Cho Chang



- Cho Chang. - disse o diretor

- Cho Chang? - Harry assustou-se.

- Ela mesma. Nós já conseguimos achá-la, mas estamos aguardando uma resposta. Quando ela o fizer, nós também lhe falaremos. Mais alguma pergunta?

- Não, não.

Harry saiu atordoado da sala. Justo ela? Ele estava pensando em como Gina reagiria ao saber disso. Ele torcia para que fosse uma boa reação.

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Ben Taylor já desacreditava em sua chance de ganhar a aposta. Courtney podia não voltar a tempo do Baile. Ele e Joey já não estavam tão confiantes; Joey ficou assim logo que soube sobre Mary e Rony. Os que mais tinham chances eram Justin e Victor, apesar das “namoradinhas” deles ainda não terem respondido ao pedido dos dois para que elas fossem acompanhadas por eles, no Baile.

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Harry avistou Rony, assim que entrou no Salão Comunal. Ele afundou na poltrona, fungando alto e passando a mão pelo rosto.

- O que ele queria? - perguntou, sem tirar os olhos do livro de Poções.

Ele explicou a Rony tudo o que Dumbledore lhe dissera. E Rony falou, ao final:

- A Chang? - ele boquiabriu-se, rindo.

Harry fez um sinal afirmativo com a cabeça.

- Ha ha ha ha!!

Rony começou a rir incontrolavelmente. Harry olhou para ele estupefato.

- Muito obrigado, Rony.

Ele ainda riu um pouco, então se recompôs.

- Desculpe, cara. É que isso parece realmente uma ironia do destino... - ele riu um pouco mais.

Harry acabou sorrindo um pouco também.

- Isso é verdade. Eu espero que a Gina ria também.

- Ha! Não conte com isso. Ela vai querer te matar... - Rony falou - Como se isso fosse sua culpa!

- Ah, eu acho que eu vou dormir. Preciso pensar em tudo isso direito.

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Harry acordou numa quarta-feira fria. Ele foi até o banheiro, encaixando as peças daquele quebra-cabeça. Os desmaios, as vozes, os sonhos. Mas ele ainda não entendia algumas coisas. “As coisas se resolverão com o tempo...” ele pensou consigo. Ficou pensando em Cho e em o quê eles teriam que fazer.

- Cho? - perguntou Hermione, pasma.

Os dois estavam no Salão Principal, tomando café.

- Hum-rum. - Harry disse entre uma mordida na torrada.

Hermione riu com o nariz e depois começou a dar risadinhas sonoras.

- Desculpe. - ela pôs uma mão na boca, depois de uma olhada significativa de Harry a ela - É que não deu para segurar. Sabe, depois de tudo o que aconteceu com vocês... Isso parece mais uma ironia.

Harry lembrou da mesma resposta que Rony lhe dera e pensou “Esses dois são realmente foram feitos um para o outro...”.

- Foi o que eu disse a ele. - falou Rony, sentando-se ao lado de Hermione e servindo-se de bacon.

Ao contrário do que imaginavam Harry e Rony, Hermione não estremeceu, não mudou sua expressão e, quando falou, sua voz não tremeu:

- Aliás, você já falou a Gina?

- Não. - Harry disse baixinho.

- Então, - recomeçou ela - é melhor ir arranjando as palavras certas, porque ela está vindo aí. - Hermione deu uma mordida na sua torrada, depois de passar geléia nela.

- Bom dia. - Gina cumprimentou.

- Bom dia. - responderam os três em uníssono.

- E aí, alguma novidade? - perguntou.

Hermione e Rony fingiram engasgar-se. Gina olhou-os, estranhando.

- O que eles têm? - dirigiu-se a Harry.

- Sarcasmo em excesso. - respondeu. - Eu preciso lhe falar uma coisa, mais tarde.

Gina, um tanto preocupada, assentiu.

