Lupin e Tonks, enfim!



Tonks estava, no seus aposentos, fazendo um modelo de uma prova para os quartanistas quando alguém bateu à porta. Ela levantou-se e abriu a porta:

- O que você está fazendo aqui? - ela estava surpresa.

- Ah, e-eu... - gaguejou - Bem, posso entrar? - perguntou timidamente.

Ela escancarou a porta.

- Hermione, você não deveria estar aqui.

- Eu sei, Tonks. Mas o que eu vou ficar fazendo no Salão se o Rony está lá? E eu não posso conversar com o Harry porque se eu disser algo ele não vai hesitar em contar para o amiguinho dele, então eu resolvi vir para cá.

Tonks sorriu brandamente.

- Você é monitora. O que não lhe falta são tarefas.

- Você não entende! - Hermione sentou-se numa poltrona, próxima a escrivanhinha. - Agora eu estou sempre sozinha, nunca converso com ninguém, eu estou me fechando e...

- Aí está o problema. - concluiu Tonks, sentando-se na cadeira onde estivera - Você não quer que ninguém se aproxime de você. Você está se afastando de tudo e de todos. E isso não está lhe fazendo bem.

Hermione, inexplicavelmente, lembrou-se da frase de sua amiga trouxa, Sarah: "É, mas nem toda paixão dura para sempre. Nada é para sempre." . E a imagem de Mary e Rony se beijando veio novamente em sua mente. Hermione sentiu lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

- Hermione, querida. - Tonks foi até ela e abraçou-a, pondo a cabeça dela sobre seu peito - Não fique assim. Isso logo vai passar. Você tem que parar de se culpar pelo fim do seu namoro. Eu sei que Rony ainda gosta de você, dá para ver nos olhos dele.

A reação de Hermione foi diferente da qual Tonks havia pensado. Ela começou a chorar mais ainda.

- Não chore mais, Hermione. Vamos, limpe seu rosto e volte para a Torre com a cabeça erguida. Você sempre foi tão controlada e dona de si... Não deixe uma desilusão estragar tudo isso.

Hermione limpou as lágrimas e levantou-se.

- Eu... Obrigado, Tonks.

Ela apenas sorriu.

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No outro dia, na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, Hermione estava com o rosto bem melhor. Quando os alunos iam sentando-se, Tonks anunciou:

- Não sentem-se, alunos. - eles olharam na com um quê de interrogação - Hoje nossa aula será lá fora. Vamos começar a estudar Patronos.

Eles animaram-se e alguns olharam para Harry, já que ele era o único que já conjurara um. Com um batalhão atrás, Tonks seguiu para os jardins.

- Por favor, um círculo aqui. - os alunos fizeram um em volta dela - Eu soube que vocês, no terceiro ano, estudaram bichos-papões. - todos assentiram.

Parvati levantou a mão.

- E o que isso tem a ver com os Patronos?

- Acalme-se, Parvati. Eu estou chegando lá...

Lupin estava chegando quando viu alguns alunos mais à frente. Hagrid, que não tinha aulas nesse horário, veio ajudá-lo com as coisas.

- Bem-vindo de novo, Lupin. - Hagrid abriu um sorrisão - Quanto tempo irá ficar? - perguntou enquanto caminhavam.

- Apenas alguns dias, Rúbeo.

- Ah, sim. Eu soube porque o senhor veio...

Remo pode distinguir uma pessoa no meio de todos eles. Justamente a pessoa que menos queria encontrar: Nymphadora Tonks. E já que estava lá..

- Leve isso na frente, Hagrid. - pediu.

Lupin começou a aproximar-se, pelas costas de Tonks, que parecia explicar algo.

- ... de modo que eu não poderia trazer um dementador de verdade para os terrenos da escola. Não se preocupem se vocês não se saírem bem; nós só vamos estudar profundamente os Patronos depois do Natal. Então, - alguns alunos já tinham visto Lupin, mas ele pediu que eles ficassem quietos - quando vocês virem que o bicho-papão se transformou em um dementador, digam...

- Expecto Patronum! - completou Lupin, parado atrás dela.
Tonks não queria mostrar expressão alguma, mas ela acabou arregalando os olhos e congelando. Ela virou-se devagar e viu Lupin parado, com as mãos no bolso.

