McNair perguntou impacientando-se. Lucius não respondeu. _Vamos, _ele continuou, com raiva, empurrando-o _eu cuido disso. _e apontou sua varinha para Draco _Cruccio.

Draco sentiu uma dor insuportável novamente. Seus punhos se fecharam. Suas unhas se enterraram nas palmas das mãos.

Prue observava tudo, paralisada.

Lucius também. Até que se deu conta da situação ao seu redor.

Era seu filho. Era seu filho que estava ali, gritando de dor, prestes a morrer.

Era o maior idiota do mundo, ao seu ver. Mas era seu filho.

Ele nunca disse que amava esse filho. E ele o amara muito. Lembrava-se de quando ele nascera. E como ele olhara para aquele bebê lindo, loiro, de olhos azuis, e dissera para todos que ele ia ser exatamente como o pai.

Queria mesmo que ele tivesse sido igual a ele.

Queria?

Porque no fim das contas, Draco era feliz. Tinha uma família feliz. Era amado e era capaz de amar de volta. E ele? O que ele era?

Nunca nem dissera que amava o filho. Não podia deixa-lo morrer antes de fazer isso.

_Pare. _ele disse simplesmente erguendo uma mão.

_O quê? _McNair perguntou com uma voz sibilante e virando-se para ele. Draco caiu molemente sobre a grama.

_Eu disse para parar. É meu filho.

McNair apenas encarou-o por um momento. E então começou a rir. _Você está brincando, não está?

_Não. Não estou. É meu filho.

_Ele casou-se com a escória. _McNAir repetiu indignado _Adotou um aborto. _As palavras invadiram Lucius, ferindo-o. Ele sabia. Sabia disso tudo.

_Vamos embora. _Lucius limitou-se a dizer, virando-se. Mas McNair segurou seu braço.

_Não, não vamos. Viemos até aqui para isso. O Lord sabe que estamos aqui. Nos parabenizou pela iniciativa. O que acha que ele vai dizer se voltarmos sem mata-lo.

_Eu não posso fazer isso. _Lucius respondeu. O olhar de McNair se endureceu.

_Nós podemos. _e virou-se novamente para Draco.

Draco ergueu a cabeça, encarando-os silenciosamente. Ouvira tudo de onde estava. Lucius pôde ver os lábios do filho se abrindo e fechando, formando a frase “obrigado, pai’.

Assim, um simples obrigado. Não por algo material, para variar um pouquinho. Isso foi como uma brisa quente em um dia de inverno.

McNair lançou o feitiço mais uma vez. Lucius não pôde se conter. Antes que se desse conta do que estava fazendo, Lucius pulou na frente de Draco. E a maldição da tortura acertou nele.

Lucius deu um berro, enquanto seu corpo vibrava com a dor. McNair parou quando viu onde tinha acertado. Então foi até Lucius e o sacudiu pelo braço:

_O que está fazendo?

_É meu filho. _ele balbuciou _Não posso deixar isso acontecer. Não consigo.

McNair encarou-o por alguns minutos. _Se não está conosco, Lucius _ele murmurou maldosamente _está contra nós. _e fez um gesto para que os comensais se aproximassem.

Draco viu o pai virar a varinha contra os próprios amigos. Então, levantou-se. Agora tinha boas chances de ganhar se lutasse. Não era mais um contra sete. Eram dois contra seis. Não que a perspectiva melhorasse muito. Mas era seu pai. Era seu pai, lutando pela primeira vez por ele.

Feitiços voavam a toda velocidade por todos os lados. Prue tremia. Não conseguia correr. Não conseguia se mover. Estava com medo. Lágrimas escorriam por seu rosto. Aquilo já acontecera uma vez. Já haviam lhe tirado seus pais dessa forma.

Draco acabara de nocautear um comensal, quando três feitiços estuporadores o acertaram ao mesmo tempo. Perdeu os sentidos. Sequer chegou a sentir quando seu corpo foi lançado pelos ares, até bater contra um muro de pedra e escorregar para o chão.

Lucius se sentia um idiota. Sempre fora muito calculista. Como podia ter se virado contra os comensais. Por quê? Aquilo era tão, obviamente, tolo. Então, viu Draco desacordado. Lembrou-se de te-lo nos braços quando bebê. A última vez em que demonstrara algum afeto. Queria transforma-lo em uma pessoa forte. E não em um babaca sentimental. Isso fora realmente idiota.

Eram cinco comensais agora. Contra um. Antes que percebesse, foi acertado também. Seu corpo foi arremessado.

Draco recuperou a consciência a tempo de ver o corpo do pai caindo ao seu lado.