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Tonks estava novamente naquela saleta, onde beijara Lupin pela primeira vez. Desta vez não estava tudo tão escuro e Tonks estava em pé, em frente ao espelho. Ela pensou consigo mesma do porquê de ela não Ter dito o que aquele espelho fazia. Talvez a reação dele não fosse a que ela esperava, então era melhor não arriscar. Tonks, que estava alta, de cabelos roxos e lisos, observou seu reflexo. Passou a mão pelos cabelos. Mas quem prestasse atenção, veria que, na verdade, o espelho mostrava a imagem de uma mulher mais baixa, com cabelos castanho claro que íam até o meio de sua costa. Seus olhos eram cor-de-mel, seu nariz era afilado, o queixo mais fino. Ela tinha mãos pequenas e bonitas e seu rosto tinha duas ou três sardas na bochecha esquerda. Essa era a verdadeira Tonks. Ela ficou pensando em quando mostraria a ele sua verdadeira aparência.

E então, ela mesma percebeu que isso era besteira. Todo o seu esforço já valera a pena; eles já estavam juntos mesmo. Isso era tudo o que importava.

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Lupin mostrou à McGonagall uma coruja que recebera mais cedo.

- Ela já está a caminho? - perguntou uma Minerva incrédula.

- Deve estar chegando à noite.

- Temos que avisar a Potter. Deixe que eu farei isso.

Lupin assentiu e saiu da sala dos professores.

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Hermione, Rony e Harry estavam na aula de McGonagall; a noite já havia chegado e eles estavam na aula de Animagia. Faltavam apenas quinze minutos para o fim da aula e a professora já havia finalizado a aula, o que ela geralmente não fazia.

- Não é estranho? - falou Hermione enquanto guardava os livros e pergaminhos - Ela terminar a aula mais cedo e tudo o mais...

- Apenas você acha isso estranho... - comentou Rony, quando eles estavam alcançando a porta.

- Potter, - chamou a profesora. Hermione olhou para Rony, como quem diz “Eu não disse?” - venha até aqui.

Harry lançou um último olhar a eles e girou os calcanhares em direção a mesa da professora. Ele ainda pôde ouvir a porta se fechando.

- Cho Chang estará chegando hoje. - Harry alarmou-se - A partir de amanhã, vocês procurarão saber o que será preciso para trazer Courtney Thomson de volta, ok?

Ele balançou a cabeça afirmativamente.

- Agora, vamos ao Saguão de Entrada. Ela já deve estar nos esperando.

Harry olhou no relógio, enquanto acompanhava a professora até a entrada da escola. Eles aproximaram-se do local e Harry pôde ver dois vultos. Um ele reconheceu imediatamente: Lupin. O outro, ele também distinguiu com facilidade. Cho Chang estava mais alta - ainda assim não mais alta que Harry - e tinha os cabelos negros presos num rabo-de-cavalo. Ela estava de perfil e então virou-se quando percebeu que os dois se aproximavam. Não ficou muito suspresa ao ver Harry, mas apenas sorriu enviesadamente.

- Bem-vinda novamente, Chang. - a professora disse - Não achei que viesse para cá tão rápido, mas já que está aqui... Vamos levá-la aos seus aposentos.

Cho e Harry não trocaram muitas palavras durante o percurso atá lá, conversando apenas de forma polida.

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No café da manhã, muitos pescoços eram virados para ver Cho entrar no Salão. Ela destacava-se entre eles por não usar as vestes negras. Gina ficou boquiaberta ao ver que ela estava lá.

- Harry, você não me contou que ela já havia chegado! - disse, sem conter os ciúmes.

- Eu também não sabia. Ela chegou ontem à noite; não deu tempo de te contar. - Harry não conseguiu conter o mau-humor.

Cho aproximou-se da mesa da Grifinória, sem a intenção de ficar lá por muito tempo.

- Potter. - ela falou. Harry nem se virou para encará-la. Apenas disse “Hum?” - Precisamos conversar. - ela disse solenemente.

Harry percebeu de relance, que Gina estava apertando os dedos em volta do copo com suco. As pontas de seus dedos estavam ficando brancas. “Talvez ela jogue o suco na cara de Cho... Isso seria interessante.” Devaneiou Harry. Então ele virou-se para encará-la.

- Eu estou tomando café, se você não se importa.

Cho levantou uma sobrancelha.

