O Livro de Merlin



 


            Alvo estava indo solitariamente para a aula de poções, como professor Slughorn, ele não tinha mais falado com ninguém, a solidão era tudo e todos a quem ele precisava.


              O corredor do subsolo estava escuro, Alvo não prestava atenção em ninguém, somente na porta             que levava a sala de poções. Ele atravessou o corredor e entrou na aula, Rosa e Peter esperavam por ele, enquanto Amanda mostrava uma poção bem sucedida para o professor Horácio.


              O professor deixou Amanda e foi falar com Alvo.


              -Olá Alvo, como vai?


              -Bem professor... – disse Alvo e se sentou numa cadeira perto de Rosa e Peter, que o esperavam preocupados.


              -Alvo,  como está? – perguntou Rosa.


              -Bem, estou muito bem – respondeu o primo abrindo o livro de poções.


             -Alvo você deve se enturmar – disse Rosa – Ficar isolado não vai ajudar, seja forte Alvo!


             -Ahn... Rosa eu tenho problemas demais, lembra daquele dia? Lembra da mensagem do Steven? Não quero meter vocês nesses problemas... – disse o garoto lendo uma página onde ensinavam a fazer uma Verita Serum.


            O rosto pálido e magro de Escórpio Malfoy apareceu na porta da sala, com um ar de desprezo, ele deu um passo a frente, estudando os lugares vazios, havia apenas alguns, um lugar solitário no canto da sala e um ao lado de Alvo. Sem dúvida Escórpio escolheu o lugar solitário e se sentou ali, aguardando o começo da aula.


            O professor Horácio mandou todos pegarem seus cadeirões e prepararem uma poção para criar espinhas, quem conseguisse preparar uma em boas condições ganharia “Excelente” na média.


            Os alunos quase se matavam para conseguir fazer metade da poção, nas nenhum conseguiu fazer uma boa, exceto um garoto chamado Yarley Cholse, que tinha o pai mestre em poções, e era dono da “Envenenadoras Cholse”, onde ele mostrava ao filho a fazer poções.


            Após a aula Alvo se sentou no terceiro degrau da escada do andar, onde refletia sobre a mensagem de Steven... Fazia duas semanas e nada de “Eles a ordem do outro”


            Sem dúvida as pessoas atrapalhavam seus raciocínios, não havia como pensar com elas fazendo perguntas tipo: Seu pai tem mesmo aquela cicatriz? Você conheceu Você – Sabe – Quem? O professor Weasley é seu tio? Realmente, Thiago estudava naquela escola a três anos e ninguém perguntou nada a ele?


            Alvo encostou a cabeça na parede negra, fechou os olhos levemente e pensou no caçador lhe dizendo as palavras, em choramingando como um bebê, etc...


            Abriu os olhos e viu uma criatura prateada descendo a escada, percebeu que era um homem barbado com um uniforme de príncipe. Era Nick, o fantasma da Grifinória.


            -Alvo, o que faz aí embaixo? – perguntou o fantasma sorridente, provavelmente seus dentes seriam amarelados se não fosse um fantasma – Não tem nenhuma aula agora?


            -Não, tenho um tempo livre esse final de tarde. Estou pensando, sabe?


            O fantasma atravessou o garoto solitário, que se assustou a sentir um homem morto passando pelo corpo frágil.


            -Na mensagem do caçador, certo? – perguntou o fantasma preocupado.


            O garoto baixou o olhar, sabia que devia seguir em frente, ser como um garoto normal, mas ele parecia tão especial, não é sempre que um caçador chega pra você e choraminga uma mensagem estranha, você deve ter algo especial...


           -Sim.


           -Bem, já vou indo Alvo, se precisar de mim é só incendiar o visco desinflamável no final do corredor, Adeus! – e o fantasma desapareceu na parede, deixando Alvo sozinho novamente.


           Alvo se levantou do degrau onde descansava e subiu as escadas, lá em cima estavam Amanda e uma amiga, que conversavam sobre o livro de poções. Amanda viu Alvo subindo as escadas e pediu licença a amiga, foi em direção ao garoto que andava despreocupado pelos corredores.


           -Alvo, como está? – perguntou a amiga.


           -Bem, e você? – respondeu o amigo retribuindo o interesse da amiga.


           -Recebi uma carta dos meus pais, Little Widding está abrigando o primeiro-ministro por um tempo.


           -Mora em Little Widding? Meu pai morou lá!


           -Sério? E você mora aonde?