- O-o que você está fazendo a-aqui? - foi o que ela conseguiu perguntar.

Às suas costas, alguns alunos davam risadinhas.

- Eu? Ah, eu vim aqui... Porque... Bem, eu não posso falar agora. Então, eu não recebo nenhum abraço? - ele sorriu.

Tonks sorriu interiormente também. Ela andou lentamente até ele, um tanto atônita ainda. E abraçou-o. Lupin passou seus braços por baixo dos dela, que estavam no seu pescoço.

- Aêêêêê!! - gritaram alguns grifinórios.

Outros assoviaram. E alguns fizeram o corinho:

- Beija! Beija! Beija!

Totalmente corada, Tonks se separou dele, tentando ao máximo não demonstrar que estava feliz com ele ali.

- Hum, eu... Tenho que... - ela apontou para a turma às suas costas.

- Oh, sim, sim. Eu não mais vou tomar seu tempo. Tchau. - e deu um beijo rápido na têmpora dela.

Ela ficou parada novamente.

- Até mais tarde.

Ele seguiu e Tonks virou-se e Lupin ainda pôde ver um último aceno dela. Os alunos fizeram barulhos para chamar a atenção da professora novamente.

- Er...Hum... Então, como eu ia dizendo...

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Luna e Clarie estavam voltando da aula de História da Magia, com Gina atrás delas.

- Lovegood. - Malfoy veio correndo por trás dela e parou à sua frente - Eu preciso falar com você.

Ela alarmou-se um pouco; lançou um último olhar a Clarie, que sorria, e foi andando mais à frente:

- Fale, Malfoy. O que você quer?

Era engraçado como os dois, depois de tantos amassos, continuavam se cumprimentando com um ar cordial e chamando um ao outro pelo sobrenome.

- Olhe, eu realmente fiquei com pena de você Ter ido ao Baile acompanhada daquele fracassado, - Luna olhou-o com repreensão. - e como eu estou fazendo bastante caridade no momento, - ela levantou uma sobrancelha, sorrindo enviesadamente - eu estou lhe convidando para ir ao Baile de Natal acompanhada por mim.

- Hum. - ela fingiu pigarrear - Desde quando você faz caridade? - ele estreitou os olhos - Isso tudo só por causa de uns amassos?

- Na verdade, era para ser só um convite, mas se você gosta de complicar. E eu sei que no fundo você está se controlando para não me agarrar pelos corredores; eu vejo o jeito que você olha para a minha bun...

Luna o calou com um beijo. Depois que se separaram, ela concluiu:

- Você é mais bonito de boca fechada.

- Que petulante... Eu sou bonito de qualquer jeito.

- E se você tropeçar, vai acabar se afogando no seu ego.

- Vai aceitar ou não vai? - ele fingiu impaciência.

- Eu vou pensar no seu caso...

- Vai pensar, é?

- Talvez se você me beijar mais uma vez, eu pense mais depressa...

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Tonks entrou na sala dos professores, carregando algumas pilhas de pergaminhos. Ela guardou alguns deles num tipo de armário etiquetado com seu nome. Tonks ouviu a porta abrir-se mais e Lupin entrou na sala.

- Oi. - ele disse

- Oi de novo. - Tonks deu um rápido olhar a ele, ainda concentrada em arrumar os pergaminhos.

- Quer ajuda? - ofereceu-se.

- Não, não. Pronto. - ela fechou o armário. - E então? O que você veio fazer aqui? - ela sentou-se no sofá negro, próximo à mesa.

- Bem, eu vim aqui porque Dumbledore e algumas outras escolas estão fazendo o feitiço de escudo e eu preciso saber quem é o escolhido do diretor. - Lupin explicou num quase sussurro, encostado à mesa.

Ele andou devagar e sentou-se ao lado de Tonks. Por um momento, seus ombros se encostaram e Tonks sentiu um formigamento percorrer seu ombro esquerdo.

- Hum. - Tonks olhou-o de lado. - E... quanto tempo você vai ficar? - ela tentou não soar nervosa.

