A Chegada



― Ela está aqui! - disse Alvo Dumbledore sorrindo.

O resto do Conselho de Bruxos de Hogwarts, uma escola de magia situada em algum lugar protegido da Inglaterra, não entendeu muito bem, mas podia perceber um radiante brilho nos olhos de Dumbledore, o diretor da escola. Ele não falou mais nada depois daquilo e se retirou do salão de jantar.

Os dias se seguiram curiosos para todos os bruxos que residiam ou que davam aulas em Hogwarts, principalmente para Dumbledore e para dois de seus professores, Minerva e Snape, que eram as pessoas mais sensitivas dali. Às vezes, sentiam um calafrio correr por suas espinhas e outras vezes, uma satisfação, um contentamento repentino, e todos sentiam ao mesmo tempo.

Era uma tarde ensolarada a daquele sábado e, depois de um cansativo jogo de quadribol, três estudantes, Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger foram até a casa de Hagrid, professor de Trato das Criaturas Mágicas, para conversarem. Eles estavam curiosos, pois corria o boato de que algo estava alvoroçando os adultos.

Hagrid estava estranho. Muito estranho. Suspirava enquanto falava, mas não abria a boca sobre o que Harry queria saber, a não ser por uma frase: “Ela é impressionante em todos os sentidos, mesmo que ainda não saiba disso!” Não satisfeitos com isso, Harry e Rony saíram às escondidas naquela noite com a ajuda de uma capa de invisibilidade. Como sabiam que Dumbledore podia vê-los mesmo com a capa, resolveram não arriscar e correram em direção ao quarto da professora de Herbologia, onde se esconderam dentro de um velho armário empoeirado. Esperaram tanto tempo que adormeceram. Acordaram de manhã com a professora Sprout falando com a professora Minerva.

― Está na floresta - disse Minerva. - Dumbledore pôde sentir e agora sinto também. Está suave porque não está completo.

Neste instante Rony viu uma aranha e soltou um gritinho agudo de terror. Harry tapou a boca do amigo e saíram sorrateiramente, debaixo da capa de invisibilidade, por entre as duas professoras. Chegaram atrasados à aula de poções e por isso Snape fez com que Harry passasse vergonha outra vez, e Harry detestava aquilo.

― Snape sempre faz isso comigo... eu poderia... poderia... - Naquele instante os três amigos viram os professores correrem para a janela. Seguiram-nos.
― O que está acontecendo? – perguntou Hermione a um dos alunos mais velhos que estava impedindo sua visão.
― Vieram da floresta, são trasgos gigantescos!

Os três amigos se entreolharam e correram para o salão comunal, onde Harry e Rony contaram à amiga tudo o que ouviram no quarto da professora.

― Vamos até a floresta ver o que é! - disse Harry empolgado.
― Você deve estar brincando! Vamos ficar aqui! Já não basta tudo o que já encontramos naquela floresta?
― Eu vou e está decidido, Hermione! - exclamou Harry.

E ele não voltou atrás! Às onze horas despistou Madame Nora, a gata peluda e inconveniente do zelador da escola, e saiu em direção à floresta. Hermione e Rony estavam com ele, é claro.

A Floresta Negra era aterradora, muito escura e úmida, dava a sensação de que qualquer coisa que se imaginasse apareceria num piscar de olhos. Contudo, estavam confiantes, pois centauros viviam ali, eram um pouco ariscos, mas muito educados, e se houvesse perigo eles avisariam. E foi o que aconteceu, bem, não totalmente... Os centauros apareceram, mas como num estouro estavam correndo descontrolados e aflitos gritavam: “Não a deixem! Precisa de ajuda!”

Harry estava quase tendo um acesso de tanta curiosidade. Do que estavam falando? Pois era certo que não estavam fugindo, iam e vinham da mesma direção. Estavam ficando loucos? Ele não quis saber de mais nada quando um enorme trasgo parou em sua frente. Harry olhou para trás e viu os dois amigos fugirem, mas ele não, estava muito curioso para correr de volta ao castelo. Passou por entre as pernas do trasgo e saiu em direção à escuridão. Sabia que o trasgo não conseguiria segui-lo, eram ceguinhos além de estúpidos. Na medida em que foi embrenhando-se na floresta, uma luz intensificava-se. Nesse ponto sua curiosidade já comandava seu corpo e somente parou quando deu de cara com uma pessoa ajoelhada de frente para um enorme carvalho. Sem dúvida alguma a luz emanava daquela pessoa, mas quem era? Foi se aproximando e quando ia quase tocá-la uma força o impeliu para longe. Harry foi jogado há uns trinta metros, batendo de costas numa árvore.