           -Numa pequena vila criada a pouco tempo, o nome é difícil, eu tenho que fazer um pequeno esforço para dizer... é... Wulfric’s Hollow.


           A garota soltou uma risada e encostou a cabeça no ombro do amigo, eles estavam atravessando a ponte, olhando as montanhas se erguendo em ciam da floresta proibida.


          -Estudei sobre o caçador Steven – disse a amiga agora parecendo preocupada – Alvo, tome cuidado, ele era uma ameaça para os bruxos das trevas, se você tinha alguma ligação com ele você pode ser um alvo deles.


          -Ah, você parece minha tia Hermione! – resmungou Alvo sorrindo.


          A garota riu e se afastou, indo em direção a amiga, que a esperava ansiosa.


          Alvo continuou seu caminho para algum lugar do castelo. Via os dragões voarem perto do campo de Quadribol, o que lembrava que teria aula de voo daqui a pouco. Dois garotos se aproximavam da ponte, com vassouras, eram altos e fortes, os cabelos caíam sobre o rosto magro.


         Alvo não prestou muita atenção, continuou caminhando pela ponte até se encontrar no pátio de entrada, Rosa e Peter estavam ali conversando sobre uns garotos que brincavam de duelo.


         Eles o avistaram antes que ele pudesse se afastar.


         Aos tropeços, Peter e Rosa se aproximaram dele. Preocupados, com as bochechas rosadas.


         -Alvo, venha conosco caminhar por esse castelo... amarelo?


         -Peter deu pra rimas agora – disse Rosa.


         Alvo não deu muita atenção, se sentou num canto, tinha de fazer algo interessante na escola, foi quando um garoto passou correndo por ali, cheio de livros velhos no caldeirão. Um livro caiu no chão, mas antes que eles o avisassem , ele já estava fora da visão dos três amigos.


         Alvo pegou o livro, os letreiros dourados deixavam o brilho dos olho de Alvo fracos em comparação:LIVRO DE MERLIN.


         -Aqui diz Livro de Merlin. Já ouviram falar? – perguntou Alvo fitando o livro.


         Ele abriu a capa empoeirada, estava escrito a tinta no canto da folha amarelada:


                 Este livro pertence a Merlin e somente este pode ler o que tem dentro!


         Ele ignorou e folheou a página novamente, lá estava o primeiro capítulo do livro, a página estava molhada nas bordas, amarelada  e velha, o capítulo era:As vassouras mágicas.


         -Interessante... – disse Alvo.


         -O que houve Alvo? – perguntou Peter se aproximando do amigo, seguido da amiga Rosa, que estava preocupada com o primo, como sempre.


         -Eu vou dar uma lida, querem ler também? – perguntou Alvo olhando os dois alunos interessados.


         Os dois se entreolharam e assentiram, eles se sentaram no canto do corredor e começaram a ler o livro empoeirado:


         Antigamente não havia vassouras voadoras que nos levavam a todos os lugares que queríamos, todos iam a pé, ainda não tinham descoberto a arte de aparatar. Houve um bruxo que se destacou nessa época ( 1604-1765), ele inventou e descobriu milhões de coisas que os bruxos pensavam que eram milagres, uma delas eram as vassouras.


        Merlin era o bruxo. Ele estava caminhando por uma estrada deserta, não havia ninguém e nada a sua volta, ele lia um livro grosso e amarelado: Os cantos de Flaharia, a centaura.


        Merlin se sentou em cima de uma pedra enorme, avistou uma vassoura largada no chão e lançou um Wingardium Leviosa nela. Como ele esperava a vassoura flutuava no ar.


       Cansado de levitar a vassoura, desceu da pedra e continuou a caminhar pela estrada, mas para seu espanto, ele olhou a vassoura caída no chão, mas ela não estava lá, olhou para cima e a vassoura ainda levitava, ele achou curioso e subiu nela, inventando, assim, a vassoura mágica.


       Os amigos se entreolharam e continuaram lendo:


                   O Mundo Secreto de Merlin.


        Escrito a tinta, havia uma frase dizendo:Parem de ler, vocês não sabem o que os espera!


        -É melhor pararmos de ler Alvo – disse Peter preocupado.


        O garoto estava realmente preocupado, seus olhos brilhavam preocupação, os braços estavam quase jogando o livro para fora do castelo, as pernas querendo se levantar e sair correndo, Alvo nunca vira seu amigo tão medroso.


        -Tudo bem – disse ele pensando no medo do amigo.