- Eu não sei. Quando Moody disser para mim ir, eu vou. - respondeu simplesmente.

- Ah... - Tonks não tinha o que dizer.

Lupin fungou e aproximou-se mais de Tonks, sem encostar-se nela totalmente. Então ele virou-se e ficou a observar os cabelos loiros e encaracolados de Tonks, lembrando-se da manhã da audiência de Harry, há dois anos atrás. Ela ficou um tanto encabulada, mas continuou fingindo não vê-lo.

- Eu... - ela começou - Eu preciso ir. - ela levantou-se, mas Lupin segurou sua mão.

- Fique um pouco. - ele olhou-a nos olhos, fazendo Nymphadora corar um pouco - Eu sei que você não tem aulas agora.

Antes que ela pudesse falar algo, Snape irrompeu da porta, assustando-a. Ele olhou de soslaio para os dois, com repugnância.

- Essa escola está virando um cabaré. - ele disse, com a voz audível.

Com raiva, Lupin levantou-se, ainda segurando a mão de Tonks, que não sabia o que fazer.

- Repita. - ele falou, dando passos decididos até o professor, ainda levando Nymphadora.

- Você não é surdo, Lupin. - Snape olhou-o com desprezo.

- Remo, pare com isso. - sussurou Tonks, ficando a sua frente.

Ele ignorou-a.

- Ouça sua namoradinha, lobisomem. - ele pegou alguns pergaminhos e fechou seu armário.

Remo descontrolou-se e foi para cima de Snape. Tonks não conseguiu detê-lo e estava muito concentrada em afastar os dois, para pegar sua varinha. Lupin deu um soco em Severo e este, depois de perceber que seu nariz sangrava, revidou.

- Parem com isso, pelo amor de Deus. - ela não sabia o que fazer diante daquela troca de murros.

E mais socos. Eles acabaram bagunçando algumas coisas na sala.

- Por Merlin, me desculpem. - Tonks pegou sua varinha e gritou - Estupefaça! Impedimenta!

Snape caiu no chão, desacordado, e Lupin estava totalmente ereto.

- Me desculpe, Remo. - ela segurou-o. - Foi preciso.

Ela desfez o feitiço, mas deixou Snape lá.

- Obrigado. - ele falou.

Tonks observou o sangue que escorria do nariz dele e começou a limpá-lo.

- Eu só retirei o feitiço. - ela retorquiu.

Foi a vez dele sorrir.

- Não. - ele falou, sobrepondo sua voz - Obrigado por me defender.

Tonks sorriu timidamente:

- Eu era quem deveria agradecer... - e limpando uma última vez o sangue do rosto dele, depois de observar que havia um corte em sua sobrancelha, disse - Agora eu preciso ir.

E deixou Lupin.

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Na terceira semana de Novembro, Lufa-lufa e Corvinal se enfrentaram. Corvinal perdeu por uma diferença grande, apesar de John Cavenraul demorar um tempo para conseguir pegar o pomo.

- Olha o balaço!! - gritou Mary.
O

time de Quadribol da Grifinória estava treinando. O balaço estava indo na direção de Samantha, mas ela desviou em tempo. Agora, ele ia na direção de Harry. O balaço já estava próximo quando ele tentara desviar.

PAM. Ela acertara o meio da vassoura e Harry havia se desequilibrado; ele caíra para o lado direito e conseguira se segurar apenas em uma mão. Anne e Rony estavam indo em sua direção, para ajudá-lo.

- O balaço está voltando! - avisou Bernard.
Mary e Lillian correram atrás dele, tentando evitar que o outro balaço também o atingisse. Anne ajudou Harry a reequilibrar-se.

- Olha o outro bal-

Antes que Samantha pudesse terminar a frase, o balaço atingiu Harry na cabeça e Rony no braço.

- Todo mundo descendo! - Lilian pediu.

O time inteiro desceu para o gramado. Harry pôs uma mão um pouco acima da tempôra. Seus dedos voltaram ensagüentados.

- Harry! - Mary foi até ele - Oh, me desculpe... Por Merlin, eu me distraí por um segundo e então...

Ele interrompeu-a:

- Está tudo bem, Mary... e Lilian. - acrescentou, vendo que a garota também queria se desculpar.

