Chocolate Quente?



O vento bagunçava ainda mais os cabelos de Harry.

Agora, com 23 anos, estava mais alto, com ombros mais largos, um sorriso encantador e os olhos verdes mais lindos que alguém poderia ter visto.

Morava em Yaleville, uma cidade bruxa muito pequena, típica cidade de filme americano.
Sim havia as casas com cercas brancas, havia crianças brincando na pracinha central, havia carros voadores e principalmente, havia muita paz.
Algo que Harry sempre ansiou.
E agora, finalmente, ele a tinha.

Enquanto caminhava até a casa de Rony que também estava morando por ali, fora relembrando tudo que havia acontecido em sua vida.
E até achou engraçado...como havia passado rápido!

Quando tinha 11 anos a coisa que mais o preocupava era conseguir fugir de Duda e não ser espancado...depois descobrira ser bruxo...e aquilo o assustou muito...mas depois, ah depois ele conheceu Rony, seu melhor amigo, o cara que ele mais confiava...conheceu Dumbledore, o bruxo mais paciente e mais poderoso do mundo...conheceu Hagrid, conheceu Hermione.
Ah, Hermione!
Seu amor. Seu único e verdadeiro amor.
A quem ele jurou esquecer jamais, quem ele dividiu seus problemas, seus medos, seu amor...
Hermione era única e sempre seria.
Harry sabia disso.

O rapaz virou a esquina e deu de cara com três crianças, sentadas num jardim, todas com suas varinhas, tentando mudar a cor de uma lesma.

Harry sorriu e se aproximou. Eram os filhos de Rony e Luana. Quer dizer, um dos filhos.

-Ei! Tio Harry! – Jhon, o mais velho deles disse correndo e o abraçando. O garoto era um replica de Rony mais novo. Exatamente igual.

-Tentando mudar a cor das lesmas de novo? – Harry perguntou atenciosamente se sentando com os garotos.

-É – Sarah, uma garota de cabelos ruivos e lisos, olhos azuis e um nariz empinado, disse balançando a cabeça – Mas não conseguimos. Meu pai diz que consegue, mas acho que não. Ele nunca tenta.

Harry deu uma risada quando lembrou que Rony vomitara lesmas quando um feitiço para atingir Draco tinha dado errado.

-Seu pai não gosta muito de lesmas...muito menos dessas gigantes.

De repente, ouviram um barulho.
Os quatro se levantaram rapidamente e entraram no sobrado.

A casa de Rony era muito confortável. Harry se sentia bem demais lá. Não sabia se era porque sempre tinha crianças correndo por todos os cantos, ou se era pelo cheiro maravilhoso de comida que sempre tinha lá...ou se era simplesmente por gostar de um lar. Um lar como aquele.

-Nick desça daí! Desça agora!

Era Luana que gritava com seu filho mais novo, que estava em cima da mesa dançando com uma fadinha bagunceira.

-Não! Não desço! – o menino disse fazendo cara feia.

-Nick, eu não vou pedir mais uma vez, eu juro que vou até aí e te dou umas palmadas! – Luana disse franzindo a testa. Estava grávida de seis meses. Era seu quinto filho.

-Não, não, não! – Nick respondeu mostrando a língua.

-Ah é? – ela disse brava, ainda sem notar que Harry estava ali – Rony! Querido!

Não demorou muito e Rony apareceu.
Agora, bem mais alto que antes, os cabelos ruivos pouquinho mais compridos, ombros largos, mesmo assim continuava o mesmo de sempre.
O bom e velho Rony.
Estava com uma roupa de jardineiro, o que fez Harry abafar algumas risadas.
Ele e Rony eram aurores e tinham tarefas importantíssimas, mas o ruivo sempre teve uma paixão inexplicável por um jardim que tinha no quintal de sua casa.

-Nick!Desça da mesa! E eu já não disse pra você levar essa fada lá pra fora!?