- Sim, eu me importo. - ela virou-se para Gina, que estava tentando voltar a tomar seu café - Sinto muito querida, - Cho falou, sem, na verdade, sentir nem um pouco - mas eu preciso levar seu namoradinho, ok?

Gina lançou-lhe um olhar que transbordava de raiva. Antes que Harry ou Gina falassem alguma coisa, ela arrastou Harry dali.

- Eu estava comendo, Chang. - ele disse, quando estavam do lado de fora do Salão Principal.

Cho quase riu ao ouvir ele chamá-la pelo sobrenome.

- Não perguntei. Nós temos que encontrar a Thomson.

- Em primeiro lugar, eu tenho aula agora. Nós devemos fazer isso depois. E em segundo lugar, - você pensa que manda em quem? - Harry olhou para ela inquisidoramente.

- Você é muito atrevido para o meu gosto!

- Atrevido, eu? Ha! Foi você que me tirou do café da manhã para falar de coisas banais.

- Coisas banais? - ela falou com a voz esganiçada - Nós estamos falando da herdeira de Hufflepuff, seu imbecil!

- Você acha que eu não sei, estúpida? Eu convivo com isso há mais tempo que você.

Sem perceber, os dois estavam discutindo na porta do Salão. Alguns pararam para observar.

- E você se acha o máximo por isso, não? - Cho falou

- Não tanto quanto você, que anda de nariz empinado só porque Rowena...

- Parem, já! Os dois! - bradou Snape, do outro lado do corredor.

Eles viraram os rostos para vê-lo andar em sua direção, as vestes negras esvoaçando.

- Todo mundo, circulando, circulando! - ele disse aos curiosos - E quanto a vocês... - ele olhou ameaçadoramente para os dois - O que diabos vocês pensam que estão fazendo, espalhando aos quatro ventos quem é o herdeiro de quem? Isso é para ser mantido em sigilo, Potter e Chang. Menos vinte e cinco pontos da Grifinória. Agora parem de discutir sobre Rowena ou Hufflepuff e vão seguir o caminho de vocês.

Harry e Cho seguiram direções diferentes; Harry voltou para a mesa da Grifinória bufando.


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Courtney estava na sala, quando um homem entrou. Ela levantou-se rapidamente. O homem, que tinha uma face envelhecida, pôs a mão num bolso da calça. Tirou algo como em canivete e mostrou-o a Courtney. Ela arregalou os olhos e afastou-se devagar. Ela deu passos para trás e os pés encontraram a parede. O homem sorriu desdenhosamente e foi em sua direção.

- O-o que você q-quer? - ela gaguejou.

- O Lord precisa de seu sangue. Ele está ficando fraco. - o homem tinha a voz rouca

- Diga a ele que feijão com a arroz faz bem. - Courtney tentou manter o seu não habitual bom humor, mas estava ficando impossível.

- Dê-me sua mão, garotinha.

Ela hesitou.

- DÊ-ME SUA MÃO!!!

Courtney sentiu uma onda de angústia invadí-la mas mesmo assim estendeu a mão. Ele passou o canivete de leve na palma da mão dela e um filete de sangue escorreu. Ela fez cara de choro, mas não emitiu som algum e nenhuma lágrima escorreu. O homem, como Voldemort fizera da última vez, tirou um recipiente pequeno e recolheu sangue.

Courtneu viu a porta se fechar e se sentou, encostada à parede. Ela ficou se perguntando até quando teria que agüentar isso.

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Na sexta-feira Harry, junto com Dumbledore, através de uma chave de portal, foi até algum campo que ele não sabia onde se localizava. Ele percebeu que haviam mais pessoas lá, algumas da sua idade. A primeira pessoa em que ele reparou foi em uma garota de cabelos castanhos encaracolados. Ela estava bem agasalhada: usava um sobretudo preto com botões ao lado esquerdo, uma saia xadrez vermelho e preto, sapato preto e meias, e uma boina vermelha. No sobretudo havia uma varinha transpassando um “M”; era o distintivo da escola russa, Matchkovisk.

