Uma noite inesquecível



No dia seguinte, Harry acordou mais tarde do que todos, já que fora dormir de madrugada.
Vestiu-se e desceu para comer alguma coisa.
Mas estranhou quando encontrou a casa silenciosa.
Não havia ninguém lá.
Harry logo viu um bilhete em cima da mesa e o leu:

Harry
Eu, Arthur, Rony, Gina e Hermione fomos para Hogsmead visitar Fred e Jorge.
Descobrimos uma coisa e precisamos ir ver se é verdade.
Não quisemos te acordar.
Deixei a comida pronta, querido, se precisar de alguma coisa, nos mande uma coruja.
Se cuide
Beijos
Molly

A idéia de ficar sozinho não o agradava muito.
Alias, o irritou bastante saber que todos haviam ido pra Hogsmead visitar os gêmeos e ele estava ali, no maior tédio.
Afinal, que diabos havia acontecido de tão importante?

De qualquer jeito, Harry puxou um banquinho que havia ali, subiu nele e pegou o pote de biscoito(que já estava quase vazio, por sinal) em cima do armário.
Sentou-se na cadeira e quando ia dar a primeira mordida, ouviu um barulho.

Se levantou rapidamente e pegou sua varinha.
Andou até a porta e de repente, num movimento brusco ela se abriu.

Harry pulou pra trás, a varinha apontada e a mão tremendo.

-Ei! Quer me matar?

Hermione disse enquanto tirava o casaco e o jogava no sofá.

-Você me assustou! – Harry disse abaixando a varinha – Achei que você estivesse em Hogsmead.

-É, eu tava – ela disse sorrindo.

-Hum, então você pode me explicar o que aconteceu lá pra todo mundo me largar aqui?

-Ah, Harry – Hermione disse rindo – Não faça drama.

Harry sorriu e a fitou.
Como era linda!
Tudo nela era perfeito.
Os olhos castanhos, os cabelos definidos que tinham aquela mania de cair no rosto que Harry adorava...aquele sorriso, aquela boca, aquele nariz...ah, Deus! Ele não via defeito algum nela!

Os dois se se sentaram.

-Então, o que aconteceu? – Harry perguntou com a boca cheia de biscoito.

-Você não vai acreditar! – Hermione disse animada – Fred vai casar!

-O que!? – Harry perguntou quase se engasgando.

-Isso mesmo que você ouviu. Acredite, a minha reação foi pior.

Harry deu uma risada.

-Não acredito – ele exclamou.

-Nem eu estava acreditando – Hermione disse sorrindo – Mas é verdade! Eles vão se casar no mês que vem. Ela é super legal...o pai dela tem uma loja em Hogsmead também.

-Nossa, por essa eu não esperava – Harry disse rindo.

-Ninguém esperava. Fred nem disse que estava namorando, nem nada. Apenas mandou uma carta hoje cedo avisando do casamento.

Harry riu. Havia ficado animado com aquela notícia.

-Mas, Mione – Harry disse rapidamente – Cadê os outros? Como você veio pra cá?

-Arthur me trouxe. Eles estavam com medo que você não visse o bilhete e ficasse desesperado – Hermione disse sorrindo – Daí eu sugeri voltar pra cá e te avisar. Eles não devem demorar.

-Ah, certo.

Hermione passou quase todo o resto da tarde no quarto.

Provavelmente está pensando no idiota do Tom, Harry pensou irritado.

Harry estava sentado no sofá, fitando o teto, quando avistou uma coruja.
Se levantou , apanhou a carta e se sentou novamente para ler.

Harry e Hermione

Vocês estão bem?
Estou muito preocupada!
Nos desculpe!
Não poderemos voltar para a Toca hoje.

-O que!? –Harry exclamou, voltando a ler a carta.

