Ultimato




N/A: Desculpem pela demora!!! A fic já está quase toda pronta, só não pus antes porque tive que fazer uma review. Prometo não demorar da próxima vez. Obrigado pelas coments!! (Nessa e nas outras fics.)

N/A 2: Quanto à resposta de Courtney, acho que vcs jà sabem qual é - NÃO! Ainda não acabou, com toda certeza.

Bjus e Bjus!!

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Helga abaixou a varinha, chorando bastante. Estava ajoelhada por mal conseguir manter-se de pé, tamanho seu cansaço. Ela mesma não conseguia acreditar no que estivera fazendo – com seu amigo.


- Eu não posso, Salazar – disse entre lágrimas – Não consigo.


- És uma fraca, Helga. – esbravejou.

Enquanto isso, Godric tentava recuperar sua força; ele fora bastante debilitado, mesmo com a Maldição sendo interrompida.


- Seria-me mais útil morta. – continuou friamente.

Helga levantou o olhar e sentiu uma mão em seu ombro. Virou o rosto e viu Godric sorrir-lhe fracamente.


- Ajuda-me a sair daqui e eu lhe ajudo a livrar-se dele. – murmurou lentamente.

Helga sentiu seu coração palpitar. Ela não podia voltar atrás, ela já estava nas mãos de Salazar e era impossível desfazer tudo.


- Você – Salazar apontou a espada para Godric – não atrapalharás meus planos! – do anel saiu um jato vermelho, que atingiu-o no braço, fazendo cair e clamar por ajuda – Quanto a você, - ele virou-se para Helga – é bom que arranjes sangue-frio o bastante para continuar com isso.

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Cho abriu os olhos devagar, com a cabeça rodando. Não se lembrava de nada que havia acontecido, por um breve instante, até recobrar a sensibilidade do corpo e posteriormente retomar a consciência. Ela ajeitou-se, sentando-se numa posição melhor, quando percebeu que ainda estava no saguão do castelo. Sua visão caiu-se sobre Courtney, que estava no chão.


- Courtney! – Cho estava sentada em uma cadeira, mas não estava mais amarrada, apesar de as cordas estarem próximas de seus punhos. Foi até ela e sussurrou: - Enervate!

Mas não funcionou.


- Enervate! – repetiu.

Cho virou-se, desesperada, à procura de alguém, mas o lugar estava vazio. Ela ouviu um alto ruído no andar de cima. Olhou para o local e depois para Courtney. Cho a fez levitar até uma sala próxima, onde ela tentaria novamente reacordá-la.

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- Pare. – disse Gina após algum tempo, caindo de joelhos no chão.

Hermione e Rony aproximaram-se, um tanto alarmados. Rony olhou-a. Gina mexeu a cabeça devagar, parecendo que ia chorar. Eles estavam do lado de fora do castelo, nos jardins, e tentavam fugir ao máximo das figuras encapuzadas e sombrias que traziam suas piores recordações à tona.


- Eu não consigo. – balbuciou – Os dementadores...

Rony e Hermione se entreolharam. Gina levantou-se e Hermione tentou:


- Vai dar tudo certo, Gina. Você só precisa Ter um pensamento feliz.

Isso fê-la sentir-se pior. Se havia um pensamento feliz, seria provavelmente com Harry.


- Oh, Deus. – Gina enterrou o rosto nas mãos – Será que Harry está bem?


- Ele sabe se cuidar. – respondeu Rony, tentando convencer a si mesmo.


- Se eu tivesse voltado mais cedo para tirar vocês de lá... Se eu não tivesse perdido tempo desamarrando Cho... – falou Hermione, pesarosa.


- Você fez o certo, Hermione. Não podia deixá-la. – disse Gina levantou-se, preparando a varinha. – É melhor irmos, não?

Rony e Hermione olharam-na.


- Vamos. – falou Rony, fitando Hermione por um breve segundo.

Era lógico que ela estava em seus pensamentos, porém a recordação dos momentos com Hermione traziam aflição, pois ele não sabia se iria poder sair dali com segurança para tentar desculpar-se finalmente. Agora, com o perigo tão perto, Ron se arrependia de não Ter tentando voltar com Hermione. O desfecho daquela historia estava próximo do fim e talvez ele não tivesse um outra oportunidade de dizer tudo o que estava preso a garganta.

Hermione continuou andando, apoiando uma Gina fraca, e vasculhando sua cabeça por uma lembrança em que Rony não estivesse presente. Decididamente, não queria rever tudo nesse instante. Ocupou-se somente em prestar atenção ao redor, quando pensou Ter ouvido algo como... uma parede se quebrando? Não, não.

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Rowena levantou o rosto e as pálpebras, que pareciam pesar toneladas. Ela percebeu imediatamente que estava presa a uma poltrona acolchoada, meio deitada, com pés e mãos amarrados. Rowena podia ver sua varinha numa mesinha próxima dali. “Por Merlin,” pensou ela “espero que Helga não esteja envolvida nisso.” Havia descoberto o que ambos planejavam há algum tempo, mas nada podia fazer. “Tomara que ela não leve adiante essa história de Maldição das Trevas...”. Ela estava quase que se debatendo para se soltar das correntes e sentiu que havia algumas lágrimas rolando pelo seu rosto. Isso so fê-la desesperar-se mais.

“Oh, não.” Pensou novamente, quando o castelo estremeceu ligeiramente “Não posso acreditar que Salazar e Godric estão se matando por minha causa! Helga, por favor... Não tome partido por Salazar... Por favor...”

Ela juntou forças e ouviu um ruído que indicava que as correias tinham se partido. Ela ajeitou-se e saiu correndo do lugar, para procurar pelos três.

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Draco estava numa grande e vasta sala, assim como Luna, Dylan e Clarie, com a diferença que as três estavam presas a exceção de Draco, que estava em pé, num tipo de câmara retangular de vidro. Lúcio e Bellatrix estavam torturando as três, fazendo Draco assistir tudo. Ele tentou sair do compartimento de vidro, mas era humanamente impossível.

Bellatrix, que estava com a varinha de uma das garotas, fez um movimento desconhecido na direção de Luna, e o grito que ela emitiu mostrou que era uma das piores torturas. Quando Bellatrix trouxe a varinha em direção ao seu peito, Luna começou a ficar bastante pálida e ela percebeu que seu pulmão estava sem ar. No minuto seguinte Luna havia desmaiado, ainda amarrada. Draco esmurrou a cúpula, apesar de saber que de nada adiantava. Já havia tentado usar sua varinha, mas o vidro era encantado para não se partir com tanta facilidade. Dylan e Clarie estavam desacordadas há mais tempo, porém a mais torturada havia sido Luna. Lúcio parecia se divertir muito a cada urro da loira.

Assim que ela desmaiou, um grande barulho foi ouvido e a sala tremeu levemente: alguma parede de uma sala próxima havia se partido. Lúcio encarou Bellatrix, sua boca retorcida em um sorriso enviesado que Draco conhecia bem.


- Vamos. – ele chamou – Já deve estar na hora.

Bellatrix soltou uma risadinha malevolente, a face mostrando satisfação pela rapidez de seu Mestre. Ela saiu, balançando os cabelos negros e levando Malfoy consigo, deixando Draco sozinho com as três garotas desacordadas.

Draco baixou os olhos, esgotado pelo esforço que fizera para se ver livre da cúpula de vidro e culpando-se pelo que acontecera com Luna. Se não fosse por ele talvez ela não estivesse lá, correndo risco de vida. Ele precisava arranjar um jeito de sair do castelo e levar Luna e suas colegas.