Também haviam dois garotos conversando: o primeiro, de face branca e cabelos castanhos que batiam em suas orelhas; seu uniforme era amarelo fosco e no seu ombro havia um dragão da Sibéria amarelo e preto, símbolo da Assuan, do Egito. O outro, vestia uma capa que o rodeava por inteiro, com abotoaduras pratas. Ele usava uma calça verde e a capa tinha dois tons de verde, também. Nas suas costas estavam escritas em letras pequenas e douradas, com enfeites: East London.

Harry viu duas garotas passarem por ele, conversando animadamente em uma língua desconhecida. A primeira era uma cabeça menor que ele, os cabelos presos em duas tranças. Seu uniforme era uma saia de pregas azul, um cardigã que era azul turquesa no seu início e que ia escurecendo até se tornar um azul escuro em sua gola. No seu peito direito havia duas letras entrelaçadas, um “M” e um “N”. A outra usava um vestido que cobria o início da sua nuca com uma gola fina e ía até os seus joelhos; por cima dele, ela usava um sobretudo da mesma cor do vestido: cinza. Ele viu de relance o símbolo da escola: duas varinhas transpassadas que conjuravam uma faixa, com algo escrito nela.

Os alunos foram chamados. Harry não havia percebido, mas enquanto ele observava aqueles que já haviam chegado, outros alunos apareceram. Os quinze alunos se aproximaram e Harry pensou que aquilo parecia mais um arco-íris ou uma reunião de todas as cores. Ele de preto, a brasileira de azul, a japonesa de trajes vermelhos, o sul-africano de verde, a russa em preto e vermelho, a italiana de prata, o australiano de vinho, o americano de dourado, o canadense de azul-petróleo, a grega de túnica lilás, o espanhol de bege, a chilena de cinza...

Então os diretores, juntos começaram a falar algo em outra lígua. “Latim, acho” pensou Harry. E o vento começou a rugir alto, fazendo algumas roupas e cabelos esvoaçarem. As mulheres começaram a falar mais alto, os homens abaixavam o tom cada vez mais. Os alunos não sabiam o que fazer: estavam apenas formando um círculo, olhando um a cara do outro. Depois de algum tempo, com bastante dificuldade, um globo prata apareceu e os raios que o decomporam foram na direção dos alunos, atingindo-os no peito. Eles sentiram algo tomar conta do seu corpo e da sua mente. Juntos, eles começaram a murmurar coisas em latim; depois foram aumentando gradativamente o tom de suas vozes, até que eles quase estivessem gritando. Raios cortavam o céu, o vento mais forte que antes e a terra estremecendo.

E outro globo apareceu, desta vez maior e dourado. Ele ficou no meio dos dois círculos, pairando sobre a cabeça de todos. Ele começou a soltar jatos dourados que partiram para várias direções. As escolas receberam os raios e o feitiço de escudo estava conjurado.

Depois que o globo desapareceu, os alunos voltaram ao normal e os círculos foram desfeitos. O aluno egípcio Alexandre Mut rolou os olhos e desmaiou.

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- Onde está o seu namoradinho? - uma voz perguntou.

Gina levantou o rosto e viu Cho em pé. Instintivamente, Gina olhou para os lados, atrás de Madame Pince.

- Ele saiu.

- Saiu para onde? - estranhou.

- Ele foi... - Gina parou - Ah, não lhe interessa.

Cho olhou com fúria para ela. E riu desdenhosamente.

- Você está assim por que acha que eu quero roubar seu namorado, não? - Gina estava achando estremamente irritante ela chamar Harry o tempo todo de “seu namoradinho”. - Pode ficar tranqüila, - ela tentou soar amigável - eu não o quero.

Gina parou de escrever. Levantou os olhos e uma sobrancelha.

- Você acha - seu tom era ameaçador - que eu tenho medo de você roubar Harry de mim? Ha ha ha! Eu me garanto, querida. - ela falou, ajeitando-se na cadeira.

Cho também levantou uma sobrancelha.

- Se garante, é? Eu sei que você está morrendo de ciúmes porque eu voltei... Você está totalmente insegura.

- Veja como você fala! Harry não é um objeto. E eu posso lhe garantir que ele já esqueceu você faz tempo...