Acontece que aqui está chovendo muito forte, espero que a coruja chegue bem aí.
Eu bem que queria voltar, mas Arthur acha melhor não. É muito arriscado sairmos daqui agora.
Podíamos até tentar ir até aí, mas todos acham melhor não arriscar. Já previram que a tempestade só vai passar amanhã.
Quanto à segurança de vocês, podem ficar sossegados, já providenciamos isso.
Só me respondam rapidamente se tem algum problema de vocês ficarem aí, sozinhos.
Beijos
Molly

Harry releu a carta três vezes.
Então pegou um pergaminho e uma pena que estavam em cima da mesinha de centro da sala e começou a escrever:

Sra. Weasley

Não se preocupe com a gente, sabemos nos cuidar.
Espero que a tempestade não chegue aqui também.
Beijos
Harry

Harry despachou a coruja e subiu as escadas se dirigindo para o quarto onde Hermione estava.

-Mione? – ele disse batendo na porta.

-Pode entrar! – ela gritou de lá de dentro.

Harry abriu a porta vagarosamente.
Lá estava ela.
Na escrivaninha haviam muitos pergaminhos amassados e um que Hermione estava segurando.

-Eu estava escrevendo para o... bem, não importa – disse disfarçando – Então, o que quer? – perguntou gentilmente.

-Hum...Molly nos mandou essa carta aqui.

Harry a entregou para Mione, que a releu muitas vezes.

-Será que eles estão bem? – ela perguntou preocupada.

-Com certeza.

-Aqui ela diz que já providenciou nossa segurança...o que será que é?

-Não faço a mínima idéia – Harry respondeu balançando a cabeça.

-Bem, acho que você vai ter que me agüentar hoje – Hermione disse rindo e colocando a carta de Molly na escrivaninha.

-Não será problema – Harry respondeu com um sorriso.

Hermione sorriu e corou.

-Eu vou tomar banho. Depois eu desço.

-Tudo bem – Harry disse saindo do quarto.


Harry resolveu tomar banho também.
Isso parecia loucura, mas ele havia adorado que os Weasley não estivessem em casa.
Não que não gostasse deles. O fato era que, ficar com Hermione fazia ele esquecer de todos os seus problemas, ele se sentia tão bem com ela.
E claro, não podia negar que estava morrendo de vontade de beija-la e aquela não seria uma má hora.
Era o momento certo. Ele sabia disso.

Harry se vestiu e desceu para a sala, onde encontrou Hermione sentada no sofá.

-Depois dizem que as mulheres que enrolam para se trocarem – ela disse ironicamente.

Harry deu uma risada e se sentou.


Ficaram em silêncio algum tempo, até que Hermione quebrou o gelo.

-Harry, posso te fazer uma pergunta?

-Já fez – ele disse sorrindo – Mas pode fazer outra.

-Certo – ela disse tímida – Você...bem...já gostou de alguém? Digo, já amou alguém?

Harry percebeu que as palavras estavam saindo da sua boca. Mas não podia dizer a verdade. Quer dizer, ele podia dizer uma “meia verdade”.

-Já – Harry respondeu corando.

-A Cho? – ela perguntou.

-Não. Sabe, eu nunca gostei dela...foi paranóia minha.

Hermione deu uma risadinha.

-Ela gostava de você.

-Se gostava não demonstrava.

-Garotos – Hermione murmurou.

-Ei! Vocês que são complicadas – Harry se defendeu.

-Não somos complicadas. Vocês que acham isso pelo simples fato de não nos entender.

Harry riu. Aquilo era a mais pura verdade.

-Então, você comeu alguma coisa? – ele perguntou mudando de assunto.

-Na verdade, não estava com muita fome.

-É, eu também não.

Depois que Hermione disse isso, um vento forte começou, fazendo com que derrubasse algumas coisas.

Harry e Hermione se olharam e não pensaram duas vezes. Se levantaram e correram para fechar a janela.

-Droga! Ta emperrada! – Harry gritou.

-Tá chovendo Harry! – Hermione exclamou.

Harry tentou com toda sua força tentar fechar a janela, mas não estava adiantando.

-Espere aqui, eu já volto – disse a Hermione e saiu correndo para fora da Toca.