― NÃO! - gritou a pessoa com uma voz dupla e distorcida. - Não há necessidade de machucar nenhum ser vivo por minha causa!

Então a pessoa se levantou e Harry pôde ver que era uma mulher... porém, outra pessoa parou em sua frente, um homem alto, com cabelos branco-acinzentados, pensou ser Dumbledore, no entanto, logo percebeu que não.

― Sabia que a força que senti esse tempo todo vinha de você! - disse o homem, sem sombra de dúvidas um bruxo. - Só não tinha conseguido identificar onde você estava.
― Não sei quem és tu, mas fiques longe de mim. A única coisa que posso fazer é aquilo que me colocou naquela prisão! E não quero voltar nunca mais para lá. NUNCA! - e dizendo isso, a mulher que estava ajoelhada correu para longe, uma força, no entanto, a trouxe de volta, a força vinha do bruxo.
― Você virá comigo. Eu conheço seus poderes, sei quem é você!
― Estás enganado! Eu não passo de um...

Naquele instante Hagrid apareceu e atirou contra o bruxo que estava sufocando a mulher. O eco do tiro pôde ser ouvido durante algum tempo e foi esse tempo que Harry levou para voltar a si e ver que o bruxo o estava segurando.

― Nem pense em machucar esta criança! - disse a mulher que reluzia. - Largue-o! - A voz fina da pessoa ensurdeceu o bruxo. Harry caiu no chão de joelhos e então pôde ver como era ela.

De volta ao castelo, Harry voltou ao dormitório somente horas depois de ter passado na enfermaria.

― Foi incrível! Assim que ela gritou uma forte luz envolveu o lugar, ela sorriu para mim e então vi Dumbledore e Hagrid ajuntarem-na, depois apenas me lembro de acordar em minha cama - contava Harry, na manhã seguinte, entre o intervalo das aulas de História da Magia e Poções. - Mas ela disse que estava numa prisão e que nunca iria voltar para lá!
― Será que ela estava em Azkaban? E se ela for um comensal? - disse Rony fazendo careta.
― Não, Dumbledore saberia - retrucou Hermione.
― Mas que algazarra é essa? - perguntou Snape. - Só mesmo você, Potter, para quebrar todas as regras da escola. Já sabe o que fará na detenção?
― Não, professor Snape - disse Harry se contendo para não responder grosseiramente. - É o senhor quem estará lá?
― Sorte sua que não, mas vou providenciar para que esteja bem ocupado!

Passaram-se semanas sem que houvesse mais correria ou trasgos saindo da floresta como que tentando fugir de algo. No entanto, os adultos continuavam inquietos. Dumbledore por sua vez ia visitar Hagrid com muito mais freqüência. O que é que conversavam? Harry sabia que havia segredos entre os dois, mas queria descobrir aquele, pois tinha certeza de estar ligado à mulher com lindo sorriso. No entanto, Hagrid parecia mais ocupado agora, não tinha tempo para falar com Harry e seus amigos, e andava para cima e para baixo com flores e livros. Levava-os a algum lugar da Torre Média à esquerda da casa Lufa-lufa.

Apenas Hagrid e Dumbledore sabiam que lá se hospedava uma mulher alta, de pele branca como a neve e cabelos e olhos avermelhados. Hagrid entrava na sala pedindo licença e entregava à mulher os livros. Enquanto ela os folheava, Hagrid enfeitava a sala com as flores e fazia chá. A voz dela era leve e suave, como as ondas do mar e era tão acalentadora que tudo o que havia de ruim no pensamento de quem estava próximo era apagado.

Harry estava obcecado. Sua curiosidade era tamanha que fora à biblioteca espionar o que Hagrid fazia. Percorria as prateleiras anotando o número dos livros ao lado daqueles que Hagrid pegava, para depois descobrir sobre o que eram. Levou uma semana, mas descobriu: falavam sobre os primeiros elfos que habitaram o mundo.