- Vamos até o vestiário, eu faço um curativo. - prontificou-se Mary.

- O próximo jogo é contra a Corvinal. Temos que ganhar por uma diferença de cem pontos. - disse Harry, já no vestiário, enquanto Mary limpava o sanuge e fazia uma pequena sutura. - Mas antes do nosso jogo, a Corvinal vai enfrentar a Sonserina.

- No que depender da gente - começou Bernard - esse jogo 'tá no papo.

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No final de semana, os alunos a partir do terceiro ano, com a devida autorização, poderiam visitar Hogsmeade. Eles estavam reunidos no saguão de entrada, esperando McGonagall vir para levá-los. Mas quem veio foi Tonks. Ela levou-os até a estação e por lá eles se espalharam. Harry, Gina, Rony e Mary foram logo à loja de Logros de Fred e Jorge Weasley, que havia sido aberta há algum tempo. Eles viram um grande e negro prédio, que parecia bastante sombrio. Muitos alunos e alunas saíam de lá com sacolas lotadas de brincadeiras.

- Vejam só quem veio nos visitar... - falou Fred, que estava atrás de um balcão, atendendo algumas pessoas, ao ver que os quatro entravam em sua loja. - Me diga, Rony, - ironizou - onde está Hermione?

Gina, que estava atrás de Rony, arregalou os olhos e fez um sinal com a mão em forma de revólver, apontando para a cabeça. Fred apenas riu.

- Não sei. E me diga, Fred, - Rony começou a andar devagar na direção do irmão - onde está Angelina?

Fred estreitou os olhos.

- E aí, Roniquinho? - Jorge chegou por trás e deu um "tapinha" no ombro do irmão.

- Oi. Então, quais as novidades da loja? - Rony perguntou.

- Ah, muitas coisas. Bem, meu primeiro conselho é que não se sentem em nenhuma poltrona roxa, se quiserem sair inteiros... Se é que me entendem... - ele riu marotamente - Fiquem longe de qualquer furo na parede da seção de Promoção, uma garota levou um jato de Shampoo de Gambá e está fedendo até hoje. Deixa eu ver o quê mais... Ah, sim! Os lustres da Seção Especial podem cair a qualquer momento, mas eles não fazem um estrago realmente grande.

- Jorge, você quer calar a boca! - censurou Fred - Assim não tem graça pregar peça neles!

- Tá, tá... A Seção de Promoções é para lá. - ele apontou para uma porta à sua esquerda - A Seção Especial é para lá. E o Bar é ali. E eu recomendo vocês a não tomarem nenhuma bebida verde ou...

- Jorge!

- Tá bom, tá bom. Bem.. acho que é só. - disse ele, verificando algo numa prancheta - Não posso dizer mais nada ou o Fred me esgana.

- Ok, nós vamos primeiro no bar. - Gina anunciou, puxando a mão de Harry.

Rony e Mary acompanharam-nos para um bar um pouco menor que o Três Vassouras, mais atrás da seção de promoção. Eles sentaram-se numa mesa no meio do bar.

- Aqui. - uma garçonete loira e peituda, que andava em patins, veio entregar o cardápio.

Gina pegou o queixo de Harry e direcionou para seu rosto, sorrindo falsamente, mostrando o quanto estava satisfeita pelo olhar que Harry dera a garçonete. Rony desviou sua atenção dos dois e, no mesmo momento que olhara a porta, esperando ver Hermione, esta entrou, acompanhada de Parvati, Monica Rosenberg e da setimanista corvinal Dylan. Hermione pegou por um segundo seu olhar, mas desviou-o também.

- Eu vou querer um... Bloody Mary. - Mary sorriu satisfeita, entregando-o de volta à garçonete.

- Eu quero um Licor de Sangue de Dragão. - Rony pediu, decidido a não olhar para Hermione, que estava próxima ao balcão.

- Só uma cerveja amanteigada, mesmo. - Gina entregou.

- Também. - Harry falou, passando o braço pelo ombro de Gina.

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Tonks estava no Três Vassouras. Mas depois que Madame Rosmerta entregara sua bebida, ela levantou-se, para dar uma volta pelo povoado.