        Eles se levantaram os traseiros doíam, Alvo guardou o livro no bolso largo, e fitou a prima Rosa, que não falara nada depois de ler o livro.


        -Rosa, algum problema? – perguntou Alvo.


        -Não acha estranho? Você ouve uma voz na sua cabeça, uma voz que só você ouviu, dizendo que você logo encontrará o locutor e aí você ganha esse livro... É muito estranho Alvo.


        O rosto rosado e persuasivo da prima assustava sempre Alvo, é lógico que ela era bem mais madura que o garoto, sempre com a pulga atrás da orelha, mas ele sabia que ela o adorava, tanto que nunca deixava ele fazer uma besteira sem antes pedir permissão.


        -Tem razão, mas vamos ver isso depois, agora temos aula de voo.


        Os três amigos foram para o pátio de voo, que ficava perto do campo de Quadribol. Todos os alunos estavam parados em frente a sua vassoura, Alvo não gostava de exibir a mais nova vassoura de todos os tempos a Fire Style.


        Todos se impressionavam com a vassoura, não é pra menos, o cabo era bem feito para apoiar o traseiro do jogador: reto atrás e torto na frente. O cabo era vermelho e marrom, os “pelos” da vassoura era lisos e fortes negros como o céu a noite.


        O garoto era elogiado por todos da turma, e invejado por alguns Sonserinos. Os amigos não se importavam muito, pois sabiam que aquilo não era nada em relação a pessoa maravilhosa que Alvo era.


        A professora veio voando numa vassoura, com uniforme dos Harpyas, ela pousou no chão e sorriu para toda a classe:


        -Olá alunos novos, eu sou Cátia Bell e essa é sua primeira aula da voo. Vou ensinar como fazer uma vassoura seguir em seu encontro, vou ensinar a voarem mais rápidos do que um trovão e essas coisas.


        Todos os alunos cochicharam, até que ela disse:


        -Fiquem ao lado de suas vassouras, estendam a mão e digam “Suba”!


        Assim feito, todos os alunos ficaram ao lado da vassoura e gritaram o verbo imperativo. A maioria das vassouras nem se moveu, algumas apenas se ajeitaram para o lado, outras voaram uns dez centímetros, e apenas uma subiu para a mão do dono, a de Alvo.


        -Muito bem garoto! – disse a professora – Qual o seu nome?


        -Ah, desculpe, professora... Me chamo Alvo, senhora, Alvo Severo Potter.


        A professora arregalou os olhos por uns segundos e depois sorriu dizendo:


        -Igualzinho a seu pai, senhor Potter, ele também conseguiu fazer isso na primeira tentativa... Eu estava na frente dele – a professora viajava no tempo, contemplando a grama coratada.


        Alvo entende como um elogio, todos falavam bem de seu pai, que ele era amável, ajudava todos, essas coisas. Todos os professores diziam que eles eram muito parecidos, seu pai lhe dissera que os professores dele diziam que ele era muito parecido com o pai também, era um laço familiar pelo visto, afinal, todos diziam que ele era mais para parte do pai, enquanto os outros eram mais para a parte da família da mãe.


       O resto da turma conseguiu levitar as vassouras até a mão e a professora prosseguiu:


        -Agora, quero que voem até os aros que eu montei, deem meia volta e venham para cá. Façam uma fila!


        Escórpio Malfoy começou a jogar os alunos para o lado e correu para o encontro da professora, sendo o primeiro da fila, ele olhou para trás, mostrou o sorriso que se desfez quando viu Alvo atrás dele, com expressão séria.


        -Oi Alvo – disse ele e tornou a olhar a professora.


        Alvo não respondeu, apenas observou a próxima ação da professora, que foi sair da frente de Escórpio para que ele voasse me direção dos aros, Alvo foi logo atrás dele, pois eram dois . Alvo tinha a impressão de estar voando a mil e tantos quilômetros de velocidade, seu cabelo esvoaçava e suas bochechas encontravam nas orelhas.


        O oponente estava ao Lado de Alvo, com a mesma velocidade, a questão era: Teriam sucesso ao dar meia-volta e voltar? Naquela velocidade?


        Escórpio olhava a todo momento para Alvo, que se desvencilhava rapidamente  do caminho e voltava. Alvo suava, os olhos não aguentavam o vento batendo forte...


       Faltava alguns metros para eles terem de dar meia-volta... A vassoura os jogaria para o lado? O que aconteceria?


