A Poção de Hagrid



A aula de Herbologia foi ótima, o professor ensinou a plantar viscos com flores de jardim, depois eles leram uns livros antigos na prateleira da estufa.


            O professor Longbottom disse que as mandrágoras já salvaram a escola, salvando as pessoas que estavam petrificadas, ele também disse que mandrágora cozida é ótima para poções, e é muito usada para fazer experiências com poções.


            Após a aula de Herbologia eles tinham duas horas livres, pois o professor de Defesa contra as Artes das Trevas estava preparando as N.OM.S.


            Alvo percebeu que havia feito dois grandes amigos em Hogwarts, Rosa e Peter.  Ele não parava de pensar no seu patrono, era realmente um lobo,.


            Eles foram para o salão comunal da Grifinória, onde Alvo pegou um exemplar do profeta diário e leu que os dementadores perdidos já chegaram em Dufftown, mas os aurores estão patrulhando por fora para ver se algum outro passa pelo território.


            -Isso é um absurdo – disse uma garota atrás de Alvo.


            -Desculpe?


            -Ah, não acha? Os aurores deviam combater os dementadores! Não patrulhar por volta do território!


            -Ah, claro – disse Alvo olhando fixamente para a garota, que abriu um sorriso.


            -Qual o seu nome? – ela se sentou ao lado de Alvo.


            -Alvo, e o seu?


            -Amanda.


            Os dois se entreolharam por uns instantes, sem saber o que falar, Rosa, que observava de longe ria, com Peter ao seu lado.


            -Bem, eu vou explorar esse castelo – disse Amanda sorridente.


            -O.K.


            E a garota se foi saltitando pela sala, até chegar na grande escadaria e desaparecer da visão de Alvo.


            Rosa e Peter se aproximaram dele, rindo.


            -Alvo está...


            -Não ouse dizer isso – disse ele rindo de si mesmo.


            Eles riram e, juntos, foram andar pela escola, eles desceram toda a escadaria e se sentaram no pátio.


            O Sol estava iluminando o rosto de Alvo, que olhava Rosa fazer um feitiço de levitação numa pedra de cinco centímetros. Peter conversava com os amigos sobre o livro que lia, mas que ele perdera quando passou perto da torre da Sonserina.


            Os alunos do primeiro ano logo preencheram o pátio para usarem como campo de batalha numa partida de Quadribol sem vassoura.


            Alvo tirou a varinha do bolso, fitou-a, era bem escura com um apoio meio amarelado em baixo, a ponta parecia magnífica para ele, onde este fazia seus feitiços. Ele olhou a varinha de Rosa que se movimentava tentando levitar uma pedra, era cor-de-vinho, meio escura com um apoio preto embaixo. Depois fitou a varinha de Peter, era bem marrom, com um apoio meio destroçado preto.


            -Qual a árvore de sua varinha mesmo, Rosa? – perguntou Alvo.


            -Arvore de Merlin – respondeu a prima se sentando ao lado do primo.


            Peter franziu as sobrancelhas.


            -Árvore de Merlin?


            -Cultivada nos campos do território de Merlin, ela é uma árvore cor-de-vinho, lisa como uma parede, dizem que sua raiz é benéfica e que todas as varinhas feitas dessa árvore tem o núcleo de Dragão.


            -Fibra do coração?


            -Claro Peter! – ela riu e Peter pareceu satisfeito.


            -E a sua? – perguntou Alvo olhando para o amigo.


            -Ah, é feita de Olmo, o núcleo é pena de fênix.


            -A minha também é de pena de fênix, só que é de Salgueiro.


            Eles sorriram por um momento, até que Alvo viu Amanda correndo pelo pátio e descendo a escada que levava ao ancoradouro, Alvo abriu um sorriso que se desfez quando viu que Escórpio Malfoy e seus colegas acabaram de sair do portão correndo atrás dela.


            Alvo ia se levantando quando Rosa segurou seu braço.


            -Você não pode, ele vai te machucar! – disse a prima preocupada.


            -Obrigado pelo voto de confiança.


            -Digo que eles são três, Alvo, você não pode ir desse jeito, sozinho...


            Peter se levantou, sacou a varinha e disse:


            -Então eu vou junto!


            Alvo sorriu, olhou para Rosa pedindo apoio e ela apenas suspirou e soltou seu braço, que parecia que era um animal tentando sair de uma gaiola, Alvo saiu correndo como um raio atrás de Escórpio e seus colegas que já sumiam de sua visão, atrás dele iam Peter e Rosa, com varinha a mão.


            De cima da escadaria, Alvo viu Amanda sendo encurralada por Escórpio e os outros.