- Duvido.

- Olha aqui, garota. - ela foi mais para a frente, ficando mais perto de Cho - Vocês só se beijaram uma vez e você fala como se houvesse um relacionamento duradouro! Comparado ao que nós temos hoje, você não foi nada... - ela lançou um olhar de vitória a Cho, que não esboçou nenhuma expressão de raiva.

- Isso é o que veremos.

E saiu da biblioteca.

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Voldemort sentiu um pequeno tremor na sala onde estava.

- Maldição! - ele cravou os dedos na cadeira, então levantou-se - Alexandre, seu incompetente!!

E começou a andar de um lado para o outro, pensando em algo que pudesse fazer para que seus planos não fossem estragados, já que agora o escudo estava conjurado.

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Harry ficou supreso de não Ter desmaiado, também. Estava se sentindo demasiado fraco, mas quem estava no chão era Alexandre Mut. O diretor, Marco Siwa, foi até ele e conseguiu reacordá-lo. Os outros alunos já estavam formando uma pequena aglomeração em volta dos dois.

Alexandre abriu os olhos devagar, como se eles estivessem pesados.

- O que aconteceu, Mut? - Marco perguntou numa língua que Harry não entendeu.

- Eu não sei. - mas ele sabia.

Ele desmaiara porque fizera um esforço muito grande para estragar tudo. Mas fora em vão. Depois que aquela luz o atingira, ele se sentiu incapaz de fazer o que planejara minuciosamente.

- Você pode levantar? - a voz do diretor o despertou.

- Sim, posso.

Com a ajuda de Iole, a aluna grega, ele levantou-se. Marco foi até Dumbledore, e lhe disse, em inglês:

- Precisamos ir. O escudo foi conjurado e agora está tudo bem.

Dumbledore sorriu em resposta.

- Eu também pretendo ir logo. - ele despediu-se e foi até Harry.

Novamente usando a chave do portal, eles voltaram para os portões da escola.

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- Deixe-me ir primeiro! - Hermione se prontificou.

Harry e Rony assentiram. Era Sábado e, como faziam toda manhã desse dia, eles estavam reunidos para estudar Animagia mais rapidamente.

Hermione foi até um canto da sala. Fechou os olhos e respirou fundo. Ela estava do lado oposto a Harry e Rony. Hermione começou a andar devagar e no meio do caminho, sua figura transformou-se em uma pantera negra de olhos castanhos. Ela era um pouco maior que um filhote. Rony e Harry a parabenizaram enquanto ela lambia sua patinha direita, em cima da mesa.

- Não é tão difícil. - Hermione estava sentada na ponta da mesa. - Precisa de muita concentração, claro. - ela se levantou

- Muito bem, minha vez. - Rony postou-se no mesmo lugar em que Hermione estivera.

Ele fez o mesmo procedimento: respirou fundo e quando deu dois passos, um bonito guepardo tomou conta do lugar onde antes estivera Rony. Ele fez uma referência para Harry e Hermione e voltou a sua forma natural.

- Isso é bem legal. - sorriu Rony.

- Sua vez, Harry. - falou Hermione.

Harry fez o mesmo que os dois. Logo que começou a andar, ele transformou-se em um gavião de olhos verdes. Ele voou imponente pela sala e pousou na mesa ao lado de Hermione. Quando voltou a seu corpo, também estava sentado.

- É uma ótima sensação, não? Apesar de ser bem esquisito voar... - ele disse, guardando o último comentário mais para si.

- Hum-rum. - responderam Rony e Hermione ao mesmo tempo.

- Vocês não acham - começou Rony, com a voz carregada de malícia - que seria interessante visitar Hogsmeade, ou mesmo a Casa dos Gritos, assim?

- Ser animago ajuda em muitas coisas... - Hermione pareceu pensar em algo interessante - Muitas coisas...

- Eu proponho a gente ir à Casa dos Gritos hoje, pela passagem do Salgueiro... - disse Rony.

- Eu concordo. - aceitou Harry.

Hermione pensou um pouco e...

- Ok, ok.