_Sinto muito, Draco. _Lucius disse, com a voz fraca _Pena ter percebido muito tarde. _Draco não respondeu. Só fez uma careta de dor _Mas tudo bem, acho que eu posso morrer em paz agora. Já fiz o que precisava. Já disse que amo meu filho.

_Você não disse que me amava. _Draco respondeu, enquanto os cinco comensais se aproximavam um ao lado do outro, com as varinhas apontadas para eles.

_Bom, eu amo você, filho. Mesmo você sendo um idiota e se casando com um lixo e tendo um aborto como filha. Agora posso já posso morrer.

_Eu não posso morrer. _Draco retrucou, como se discutisse apenas uma ida ao super mercado. _Não estou com vontade nenhuma de morrer sem me despedir de Gina.

_Tem razão. _Lucius, concordou, vendo os comensais cada vez mais próximos _Preciso vez Narcisa. Não tenho sido muito justo com ela nos últimos anos. Acha que ela me perdoaria, Draco?

Draco suspirou. _É. _ele comentou com um sorriso cansado _No final das contas, todo Malfoy tem.

Lucius fez um esforço para virar seu rosto para ele. _O quê? _perguntou intrigado.

Draco fechou os olhos, com o mesmo sorriso nos lábios. _Coração. _respondeu com simplicidade.

Lucius pareceu surpreso. Ele afastou o rosto e ficou um minuto em silêncio. Mas logo seu rosto de descontraiu, e ele se recostou no chão novamente.

Então, os comensais os alcançaram. Seguraram com firmeza as varinhas. Draco ergueu os olhos.

Ao longe, Prue observava a cena, chorando mais desesperadamente. Não queria perder Draco. Ele era o único que a entendia. Era... Seu pai.

Fechou os olhos com força e com medo. Sua cabeça começou a doer. Sem pensar muito no que estava fazendo, ergueu as duas mãos e passou-as pelos cabelos, apertando-os.

Chorou ainda mais.

Então, Draco viu tudo acontecer, sem entender como. Em um momento estava sendo torturado cruelmente com o pai. No outro, a dor parara.

Uma a uma, as varinhas dos comensais começaram a explodir. Eles olharam em volta sem entender. Lucius também. Draco ergueu a cabeça, olhando além dos comensais. Viu Prue.

A cabeça da garota doeu ainda mais. Ela sentou-se no chão, apertando ainda mais os cabelos negros entre as mãos.

Os comensais começaram a gritar de dor. Um a um, todos caíram na grama, se contorcendo e gritando. Draco repentinamente entendeu.

Com esforço, levantou-se de onde estava e correu para a menina. Abaixou-se ao lado dela e segurou seu rosto com as duas mãos: _Tudo bem, Prue. _ele disse com a voz fraca _Tudo bem, eu estou aqui.

Relutantemente, Prue abriu os olhos. Quando viu que era Draco, sorriu, e atirou seus braços em volta de seu pescoço.

_Eu fiquei com muito medo, pai. _ela disse, sem pensar no que dizia.

Os comensais pararam de contorcer. Seus corpos ficaram inconscientes no chão. Lucius perdeu os sentidos.

Draco afagou os cabelos da menina, com extrema fraqueza. Então, caiu para o lado, e perdeu os sentidos também.

***

Hermione abriu os olhos lentamente, sentido a luz do sol, já forte, invadirem sem cerimônia, suas retinas. Piscou, esfregando os olhos, e abriu-os finalmente.

E viu Harry parado, perto da porta, escutando com atenção um barulho que vinha da sala.

Sorriu, feliz. Por alguns segundos, achou que tinha sido um sonho.

_Bom dia, Harry. _ela disse, sentando-se e sorrindo para ele. Harry virou-se, surpreso, para ela _O que está fazendo.

_Está ouvindo? _ele perguntou, apontando para a sala. Hermione prestou atenção ao som, mas era totalmente normal.

_É só o Thiago, jogando videogame. _ela respondeu tranqüila _É um jogo trouxa, que o pai do Rony deu para ele. Ele gosta bastante.

_Não, eu sei. _ele retrucou um pouco nervoso _Eu abri uma fresta na porta para olhar.

Hermione mirou-o, confusa. _Então o que foi?

_Ele... Ele já está acordado. _Mione piscou confusa. Continuava sem entender _O que eu faço? Saio do quarto? Quer dizer, ele... Vai ficar confuso. O que eu vou dizer para ele.

Mione chegou quase a achar graça. Sorriu novamente. _Tudo bem, Harry. _e levantou-se da cama _Ele sabe que você voltou. Foi o primeiro, a saber. _e beijou-o com carinho, segurando seu rosto com as duas mãos _Vem, vamos tomar café. _e saiu do quarto.