            Ele pulou para fora da escada e foi descendo pela grama, que não precisava fazer voltas.


            Quando chegou lá embaixo, se escondeu atrás de uma pilastra, onde sentiu dois vultos encostarem nele, olhando as quatro figuras que se movimentavam a todo o momento.


            -Amanda, ainda não entendeu, não é? Sou EU que mando! – dizia Escórpio acariciando seus cabelos encaracolados.


            -Sai daqui Malfoy! – ela olhava enojada para o garoto.


            -Ah, é? Sua sangue-ruim! – ele sacou a varinha negra do bolso e apontou para Amanda, que estava assustada – Que feitiço eu uso? Já sei... Estupefaça seria ótimo...Estupe...


            -Expeliarmus! – gritou Alvo e a varinha de Escórpio voou para perto dele, que agora saira de trás da pilastra.


            Rosa e Peter saíram também, olhando para Escórpio.


            -Ah, se não é o Potter? Aquele seu irmão me trouxe problemas sabia?


            -Os seus problemas não são meus problemas, Malfoy!


            -Accio varinha! – gritou Escórpio e de repente a varinha voara para a mão dele – Muito abusado sabia, Potter? Agora, venha duelar comigo! Vamos ver se você consegue.


            Alvo deu três passos a frente, apontou a varinha para Escórpio e disse:


            -Comece, Malfoy...


            Escórpio sorriu friamente e gritou:


            -Everte Statum!


            Um jato de luz verde saiu da ponta da varinha negra de Escórpio e voou em direção a Alvo, que caiu três metros atrás de onde estava.


            -Vamos Potter! Me derrube! – gritava Escórpio sorrindo.


            Alvo se levantou, apontava a varinha com força para Escórpio, mas paralisou quando viu uma figura encapuzada voando na direção do oponente, Escórpio estava de costas para ela, Rosa e Peter olhavam para Alvo, todos olhavam para Alvo, apenas ele se concentrava na figura que logo percebeu o que era.


            Um pensamento veio-lhe a cabeça, o que ele faria? Deixaria Escórpio ser atacado pela criatura ou salvaria o garoto que o odiava, o que era certo e o que era satisfatório? Ele não queria ver nenhum aluno morto no primeiro ano, então concluiu que as duas opções se resumiam em salvar Escórpio, que esperava o ataque de Alvo, quando a figura quase tocava em Escórpio, Alvo gritou:


            -Expecto Patronum!


            Um lobo prateado saiu da varinha de Alvo e se dirigiu a figura encapuzada, que lutava contra o lobo, mas fugiu, mergulhando no mar.


            Alvo caiu no chão e ouviu uma voz lhe falando:


            Muito bem Alvo, fez a coisa certa...


            Depois disso uma escuridão, Alvo havia desmaiado. Rosa, Peter e Amanda o levaram para o hospital, enquanto Escórpio e seus colegas olhavam o lobo prateado afugentando a figura que quase matara um deles.


 


            Alvo acordou no hospital, não se lembrava direito do que havia acontecido, só via quatro rostos, Thiago, Rosa, Peter e Amanda, todos sorrindo para ele.


            -Alvo! – gritaram todos e abraçaram o garoto que estava todo dolorido.


            -Ai, ai! – dizia ele quando recebia abraços na cama.


            Demorou um tempo para se sentar na cama, percebeu que estava com uma roupa branca, com o símbolo de Hogwarts.


            -Onde eu estou? – perguntou ele.


            -No hospital da escola – disse Rosa.


            -Por quê?


            -Você desmaiou – disse Peter.


            -Mantenho a pergunta.


            -Você espantou um... bem , eu não sei o que era – disse Amanda.


            -Ah, claro, o dementador! – disse ele se levantando da cama.


            Rosa segurou sua mão fria.


            -Alvo, aquilo realmente era um...


            -Sim, eu li num livro e vi a imagem deles, eu conjurei um patrono, Rosa, como eu fiz nas estufas!


            A diretora Mcgonagall entrou no hospital segurando Escórpio pelo ombro.


            -Era ele senhorita? – ela se dirigia a Amanda.


            -Sim, professora.


            Ela olhou friamente para Escórpio e lhe deu detenção, limpar o estádio de Quadribol depois do jogo.


            Ele saiu do hospital de cabeça abaixada.


            -Senhor Potter – disse ela – Eu tomei a liberdade de pegar sua varinha e ver seu último feitiço, e achei impressionante e desnecessário usar um feitiço do patrono.


            -Não, a senhora não entendeu, havia um dementador no ancoradouro, eu o afugentei! – Alvo disse e todos ao seu lado confirmaram, exceto Thiago eu não estava no local do patrono.