― Elfos!? - perguntou Hermione. - Não existem mais esses tipos de elfos fora da Cidade Encantada, na Floresta Cintilante! Existem apenas meio-elfos! E isso quem diz é o livro de História da Magia. Eles foram atraiçoados e assassinados por elfos negros.
― Ai, não! E se for um elfo negro? - disse Rony se encolhendo, Hermione e Harry se olharam.
― O livro diz que foram amaldiçoados a andarem para sempre em círculos sobre o túmulo dos que mataram! - disse Hermione. - E aqueles que se redimiram tornaram-se elfos domésticos. Perderam, por sua desobediência, toda beleza, ficando subjugados à vontade dos homens, devendo obedecê-los cegamente.
― É por essa razão que eles se sentem bem em trabalhar daquele jeito! - retrucou Rony. - E você ainda queria libertá-los, Mione?
Harry achou graça, mas Hermione franziu a testa.
― Por que é que Hagrid está tão interessado em elfos?
― Sei lá, Harry, sabe como o Hagrid é cheio de mistérios! - falou Hermione.

Bem que tentaram descobrir o que estava acontecendo, mas não encontraram Hagrid em lugar algum para perguntar a ele. Parecia que o amigo mais querido deles em Hogwarts havia desaparecido.


O Conselho dos Bruxos vinha se reunindo secretamente havia algumas semanas, estavam discutindo sobre a importância e o perigo da permanência da mulher que agora habitava a Torre Média, em Hogwarts. Dumbledore lia para eles um velho pergaminho marrom, um pouco rasgado e abarrotado.

“Quando a Terra veio a existir, o senhor dela, Athir colocou nela seus primeiros filhos, que eram quase tão poderosos quanto ele, mas que o obedeciam cegamente. Um deles era Meltor e ele queria sempre saber mais que os outros. Quando seu pai, Athir, deu ao filho mais novo a Terra Encantada, onde estava a Floresta Cintilante, Meltor se enfureceu. Então seu pai lhe disse: “Meltor, meu filho, cada um merece receber aquilo que planta”. Meltor amaldiçoou seus irmãos e seu pai e retirou-se da presença deles, indo se esconder em uma profunda caverna. Lá, permaneceu anos, planejando algo para se vingar. Ele passou tanto tempo isolado que todo seus sentimentos se transformaram em uma obsessão: a de destruir todos aqueles que o impedissem de governar a Floresta Cintilante. Com plantas e animais como ingredientes, criou poções e encantamentos e tornou-se tão poderoso que atacou a Terra Encantada e destruiu tudo o que havia de belo por lá. Entretanto, seus irmão conseguiram capturá-lo e o deixaram preso nas masmorras.”

“Neste tempo, Athir colocou na Terra seres agraciados como gnomos, anões, fadas e elfos. Estes últimos foram as criaturas mais amadas por Athir e a elas concedeu especiais poderes. Viveriam centenas de anos e nenhum mal ou doença poderia atacá-los. Morreriam sim, mas só se fossem assassinados ou se estivessem cansados de viver anos a fio ou se algum tipo de entristecimento demasiado os atingisse. Meltor, preparara a vingança perfeita contra os irmãos, conquistou a confiança deles dizendo-se arrependido e viveu em paz com eles por anos. Convenceu alguns elfos dizendo ser tão poderoso que os tornaria poderosos também. Então, num ataque covarde, feriu seus irmãos e destruiu tudo o que haviam reerguido na Floresta Cintilante, mas seus irmãos utilizando poderes em conjunto, novamente o enviaram para longe, onde Meltor teria que viajar durante dias para encontrar sombra e água fresca.”

“Passou-se um ano e os irmãos de Meltor sentiam que ele estava longe, porém revigorando-se, e que talvez não conseguissem vencê-lo já que tinham esgotado quase todas as suas forças na reconstrução da Floresta Cintilante. Por meio de Athir, eles descobriram que a fonte de poder e vida de Meltor seriam restauradas através de uma criança, o próprio filho dele. Surpreenderam-se ao descobrir que Sinda, uma das mais importantes integrantes dos Altos Elfos, como eram chamados os primeiros elfos criados por Athir, apaixonou-se por Meltor, entregou-se a ele e dessa união nasceu uma criança mágica, que tinha tanto o poder de fazer o bem quanto o mal. Preocupados com isso, os irmãos de Meltor se uniram e levaram a criança até a mais profunda caverna existente na Terra. Deram a ela uma poção que a transformou numa maravilhosa ametista, então a envolveram numa pele de cordeiro macia e dourada e enterraram-na a centenas de palmos abaixo das rochas para que Meltor, o Senhor das Trevas, o primeiro filho de Athir, não a encontrasse!”