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- Ei, Potty. - falou Cho, aproximando dele.

Ele olhou com uma cara horrível.

- Gostou do apelido? - ela nem esperou ele responder - Olhe, eu fiz o feitiço de rastreamento. Ele só foi até algum lugar no norte da Grã-Bretanha, próximo a Manchester, depois sumiu. E você já teve alguma Visão? - ela perguntou rapidamente.

Harry digeriu o que ela tinha dito e antes que ele pudesse responder, Gina apareceu.

- Eu te procurei por toda a escola. - ela ignorou totalmente Cho e deu um beijo cinematográfico em Harry.

- Hum, hum. - pigarreou Cho.

Gina fingiu que tinha acabado de ver Cho.

- Cho? - ela perguntou surpresa - Nem tinha visto você aí.

Ela não respondeu.

- Você pode nos dar licença, Weasley? Eu estou conversando com Potter.

- Não há segredos entre nós, Chang.

Cho respirou.

- Ok, então. Como eu ia dizendo, você precisa se lembrar de qualquer Visão que tenha tido porque...

Gina, que estava abraçada a cintura de Harry, interrompeu-a, olhando para o namorado:

- Harry, eu nem contei a você que Tonks e Lup...

- Weasley. - Cho também a interrompeu. Harry tinha a impressão que sabia onde tudo aquilo ia dar.

E, logicamente, ele estava se sentindo o máximo, percebendo o porquê de elas estarem se estranhando desde a chegada de Cho.

- Você quer ficar quieta?

- Pensa que manda em quem, Chang?

- Se você não calar essa sua boquinha por bem, eu calo por mal!

Gina já tinha desfeito o abraço e agora as duas estavam discutindo do meio do corredor.

- Tente, então!

Quando Cho empunhou a varinha, pronta para azarar Gina, Harry pôs-se entre elas.

- Você não vai fazer nada. - Harry disse calmamente - Gina, é melhor você ir. - Gina indignou-se, Harry continuou - Eu falo com você depois, eu preciso conversar com ela. - Cho, às costas de Harry, mandou a Gina um olhar triunfante e mostrando a língua.

Gina despediu-se de Harry com um rápido beijo e sem dizer nada, foi embora.

- Continue.

Cho esperou alguns segundos e recomeçou sua explicação, falando o mais baixo possível.

- Bem, se você teve alguma Visão é bom se lembrar logo do que Godric lhe disse, porque talvez possa servir para algo.

- Você teve alguma Visão?

- O que Rowena me disse até agora é que Courtney está num castelo... - Cho pensou um pouco - E que nós precisamos salvá-la antes que seja tarde. É, acho que foi só isso... Ah, lembrei de mais uma coisa! - Harry quase tomou um susto com o tom de urgência dela - Só que não faz muito sentido: ela falou que meu sangue... meu sangue pode deixar um Slytherin impotente... Acho que era algo assim. Tomara que ela não esteja falando de... Ah, esquece.

Harry olhou-a com estranheza e depois foi embora, tentando lembrar-se de algo que Godric tenha lhe dito. Cho foi embora murmurando “Pobre Draco...”

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- Seu imbecil, estragou tudo!! - bradou Voldemort a plenos pulmões.

Alexandre estava amuado, a sua frente.

- Eu... Eu... - gaguejou.

- Você... - Voldemort apontou um dedo magricela para ele - Vai fazer algo para reverter isso... JÁ!

Alexandre estremeceu.

- Mas eu...

- Ou então - Voldemort falou com a sua pior voz - você vai pagar caro.

Depois de vasculhar a sua mente, a procura de algo valioso, Alexandre lembrou de uma coisa:

- Mestre. - ele disse baixinho - Mestre, eu sei de algo.

Voldemort olhou-o com aquelas pupilas avermelhadas de gato.

- Minha família conhece uma jóia poderosa - sua voz transparecendo ansiedade - e eu posso conseguí-la. O senhor pode usá-la e eu provarei-lhe que sou seu mais fiel Comensal.

O Lord pensou um pouco.

- Que jóia é essa? - não conseguiu se conter.