            -Então, parabéns senhor Potter, cinqüenta pontos para a Grifinória, eu enviarei uma carta para seus pais hoje a noite e eles saberão o que fazer, tenho certeza de que Potter irá achar surpreendente... Boa tarde meninos.


            -Boa tarde, professora – disseram todos enquanto a diretora se afastava do hospital.


            Alvo colocou seu traje da Grifinória e olhou no relógio da parede.


            -Já se passaram todas as aulas! – exclamou ele.


            -Tudo bem, Alvo, os professores estiveram aqui e permitiram que nós tomássemos conta de você por quanto tempo precisasse – disse Rosa.


            Alvo deu uns passos, pensativo, tentando se lembrar do que acontecera, de repente lhe veio a cabeça:


            -Havia um homem no ancoradouro...


            Os outros franziram as sobrancelhas.


            -Alvo, não havia nenhum homem – disse Rosa.


            -Eu ouvi ele dizendo, ele disse que eu fiz a coisa certa, depois eu desmaiei.


            Todos se entreolharam assustados, depois disseram que não podiam explicar isso.


            Eles andavam despreocupados por Hogwarts, Thiago estava sempre sorrindo, eles  foram até as masmorras olharem os trasgos presos em suas celas.


            -Alvo! Temos que ver o Hagrid! Hoje é sexta esqueceu? Ele nos convidou para tomar chá! – gritou Thiago olhando o relógio das masmorras.


            -Claro – disse Alvo, e ele e o irmão foram  até a cabana de Hagrid.


            Estavam a uns vinte passos da cabana e ouviam gritos tipo: Volte aqui! Venha cá agora!


            Eles bateram na porta e Hagrid deu um chute nela, fazendo Alvo e Thiago voarem cinco metros para trás.


            -Desculpe, esperava que fosse um dementador...


            -Que dementador bateria na porta Hagrid? – perguntava Thiago com a mão na barriga.


            -Ah, claro – dizia ele.


            Eles entraram na cabana, havia um grande sofá no canto da sala redonda, uma lareira e um grande tapete de urso, apesar de feder muito era um lar bem aconchegante.


            -Tomem, bebam uma xícara de chá! Por que a Rosa e o Peter não vieram? – disse Hagrid servindo chá.


            -Porque o senhor não os convidou – respondeu Alvo bebendo um gostoso chá quente – Aliás, está ótimo Hagrid.


            -Obrigado, Alvo.


            Thiago olhava a floresta proibida.


            -Hagrid, hoje vimos uma planta assassina, sabia?


            Hagrid olhou o rosto rosado do garoto e disse:


            -Não. Não tenho saído de casa.


            -Por quê? – perguntou Alvo.


            -Dementadores...


            Alvo e o irmão se entreolharam, depois fitaram o grande rosto de Hagrid.


            -Algum problema? – perguntou o gigante.


            -Não.


            -Ótimo, não quero que as pessoas achem que eu sou um covarde, mas tenho que me proteger, não sou mais o mesmo, sabem? – disse Hagrid.


            -Claro, Hagrid – disse Alvo.


            Hagrid olhou pela janela, a lua aparecia no céu azulado.


            -Já está tarde, é melhor vocês irem.


            Os garotos se despediram do gigante, e quando saíam da cabana ele veio correndo lhe entregar alguma coisa.


            -Peguem isto, é uma poção que eu mesmo fiz, use-a quando estiver machucado, ela vai te ajudar.


            -Restauradora de Vigor... – disse Alvo analisando o líquido dentro do frasco.


            -Exatamente.


            -Tudo bem, Hagrid, adeus.


            Eles saíram da cabana de Hagrid e viram o caçador Steven parado no monte, olhando assustado para a floresta proibida, ele erguia a varinha negra para as árvores, que se movimentavam ao vento forte. O caçador Steven era um agente do ministério, tinha um cabelo comprido sobre o rosto pálido e magro, usava sempre roupas negras e era muito conhecido pelos Potter.


            Alvo e Thiago subiram o monte, lá de cima viam as montanhas geladas que se erguiam a muitos quilômetros da escola.


            O caçador olhou assustado para os garotos, seus cabelos negros esvoaçavam para trás, os olhos, mais profundos do que o oceano pacífico estavam mergulhados em escuridão, Alvo viu que fora ameaçado ou atacado, algo do tipo.


            -Senhor Steven, o que o traz a Hogwarts? – perguntou Thiago.