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Tom pousou a cabeça de Courtney no chão e levantou os olhos, vendo que Harry flutuava no andar de cima, parecendo altivo. Ele estreitou as orbes negras, levitando em seguida para alcançar Harry. Parecia muito cheio de si ao fitar Harry, que não fez nada por um breve segundo.

O anel formigou terrivelmente no dedo de Harry, não sentindo-o por um minuto. Tom riu maliciosamente e então houve um flash de luz vermelha e Harry havia sido atingido no ombro, sendo jogado com força para trás, produzindo um alto estrondo.


- Harry Potter... – sorriu Tom – Quem diria que ia morrer depressa, não?

Ofegando violentamente, com a alguma parte de sua cabeca sangrando, Harry encarou-o com raiva enquanto ajeitava-se minimamente para um ataque-surpresa. Tom ameaçou enfeitiçá-lo, apesar de não perceber o movimento do garoto.


- Uma morte lenta e dolorosa é o pior castigo para alguém que ousou estragar meus planos, como você.

Harry riu desdenhosamente, a despeito de seu estado crítico.


- Você é mesmo um incompetente. Aquele-Que-Foi-Derrotado-Por-Um-Bebê.

Tom sussurrou algo ininteligível, porém a dor pungente que percorreu Harry deu-lhe a certeza que era uma das piores torturas. Ele não emitiu nenhum som que denunciasse a angústia dentro de si, mas antes que pudesse se controlar, proferiu qualquer coisa que veio à mente, e o feitiço havia acabado.

Imediatamente Harry abriu os olhos, enxergando Tom afastado, contorcendo-se no chão, praguejando alto para ele. Harry recuperou-se rapidamente, empertigando-se e pensando no que realmente havia feito. Mas a azaração não durou muito e Tom logo estava endireitando-se, tentando voltar à postura inicial. Antes que ele estivesse totalmente recobrado, Harry também atacou-o, devolvendo na mesma moeda o que Tom havia feito anteriormente.


- Cruciare!

Uma risada débil saiu da garganta de Tom, enquanto ele meramente tremia por causa do feitiço. Ele conseguiu, com dificuldade, abrir os olhos e fitar Harry – mesmo arquejando e ferido Tom podia ser amedrontador com seu sorrisinho malévolo e enviesado.

Ele ergueu o punho também, conseguindo fazer com que dois jatos de cores diferentes se chocassem.


- O mundo – começou Tom, com sua voz forçada – não gira em torno de você, Harry! Só porque você pôde me trapacear das outras vezes, não quer dizer que vai fazê-lo outra vez.


- Cale a boca, Tom Riddle. – sussurrou para ninguém.


- Sabe... – ele continuou, projetando sua mão para frente, a fim de fazer o jato vermelho-sangue sobressair-se – Eu estive pensando... que antes de matá-lo deve assistir a morte daqueles que o rodeiam.


- Cale a boca.

Tom gargalhou insanamente.


- Seu amiguinho desengonçado... Sua coleguinha Sangue-Ruim... Sua namoradinha idiota...


- CALE A BOCA, VOLDEMORT!

Harry segurou-se para não proferir nenhuma maldição imperdoável.


- SERÁ QUE VOCÊ AGÜENTARIA VER MAIS PESSOAS MORRENDO? – bradou, enquanto percebia que seu facho de luz vermelha vencia temporariamente o azul.

Harry sentiu um aperto no fundo do estômago. Um filme parecia passar pelos seus olhos rapidamente – seus pais, Cedrico, Sirius... Poderia ele assistir a morte de mais pessoas importantes na sua vida, como Hermione e Ron?

Ele desconcentrou-se por um instante e antes que o jato avermelhado o atingisse, jogou-se para longe, em direção ao corredor à direita. O jorro alcançou uma parede, que rachou-se fazendo um enorme barulho. A rachadura, estendeu-se por todo o corredor que levava à esquerda e quando atingiu seu fim, a parede explodiu, fazendo com que suas pedras caíssem para os jardins e deixando um enorme buraco onde podia se ver a paisagem lá de fora, inclusive com alguns dementadores passeando por ali.

O anel na mão de Tom começou a arder e de repente, ele transformou-se numa pequena cobra e ele sabia o que isso queria dizer – podia começar a Maldição que planejara minuciosamente a qualquer momento.


- Não fuja, Potter---

Antes que ele terminasse sua própria sentença, Harry reapareceu, repentinamente atacando os pés de Tom. O que, por conseqüência, fê-lo ser lançado ate próximo da escada, no inicio do corrimão, onde ele chocou-se e quase caiu para o andar de baixo. Tom reequilibrou-se, vendo mais tarde que Harry estava pronto para azará-lo novamente.

De início, ele não entendeu a expressão sarcástica de Tom, até ouvir uma voz zombeteira às suas costas.


- Surpresinha, Potter.

A próxima coisa que Harry notou fora que tudo havia escurecido em sua visão, e ele estava caindo molemente no chão, sendo estuporado de novo pelas mesmas pessoas: Bellatrix e Lúcio Malfoy, que haviam aparecido no fim do corredor esquerdo.

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Os Aurores conseguiram, enfim, encontrar o castelo da antiga família Servolo. Eles sabiam que ela deveria ser protegida por antigos feitiços, e sabiam que não seria fácil desfazê-los. Como fizeram outra vez, conjuraram a Malha Fina, um feitiço antigo somente ensinado a Aurores, mas repassado a todos da Ordem da Fênix. Um momento após, os Aurores perceberam que além das proteções, haveria o obstáculo chamado dementadores. Minutos mais tarde, dentre os quais eles continuavam a tentar descobrir o mistério de como desfazer as armadilhas, Dumbledore apareceu.


- O ritual vai se iniciar. – disse firmemente – Veja. – ele mostrou o céu que, uma vez ainda claro, escurecia bruscamente. – Temos que interromper tudo antes que a maldição se concretize.

Dumbledore vinha acompanhado de alguns professores.


- Vamos entrar lá o mais rápido possível. – informou Moody.

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- Somente aquele que já teve sua confiança poderá tirar sua essência benigna, capaz de devastar o mal em sua forma bruta. Somente este poderá iniciar a antiga Maldição das Trevas, usada por bruxos com um mesmo intuito: acabar com os trouxas e sangues-ruins...

Helga largou a varinha, zonza e esmaecida. Ela tomou ar e segurou-se na parede para não cair no chão. Godric estava suado, os cabelos negros colados na testa.


- TERMINES ISSO, HELGA! – bradou Salazar, fazendo-os sobressaltar-se.


- Estou perdendo força, Salazar.


- Então deixe-o, Helga. Ou você as perderá até a morte.

Todos viraram-se, inclusive Godric, para ver a dona da voz: Rowena saía da penumbra, indo em direção aos três.

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Cho fechou a porta de uma sala próxima ao saguão, que Tom não sabia que ela conhecia. A sala ainda conservava antigas tapeçarias com quadros da família Servolo, arvores genealógicas que se iniciavam em épocas remotas, antes mesmo do nascimento de Salazar Slytherin. Haviam poucos móveis e todos eram antigos e de valor, mas Tom fazia questão de deixá-los empoeirados e sujos.

Cho deitou Courtney no chão e percebeu que ela estava ficando mais e mais pálida. Sentou-se sobre os joelhos e levantou as duas mãos sobre o corpo da garota e começou a murmurar algumas palavras. Suas mãos aqueceram-se e ela passou-a por cima do corpo de Courtney, poucos centímetros acima.

Demorou algum tempo, mas aconteceu aos poucos: primeiro as pernas tornaram-se quentes, depois os braços retomaram à cor normal e então Courtney abriu novamente os olhos.