_Ei, espera. _ele pediu, pego de surpresa, mas Hermione já tinha aberto a porta e saído. Mordeu o lábio, e bagunçou a parte de trás do cabelo, nervoso. Então saiu atrás dela.

As janelas, todas abertas, deixavam entrar a iluminação do sol. O ambiente era confortável e claro. As portas envidraçadas davam vista a uma imagem paradisíaca, formada por palmeiras que balançavam ao vento, areia branquinha e um mar azul esverdeado, que se ondeava levemente.

Ficou parado na porta, sem saber como reagir. Hermione, um pouco a sua frente, estendeu os braços para o filho. Thiago pulou do sofá, correu para a mãe e beijou-lhe a bochecha. Então, a ministra pulou por cima do videogame no chão e foi para a cozinha, preparar o café. E Thiago viu Harry.

_Hei... _Harry cumprimentou nervoso _Tudo bem com você, garoto? Quanto tempo, não é? _ele perguntou, referindo-se a última vez em que tinham se visto.

Thiago não respondeu. Só sorria para ele. Harry estava começando a ficar nervoso.

_Sabia que você ia voltar. _ele disse, finalmente, sorrindo mais ainda _Quer jogar? _ele perguntou voltando a sentar no sofá, e estendendo um joystick para ele.

_Acho que posso tentar. _ele respondeu, sentando-se ao lado do filho, e aceitando o aparelho que ele lhe oferecia.

_Você veio para ficar, agora, não é? Para sempre? _Thiago perguntou com um tom absolutamente natural. Harry se sentia levemente entorpecido. Era uma realidade absolutamente nova ter um filho.

_É. _ele respondeu, sem evitar um olhar terno direcionado ao filho _Para sempre.

_Que bom. _ele comentou. Então, Hermione debruçou-se sobre o balcão que separava a espaçosa cozinha da sala.

_O café está pronto _ela anunciou sorrindo, e voltou para a mesa.

Thiago levantou-se animado, pulou por cima do videogame e foi para a cozinha.

Harry ficou sentado no sofá, encarando o chão. Faltava alguma coisa. Um detalhe para deixa-lo totalmente feliz.

Thiago apareceu na porta.

_Você não vem, pai?

Harry ergueu os olhos e sorriu.

Não faltava mais nada.








Nas:

Thais, rsrsrs realmente, soh o Draco pra falar besteira em hora séria. Mas era a Gina, sim... Vai ver ele se apaixona por ela todos os dias... rsrssrs... Bem q eu queria algm se apaixonando por mim tds os dias rsrsrsrsrs... tcharam, o q ele foi fazer na casa da Mioneee... rsrsrs... Espero q tenha gostadooo rsrsrsrsrs... Deixa um coment falando tah? Bjsss, teh maissss

Mariana, verdd, a Mione tah mto mah com o Rony, coitado, ele kerendo salvar a vida dela, e ela nem tem paciência com ele. Coitado, ngm tem paciência com ele rsrsrsrs... Eeeee o Harry naum lembroou :O Mas o q vc achou disso. De ele naum ter lembrado no fim das contas? hehehe... Me fala tah? Bjsss teh maissss

Laninha, o Rony ainda naum viu... hehehehe... Mas eu naum acho q ele vai achar a coisa mais legal pra se achar na casa da praia rsrsrsrs... Eeehh ele lembrou bastante coisa, mas naum td rsrsrs... e o Thiagoooo... no fundo ele sabia q ele voltaria rssrsrsrs.... Bom, logo logo o Voldie morre hehehehe.... Tah acabando jah :P Espero que tenha gostado do cap :) Bjss teh maisssss

Jack, aaaahhh, eu pensei uma vez em escrever uma chamada o Cubo. Pq tem seis faces :P:P:P auhauhauhauhauha... Aí seria com os Marotos. Seria Sirius/Belatriz, Thiago/Lilían, Tonks/Lupin... (apesar do Lupin ser bem mais velho q ela, eu faria uma diferença soh de sete anos. Hehe SOH sete anos. Quase nada rsrsrsrs) mas nada de concreto, sei lah rsrsrsrs... Vc naum encheee... Você com certeza faz uma pessoa muitíssimo feliz rsrsrsrs... O q achou do cap Jack???? Kero sabeeer heein!!! rsrsrsrs bjsssss teh maissss

Kamikinha, aaaiii eu tbm passava rsrsrsrs... claaaaro, tem q mencionar neh hehehehehe... Imagina, deixar os quadradinhos do Draco fora da história hauhauhauhauhauha... Eh verdd, ficou clichê msm... Era o óbvio pra se acontecer rsrsrsrs... Espero q tenha gostado do cap... bjssss teh maissssss