“A pedra permaneceu intocada durante milhares de anos e quando os homens dominaram a Terra, e transformaram-na por necessidade, a caverna onde estava a pedra explodiu... era um vulcão adormecido que entrou em erupção, jorrando lava por entre montes e vales, destruindo tudo o que tocava.”

“Centenas de pessoas foram mortas e muitas crianças ficaram sem família. Estas crianças foram levadas por soldados de uma tropa real da Germânia para um acampamento onde receberam cuidados. No entanto, uma criança, um pequeno bebê, branco como a neve, de cabelos avermelhados, que estava envolto apenas numa velha, suja e queimada pele de animal, foi levada por um dos soldados a seu país. Este soldado nunca tivera filhos, sua esposa e ele criaram aquele bebê como se fosse seu, lhe deram o nome de Abonize. Logo, notaram que era uma criança especial. As coisas que ela tocava pareciam ganhar vida e as pessoas por ela acariciadas libertavam-se da tristeza. Temendo que algo de mal acontecesse a ela, fugiram dali. Os pais de Abonize confirmaram que era ela uma criança diferente com o passar dos anos porque eles envelheciam e a criança continuava pequena. Eles morreram com mais de cem anos” - ao ler aquela frase, dando ênfase a última parte, Dumbledore ouviu um murmúrio e um ar de assombro percorreu o salão, os conselheiros estavam pasmos -, “a criança estava há sessenta anos com eles, mas tinha o físico de uma criança de sete anos”.

Um dos conselheiros se levantou e disse:

― É um ser muito poderoso, manifesta em si e naqueles que quer bem!
― Por isso precisamos que ela fique conosco, não sabemos quase nada sobre tal criatura! - disse Dumbledore desenrolando mais um pouco o velhíssimo pergaminho.

“A guarda da criança foi deixada as gerações seguintes da família, e se passaram quase trezentos anos. Neste tempo, uma mulher chamada Eleonor, que tinha trinta e tantos anos e conhecera os últimos guardiões de Abonize desde pequena, pois trabalhara para eles, tomou-a e fugiu. Eleonor sabia que a criança era diferente e sabia que seu destino também o era, quando um dos integrantes da família começou a espalhar pela cidade em que viviam que havia uma criança extraordinária em sua família, Eleonor partiu. Não mantinha residência fixa por muito tempo, primeiro para não ser encontrada por pessoas que queriam ter lucro sobre a criança e segundo porque a criança não crescia da mesma forma que um ser humano! Estudou tudo o que pôde para descobrir sobre a criança, mas não obteve sucesso. Ensinou-a muito mais do que ler e escrever, já que a criança aos oito anos falava quatro línguas distintas. Descobriu poderes excepcionais na criança quando aos nove anos ela movimentava objetos e fazia crescer plantas. Eleonor foi outro humano que viveu mais de cem anos!”

“Eleonor confiou a guarda de Abonize a seu filho mais novo, Troy. Durante os oitenta anos que passou com ele, Abonize aprendeu muita coisa relacionada à medicina, astronomia, música e poesia! Aprendeu a manipular ervas e outros ingredientes criando variados tipos de remédios. Troy foi a pessoa mais iluminada e mais amável que Abonize já conhecera. Ela o admirava por seus conhecimentos e bondade e sentia-se quase desfalecer quando Troy tinha fortes crises leucêmicas por causa da quimioterapia. Nesses dias, ela não saía um minuto sequer do lado de Troy. Cantava melodias tão tristes que tudo o que estava ao seu redor empalidecia ou morria! Depois que as crises passavam Abonize ficava muito tempo reclusa. Troy sabia que ela lhe passava vibrações e energias positivas fazendo com que melhorasse. Se sentia muito mal por isso, pois sabia que era ela quem lhe trazia a vida novamente. E ela fez isso inúmeras vezes.”

Silêncio acometia o salão onde os conselheiros estavam reunidos, Dumbledore apenas olhava por sobre seus óculos para reconhecer quais as sensações e sentimentos que aquela história trazia aos seus companheiros.

“Troy estudou tudo o que pôde sobre paranormalidade e coisas sobrenaturais, mas nada se igualava ao poder e a força de Abonize, no entanto aprendeu muito sobre a vida e como a piedade, a honestidade e a bondade elevavam o homem àquilo que ele queria chegar: seu eu. Por outro lado, ao dois viveram suas vidas na estrada, assim como Eleonor, fugindo dos olhos alheios que nunca iriam entender o que acontecia. Eles foram felizes, tirando as muitas crises que pioraram quando Troy foi ficando mais velho.”