Harry logo viu que havia um pedaço de madeira na janela impedindo de fecha-la. O tirou rapidamente de lá, entrou correndo na casa e finalmente fechou a janela.

-Droga! Olha que bagunça! – Hermione disse.

Harry olhou em volta e havia muitos papeis no chão. Recolheram tudo e guardaram em uma gaveta.

Hermione fitou Harry por algum tempo, até que desviou o olhar.

-Você ta todo molhado – ela disse lentamente.

-É...um pouco.

-Espere aqui.

E dizendo isso, saiu em disparada e voltou com uma toalha e com uma camiseta.

-Tome, vista isso, você vai ficar doente – ela disse parecendo preocupada.

Harry a olhou e sorriu.

-Calma é só uma chuva...

-Calma? Você ta encharcado, Harry! Isso é perigoso, sabia!? Se você fica doente...

Harry sorriu e a interrompeu.

-Certo, eu vou trocar de camiseta.

Hermione respirou fundo parecendo aliviada.

Harry tirou a camiseta e se enxugou. Seus cabelos estavam molhados e conseguiam ter ficado mais bagunçados.

Harry percebeu que Hermione estava o encarando. Quando os dois se olharam, ela desviou o olhar novamente.

-Eu...eu vou buscar...um cobertor...e alguma coisa quente pra você beber...espere aqui...

Harry confirmou com a cabeça e se sentou no sofá.

Não demorou muito e Hermione apareceu com um cobertor e uma xícara de chocolate quente.

-Tome – disse, ainda parecendo preocupada.

Harry sorriu.

-Obrigado – disse enquanto se cobria.

Os olhares dos dois se encontraram novamente, mas dessa vez Hermione demorou mais para desviar o seu e corou.

-Hum...você não vai tomar o chocolate quente? – perguntou corando ainda mais.

Harry não conseguia tirar os olhos dela.

-Não – disse sorrindo.

-Bom, sabe seria melhor se você tomasse. Você pode ficar doente...e eu estou sendo muito chata não?

Harry sorriu e balançou a cabeça negativamente.

-Então por que você não quer tomar? Está tão ruim assim? – perguntou se aproximando, pegando a xícara e a levando até a boca.

Harry apenas a observava; os olhos brilhando e o coração a mil.

-Bem – Hermione disse fazendo uma careta – Eu ainda não aprendi a fazer chocolate quente.

Harry deu uma risada e se aproximou.

-Mione? – ele murmurou.

-O que? – ela perguntou numa voz trêmula.

-O que você faria se eu te beijasse de novo?

Hermione corou e não disse nada.

Harry se aproximou ainda mais; agora podendo sentir a respiração dela.

-Bem – Harry sussurrou – Acho que eu vou ter que descobrir.

Hermione corou ainda mais(se isso era possível).
Harry segurou na cintura da garota, a puxou para mais perto e sentiu seus lábios colados nos dela.
Uma explosão percorreu em todo o seu corpo.
Parecia um sonho. Um sonho que ele jamais queria que terminasse.
Os beijos iam ficando cada vez mais intensos.
Havia muito mais que um beijo ali e os dois sabiam disso.


Só que quando Harry ia puxar Hermione para mais perto, a garota desequilibrou e caiu do sofá.

Harry escorregou para junto dela não contendo uma risada.

-Ai, como eu sou desastrada! – Hermione exclamou rindo.

Harry sorriu e passou a mão no rosto dela.

-Você é demais, sabia?

Hermione sorriu.

-Ah, Harry isso não...

Mas antes que ela pudesse terminar o que estava dizendo, Harry colocou delicadamente o dedo indicador nos lábios dela.
Então a puxou; agora muito mais perto do que antes.
Se beijaram novamente.
Harry não ouvia mais nada. A chuva não caia mais lá fora, nada mais importava. A única coisa que conseguia ouvir era a respiração de Hermione.

Harry não tinha certeza se deveriam fazer aquilo.
Mas sabia que ambos desejavam um ao outro e desejavam ter uma noite inesquecível.
E foi isso que eles tiveram.

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