- Ah, você está melhor! – exclamou Cho, encostando-se no chão.

Courtney piscou algumas vezes, acostumando-se à luminosidade. Ela mirou Cho, que parecia um pouco fraca repentinamente.


- Você está bem? – Courtney ajeitou-se e sentou-se de frente para Cho.


- A-hã. É só que você estava desacordada e eu precisei usar um feitiço complexo para reacordá-la. Falando nisso, porque ele deixou você caída no chão? O que aconteceu, ele te estuporou?


- Não, ele não me estuporou. – começou, parecendo receosa se devia mesmo contar o que sabia – É que... Sabe, eu não sei se devo, mas... Olha, é o seguinte---

Cho arregalou os olhos. Courtney havia desmaiado de novo.


- Isso só pode ser brincadeira.

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Harry abriu os olhos e pela segunda vez no mesmo dia, percebeu que a cabeça latejava horrendamente. Desta vez não estava preso a nada, e quase agradeceu por isso – porém quando conseguiu focalizar a visão, que outrora estivera disseminada, logo fitou quatro pessoas a sua frente, impedindo que a luz do local passasse por suas negras capas.

Rusterd... Hills... Parkinson... Miller...

Ele havia sido jogado no chão de qualquer jeito, mas logo ajeitou-se para uma posição melhor, encarando os capuzes das adolescentes Comensais.


- Despertou, Bela-Adormecida? – falou uma voz com escárnio, atrás das garotas.

Quase ao mesmo tempo, elas retiraram os capuzes que encobriam seus rostos, e deram lentos passos de costas, todas fitando Harry com algum tipo de satisfação sádica e zombeteira. Ele sentiu seu punho fechar-se em antecipação, logo avistando a face cínica de Tom, que estava ladeado por Lúcio Malfoy e Bellatrix Lestrange, ambos com descaradas expressões de tripúdio.


- Potter... Que coisa feia, tentar me afrontar. – ele balançou a cabeça, vendo Harry ficar de pé com cuidado – Achou mesmo que eu estava sozinho?

Os olhos de Harry viajaram de Lúcio, que mantinha-se altivamente exultante, a Bellatrix, com todos os seus traços Black, em nada lembrando-lhe Sirius.


- Eu não pretendo demorar-me para começar o ritual da Maldição, Potter. Em breve você terá desaparecido do mapa e eu realmente quero ver isso o mais rápido possível.

Tom fez uma pausa, podendo distinguir toda a chama vermelha de raiva que brotava na íris de Harry, deixando seus olhos verde-oliva mais maliciosos do que nunca. Ele tirou uma varinha de dentro das suas vestes, batendo-a repetidas vezes contra a mão esquerda, sorrindo tortamente.


- Pansy Parkinson, - anunciou repentinamente, quase fazendo a sonserina pular de susto. - vá atras de Courtney e Cho. – a garota pestanejou – Agora!

Pansy saiu em disparada, fazendo a capa negra esvoaçar aos seus pés.


- Jennifer Hills, - ela virou-se, prestando atenção em cada palavra de Tom – mate os amiguinhos de Potter imediatamente.

Quando Jennifer ia seguir seu caminho, Tom chamou-a novamente.


- Faça melhor. Traga-os aqui para Potter assistir tudo.

Harry engoliu e Jennifer meneou, indo embora.


- Miller... traga Draco Malfoy para cá. E Mary Rusterd, - ela sorriu largamente, defronte a Harry ainda – você sabe o que fazer. – ele estendeu a varinha e Mary andou até ele, pegando-a.

Ela virou-se ameaçadoramente para Harry e levantou uma sobrancelha. Neste momento, Cho saiu de uma sala próxima, vendo somente um pouco tarde demais que acabara de interromper algo importante. Cho engoliu, Courtney levitando próximo dela; Mary estava atenta a cada movimento de Harry.


- Isso está ficando interessante... – a voz de Tom estava tornando-se mais debochada a cada segundo – Acabei de mandar uma das minhas buscá-la. Que bom que poupou-me trabalho, Chang. – ele aproximou-se e olhou para Courtney. Então, mudou o modo como falava de repente, parecendo levemente preocupado – O que você fez com ela?

Cho tremeu.


- N-nada.

Tom levantou uma sobrancelha para ela e estendeu a mão para Courtney.


- Em pé!

Courtney, ainda inconsciente, ficou de pé e Tom guiou-a até o lugar próximo de Harry, que agora a observava, fazendo a garota deitar-se no chão. Quando ele estava desviando o olhar, Courtney abriu os olhos devagar, levantando-se em seguida. Ela cambaleou um pouco e voltou ao normal, estranhando tudo e questionando a todos com o olhar. Mary continuava parada, à meio caminho de Harry com a varinha em punho.

Tom andou até ela, fazendo Courtney encolher-se imperceptivelmente.


- O que aconteceu?

Courtney não o olhou.


- Eu... não sei.


- Olhe para mim. – ordenou.

Ela o fez.


- O que aconteceu?

Courntey hesitou. Ele iria descobrir, e sabia bem disso. Não haveria como continuar escondendo isso. Ela levantou os olhos, mas ao invés de encarar Tom, viu Alice trazer um Draco relutante. A voz de Tom despertou-a.


- Eu falo com você depois. – sussurrou para Courtney, que estremeceu. – Vamos recomeçar, Mary.

Mary estendeu os lábios solenemente, mirando Harry com interesse. Ela girou a varinha entre os dedos, andando até ele enquanto encurralava-o na parede fria de pedra. Mary empurrou a mão de Harry que possuía o Anel para baixo, direcionando-a para longe de si por precaução própria, enquanto dedilhava a cicatriz do garoto vagarosamente.

O que ela fez a seguir deixou-o ligeiramente atordoado.

Beijar Mary Rusterd não teria sido tão nojento se não fosse a circunstância, a situação e as respectivas razões. Era culpa dela e somente dela que tudo isso estivesse acontecendo agora. Não que fosse algo impensável, ele enfrentar Voldemort mais uma vez, mas mesmo assim ela fazia parte o tempo todo de tudo. Tudo mesmo, inclusive o beijo, porque Harry tentou algumas vezes desviar-se de Mary, que investia com mais força contra ele.

E então houve um flash e uma pontada no peito de Harry, ao mesmo tempo em que Mary intesificava mais o beijo, sufocando-o de um jeito inimaginável. Ele sabia que estava empalidecendo porque a varinha que estivera mais cedo com Tom estava encostada no peito dele, puxando toda a sua energia. Ele meramente podia ouvir algumas palavras soltas que Tom falava.

Entretanto, Tom parou abruptamente, conseqüentemente fazendo Mary parar de beijá-lo. Harry abriu os olhos e Mary também, os dois procurando pelo que tivesse feito Tom parar. Harry viu-o andar até uma Courtney desmaiada e lívida.


- O que houve? – perguntou com selvageria para Cho, que balançou a cabeça negativamente.

Mary ainda estava no mesmo lugar. E Courtney abriu os olhos lentamente, segundos depois.


- O que aconteceu, Thomson? – vociferou, salpicando o rosto dela de saliva.

Courtney engoliu seco. Agora era a hora de contar a ele.


- Eu preciso contar uma coisa.

Um instante de silêncio.


- E?


- É que... – começou, temendo o pior – Eu... Eu troquei...


- Trocou o quê? – apressou-a.

Courtney soluçou.


- Troquei as etiquetas... Nos tubos de sangue que você mantinha... Na sua sala...

Tom estava estupefato. Ele soltou-a, fazendo com que ela batesse a cabeça na parede. Ele, já de pé, parecia transtornado.