“Foi com ele que Abonize aprendeu o que era ser mulher. Ele a ensinou tudo sobre os homens: sobre os bons e os maus, sobre os mentirosos e os que diziam o que as mulheres queriam ouvir. Ensinou como ela deveria agir diante deles e o que dizer. Levou-a a bailes e coquetéis e ela encantou muitos, mas seu único amor era Troy. Ela não se interessava por ele sexualmente, seu lado feminino ainda não havia despertado, ela o amava puramente como um Deus ama seus filhos... Abonize morreria por Troy! Depois da morte dele, o mundo de Abonize desmoronou. Ela não quis mais sair da casa onde viveu com ele e foi esse o início de sua destruição!”

Dumbledore já não lia mais o pergaminho, a história era contada como se ele mesmo tivesse acompanhado a vida de Abonize. Os olhos dos conselheiros estavam pedindo por mais.

“Os anos foram se passando e a casa onde Abonize moravam foi ficando velha e perigosa, não para ela, mas para outras pessoas que a tomaram como doente, porque rumores de que ela levitava e que coisas em sua casa moviam-se sozinhas andavam entre os ouvidos dos vizinhos. Abonize estava tão pálida, quase translúcida, que suas veias apareciam de forma assustadora. Ela estava definhando. Os vizinhos preocupados com eles mesmos - Trouxas, sempre trouxas, interrompeu Dumbledore -, viram-se ameaçados por ela e então, Abonize foi levada a um hospital, uma espécie de hospital. Lá foi submetida a exames que não mostravam anormalidades, mas acharam uma... tomaram na por doente mental e a trancaram em um sanatório durante trinta anos.”

Dumbledore olhou para cima, o teto encantado do salão principal mostrava as estrelas.

― Pobre ser, o que deve ter passado por lá - disse o mago Dumbledore. - Ela não está totalmente recuperada, precisa de tempo para isso. Não podemos apressá-la. E é aqui em nosso meio que ela ficará! - terminou Dumbledore sentando-se e mudando o assunto em pauta.

Os conselheiros sabiam que aquela mulher poderia ser uma ameaça, mas a própria presença dela impunha respeito a qualquer um que a conhecesse. No entanto, Dumbledore não querendo correr riscos lançou sobre os conselheiros um feitiço “língua-presa”.

Naquela tarde, os alunos de Grifinória estavam exaustos; o professor Snape tinha tirado deles tudo, menos seus corpos.

― Ah, linha dura desgraçado! - disse Rony desabafando. - Ele faz de propósito!
― Não há como combater! Nem o amor o tornaria menos amargo!! - e Harry jogou-se sobre o sofá da sala comunal.
― Só sei que vou decorar todas as poções e ele vai ver só na sexta que vem! - bradou Mione.
― Ainda bem que logo é domingo!
― Ainda bem, Rony, - continuou Harry. - Vamos organizar um piquenique?

Aquela foi uma ótima idéia, nada como espairecer ao ar livre e ler alguma coisa excitante ou engraçada. As aulas estavam exaustivas, mas boas, os professores é que não ajudavam muito.

No sábado à tarde, a mulher da Torre Média foi chamada até a sala de Dumbledore. Ela entrou pedindo licença e sentou em frente a ele, que estava calado e observando o que ela iria fazer.

― Será que posso? - perguntou ela, querendo falar.
― Fique à vontade - respondeu ele recostando-se na cadeira.
― Não sou trouxa como os chama...
― Eu sei - respondeu Dumbledore em seco.
― Não entendo como e porque vim parar aqui! Eu estava... - ela parou de falar -, porém sei que é aqui que devo ficar!
― Com certeza - respondeu Dumbledore sorrindo.
― Há coisas acontecendo aqui que... que jamais... sonhei que aconteceriam, apesar de existir em mim... esse... - sussurrou.
― Todos aqui somos especiais! - disse Dumbledore sorrindo. - Mas você é mais ainda. Nasceu para cumprir um papel e tudo o que lhe aconteceu será de muita importância ao seu crescimento e ao julgamento das ações que fará! - Dumbledore entregou a ela um pergaminho surrado. - O primeiro passo para se conhecer é redescobrir sua essência, conhecer-se em plenitude para ter controle total da própria vida de forma que suas ações não prejudiquem outros. Ela abriu um pouco o pergaminho e leu a primeira frase:

“Quando a Terra veio a existir, o senhor dela, Athir...”

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