- É uma Pedra do Poder. - Alexandre sorriu. - Existem Três, mas elas estão muito bem guardadas... Estão em Stars Hollow, super-protegidas. O senhor não precisa se preocupar...

Alexandre riu desdenhosamente.

- Essa Pedra, Lord, essa pedra pode trazer tudo o que o senhor deseja: poder, extermínio dos sangues-ruins e... a morte de Potter. - ele falou com os olhos estreitos.

Voldemort pareceu analisar.

- Eu quero essa Pedra nas minhas mãos em três dias, pelo menos.

Alexandre concordou e, usando uma chave do portal, voltou para seu esconderijo, próximo a escola Assuan.

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Tonks e Lupin não haviam conseguido evitar: estavam aos beijos na sala dos professores. Tonks estava encostada numa parede, ao canto da sala; Lupin a sua frente. A porta abriu com um estrondo e Snape irrompeu dela.

- Hum. - ele pigarreou alto.

Lupin socou a parede, depois de separar-se de uma Tonks envergonhada, para mostrar sua frustração.

- Aqui não é lugar para esse tipo de coisa, lobisomem.

Tonks, percebendo a raiva de Lupin, sussurava:

- Ignore-o. Ignore-o.

Lupin rolou os olhos, mas estava tentando realmente ignorá-lo.

- Tome cuidado, Tonks. - recomeçou Snape - Ou então ele vai querer levá-la para a Casa dos Gritos para vocês darem uma...

Lupin não conseguiu conter-se e interrompeu-o:

- Cale a boca, seboso narigudo.

Severo olhou-o com repugnância:

- Você precisa melhorar seu vocabulário de xingamentos depressa. Está se desatualizando. - Snape estava procurando por algo no meio de uma pilha de pergaminhos.

- E você precisa lavar seu cabelo depressa. Está pingando óleo.

Tonks teria rido, se não fosse a tensão no ar.

- Ora, seu... - Snape largou os pergaminhos e foi na direção de Lupin.

Antes que ele alcançasse-o, Tonks se pôs na frente de Remo.

- Severo, acalme-se. Lupin estava só... brincando, não é mesmo? - ela olhou para Lupin, esperando uma resposta positiva.

- Hum-rum. - ele sorriu cinicamente.

- Não ligue para o que ele diz. - ela sussurrou para Snape.

Snape lançou um olhar frio para Lupin e saiu da sala.

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Ainda no Sábado, aproveitando-se da ausência do diretor da sua escola, Alexandre, com a ajuda de alguns de seus amigos mais malandros, conseguira entra na sala de Siwa. Era uma sala triângular, cheia de objetos estranhos. Ele foi até uma estante do diretor, repleta de livros, e pegou um livro que falava sobre a Revolução Inglesa. Assim que abriu-o, disse o nome do lugar para onde queria ser transportado: o Museu de Stars Hollow. A estante tinha vários livros falando sobre vários países e continentes, para levar o diretor para lugares distantes.

Alexandre viu que agora estava no saguão do Museu. Haviam dois ou três grupos de turistas, além de outras várias pessoas. Ele andou até um mapa de localização.

- Terceiro andar... - murmurou para si.

Ele, pouco acostumado às coisas trouxas, estranhou o elevador.

- Terceiro andar! - avisou um homem.

Alexandre saiu, ainda com o livro aberto em mãos.

- Eu gostaria de conversar com o diretor do museu, Albert Sullivan. - anunciou Alexandre. A recepcionista olhou-o de esguelha e, antes que ela perguntasse, Alexandre disse - Diga a ele que é Alexandre Mut, o sobrinho dele. Eu vim pegar uma coisa.

A mulher levantou-se e foi até uma porta próxima.

- Ele mandou você entrar. - ela voltou.

Alexandre sorriu. A recepcionista acompanhou-o até a porta. Era uma sala grande, toda revestida de mogno.

- Mut... Você veio. - disse, sem entusiasmo, Albert Sullivan. - Sente-se por favor.

Ele o fez.

- Então, o que você quer? - Albert uniu as mãos sobre a mesa.

- Uma jóia que está com você.

- Comigo?