- Ei, Tonks. - disse uma voz. Uma voz que Tonks conhecia bem.

Ela virou-se e viu Lupin, com uma garrafa na mão. Tonks ficou a observar algo em Lupin, e ele percebeu.

- Por que você está aqui? - ela despertou.

- Eu preciso ir à casa de Narcisa. - ele começou a andar, acompanhado de Tonks - Eu sei que já levaram-na faz tempo, mas a casa ficou intacta. E como nenhum Auror tinha tempo para vir aqui, eu fui resignado para essa ingrata missão.

Tonks sorriu. Era bom Ter Lupin assim, próximo dela. Eles ficaram em silêncio até alcançarem a casa, que estava rodeada de avisos e de proteções. Lupin ajudou Tonks a entrar na sombria casa.

- Por Merlin, parece que passou um furacão por aqui. - exclamou a professora, observando os objetos pelo piso.

- Tome cuidado. - disse Lupin, andando com cautela por entre as coisas jogadas no chão.

Lupin começou a andar em direção ao quarto, e como Nymphadora não queria ser deixada para trás, ela o seguiu. A cada passo que eles davam, o assoalho rangia mais.

- Por que vocês não me pediram para que viesse até aqui? - Tonks perguntou o que lhe veio à cabeça.

- Moody não queria nenhum professor aqui. Ele achava que poderia ser algum tipo de armadilha. - respondeu.

Tonks assentiu e continuou a andar pelo quarto.

- Eu acho melhor nós irmos. - ela disse.

- Essa casa dá medo, não dá? - ele perguntou, enquanto saíam do quarto.

- Um pouco. Na verdade, me dá arrepios. - ela fingiu tremer.

Lupin passou seu braço esquerdo pelo ombro de Tonks, fazendo-a arrepiar-se de verdade.

- Assim está melhor?

Tonks teve vontade de responder: "Beeem melhor...". Ao invés disso, ela proferiu:

- Uh... está.

Suas mãos escorregeram para a nuca e Nymphadora sentiu os cabelinhos do pescoço subirem.

- Eu ía lhe chamar para darmos uma volta pelas colinas, mas você deve estar com frio... - ele fez um movimento com a mão na nuca dela e concluiu - Sua nuca está arrepiada...

O rosto dela queimou.

- Vamos para as colinas. - ela falou, como se quisesse mudar de assunto.

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Hermione sentou-se numa cadeira junto ao balcão, assim como as outras três. Todas tinham sacolas nas mãos.

- Ei, você. - Dylan chamou um garçon - Me traga um Rum de Abóbora.

- E para mim... - Monica pensou um pouco - Firewhisk. Como é bom ser maior de idade! - vibrou.

- Licor de Sangue de Dragão. - Hermione disse, afastando o cardápio depois de avistar a bebida "Bloody Mary".

- Cerveja amanteigada. - pediu Parvati.

O garçon foi embora e Jorge veio até elas.

- Então garotas, como está a loja? - ele perguntou.

- Precisa de um toque feminino... - começou Dylan.

- Pouca coisa... - continuou Monica

- Talvez se você mudar as cores das paredes... - Parvati visualizou tudo

- E mudar o design dos móveis... - propôs Monica.

- E tirar aquele pôster ridículo da Angelina Jolie da Seção Especial... - Dylan falou

- E colocar o do Tom Cruise... - riu Parvati

- É, talvez até melhore! - Monica disse

Jorge, que observava-as juntamente com Hermione, começou:

- O pôster foi idéia do Fred...

- É a cara dele... - falou Parvati

- Na verdade, eu acho que era para ser a cara da Johnson... - Dylan sorriu.

As meninas riram e Jorge acompanhou-as, principalmente porque uma garota próxima a eles não conseguia se levantar da cadeira roxa. Rony, tomando mais um gole do seu licor, viu Hermione sorrindo e percebeu o quanto sentia falta daquele sorriso. Minutos depois, Jorge saiu do bar e as garotas foram embora, depois de beberem o que haviam pedido. Algum tempo depois que elas saíram, Rony sentiu uma estranha inquietação dentro de si. Percebendo o desconforto de Rony, Mary propôs:

- Vamos dar uma volta, Ron? Você não quer segurar vela, quer? - ela puxou-o, mostrando com o queixo Harry e Gina se beijando.