- Você não é digna de ser a herdeira de Helga! Você deveria estar me ajudando, sua vagabunda.

Ela não respondeu, usando todo seu autocontrole para não mandá-lo para longe. Sabia que de natureza deveria ajudá-lo, mas não compactuaria com algo tão injusto. Na sua mente, ambos tinham que lutar igualmente fortes.

Tom ameaçou enfeitá-la.


- Você não pode me matar. Você precisa de mim. – disse sabiamente.

Os olhos de Tom faiscaram.


- Se acha muito esperta, não? – falou Tom.


- Eu sou muito esperta.


- Nem tanto, Thomson. Caso ainda não tenha percebido, assim que eu matar Potter, você morrerá também. A poção que eu dei a ele cria um elo entre você e ele.

Courtney pareceu pensar nisso somente agora. E tentou parecer displicente.


- Eu não ligo.


- Isso é o que veremos.

Tom virou-se para Alice e Draco, fitando rápida e significativamente Lúcio e Bellatrix, sorrindo sinceramente, esquecendo de Harry e Mary por algum momento.


- Eu não tenho tempo a perder, Thomson, – disse – e portanto acho que devemos acelerar o processo de introdução de jovens ao meu legado.

Ninguém se movimentou ou respirou. Nem Harry, nem Draco.


- Miller, traga-o.

Draco demorou algum tempo para digerir a informação. Quando se deu conta, estava descendo as escadas com Alice Miller, cruzando com Mary, que subira à ordem de Tom. Este e Lúcio abriram enormes sorrisos ao verem Draco tentar resistir.


- Tudo bem, Malfoy. – Tom olhou para Draco, que estava com as mãos presas, e segurou um braço seu – Será mais um honra para sua família. – ele falou, rasgando a manga esquerda de suas vestes.

Draco não sabia se conseguiria ver. Ele podia visualizar a imagem de Luna, num encontro furtivo deles, há tempos atrás.

Luna cutucou Draco inocentemente, olhando-o de um jeito cândido por entre seus cílios loiros.


- Eu estive pensando... Quer dizer, me ocorreu agora que você... você...


- Eu o quê?

Draco viu-a baixar os olhos.


- Você não vai... se tornar um Comensal, vai?

Ele riu, meio que desdenhosamente.


- Não, Lovegood, eu não vou ser escravo de ninguém.

Ela sorriu e cedeu ao beijo dele, satisfeita por saber que Draco não queria servir a Lord Voldemort.


- Segure-o, Alice.

A garota aproximou-se novamente, enfeitiçou-o e segurou Malfoy sem muito esforço. As unhas de Tom tornaram-se maiores e ele cravou-as no braço de Draco, fazendo-o gritar. Um pouco de sangue pingou no chão, mas no instante seguinte elas sumiram e a Marca Negra estava gravada em sua pele.


- Muito bom... – riu-se Tom.

Draco e Harry olharam para Lúcio, que parecia felicíssimo.

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O céu escurecia cada vez mais, trazendo uma penumbra antecipada que já estava assustando a todos.


- É seguro entrar. – garantiu um Auror a Moody. – É preciso tomar cuidado com os dementadores.


- Ok. – grunhiu – Os Weasley e Granger não estão muito longe. – disse, seu olho mágico girando em várias direções.

Os Aurores adentraram lentamente pelo lugar, atentos a tudo. Dumbledore observou-os ir em frente por um segundo, então seguiu-os.

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Tom percebeu que a casa fora de alguma forma desarmada e mandou Lúcio, Bellatrix, Draco e Alice para atrasar os Aurores, já que Jennifer Hills não poderia fazê-lo sozinha, mesmo sendo ótima em feitiços defensivos. Algum tempo depois, Pansy também apareceu e juntou-se aos outros cinco.


- Apenas nós quatro. – Tom quebrou o silêncio – Exatamente como eu queria.


- Você quer dizer nós quatro e sua Comensalzinha. – vociferou Cho, olhando significativamente para cima, encarando Mary rapidamente.

Ele riu.


- Ousa levantar a voz para mim? Não é de sua conta o que Mary ainda faz aqui.

Harry levantou os olhos, vendo Mary descer novamente. Ele bufou, não podendo fazer nada mais que isso, tamanha sua fraqueza depois do ocorrido. No entanto, ela estava estudando qualquer outro ponto na parede, ignorando-o totalmente, como se nunca realmente tivesse visto-o. Se ele tivesse forças, ele poderia socá-la, apesar de saber que não seria a atitude certa.

Harry havia encostado-se na parede, sentindo o suor escorrer pelo rosto, a visão um pouco cansada e as defesas suavemente quebradas. Ele sabia que podia agüentar mais – só não sabia por quanto tempo.


- Não. – Tom levantou a mão para impedir que Mary avançasse sobre Harry.

Mary parecia confusa.


- Deixe comigo.

Cho e Courtney sentiram seus ombros tocarem-se por estarem tão próximas, temendo o pior. Elas queriam tentar fazer algum feitiço, mas tinham medo do que Tom faria se ambas fracassassem em algum tipo de fuga.

Tom estava risonho quando cruzou o saguão, em direção a Harry, que olhava para alguma coisa no chão. Tom parou em frente a ele com Harry fitando seus pés.
As coisas estavam acontecendo mais rápido do que ele esperava.

Tom não sabia explicar como, mas Harry havia jogado seu corpo contra o dele e antes mesmo de poderem duelar com feitiços mortais e perigosos, Tom sentiu seu rosto doer onde Harry socava-o com força, a despeito de sua insistente palidez, que destacava mais sua cicatriz.


- Obscuretus!

Tudo ficou escuro e, depois de muitos ruídos, Mary iluminou rápida e novamente o local, vendo que Tom estava pressionando Harry contra a parede, segurando-o pelo pescoço. Os pés de Harry quase não tocavam o chão.


- Olhe, Potter... – murmurou Tom perigosamente, na sua pior voz – Não dificulte as coisas, ok?

Harry parecia estar fazendo esforço e então---


- AAAAAAAAHHHHHH! – Tom gritou, encolhendo-se e caindo no chão.

Harry poderia Ter sentido uma dor solidária, já que nunca quereria ser chutado naquela região. Porém, quando saiu do aperto de Tom, viu que Mary havia empunhado a varinha que não era dela.


- Fique parado. – Mary engoliu, por não querer azarar Harry.

Por um segundo ele achou que ela realmente fosse enfeitiçá-lo. Entretanto logo relaxou, estudando uma garota que tinha sua varinha apontada para Mary.


- O que foi---?


- Incarcerous!

Primeiro Mary, depois Tom foram amarrados em cordas e Harry segurou-se para não abraçar Cho, que parecia feliz consigo mesma.


- Erm... Valeu. – foi o que ele conseguiu dizer.

Cho deu de ombros, contudo quem falou foi Courtney.


- Eu sinto muito...

Harry e Cho encararam-na com incredulidade.


- ... mas eu sou a Herdeira de Helga e eu preciso... Estupefaça!!

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Helga tentou novamente executar a Maldição, mas não conseguia. Sempre interrompia-se pela sua falta de forças. Rowena ajudou Godric de todo o modo. Mas em certo ponto, nem Rowena nem Helga puderam ajudar Salazar e Godric.


- Accio! – Godric levantou a mão direita e um barulhinho de algo cortando o ar foi crescendo, cerscendo...

E a espada grafada com seu nome estava em sua mão. Depois disso, os dois fundadores travaram uma luta com suas espadas, atacando um ao outro severamente, salpicando o chão de sangue a cada novo golpe.