            O homem pigarreou e se sentou na grama, fechou os olhos e soltou um pequeno grito de dor, abraçava os joelhos com força, deitou de lado e começou a falar baixo:


            -Há um outro...


            -Desculpe? – perguntou Alvo se aproximando do caçador.


            -Eles estão chegando Alvo, por ordem do outro...


            De repente o caçador desapareceu na grama, deixando os garotos com um extremo medo na pele.


            Eles seguiram para o Grande Salão, estava na hora do jantar, a diretora Mcgonagall fazia seu discurso enquanto Rosa, Peter e Amanda faziam perguntas sobre o caçador.


            -Não sabemos de muita coisa gente, o caçador Steven só disse que havia um outro... – disse Thiago.


            Alvo parecia aturdido, fitava o grande prato dourado a sua frente, depois tornou a prestar atenção ao discurso da diretora:


            -Eu peço que tomem cuidado, hoje a tarde, um de nossos alunos espantou um dementador, o que significa que estão próximos, os aurores não estão colaborando, mas nós também não podemos fazer nada!


            Todos cochicharam, todos olhavam para as outras mesas procurando opções para quem espantou o dementador, Alvo fechou os olhos com força, sentiu uma facada em seu peito jovem, depois abriu os olhos novamente e viu Rosa conversando com Amanda.


            Alvo se sentia fraco, se levantou da mesa, puxando todos os olhares que olhavam por perto, ele se dirigiu a parede e caiu , não sentia as pernas, sua testa ardia muito, seus olhos não agüentavam mais ficar abertos.


            -Alvo! – gritava Thiago – Alvo!


            Alvo ouviu a mesma voz que ouvira antes em sua cabeça:


            Agüente firme Alvo, falta pouco para você me conhecer...


            De repente Alvo não estava mais no Grande Salão, estava no hospital, mas dessa vez o hospital estava cheio de gente, todos os alunos da Grifinória se encontravam ali, alguns voavam em vassouras para ver com melhor precisão o que acontecia com Alvo, os amigos mais próximos estavam ao lado da cama dele.


            Ele se sentou na cama, os olhos não agüentavam mais esse tumulto, viu a diretora Mcgonagall se aproximar dele, com os seus pais ao seu lado.


            -Pai... Mãe... – disse o garoto sorridente.


            -Ele desmaiou no Grande salão, acho que vocês devem ficar sozinhos... Bem, todos para fora exceto os familiares de Alvo, vamos!


            Harry olhava preocupado para o filho, que estava sorridente ao ver seus olhos verdes e confiáveis, depois olhou para a mãe, que já estava o abraçando.


            -Alvo, o que aconteceu? – perguntou o pai.


            -Eu desmaiei.


            -Por quê?


            -Não sei. De repente eu estava caído no chão.


            -Eu sei por que pai. Alvo teve problemas demais hoje, ele espantou uma planta assassina das estufas de Herbologia, afugentou um dementador – os olhos dos pais se arregalaram nessa parte – e recebeu uma mensagem do caçador Steven!


            Harry estava perplexo, a mãe deles levou Thiago a se sentar com ela num banco no corredor fora do hospital, deixando Alvo e seu pai sozinhos.


            -Alvo, a diretora me disse que você conjurou um patrono, mas não sabia que havia recebido uma mensagem do caçador Steven – disse o pai.


            -Ele disse que eles estavam vindo, por ordem do outro.


            -Eles? Outro?


            -Não sei quem são, só sei que devem ser perigosos.


            O pai colocou a mão na testa, em sua cicatriz, depois começou a murmurar:


            -Não, não, não... Não pode ser... De novo não!


            Ele caiu no chão, a cicatriz estava ficando verde, os olhos dele se fecharam, Alvo saiu da cama, revistou os bolsos e achou a poção de Hagrid, abriu-a e colocou na garganta do pai...


            Ele começou a voltar ao normal, se levantou sem saber o que tinha acontecido, apenas abraçou o filho e foi embora do colégio, deixando todos ali, exceto Gina, todos os filhos, os dois alunos mais queridos por ele.


            Alvo e Thiago voltavam ao salão comunal quando viram Nick Quase sem Cabeça, estava voando pelos corredores apressado, nem viu os dois Potter ali.


            Alvo estava  intrigado, aquilo tudo acontecera em apenas um dia em Hogwarts, imagina quantos dias ainda esperavam por ele e quantos  problemas ainda viriam a surpreende-lo? Porém os outros dias foram excelentes, Alvo cumpriu todas as tarefas com sucesso, fora ao povoado de Hogsmeade, apesar de tudo isso, ainda pensava no que salvara a vida de seu pai, na poção Restauradora de Vigor, na poção de Hagrid!

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