Ele apenas assentiu. Depois de deixarem as bebidas pagas, os dois saíram da loja. Mais à frente:

- Foi bem estranho a Thomson Ter sumido na noite do Baile... - ponderou Dylan.

- E a explicação do Dumbledore não foi nada convincente... - foi a vez de Monica falar

- Mas se Dumbledore disse, 'tá dito. - lembrou Hermione - Quer dizer, nós sabemos que podemos confiar nele.

Rony via as quatro conversando animadamente, mais à frente. Mary olhou-o novamente.

- Venha, vamos às colinas. - Mary pegou-o pela mão direita e foi direcionando-o até o local.

Mary fez questão de passar bem na frente de Hermione. As garotas perceberam que ela ficou mais quieta depois que viu os dois juntos.

- Ela não perde uma chance, não? - Dylan comentou num quase sussurro com Parvati.

- Ela é realmente uma vaca! - disse, de um modo que Hermione não pudesse ouvir.

- Concordo. - falaram quase ao mesmo tempo, Monica e Dylan.

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Narcisa estava se sentindo extremamente fraca. E incapaz. Incapaz de se livrar daquela maldita prisão, incapaz de se livrar do seu passado negro, incapaz de se livrar de uma dor. Uma dor chamada amor, rotulada "Severo Snape". Ela estava sentada num canto daquela sala sombria e fria, tentando ao máximo não encostar a pele no chão ou nas paredes, por isso ela estava sempre sentada no colchão. Seus pulsos estavam ralados e seus tornozelos vermelhos. A corrente a seguia por toda a sala e ela já estava meio que acostumada com ela.

Algumas salas depois estava Courtney, sofrendo ainda mais com a solidão, mas mesmo assim menos infeliz que Narcisa. Ela não usava mais aquelas correntes e podia andar livre pela sala. Sentia falta de ver o sol e, se não tivesse com seu relógio, já teria perdido a noção do tempo. Desde que Voldemort levara parte do seu sangue, e isso ainda a assustava, ela não recebera mais nenhuma visita de ninguém. Sua comida, assim como a de Narcisa, era posta por um buraco na parede que só podia ser aberto pelo lado de fora. Ela queria muito saber o que Voldemort pretendia fazer com o seu sangue, mas nada lhe vinha à cabeça. Mas, se tratando de Você-Sabe-Quem, tudo era possível.

Courtney provavelmente não sabia que Voldemort estava atrás da herdeira de Rowena, para poder Ter seu sangue. O de Harry ele já havia conseguido: sua Comensal arranjou um jeito de coletar seu sangue às escondidas, sem ninguém saber ou sequer suspeitar. Ela teve um pouco de dificuldade, mas depois de um pequeno acidente que ele tivera, tudo ficara mais fácil para ela. Mas Voldemort não estava tendo sucesso na manipulação do sangue de seu inimigo.

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Já fazia algum tempo que eles estavam ali, na metade da colina, conversando sobre coisas banais. E nada realmente havia acontecido. De repente, ela deu-se conta de que eles estavam ali há bastante tempo.

- Eu acho melhor nós irmos... - Tonks levantou-se, ajeitando seu agasalho.

Lupin levantou-se também e eles ainda ficaram a observar tudo uma última vez. A descida foi silenciosa e Tonks pensou Ter visto Rony subir as colinas com Mary Rusterd. Ela sentiu, de repente, uma profunda inquietação no seu peito, pensando em Hermione. Talvez fosse um tipo de pena.

- O que foi? - Lupin percebeu as feições de Tonks, ao que ela respondeu:

- Nada. Os jovens são muito complicados quando o assunto é amor. - ela falou mais para si do que para ele, sem perceber que estava falando com ele sobre isso.

- Não só os jovens... - lembrou Remo.

Ele olhou-a de modo significativo.

- Hum. O que você quer dizer com isso? - ela tentou esconder o nervosismo ao perguntar isso.

- Entenda como quiser. Eu prefiro deixar essa questão no ar. - disse, com um olhar vitorioso e um tom de voz misterioso.