As vozes de Helga e Rowena e os gritos de Godric e Salazar se misturavam na Câmara. Apesar disso, Helga não abandonara Salazar. Ela não estava imparcial, e desesperou-se ao ver Godric fazer uma finta difícil e acertar a mão de Salazar, que largou a espada. Helga acompanhou com os olhos a espada deslizar pelo chão, com um estrondo metálico.

Godric mostrou um sorriso triunfante.


- Continuarás com isso? – perguntou, solenemente.


- Levarei até o fim. – falou Salazar, desafiadoramente. – Nem que precise matar-lhe, Godric. Bem sabes que não será uma lástima para mim, fazê-lo.

Rowena teve quase certeza de ver uma sombra de sorriso atravessar o rosto dele. Nervosamente, desviou o olhar e sem querer viu Helga empunhando decididamente a espada. Rowena arregalou os olhos.


- Helga! – alertou, e Salazar olhou para a mesma, bem como Godric, que ainda mantinha a espada estendida para o oponente.

No mesmo instante, Helga jogou a espada no ar e, inacreditavelmente, ela voou na direção de Salazar, que ergueu uma mão e pegou-a.


- Desculpem-me, Rowena e Godric, – começou, olhando para cada um enquanto dizia seus nomes. Ela dava passos lentos até poder ficar lado-a-lado com Salazar – mas eu o amo. – ela virou-se para Salazar e encarou-o; eles olharam-se por um momento e ela continuou – Eu o amo. – declarou para ele, sorrindo brandamente.

Salazar sorriu, ante aos olhares incrédulos de Rowena e Godric.


- Eu estou presa à ele e tudo o que posso fazer é ajudá-lo. Como em uma maldição. – finalizou.

Salazar afastou uma mecha do cabelo loiro de Helga para trás de sua orelha.


- Talvez eu não ame-a assim, mas – ele sorriu – serás recompensada depois.

Então ambos contemplaram Godric, que não tivera coragem de atacá-los diante daquelas palavras de Helga, e Rowena, ligeiramente boquiaberta.

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Pelos jardins podiam-se ver vários bruxos duelando bravamente, mas Jennifer pegou os dois Weasley certificando-se que ninguém os vira. Hermione quase havia sido pega também, mas ela fugiu assim que percebeu que alguém iria levá-la. Ela não conseguia pensar, apenas conseguia correr dos dementadores que traziam suas más lembranças. Sua voz havia sumido e ela já tinha dado-se conta que corria para lugar nenhum.


- Petrificus Totalus!

Ela enrijeceu-se e caiu de costas no chão. Um vulto loiro aproximou-se e minutos depois Lúcio Malfoy apareceu na sua frente, arrastando Draco consigo.


- Não adianta fugir, garotinha. - falou com sua voz fria.

E momentos depois ela estava voltando para o castelo.

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Havia alguma coisa se mexendo por cima de seu corpo, uma respiração em seu pescoço e cabelos sobre seu rosto que decididamente não lhe pertenciam.


- Ai.

Cho levantou o rosto.


- Não resmungue, Harry.

Ele percebeu que a face dela estava um pouco perto demais dele. Harry encarou-a por um breve milésimo de segundo.


- Eu não ia resmungar---


- Ok, ok, Potter. Você não quer ficar de papinho aí, quer?

A voz inquisidora e sarcástica chamou a atenção de ambos. Ao mesmo tempo, Cho e Harry olharam para um ponto à esquerda, no escuro, onde Tom estava acompanhado por Mary e Courtney, que parecia tristonha. Cho havia sido apenas jogada por cima dele e Harry poderia sentir isso a despeito das dores na vértebra que estavam assomando-o.


- Não se preocupe, Potter. Desta vez nós seremos mais rápidos. – ele bateu palmas e Mary empertigou-se. – Separtae!

O jato que irrompeu da mão de Tom atingiu Cho, que foi jogada para a parede mais proxima, à direita de Harry. Ela berrou, caindo com um pequeno choro, enquanto Harry, distraído, era pego por outro feitiço de Mary. Ao longe, ele ainda podia ouvir Cho.

Mary estava tentando lembrar das palavras para evocar a Maldição, quando viu Rony e Gina entrarem pelos arredores do saguão, levados por Jennifer Hills. O olhar que Rony lançara para ela... Um olhar de puro rancor, que fez com que o início do ritual fosse interrompido. Jennifer jogou ambos na mesma sala onde Cho e Courtney estiveram a pouco e entrou também.


- Faça isso direito ou eu mato você! – bradou Tom, segurando a mão de Mary e direcionando-a a Harry.

Mary suspirou, hesitando ao pronunciar a Maldição.


- Somente aquele que já teve sua confiança poderá tirar sua essência benigna, capaz de devastar o mal em sua forma bruta. Somente este poderá iniciar a antiga Maldição das Trevas, há tempos usadas por bruxos com um mesmo intuito: acabar com os trouxas e sangues-ruins. Pandora, a primeira mulher grega, vítima da ambição de Epimeteu e criadora da Caixa que contém o mal cobiçado pelo meu Mestre, ajuda-me a eliminar aqueles que vão de encontro com o nosso objetivo. Derramar o sangue dos imundos e purificar a nossa linhagem. – nesse instante Hermione foi empurrada por Lúcio para a sala onde Rony e Gina entraram antes, para depois ir embora rapidamente; Hermione lançou-lhe outro olhar significativo, fazendo Mary vacilar ao continuar – Que a força ardil de Salazar vença a vaidade de Godric, que tentou afrontar a sabedoria de nosso Mestre, criando a Segunda Pedra do Poder. – Mary abaixou a varinha.

Harry parecia petrificado – ele simplesmente não conseguia se mexer. Instantes depois houve um baque surdo, denunciando a queda de alguém, todavia ele não soube quem era imediatamente. Harry demorou algum tempo para se reencontrar, pensando que talvez não fosse conseguir levantar-se novamente.

Mary Rusterd acabara de cair sem sentidos no chão, enquanto a sensação de petrificação se esvaía de Harry, como se um peso fosse tirado de suas costas.


- Não! – Tom foi até Mary para constatar que o pulso da garota tornava-se cada vez mais fraco. Ele afastou-se. – Qual é o seu problema, Rusterd? Arrependendo-se do quê, hein?

Tom levantou a mão direita aberta e, como se houvesse um ímã em Mary, ela levantou-se, sem fazer nenhum esforço. Mary abriu os olhos devagar, Harry e Courtney parados, Tom furioso e Cho silenciando-se por alguns minutos.


- Meses e meses de preparação, para tudo ser estragado por você? É a morte o que merece, Mary.

Ele ia finalizar seu trabalho sujo matando-a logo, para poupar-lhe esforços futuros. Mas antes que alguém sequer pudesse fazer algum feitiço, mesmo Mary, uma redoma de cor pérola envolveu-a. A figura da loira parecia serena e perturbadoramente calma. As lágrimas, no entanto, apontavam sua inquietação. Mary levantou uma mão e limpou o rosto lentamente, seus olhos azuis inchando-se pelo choro.


- Eu sinto muito. Só... sinto muito por tudo.

Não havia barulho.


- Antes que eu... – pausa e uma leve fungada – Eu preciso do seu perdão, Harry.

Ele não estivera muito atento a ela, já que algo como sangue que escorria das mãos de Mary estavam chamando-lhe mais a atenção. Harry tentou aproximar-se dela para fazê-la parar de sangrar; aquilo o estava deixando desconfortável.


- Mary---

Ela levantou a mão, continuando:


- Eu só preciso lhe dizer que – Mary trocou um rápido e quase não notável olhar com Tom, que parecia transtornado – você precisa se preparar para algumas surpresas desagradáveis.