       Alvo estava caindo e subiu novamente, hora de virar, ele puxou a vassoura e rodopiou no ar, estava caindo em direção a grama cortada, nada o salvaria de ter um nariz torto, , exceto Escórpio que ergueu a mão e apertou a do amigo. Agora eles voavam numa só vassoura: Nimbus 2020, uma vassoura rápida e veloz, não era a mais nova, mas era a mais elegante que a Companhia Nimbus fez.


       Alvo olhava a grama cortada, quase escorregando do braço do amigo, será que eles iriam dar de rosto no chão? Alguns minutos depois ele o largou perto da turma e aterrissou.


       -Obrigado Escórpio – disse Alvo erguendo-lhe a mão.


       -Não foi nada, Potter – ele abriu um sorriso maroto, apertou a mão do amigo e se afastou da turma.


      Os outros alunos também voaram, Rosa voou meio devagar mas Peter saiu varado e quase bateu no aro.


     Eles foram para a sala comunal da Grifinória, onde os amigos os esperavam, e não eram os únicos, lá estava...


     -Tio Jorge! – gritou Alvo ao ver o tio – Tia Katherine! Oi Paul!


     Katherine era a esposa de Jorge, Paul era o filho dos dois.


     -Como chegaram aqui? – perguntou Rosa – Sem serem vistos?


     Jorge abriu um sorriso.


     -Mapa do maroto três... Inventei ontem a noite.


     -O que vieram fazer aqui? – perguntou Alvo.


     O sorriso de Jorge se desfez, Katherine fez cara de preocupada e Paul observava os pais. Paul tinha dez anos, era um garoto alto e ruivo, com os cor de mel.


     -Venha Alvo – disse Jorge levando o sobrinho para a escadaria, deixando o resto de sua família na sala comunal.


     Dois alunos da Sonserina passaram por ali, olharam severamente para Jorge, que deu língua para dos dois.


     -Alvo, os acontecimentos tem sido muito intrigantes – disse Jorge levando o sobrinho para um corredor escuro – A mensagem do caçador Steven foi a que recebi de um cliente que recebi na loja e... – ele avançou com o sobrinho para amis adentro do corredor – Eu já entendi  do que se trata o “Eles”.


     -Sério? – perguntou Alvo – Mas como assim? Um cliente?


     Jorge se encostou na parede.


     -Frank Lestrange – Jorge teve um pouco de medo ao mencionar o nome – Ele tem o nome de uma comensal da morte, provavelmente é parente. Ele se refiria aos dementadores. O “outro” eu realmente não sei.


     Alvo estava começando a ter medo.


     -Tio Jorge eu...


     -Jorge! – gritou Artur ao vê-lo, estava machucado na bochecha – O que faz aqui?


     -Nada demais, o que foi isso?


     -Ah, isso? Estava tentando plantar uma “Tentáculos Venenosos”.


     Jorge e Alvo se entreolharam.


     -E quem está aí? – perguntou Artur dando passos para o lado.


     Alvo se sentiu medroso, sacou a varinha, sabia que não podia ser visto fora da cama nesta hora.


     -Expeliarmus! – gritou e o Sr. Weasley estava caído no chão, incosciente.


     Jorge examinou o pai, passou a mão na testa dele, olhou para Alvo e disse:


     -Temos dez minutos.


     -Tio Jorge – disse Alvo ignorando o fato do Sr, Weasley ter aparecido – A cicatriz de meu pai doera novamente.


     Jorge arregalou os olhos, estava temeroso, provavelmente.


     -Certo, Alvo, vou visitar os Potter e... Ah, seus pais me pediram para você e seu irmão irem para a Toca no Natal, eles estarão lá.


     Eles voltaram para o salão comunal, onde Jorge pegou sua família a aparatou do castelo, o que era estranho, pois era impossível aparatar em Hogwarts, somente...


     -Vamos dar uma lida no livro? – perguntou Alvo para Rosa e Peter.


     Eles assentiram e Alvo começou a ler:


          Você foi avisado...


     -Está escrito a tinta também! – disse Peter.


          ...


         ...


           ...


     A página começou a brilhar e o brilho tomou conta da sala, de repente, os três leitores estavam em um monte, o céu parecia desenhado, assim como eles próprios.


     -Onde estamos? – perguntou Peter.


     Nenhuma resposta, não sabiam onde estavam. A grama estava alta, embaixo do monte havia uma casinha, com uma ilustre chaminé, soltando algumas bolas de fumaça.


     Eles foram até a casinha, bateram na porta. A porta se entreabriu e de repente, se viram de frente para um elfo doméstico.


