Epílogo



Era dez de setembro, naquele ano, este foi o primeiro dia de aula para os alunos de Hogwarts. Os primeiros alunos estavam reunindo-se no salão principal para a cerimônia de seleção. Um menino de olhos negros e profundos corria aloprado pelo corredor que levavam ao salão. Estavam lá: Snape, Minerva e Dumbledore, observando os alunos chegarem.

– ABY! - gritou o menino de cabelos negros correndo em direção a ela, que vinha lentamente pelo corredor.

Ela soltou um largo sorriso abaixando-se para abraçá-lo. O menino pulou no colo dela e depois de abraçá-la, beijou-a na bochecha. Dumbledore olhou para Snape, este estava boquiaberto.

– Senti saudades!
– Ora, obrigada! - respondeu ela admirada. - Pensei que nem te lembrarias de mim?
– Claro, você me prometeu que não deixaria mais minha mãe me bater! - exclamou o pequenino.

Abonize sentiu um apertou no peito.

– Você mora aqui? É bem legal, né?
– Sim - sorriu ela -, muito... l-legal!
– Vem, vem conhecer o meu pai, ele ‘tá aqui! Você e ele aqui! Agora minha mãe não pode mais me bater!

Todos que estavam ali ouviram a frase do menino, pois já estava bem perto.

– Esse é o meu pai! - disse o menino com orgulho pegando a mão de Snape. - Pai, essa é a moça que eu te falei!
– Ah, sim - disse Snape olhando para o garoto com um nó na garganta e depois olhou para Abonize.
– Olá! - disse ela e todos responderam.
– Parece-me bem melhor! - disse Dumbledore a Abonize.
– Sim, professor Dumbledore, aparentemente - e Abonize olhou para o filho de Snape. - Vamos entrar? - continuou ela estendendo a mão para o garoto.

Ele agarrou a mão de Abonize sem soltar a de Snape.

– Bem, filho, vá se sentar com ela!
– Não Severo - disse Abonize -, ele se sentará conosco.

Entraram no salão e dirigiram-se à mesa dos professores, Abonize sentou-se ao lado de Snape e o garoto sentou-se entre eles em uma pequena cadeira para crianças. Depois do jantar o garoto já estava caindo de sono, mas não largava Abonize. Queria dormir com ela. Abonize balançou a cabeça afirmativamente e saiu do salão com o menino no colo. Snape a seguiu.

– Não quero que se incomode.
– Severo, quem iria se incomodar com uma criança?
– Muita gente.

Abonize colocou o menino em sua cama e o cobriu.

– Você vai dormir aonde? - perguntou ele.
– Vou sentar ali, ler um pouco talvez. - Ele suspirou. - Queres conversar?
– Não, eu não quero conversar - disse ele acariciando o rosto dela -, eu quero você!

Abonize fechou os olhos e beijou a mão de Snape. Ele se aproximou e a abraçou.

– Senti sua falta.
– Eu também senti a tua, apesar de estares do meu lado o tempo todo.

Ele sorriu.

– Demorei a descobrir que tu não estavas ao lado de Voldemort, mas sim espionando para Dumbledore.
– Eu nunca trairia Dumbledore.
– Mas temeste ter de fazê-lo, teu filho estava com Voldemort e até conseguires entregar-me as chaves hesitaste muito.
– E-eu - Snape estava olhando para baixo, claro que não diria que talvez pudesse pensar em trair Dumbledore, as duas pessoas que ele mais amava estavam nas garras do mal! - Eu não pude avisá-lo que Voldemort iria entrar no castelo na forma de criança. Tive que fazer a poção Polissuco sentindo-me o pior dos homens, pior que quando entrei para o lado negro. Tive que pegar escondido cabelos de vários alunos e senti que Dumbledore sabia disso, mas ele não disse nada!
– No fundo ele sabia que tudo iria dar certo, mesmo estando aflito.
– Não sei como ele poderá me perdoar.
– Dumbledore é muito compreensivo.

Snape deu um passo à frente e pôs-se de pé diante da cama.

– É um menino muito querido e lindo o teu filho!
– Ian, Ian é seu nome - disse Snape com um olhar diferente. - Você não pode imaginar o quanto esperei por esse momento... eu e ele...
– É difícil dizer adeus quando se ama! - retrucou ela.
– Quer dizer que está pensando mesmo em me deixar?
– Tua mulher...
– Não se faça de sonsa - disse Snape num tom de zombaria, há tempos ele não falava assim. - Você bem viu como ela o trata, lá no castelo de Voldemort ela bateu nele por qualquer coisa, e eu nada pude fazer...
– Eu jurei que não a deixaria fazer mal algum a ele!
– Pois então cumpra a sua promessa! - disse Snape com a testa franzida.

Abonize sentiu o peso daquela promessa. Snape se aproximou dela e a apertou contra si.

– Não poderia ficar aqui, Severo, não... meu coração está pequeno, parece que vai desaparecer.
– Sim, claro, perder tudo o que tinha é um grande trauma. Eu mesmo não tenho muita coisa, por isso moro aqui!
– Mas tu tens a teu filho, tens teus poderes, és alguém na comunidade bruxa. E eu? Não sou nada aqui e muito menos lá no mundo trouxa! - resmungou ela andando até a lareira e sentando-se na poltrona fofa de linho.

Snape andou até ela, apoiou-se sobre os braços da poltrona prendendo Abonize nela e chegou com seu rosto bem pertinho do rosto dela.

– Só você acha que não significa nada aqui. Não há uma viva alma bruxa que não diga seu nome com orgulho ou admiração!
– Como é que podes ser tão...
– Porque você me faz ser! - continuou ele e em seguida beijou-a.
– Severo... aqui não. Ele poderia acordar.

Abonize se levantou e saiu do quarto parando no corredor. Olhou para Snape, que a seguiu. Quando ele parou no corredor, Abonize deixou seu vestido cair e ficou nua na frente dele. Snape deu uma risadinha e a puxou contra seu corpo, acariciando-a e beijando-a apaixonadamente.


FIM

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