Sua voz falhou no final e Mary titubeou. Harry queria perguntar do quê exatamente ela estava falando, quando a garota fechou os olhos e sorriu pela última vez, caindo no chão quietamente. Quando Mary Rusterd atingiu o assoalho, um rugido de uma ventania que não se sabia de onde era originada encheu os ouvidos de todos, fazendo as vestes de ambos esvoaçarem de uma maneira sombria.

-------

Jennifer estava entediada e ferida. Ela queria participar mais de tudo, mas Riddle havia escolhido apenas a sua queridinha-grifinória-loira Mary Rusterd para executar algo tão grandioso e de tanta importância.

Ela olhou os outros dois ocupantes da sala – Rony e Gina Weasley. Os irmãos estavam feridos e ensangüentados, olhando qualquer coisa no chão. Gina estava apoiada no ombro de Rony, que havia passado uma mão por suas costas e agora afagava-a suavemente. Ela parecia perdida e Rony aflito. Lógico, se quisesse ela poderia torturar os dois, mas ainda não adquirira sangue frio o bastante para fazê-lo.

A porta abriu-se rapidamente e Hermione foi jogada para dentro por alguém que Jennifer reconheceu como sendo Lúcio Malfoy. Ela, Jennifer, viu a garota levantar-se com dificuldade e andar o mais rápido possível em direção aos Weasley, que abraçaram-na em seguida.


- Accio!

A varinha de Hermione, que fora jogada no piso por Lúcio, veio até sua palma e Jennifer virou-se para a parede, apenas para não ver suas expressões possivelmente alegres por estarem juntos.

Hermione pegou-se abraçada a Rony, seu rosto enterrado nos ombros dele, aspirando seu odor agradável ao qual ela já estava acostumada.


- Eu estou com medo. – sussurrou, pensando que soava como uma criança de oito anos.

Rony apertou-a um pouco mais e Hermione quase agradeceu, esquecendo-se que Gina estava ali.


- Tudo vai acabar bem. – disse ele no cabelo dela, muito mais firme do que pretendia ou conseguiria.

Ela se controlou para não fazer algo do qual fosse arrepender-se depois e soltou-se dele, abraçando uma Gina ferida, assim como ela mesma e Rony, logo depois.


- Já acabaram com a seção de abraços? – resmungou Jennifer.

Jennifer estava encarando-os rudemente, batendo as varinhas do três contra seu braço.


- Algum problema se eu responder que não? – falou Gina.


- Todos.

Gina não se segurou e mandou Jennifer se---


- Olhe como fala comigo, Weasley. Maleficum Lux!

Ela se retorceu no chão, cega por algum tipo de luz que invadira sua visão. Além disso, seu corpo parecia ser atravessado por um raio rápido que deixava-a com uma sensação esquisita por baixo da derme. Esquisita e horrível. No fundo de sua mente, parecia haver um barulho forte de explosão, outro de um vento forte e então a dor passara, tão rápida quanto viera. Houve um grito fraco que Gina reconheceu como sendo de Jennifer e enfim ela conseguiu abrir os olhos.

A parede oposta a porta estava totalmente aberta, revelando uma grande briga de Patronos e Dementadores e Aurores que ordenavam maiores ataques de seus Patronos. Na sala, alguns deles estavam entrando e levando Jennifer, bem como todos os outros objetos maléficos da sala. Tonks estava entre eles. Ela apressou-se para checar se estava tudo bem.


- Vamos, vocês precisam sair daqui agora.

Hermione estava sendo atendida por um bruxo alto e moreno, que fazia um curativo em seu braço; parecia estar doendo bastante a julgar pela sua careta de resignação. Rony já estava deixando o local, acompanhado por dois Aurores.


- Mas... onde está Harry?

Tonks suspirou, passando a varinha pela perna de Gina, que estava sendo reconstituída quase que completamente.


- Vamos, Gina. – desconversou, não olhando-a – Nós precisamos sair daqui imediatamente.

Não adiantaria insistir. Ela meramente sabia que Harry deveria estar no Saguão, porém seria impossível interromper algo, uma vez que as portas do castelo estavam trancadas de modo que só alguém que estivesse dentro poderia abri-la. Gina rendeu-se, deixando-se ser levada por Tonks, enquanto outros Aurores escoltavam-nas.

A primeira coisa que ela viu do lado de fora foi a escuridão do céu, que tornava o castelo ainda mais amedrontador. As nuvens de tempestades estavam sendo empurradas com facilidade pela ventania em direção às propriedades Servolo. Gina, Hermione e Rony foram levados para fora dos portões de ferro e alguns Medi-Bruxos vieram ao seu encontro, trazendo todos os tipos de medicamentos. Gina ainda pôde ouvir um trecho da conversa de Tonks com Snape, enquanto os Medi-Bruxos passavam algum pozinho em uma ferida no seu calcanhar.


- ... Eu tenho certeza que ele foi forçado a fazer isso, Tonks. – disse Snape, com ferocidade – Malfoy não é ligado a Magia Negra.

Tonks balancou seus cabelos negros.


- Eu não posso fazer nada, Snape. As provas estão aí e nós não podemos simplesmente ignorá-las. Os Malfoy vão ser levados ao Unidade Anti-Magia Negra sim, e você não pode impedir isso.

Gina arregalou os olhos. Draco e Lúcio? Quer dizer, não era de se surpreender que Lúcio fosse preso de novo mas Draco... Espere. Não era de surpreender que Draco também fosse Comensal. A família dele inteira era ligada a Magia Negra, então por que com ele seria diferente?

Claro, Gina não sabia que Snape pensava em Narcisa, que nunca quisera o mesmo futuro para o filho.


- Vocês estão cometendo um erro.

Tonks não parecia concordar com isso.


- Não cabe a mim dizer se isso está certo ou errado. Eu só estou cumprindo ordens.

Ela virou-se para seguir seu caminho e acabou tropeçando numa raiz de árvore.


- Erm... Tchau.

--------

Ele estava esperando que a qualquer momento Mary abrisse os olhos, ainda viva. Entretanto ela não o fez e logo Harry sentiu uma queimação pela coluna. Ele torceu o rosto, sendo jogado para trás quando Tom intensificou a maldição. Harry ouviu suavemente um grito e o feitiço foi interrompido. Rapidamente ele abriu os olhos, vendo Tom fazer menção de atacar Cho, que fora quem fizera-o parar.


- Nunca interrompa-me, Chang. Surtuore!

Cho parecia fazer bastante esforço para não transparecer seu sofrimento. Suas mãos viajaram até sua garganta, tentando encontrar ar para encher seus pulmões. Um segundo depois a cabeça de Cho pendeu para o lado e Harry esperou que ela não estivese morta.


- Vertuosa!

Tom se jogou no chão, bem a tempo de desviar da investida de Harry, que pretendia pegá-lo de surpresa.


- Não me subestime, Potter. – ele levantou-se, sem apoiar-se em coisa alguma.

Para total surpreendimento de Harry, ao inves de contra-atacar, Tom realizou um feitiço que fez parte do teto desabar entre eles. Courtney soltou um gritinho nada típico dela, lançando-se para longe a fim de não correr o risco de ser pega por algum objeto voador.

Harry apertou os olhos quando a poeira baixou e não encontrou Tom do outro lado.

“Nada impressionante.”

Courtney estava encolhida contra a parede, um olhar de pânico estampado em sua face.


- O-onde está ele?

Harry virou o rosto.


- Eu não sei.

Ela arfou, erguendo-se devagar, seus pés fazendo um barulhinho engraçado nas pedras partidas no assoalho.


- Harry… me tira daqui, por favor.

