Um sonho e um pesadelo



Na manhã seguinte, Harry se levantou e cambaleou até o banheiro.
Jogou água no rosto e sentiu medo que tudo que havia acontecido na noite anterior fosse apenas um sonho.
Ele estava se sentindo leve, feliz e acima de tudo protegido. Nunca imaginou que ter um pai fosse tão bom assim.

O garoto se trocou e desceu para o Salão Principal para tomar café da manhã.

-Bom dia! – ele disse animado a Rony e Hermione.

-Bom dia – os dois responderam sorrindo.

-Harry, experimente isso aqui – Rony disse com a boca cheia, empurrando um prato de ovos com bacon para o amigo – Está uma delicia!

-Deve estar mesmo – Hermione disse sarcástica – Você já repetiu três vezes.

Harry riu e Rony ignorou o comentário da amiga.

-Então – Hermione começou a dizer depois de tomar dois goles de suco de abóbora – Como se sente?

Harry sabia que ela estava se referindo a noite anterior, pois ele já havia contado aos amigos sobre seu pai.

-Melhor impossível – Harry respondeu sorrindo.

Hermione retribuiu o sorriso e olhou as horas.

-Bom, vamos? Temos duas aulas de Poções agora.

Rony suspirou parecendo mais de saco cheio do que nunca.

-Maravilha, eu adoro Poções – Harry disse ironicamente.

Os três se levantaram e seguiram para a sala do professor mais odiado.

Sentaram-se e esperaram Snape resolver parar de escrever em um pergaminho e começar a aula.

-Bom – ele disse finalmente se levantando – Antes de tudo, eu tenho que avisar a vocês que os N.I.E.Ms estão se aproximando. Suponho que muitos de vocês – ele disse fitando Harry – Pensam que se saíram bem...mas eu não tenho tanta certeza assim.

Harry respirou fundo. Já estava acostumado com as provocações de Snape.

-De qualquer jeito, abram os livros na página 702...vamos revisar algumas poções importantes.

Harry se virou para apanhar seu livro, mas no mesmo momento Hermione o pegou, fazendo que a mão dos dois se tocasse por alguns segundos.

-Ah, desculpe – ele respondeu sem graça.

Hermione sorriu e abriu o livro.

******************************************************

Quando o relógio marcava seis da tarde, Hermione e Harry seguiram para a sala secreta. Haviam combinado de se encontrar com Rony, mas o ruivo não estava lá.

-Cadê o Rony? – Harry perguntou fechando a porta.

-Não faço a mínima idéia – Hermione respondeu mais cínica do que nunca.

O garoto deu uma risada e se sentou do lado dela, no sofá.

-Você fez de novo, não? – ele perguntou com um sorriso no canto da boca.

Hermione corou e sorriu.

-Fazia tempo que você não me olhava desse jeito, sabia?

-Que jeito? – Harry perguntou franzindo a testa.

-Esse seu jeito de sedutor – ela disse completando com uma risadinha.

-Jeito de sedutor? – ele repetiu – Eu tenho jeito de sedutor?

-Tem – ela respondeu colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

-Bom – ele disse sorrindo maliciosamente – Eu consegui te seduzir, pelo menos?

Hermione sorriu e balançou a cabeça negativamente.

Ele riu e se aproximou.

-Por que tudo é tão complicado com a gente?

-Bem, porque somos dois idiotas.

-Sem dúvida – Harry concordou balançando a cabeça.

Hermione fitou a lareira e depois se virou novamente para Harry.

-Você ainda não me ensinou a fazer chocolate quente.

-Só depois que a gente se casar, lembra? – Harry observou fazendo cara de sério.

Hermione sorriu.

-Pra isso, a gente precisa se beijar algumas vezes, não?

-Com certeza – ele disse olhando nos olhos dela.

Hermione se aproximou e o puxou pela camiseta.
Harry sentiu a respiração dela e logo seus lábios colaram com os da garota.

Ele precisava esquecer de tudo aquilo.
Era hora de começar de novo.
Não adiantava tentar esquecer, tentar fugir de Hermione. Era impossível.

-Você não é tão teimoso como eu achava que era – Hermione disse baixinho.

Harry sorriu, a deitou no sofá e a beijou mais uma vez.

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Harry abriu os olhos.
Hermione o fitava.

Ele se sentou e a puxou para perto, lhe dando um beijo demorado.

-Vamos ver uma coisa... – ele disse olhando para a própria corrente.

Mas levou um susto.
Ela estava transparente.
Como assim?
Hermione não estava sentindo nada por ele?

Ele mostrou a corrente para ela, que arregalou os olhos.

-Mas não é possível – ela disse colocando a mão no pescoço – Eu perdi a minha!

Por um momento, Harry se sentiu aliviado. Sua corrente estava transparente porque ela tinha perdido a dela...não porque não o amava.

-Não tem problema – ele respondeu carinhosamente.

-Claro que tem! Eu sou uma idiota mesmo! – ela disse impaciente.

-Não é não...você é linda, perfeita, inteligente...

-Harry – ela disse sorrindo – É sério...essa corrente é muito importante pra mim.

-Certo, então vamos procurar ela. Você se lembra onde foi que você a olhou pela última vez?

-Na aula de Trato das Criaturas Mágicas – ela disse balançando a cabeça.

-Então, pode ter caído lá. Depois a gente procura.

-Não, não – ela disse se levantando e colocando um casaco – Eu vou lá agora. Me espere aqui, ok?

-Eu vou junto – ele disse gentilmente.

-Fique aqui, eu já venho.

Harry hesitou, mas concordou com a cabeça.

Hermione se aproximou e tocou delicadamente seus lábios com os dele.
Seguiu até a porta e antes de sair, sorriu.


Harry se deitou novamente.
Sim.
Agora tudo iria dar certo.
Ele sentia isso.

-Eu te amo – ele sussurrou fitando o teto – Eu te amo tanto Mione...

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Hermione gritava de dor.
Harry correu até o andar de cima e tentou abrir a porta.
Estava desesperado.
Jogava todos os feitiços na maldita porta, mas ela não abria!

-Harry!! Por favor me ajude!!

Os gritos dela iam ficando cada vez mais sofridos.

-Mione!!!!!!!! – ele gritou sentindo sua cicatriz arder – Eu estou indo!!

Mais uma vez ele tentara abrir a porta, mas não obtevera sucesso.

-Harry!!! – Hermione berrou pela última vez.

Ele se abaixou e encostou o ouvido na porta, para tentar ouvir alguma coisa.
Mas não ouvia nada.
Absolutamente nada.
Apenas uma risada fria e satisfeita.

-Hermione – ele disse com a voz rouca, sentindo lágrimas deslizarem pelo seu rosto...



Harry se levantou num pulo.
Estava suado e tremia muito.
Sua cicatriz dava pontadas de dor e ele sentia muita tontura.

Mas estava desesperado demais para pensar no que era certo e no que era errado.
Voldemort tinha seqüestrado Hermione.
Droga!
Ele tinha certeza que era isso!

Harry seguiu até a porta e saiu correndo a procura dela.

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