     -Quem são vocês? – perguntou o elfo.


     -Monstro? – palpitou Alvo ao ver melhor o rosto do elfo.


     O elfo abriu mais a porta, sem dúvida era Monstro, uns quatrocentos anos mais novo.


     -O senhor me conhece? –perguntou o elfo.


     -Monstro, a quem serve? – perguntou Rosa.


     Monstro abriu a porta totalmente, mostrando a casa, dava para ver um quadro com um rapaz, barbado e alto.


     -Sirvo a Merlin – respondeu o elfo.


     Alvo foi entrando, avistou o homem do quadro uns vinte anos mais velho, tinha uma barba prateada enorme e usava uma túnica azul-marinho.


     Ele tinha uma xícara na mão, provavelmente de algo quente, pois saía fumaça dela.


     -Querem chá? – perguntou ele – Tenho muito aqui – disse ele colocando a xícara numa mesinha que se encontrava ao lado da poltrona.


     -Não – disseram os três ao mesmo tempo.


     O bruxo se ajeitou na poltrona, ergueu a mão e fez sinal para eles se aproximarem, mas antes que eles pudessem dar um passo, eles se viam sentados em cadeiras estofadas.


     -Então... Como entraram no meu livro?


     -Não sei – disse Alvo – Que lugar é esse?


     -Não sei – respondeu o bruxo tomando uma xícara de chá, olhando desafiador para o garoto.


     -O livro nos sugou para dentro dele! – disse Alvo.


     -Então, vocês ignoraram os avisos... – disse o bruxo colocando a xícara na mesinha novamente – Tolos.


     Os três se entreolharam.


     -Você é Merlin? – perguntou Rosa.


     -Bem, eu disse meu livro, não?


     -E...


     -Na primeira página dizia que o livro pertencia a Merlin – disse Alvo.


     Merlin abriu um sorriso.


     -Você é inteligente... Deixe-me ver... – o bruxo fechou os olhos,  Alvo viu ele mesmo, Rosa e Peter sentados a sua frente – Alvo?


     -Sim.


     -Bem, responderei a sua pergunta... Estes são os campos de Merlin. Sou famoso sabiam? Eu inventei muitas coisas, entre elas o Quadribol.


     -Como saímos daqui? – perguntou Alvo ignorando a explicação do bruxo.


     -Ah, Monstro, traga o livro da última prateleira.


     Monstro entrou numa portinha pequena e desapareceu.


     -Está de dia aqui dentro – disse Rosa – Que horas são?


     -Não há horas nesse mundo.


     -Certo... Poderia me dar uma xícara de chá – perguntou Alvo.


     -Perdeu sua hora, garoto tolo.


     -Hora? Pensei que não tivesse nesse mundo.


     O bruxo abriu novamente um sorriso.


     -Estava ansioso para conhecer você, Alvo.


     -É você que está na minha mente! – exclamou Alvo.


     Merlin pigarreou, depois olhou atentamente Monstro lhe entregar o livro e se dirigir até a cozinha.


     -Alvo, algo muito ruim está prestes a acontecer – disse Merlin – Eu contatei os melhores bruxos que eu conheci, o primeiro foi Tom Riddle. O segundo foi Frank Lestrange e você.


    -F-Frank Lestrange? – perguntou Alvo.


    -Sim, foi um erro, agora ele é mais cruel do que Tom.


    -Tom Riddle?


    -É, eu o conheci, ele achou meu livro quando estudava em Hogwarts. Agora, Alvo, tenho que lhe dizer que você é o alvo de Frank. Você se mostrou bem mais forte de que qualquer outro bruxo e pode derrota-lo facilmente quando crescer... Ele quer te matar, está tentando enganar seus familiares.


   Um momento de silêncio, Alvo se lembrou do que seu tio Jorge lhe falou, disse que era parente de uma comensal da morte, o assombro de ter um infiltrado em sua família era horrível, o medo penetrava sua carne: Será que meu pai ainda está vivo?


   -Tenho que lhe dizer... Que ele está infiltrado em um familiar seu... O mais próximo de você. Peço que tome cuidado com ele.


    “Tome, volte para seu mundo” disse ele e lhe entregou o livro, o brilho o engoliu e ele estava novamente em Hogwarts.


   O estranho era que todos estavam exatamente no mesmo lugar, tudo estava do mesmo modo que tinham deixado a dez minutos atrás.


   -Ficamos fora por um segundo! – disse Peter olhando o relógio de pulso.

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