Nick, um garotinho ruivo, com algumas sardas e com olhos azuis, como os da mãe, estava pronto para retrucar, mas viu Harry e desceu rapidamente da mesa.

-Tio Harry! – disse correndo em sua direção – Olhe só! Essa é a Lana, minha fada! Eu mesmo que a capturei! Eu peguei a varinha do meu pai e fiz assim olha – ele disse fazendo movimentos rápidos; Harry por sua vez sorria e escutava atento o garoto – Daí no começo a Lana não gostava de mim, mas agora a gente ficou amigo! E ela disse que vai me ensinar a fazer um monte de travessuras! Porque quando eu tiver idade e for pra Hogwarts eu vou poder aprontar que nem meu tio Fred e Jorge! Não é demais?

-Claro! Eu te ensino algumas se você quiser.

O garotinho havia falado tão rápido, que todos em sua volta pararam e o escutaram por algum tempo. Depois Nick saiu correndo para fora com os irmãos.

Luana suspirou e cumprimentou Harry. Rony fez o mesmo.

-Essas crianças vão me deixar louca um dia! – disse sorrindo – Ah! Esqueci a torta no forno!

Dizendo isso saiu correndo em direção a cozinha.

Rony e Harry riram e se sentaram no sofá.

-Minha casa ta sempre essa loucura. Não tem um dia que seja diferente! – o ruivo exclamou sorrindo.

-Eu não vejo a hora de ter uma casa assim – Harry disse rapidamente.

-Não irá demorar, certo? Pelo que eu saiba...alguns meses... – Rony disse animado e depois mudando de assunto – Dumbledore vem também!Conseguiu dar uma escapada de Hogwarts. Nick nem vai acreditar quando souber! Ele é fan de Dumbledore...tem até um pôster dele no quarto.

Harry riu e passou a mão nos cabelos.

-Passou tudo tão rápido, cara...aconteceu tanta coisa em Hogwarts...Nick precisa saber das nossas aventuras...ele ia adorar não?

-Nick? Ah, ele não fala em outra coisa...mas ainda é cedo...tem só três anos...mas sabe que eu já peguei ele fuçando no meu escritório!? Disse que queria achar coisas sobre a gente...sabe quando estávamos estudando ainda.

Antes que Harry pudesse responder, ouviram um grito.

-Pai!!Pai!!Pai!! – Era Sarah, vinha correndo para dentro de casa –Olha o que o ...

Mas foi interrompida por um acesso de soluços.

-Ah, Kevin, você jogou solucious na sua irmã de novo!? Agora só passa amanhã! – disse se virando para Harry que ria mais uma vez.

Seria uma longa tarde.

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O relógio marcava seis da tarde quando Harry chegou em sua casa. Ela lembrava muito as casas de campo. Era linda e espaçosa.

Harry abriu a porta e depois a fechou por trás de si. Pendurou seu casaco e caminhou até a sala.

Havia dois sofás grandes e brancos, uma lareira imensa e um tapete bem conhecido...o mesmo que tinha na Sala Secreta.

O rapaz deu mais alguns passos e ouviu uma voz feminina gritar:

-Ah não! Não faça isso comigo! Não! Droga! Queimou de novo!

Harry riu sozinho e foi até a cozinha.

-Quatro anos...e ainda não aprendeu – disse encostado no batente da porta, com os braços cruzados e um sorriso nos lábios.

Hermione se virou rapidamente.
Como estava linda!
Pouco mais alta, os olhos mais cintilantes, o corpo mais desenvolvido e os cachos de seu cabelo mais definidos do que antes chegavam até o ombro.
Ela iluminou sua boca levemente avermelhada com um sorriso.

-Meu professor que não soube explicar – ela disse sorrindo maliciosamente.

-Não seja por isso – Harry disse animado, se aproximando – Vamos, agora você aprende.

Hermione riu e colocou algumas mechas de cabelo atrás da orelha.