Por uma fração de segundo ele sentiu vontade de dizer “Não.”. Depois de tê-lo praticamente entregado a Tom, Courtney pedia ajuda? Com essa cara lavada? Courtney tocou seu braço e Harry nem havia percebido a sua aproximação.


- Olha, eu sei o que você está pensando... Mas a culpa não é minha! Eu-eu sou a Herdeira de Helga e eu precisava---


- Eu não quero explicações. – sibilou Harry, com raiva.

Com uma pontada de culpa ele viu que ela estava quase chorando.


- Eu precisava fazer isso.


- Eu disse que eu não quero explicações! – urrou.


- Não seja tão idiota se puder evitar. – berrou Courtney, no mesmo tom – Tire-nos daqui ou Tom vai me matar também!

Harry enrugou a testa, só agora lembrando-se de uma coisa:


- Se você me estupurou...


- Eu também caí desacordada.


- Depois eu que sou idiota---

Courtney esticou a mão e tampou a boca de Harry.
- Ouviu isso?


- Isso o quê---?


- Shhh.


- Não me interrompa---


- Eu disse ‘Shhhhhhhhh’!!!

Eles ficaram quietos por um instante, tentando ouvir ruídos alheios. Quase ao mesmo tempo ambos olharam para uma parede, que tremia. Courtney foi a primeira a se manisfestar:


- CORRE!

Para falar a verdade, Harry não queria correr mas Courtney puxou seu braço com força, levando-a escada acima para o segundo andar. Ela tinha uma força muito maior do que se imaginava, ele pensou. Courtney ficou um segundo em dúvida se devia escolher o corredor da direita ou o da esquerda e eles acabaram seguindo pelo da direita, já que parte do outro corredor havia sido destruído, outrora. Harry inevitavelmente olhou para trás, vendo que Tom seguia-os levitando e sorrindo.


- Fugindo, Harry Potter?

Aquilo era uma provocação, claro, e Harry acabou caindo, logicamente. Ele não iria querer parecer covarde na frente de Tom Riddle. Harry parou, virou-se para trás, pronto para enfeitiçá-lo, porém Tom foi mais rápido.

Harry voou até a parede, batendo a cabeça com força.


- SAIA DAQUI, THOMSON!

Courtney correu novamente, deixando Harry e Tom sozinhos no corredor. Harry tentou focalizar a visão e quando o fez, notou que ele já estava perto demais. Tom baixou as mãos e agarrou o colarinho das vestes de Harry, levantando-o e pressionando sua cabeça fortemente contra a parede de pedra.


- Interrompeu minha Maldição, planejada por tanto tempo! – praguejou. – Retardou meu retorno várias vezes. Mas isso não foi o bastante... Hoje eu retomo o poder e realizo o desejo de Salazar Slytherin, que era ver seu herdeiro dominando o mundo e aniquilando meus inimigos! – falou com a voz fria.

Harry olhou-o atentamente.


- Pense no lado positivo, Harry. Você vai rever seus ridículos paizinhos, depois que morrer...

O sangue subiu à cabeça de Harry.


- Não fale dos meus pais, seu imundo. – sussurrou perigosamente.

Tom riu com desprezo. Ele sacudiu Harry e lançou-o, como se fosse um saco de batatas, para o final do corredor. Antes que Harry atingisse o chão, ele conseguiu levitar. Tom levantou uma sobrancelha.


- Chegou a sua hora.

-------

Eles atacaram-se rapidamente, sendo interrompidos casualmente, enquanto tentavam ganhar fôlego. Rowena parecia estar presa ao chão, de modo que não conseguia fazer nada a não ser assistir horrorizada a tudo aquilo. Nem ela mesma sabia se conseguiria atacar Helga, nem que fosse para acordá-la da manipulação de Slytherin, ou Salazar, nem para deixar a espada fora de seu alcance.

Então aconteceu: houve um ruído metálico e o feitiço que Godric lançaria em Salazar fora desviado na lâmina para Helga, pega de surpresa. Ela fez cara de dor e caiu no chão, mas mesmo assim os dois não pararam. Rowena correu até seu encontro e viu-a sangrar. Muito.


- Ohh, Rowena... – falou ela levemente – Traí sua confiança, não foi? – Helga sorriu triste – O amor cegou-me. Conhecer Salazar foi a melhor coisa que aconteceu-me, mesmo ele tendo-me usado como a um de seus pertences.


- Não fales, Helga. Eu arrumarei isso se ficares quieta.


- Não, Rowena. – ela segurou a mão da morena, que estava no seu estômago, analisando a ferida – Deixe-me morrer assim e eu morrerei feliz.


- Falas besteiras demais.


- Não. A única coisa que desejo é que me perdoe, assim como Godric.


- Estás perdoadas. – falou apressadamente – Agora...
Asclepio! – tentou de novo, de outra maneira – Férula!

Mas a ferida não desapareceu.


- Mesmo que eu quisesse, não poderia sobreviver. Leia meus diários e entenderás... – Helga disse por fim e acariciou a mão de Rowena, antes de deixar o rosto cair para o lado molemente.


- Helga! Helga, não brinques desse jeito! – ralhou, estapeando inutilmente seu rosto –
Vita Flamae! – de sua varinha saiu uma fagulha laranja e Rowena depositou no peito de Helga, que não reagiu – Vita Primessencia! – ela sentiu as batidas de seu coração diminuírem e uma luzinha azul fina chegou à superfície de seu peito. Rowena equilibrou-a na varinha e pôs nos lábios de Helga, pensando “Não morra, Helga, não morra”. Ela soprou a luz e Helga puxou ar rapidamente, como se estivesse engasgada, mas um segundo depois, ela voltara a ficar desacordada.

Rowena afastou-se do corpo de Helga, que estava caído no chão e olhou em volta, com os olhos cheios d’água. Godric e Salazar continuavam a lutar, lançando azarações com as espadas, sempre que podiam. “Por que não param com isso?” pensou, histérica “Helga morreu e eles continuam com esta tolice!”. Ambos agora estavam com as espadas cruzadas no ar.


- Criaste teu futuro, Salazar. Traçaste teu destino. Não posso fazer nada a não ser matar-te. – disse, sério.


- Não adiantará: amarei Rowena seja onde for e não poderás mudar isso. – falou Salazar, carrancudo – Podes me matar agora, mas meu herdeiro matará o teu quando a Batalha se iniciar.

Eles fizeram mais um movimento rápido, o barulho tilintante das espadas se batendo e Godric interceptou um golpe de Salazar; eles cruzaram as espadas mais uma vez.


- Lamento, então. Lembranças ao inferno.

Salazar atacou novamente, com raiva, mas Godric deteu-o novamente e, tendo melhores reflexos que o oponente, acertou-o no braço esquerdo. Salazar largou a espada, urrando de dor. Ele caiu lentamente no chão, com uma poça de sangue formando-se aos seus pés. Godric olhou friamente e fez ele levantar-se, então a espada atravessou o peito de Salazar. Salazar lançou um último olhar de ódio a Godric e caiu com um tropel no chão.

-------

Eles estavam atacando-se com rapidez e fúria, lançando azarações e maldições complexas. Eram dois jovens lutando, travando uma briga rancorosa que tivera seu início há dezessete anos; ambos estavam machucados, o sangue presente em sua aparência, mas nenhum deles disposto a abandonar a batalha. Parecia que não existia mais o mundo lá fora: os dois estavam concentradíssimos no oponente. Depois de tanto desviar de alguns feitiços, eles acabaram voltando para o Saguão, onde Cho não estava mais presente.