- Sim. Eu vim pegar uma Pedra do Poder. - falou simplesmente.

Albert ficou um minuto em silêncio. Então começou a rir.

- Ha ha ha!! Que senso de humor, Alexandre... - ele dava tapinhas na mesa, inconscientemente. Ele voltou a sua postura inicial, recomeçando - As Três Pedras do Poder são muito valiosas, meu caro. Eu não posso dá-las a você.

- Eu vim pegar a jóia. - insistiu - O herdeiro do criador da Pedra pediu que eu a pegasse.

- Quem a criou?

- Salazar Slytherin.

Albert pensou um pouco e, apesar de não se lembrar de onde ouvira esse nome, sabia que ele havia criado uma Pedra do Poder.

- Isso bem é verdade. Mas agora ela está protegida, em minha posse. Convenhamos, assim é bem melhor. - ele deu uma piscadela.

Alexandre fechou a cara. Ele, sem que Albert percebesse, pegou sua varinha então disse, levantando-se:

- Imperio!

Um jato amarelo atingiu Albert no peito. Ele vidrou os olhos em um ponto, enquanto Alexandre mandava:

- Você vai pegar a Pedra para mim. Ande, vamos.

Ao saírem da sala, a recepcionista estranhou o comportamento de Albert e do garoto e, depois que eles estavam longe, ligou para a uma pessoa conhecida. Os dois foram até o quinto andar, onde ficava a sala que guardava as Pedras. Haviam vários artigos de segurança e, Alexandre deu graças por não Ter matado Albert, eles só podiam ser desativadas pelo diretor. Eles conseguiram entrar no corredor que tinha várias saletas, com vidros blindados, de onde se podiam ver as antigüidades. Depois de desativar mais algumas coisas, Albert falou:

- É aqui.

Alexandre riu para si mesmo e entrou na sala. Era era toda revestida de veludo vermelho. Ao seu centro, havia um tipo de bancada almofadada, onde estavam três pequenas pedras. Uma era de um vermelho-vivo, a outra era azul-marinho e a do meio era cinza e parecia que havia um tipo de fumaça dentro dela. Alexandre pegou a vermelha e pôs dentro de um bolso interno de sua capa. Ele percebeu que, na parte de trás da bancada, que não podia ser vista pelos visitantes, havia dois botões. Ele apertou o primeiro que viu e abriu-se um tipo de gaveta, que guardava um bonito anel. Ele também pegou-o.

Quando ia abrir a outra gaveta, Albert advertiu:

- Venha rápido, há guardas vindo para cá. Eles podem desconfiar... - a voz nem parecia a de Albert.

Alexandre deu-se por satisfeito e, depois de fazer um feitiço de memória em Albert, voltou para a escola, com o livro.

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Arabella Figg estava alarmada. Sua prima distante, que Arabella insistia em manter contato, acabara de ligar para ela, dizendo que acontecera algo de estranho no seu local de trabalho.

- Mundungus, vá avisar Alastor, rápido!

Mesmo contra sua vontade, Mundungus foi. Com uma certa dificuldade, ele avisou Olho-Tonto, que foi diretamente para o Escritório de Captação de Magia Negra.

- As informações conferem. - falou Olho-Tonto, tristonho. - Eu avisarei Dumbledore, Mundungus. Direi que houve uma grande concentração de Magia Negra no Museu de Stars Hollow. Quem estava acompanhando Sullivan?

- Alexandre Mut.

- Deixe que eu falo com Lupin, já que ele está em Hogwarts.

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Lupin e Tonks estavam no escritório dela, logicamente, namorando.

- Hum, hum. - pigarreou Olho-Tonto, da lareira.

Os dois se separaram, um tanto envergonhados.

- Ninguém havia me avisado que vocês dois...

- Fale, Alastor. - interrompeu Lupin.

Ele explicou tudo, dizendo que eles precisavam avisar Dumbledore imediatamente, caso Mut tivesse levado algo do Museu.

- Arabella vai pedir para a secretária, que tem acesso à coisas restritas, para verificar se algo foi levado. - finalizou.

- Ok, eu falarei com Dumbledore.

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