-Certo. Vamos tentar.

Dizendo isso se virou e pegou o chocolate em pó, que estava em cima da mesa e fitou Harry, que procurava uma panela.

-Onde será que eu coloquei aquela panela? Eu tenho certeza que tava aqui... – ele disse abrindo o armário e procurando.

Hermione, por sua vez, continuava o fitando com um sorriso no canto dos lábios.

-Certo – ele disse pegando uma panela prata na mão – Me dê o chocolate.

Hermione não pensou duas vezes.
Pegou o chocolate em pó e jogou metade em cima de Harry.
Depois se afastou tendo um ataque de risos.

-Mione! – Harry disse tirando os óculos e os limpando; tentava esconder um sorriso – Você não quer aprender a fazer chocolate quente?

-Digamos que eu tenho toda a minha vida para aprender.

Harry riu e num movimento rápido, encheu a mão de chocolate em pó e jogou em Hermione.
Ela deu mais risada ainda.

-Ah é? – disse enchendo a mão de chocolate – Venha aqui!

Harry balançou negativamente a cabeça e correu para a sala. Não conseguia parar de dar risada.

-Mione, se você jogar em mim...eu juro...eu faço cócegas em você.

Hermione riu e franziu a testa.

-Eu não tenho mais cócegas.

-Desde quando? – Harry perguntou levantando as sombracelhas.

-Hum...desde hoje...mais precisamente agora.

Harry deu uma risada.

-Ah eu preciso saber se isso é verdade.

-Não, não precisa não! A não ser que você queria mais um pouco de chocolate em pó.

-É...talvez eu queira.

Hermione deu um grito e saiu correndo, mas Harry a alcançou.

-Não ouse...não ouse – disse baixinho.

Mas já era tarde demais. Ela havia jogado o resto de chocolate nele e Harry havia começado a fazer cócegas nela.

-Não! Pare! Por favor! – ela exclamou, não conseguindo quase falar de tanto que ria.

Harry a puxou para mais perto, mas nesse momento os dois se desequilibraram e caíram no tapete.

Ficaram muito tempo dando risada. Muito tempo mesmo. Até a barriga doer.

-A gente não mudou absolutamente nada – Hermione disse recuperando o fôlego e rindo mais uma vez.

-Ainda bem, não acha?

Riram mais uma vez, depois se fitaram.

-Eu te amo – Hermione disse meigamente.

-Eu te amo – Harry murmurou se aproximando.

A esse ponto, não conseguia mais sentir o cheiro doce da esposa, só sentia um cheiro doce também, mas era de chocolate.

-Tem chocolate aqui – ele disse apontando os lábios dela com o dedo indicador.

Ela sorriu maliciosamente. Ainda estavam deitados no tapete.

-Beijo e chocolate...um boa mistura não acha?

Harry deu uma risadinha e balançou a cabeça positivamente.
Depois a puxou para perto e a beijou.

Um beijo cheio de amor, de carinho, de vontade, de segurança, de paixão e bem, cheio de chocolate em pó também.

Depois de se beijarem, Harry se sentou e a puxou para perto. Hermione se sentou entre as pernas dele e encostou sua cabeça no peito do rapaz.

-Ainda não escolhemos um nome – ele disse baixinho, colocando a mão na barriga dela.

-Temos tempo ainda – ela disse carinhosamente.

Harry balançou positivamente a cabeça.

-Eu vou te amar pra sempre Mione – sussurrou.

Ela se virou delicadamente e sorriu.
Se fitaram durante algum tempo, até Hermione empurrar Harry para o chão.

Os dois riram.

-Que foi? - ele perguntou levantando a sombrancelha e não segurando uma outra risada.

-Minha vez - ela disse baixinho começando a fazer cócegas nele.

Harry e Hermione se amavam, precisavam um do outro, desejam ser felizes para sempre.
E foi isso que eles fizeram.

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