Entre trocas de jatos vermelho-sangue ou azuis, o castelo tremeu horrendamente e uma fenda separou o saguão em duas partes, com um enorme abismo no meio.


- Estagmata! – berrou Tom.

Harry foi jogado para trás, o corpo entorpecido, o rosto com vários cortes, assim como o de Tom. Ele ficou imóvel no ar, sentindo uma agonia alastrando-se pelo seu peito, pelas costelas, depois para a nuca e enfim a cabeça.

Neste mesmo instante, Cho e Courtney adentravam silenciosamente o Saguão, aderindo às paredes ao redor.


- Poer Nebula!

Uma névoa brilhante e espessa envolveu-o.

Momentaneamente a dor passou, mas não demorou muito para que vários jorros atingissem Harry, de dentro daquela névoa, perfurando-o como mil facas.


- Maximus!

A sensação de torpor intensificou-se. E Harry não conseguia arranjar forças para livrar-se daquilo. Tom acenou e Harry caiu levemente no chão.


- Falta pouco para você virar um monte de cinzas. Mas antes, vamos relembrar um pouco suas aventuras até aqui... Legilimens!!!

Harry já estava demasiado fraco, mas nada o preparara para o que estava por vir: suas lembranças vinham à tona novamente, e cada pedacinho dele era tomado por uma grande aflição.

“Harry, você é um bruxo.”

“Seu corpo jazirá na Câmara Secreta”

“Sirius Black foi o traidor do Feitiço Fidelius”

“Eu não pus meu nome no Cálice!”

“Não há nada que você possa fazer, Harry... Nada... Ele se foi”

“... a Caixa de Pandora é poderosíssima...”

“Você precisa vir comigo, se quiser que tudo isso acabe logo.”

Cho e Courtney tentaram, por vezes, parar Tom mas suas varinhas simplesmente não funcionavam. Coube a elas então meio que assistir às coisa silenciosamente para agir quando fosse necessário.


- Que comovente... – riu-se Tom – Pena que mais uma vida jovem vai ser jogada fora... – Harry arfava, ajoelhado sobre suas pernas, tentando levantar-se – Eu lhe ofereço pela última vez a chance: você quer se unir a mim?

Um pequeno sorriso apareceu no rosto de Harry a despeito de seu estado.


- Eu estou fraco, não burro, Riddle.

Tom levantou uma sobrancelha, carrancudo.


- Como é, Potter? – vociferou, apontando seu anel para ele.

Atingido por um jato vermelho, ele gritou, levantando-se.


- Eu NÃO vou me entregar, Voldemort! – bradou.

E foi como se ele conseguisse libertar-se de várias correntes, de vários obstáculos que o impediam de contra-atacar, tudo ao mesmo tempo.

Um barulho de explosão surda foi ouvida e uma voragem surgiu da fenda. Cho e Courtney estavam com os olhos estendidos.

Tom levantou o rosto, com um sorriso maquiavélico estampado na face.


- NÃO SERÁ TÃO FÁCIL QUANTO PARECE... – berrou.

Ele levitou, diretamente à Cho e Courtney que se surpreenderam com a precisão que ele as achara, mesmo as duas estando pouco expostas. A princípio, nenhum dos três sabia o que ele pretendia. Tom conjurou um punhal e o rosto das duas foi tomado pelo espanto ao vê-lo dirigir-se a elas com a ponta brilhando. Harry não soube o que fazer durante alguns segundos, então ele seguiu-o, levitando também.

Aconteceu rápido: Tom levantou o punhal, já de frente para uma Courtney acuada e uma Cho assustada; ele puxou Courtney rapidamente e cortou-a num lugar onde ele pudesse alcançar o sangue para que ele banhasse o anel. Quando ele preparava-se para cortar-lhe pela segunda vez, na ganância de se fortalecer mais, Harry segurou seu pulso e Tom virou-se socando Harry no estômago. Ele não deixou por menos e esmurrou-lhe no rosto, fazendo-o sangrar. Durante a briga, onde nenhum dos dois tinha tempo suficiente para azarar o outro, o punhal escapou dos dedos de Tom e ele não teve tempo de recuperá-lo: Cho pegou-o primeiro e cortou a si mesma. Harry simplesmente achava que ela tinha ficado doida.

Assim que pôde, ela também pingou seu sangue em Tom, e só aí Harry lembrou-se que o sangue da herdeira de Ravenclaw poderia impotencializar um Slytherin.

Tom afastou-se de Harry, andando de costas rapidamente. Ele tomou distância e tentou lançar-lhe um feitiço; ao ver que ele falhara, Harry jogou-o para longe e ele caiu praticamente aos pés de Cho. Harry alcançou-o rapidamente, e ele sabia que esta era sua chance de acabar com ele. Cho jogou-lhe o punhal e, num reflexo rápido, ele pegou-o e apontou para Tom.


- Preparado para morrer? – perguntou rapidamente, tropeçando nas próprias palavras, perguntando-se se realmente poderia matar Voldemort com um punhal.

Courtney estava empalidecendo cada vez mais, a um canto do saguão. Cho foi até ela e tentou fazê-la ficar melhor, mas suas varinhas não funcionavam.

Harry cortou o dedo deliberadamente e um filete de sangue escorreu. Ele deixou o sangue envolver a lâmina e ela instantaneamente alargou-se – o punho dilatou e segundos depois, Harry estava segurando uma espada familiar, com uma inscrição conhecida.

A espada de Godric Gryffindor.

Harry pôde ver o reflexo assustado de Tom pela lâmina. Rapidamente Harry ouviu a voz de Godric dizer:


- Criaste teu futuro, Salazar. Traçaste teu destino. Não posso fazer nada, a não ser matar-te.

Outra voz vociferou:


- Não adiantará: amarei Rowena seja onde for e não poderás mudar isso. Podes me matar agora, mas meu herdeiro matará o teu quando a Batalha se iniciar.

Tom levantou-se, ainda sendo ameaçado por Harry com a espada e deu lentos passos, sem saber que ía em direção ao abismo.


- Lamento, então. Lembranças ao inferno. – e um som tilintante de espadas cruzadas no ar foi ouvido, seguido de um grito de dor e um ruído de um corpo caindo.

Tom tentou usar seu anel mais uma vez e parecia que o efeito do sangue de Cho estava passando. Percebendo isso, Harry ajeitou a espada e falou:


- Lembranças à Salazar Slytherin, no inferno.

Harry apertou o cabo e lançou-a para frente, estendendo o braço e atacando-o firme e inesperadamente. Os segundos pareceram eternidade.

Courtney estava esmaecida, a um canto com os olhos estendidos; Cho ao seu lado, olhando-os perplexa, a mão a meio caminho do ombro de Courtney, assistindo tudo.

Harry trouxe a espada de volta, banhada em sangue. E Tom olhava-o com total incredulidade.


- Meu Senhor... – murmurou, andando lentamente para trás. – Não irei sozinho, Senhor...

Houve um barulho de pedras caindo e Tom percebeu que estava à beira do precipício. Lá fora, o tempo estava totalmente confuso: o vento rugia, mas ninguém de dentro do castelo ouvia; estava escuro, mas ninguém percebia; e chovia, mas a chuva parecia ser impelida por algo no castelo Servolo.


- Adeus, Lord Voldemort. – disse, enquanto punha a espada paralela ao corpo. Ela continuava a mesma desde que a usara em seu segundo ano – Adeus.

Harry atingiu-o com um feitiço simples praticamente no mesmo lugar onde o golpeara.

Tom caiu para trás, gritando, e a fenda se fechou, com o castelo voltando à posição inicial. Harry continuou quieto, até ouvir a pergunta trêmula de Courtney:


- Acabou?

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