Ananda, postaaado, rsrsrsrsr. Espero q tenha gostado :D Bjsss, teh maisssss

Julia, aaaahh tadinho do Rony. Ele soh tava tentando proteger a Mione rsrsrsrsrs.... siiim, finalmente ele se lembrou de bastante coisa, maaas naum tudo... E aí, o q achou do q aconteceu? Quero saber, hein? rsrsrsrs Bjsssss teh maissssssss

Leticia, tharam, lah estah o Harry na casa da praia rsrsrsrsrs... O q achou? Bom, no fim das contas, o Draco naum matou o pai pq tinha esperança de ele tivesse um coração... hehehehe... E todo Malfoy tem :) rsrsrsrsrs.... Espero q tenha gostado do cap ^^ Bjssss, teh maissssss

Aline, aaaahh eu tbm amo o Rony, mas HH eh mto bonitinho, precisam ficar juntos, rsrsrsrsrs.... aaahhh obrigadaaa fico mto feliz msm pelo elogio ^^ Espero q tenha gostado desse cap ^^ Bjsss, teh maisssss

Liliane, aaahh bem q eu queria publicar um livro, rsrsrsrs, maaaas surpresaaa maior, ele naaaum lembrou >.< a graça tah em ele naum ter lembrado e msm assim ter aceitado tentar construir uma vida ao lado da Hermione. hehehe Bom, pelo menos eu achei graça rsrsrsrs... O q vc achou? aaahh tah terminando sim... Mass eu naum vou consguir viver sem escrever tbm... rsrsrsrsrs E nem sem vcs, pq eu acabei me afeiçoando mtooo a td mundo aki :D Espero q vc tenha gostado do cap ^^ Bjsss, teh maissssss

Lilian, aaaaahhh, naum, com a Pansy naum... Tem algm melhor pro Rony hehehehehe.... e o q achou da reação do Thiago? Me fala o q achou do cap tbm tah? Bjsss teh maisssss

Luxúria, aaaaahhh brigadaa fico mto feliz msm em saber q vc gostou :D aaahh eu keria tbm algm se preocupasse assim com o q eu acho rsrsrs... Continuo siim, com certeza, demoro um pokinhu, mas continuo rsrsrsrsrs... Aaaah com certeza, o Draco e a Gina vão ficar no comando do orfanato. Jamaaais q eles iam deixar a Miss Bingle por lah rsrsrsrs... Espero q tenha gostado do cap... Bjsss, teh maissss

Nick, aaaahhh verdd, a Mione foi mah com o rony... rsrsrsrs huahuahauhauhauhauha Pode dexar naum vou matar ngm dessa vez naum (dessa vez) rsrsrsrsrs.... Vai ser um final bonitinho com td mundo vivinho e interinho hehehehe.... Espero q tenha gostado do cap ^^ Bjssss teh maissssss

AK, ahuahauhauhauhauha... ôô coitado dele rsrsrsrsrs.... eeee surpresaaaa... no fim das contas, ele naum recuperou :P:P rsrsrsrs... Espero q vc tenha gostado do cap msm assim :P :P Bjsss teh maisssss

Ingrid, surpresaaaa, naum recuperou naum hehehehehehe... aaaahh mas tem q parar numa parte legal, se naum ngm volta hehehehehehe... Espero q tenha gostado do cap ^^ Bjsss, teh maissss

Andréa, rsrsrs, verdd, imagina se um dia o Draco souber q foi ele q juntou de novo o Potter e a Granger rsrsrsrs...jah jah o Rony segue o caminho dele.... rsrsrs tah na hora neh? Cinco anos depois rsrsrsrs... Maginaaaaaa... vc tem carta branca pra comentar quantaaas vezes quiser... pra cobrar, e se naum gostar do cap pra criticar tbm rsrsrsrsrs... Pode fazer mto barulho sim rsrsrsrs... Mas espero q tenha gostado desse (cap) rsrsrs Bjssss teh maisssss

Edilma, olha isso acertando todas hauhauhauhauhauhauha.... Jah jah o amor do Rony chega :) Fico feliz por vc estar gostando. Espero q tenha gostado desse cap tbm ^^ Bjsss, teh maisssss

Polly, aaahh fico feliz de ouvir isso (quer dizer, ler hehehehe) Espero q tenha gostado desse cap ^^ Bjsss, teh maisssss

Mariana B., bem vinda aos coments entaum rsrsrsrs... fico mto feliz por vc estar gostando, e espero q tenha gostado desse tbm ^^ Bjsss teh maisssss

Thaizy, demoreeeei mas posteeei rsrsrsrs... Espero q tenha gostado ^^ Bjsss, teh maisssss

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