Tonks balançou a cabeça, sorrindo.

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Tonks estava praticamente correndo em direção à sala de Dumbledore. Estava quase atrasada para a reunião que ele convocara. Passava por mais um corredor quando avistou uma sombra vindo de um corredor próximo. Mas já era tarde demais, ela não ía conseguir reduzir a velocidade...

PUM.

Esbarrara em alguém. Ela recompôs-se e viu que esse alguém era, como ela imaginara, Lupin.

- Aonde vai com tanta pressa? - ele perguntou.

- À sala de Dumbledore. Eu vou me atrasar, Remo. Conversamos depois.

Ela ia continuar seu caminho, mas ele seguiu-a.

- Eu havia esquecido da reunião. - explicou-se ele, antes que ela perguntasse.

Tonks apenas olhou-o e continuou com passos firmes até a gárgula. Os dois entraram na sala, Tonks ainda um tanto afoita. Os professores já estavam lá; era óbvio que a sala fora aumentada magicamente ou não iriam caber todos ali. Ela ainda pôde ver o sorrisinho cínico de Snape quando os dois entraram.

- Presumo que agora todos os professores estejam presentes. - começou Dumbledore, unindo as pontas de seus dedos. - Muito bem, vocês já devem saber que uma de nossas alunas não está nos nossos terrenos e que isso pode ser uma ameaça para nós. - Dumbledore levantou-se e agora estava encostado em sua mesa - Nós já sabemos qual é o próximo aluno-alvo, logicamente.

Os professores estavam assentindo. Snape não estava gostando de Ter que falar sobre Potter. E, principalmente, não estava gostando dos olhares que Lupin estava mandando a Tonks, que estava do outro lado da sala, olhando para outro ponto, um pouco acima do chão, como se estivesse hipnotizada.

- Nos resta descobrir quem é o ou a corvinal escolhida.

- Mas, professor Dumbledore, - desculpe interrompê-lo. - só quem pode derrotar Voldemort é Harry. O que os descendentes de Helga e Rowena têm a ver com isso? - perguntou Tonks.

- Talvez Moody não tenha explicado à vocês, mas eles são as peças-chave de tudo isso. Apesar disso, como você disse, só quem poderá derrotá-lo será Harry Potter. Eu tenho poucas informações sobre o que está acontecendo com Courtney Thomson; meu informante está algum tempo sem se pronunciar, então eu temo que teremos que encontrar meios diversos de nos manter atualizados. Enquanto isso, eu quero que você, Binns, me traga tudo o que puder sobre Helga, Salazar, Rowena e Godric. McGonagall e Flitwick, tentem encontrar a árvore genealógica dos fundadores; talvez haja alguma resposta. Vector, você tentará fazer o mesmo, aritmeticamente falando, claro. Sinistra, veja para mim se acha algo nas estrelas. Os outros, vejam se conseguem achar outros informantes. E, ah, Sibila - seus olhos brilharam em direção à professora - se puder, tente descobrir quem é o herdeiro de Rowena por meio de seus artifícios.

Ela sorriu sem vontade alguma e os professores saíram da sala.

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Harry estava dormindo, mas dessa vez não havia ninguém ou nenhuma voz desconhecida. Dessa vez ele estava sonhando com... Sirius? Ele parecia querer dizer alguma coisa à ele. Mas o quê?

- Vá atrás dela, Harry.

- Dela?

- Sim, dela. Pode ser que vocês não se dêem muito bem, mas você precisa se aliar a ela.

- Mas quem é ela, Sirius?

- Por Merlin, você deveria saber. Eu sei que vocês não se falam, mas... Tudo bem, eu digo... - Sirius foi direto ao ponto - Ela é...

- Acorda, seu dorminhoco! - Rony jogou um travesseiro na cara de Harry, acordando-o.

- Rony! - brigou Harry - Quem mandou você me acordar? - ele sentou-se na cama, pegando seus óculos.

- Foi você, ô coisa. Você disse que queria acordar cedo, todo santo dia, lembra?

Harry realmente havia dito aquilo e, ao lembrar-se, disse um palavrão bem alto, levantando-se.

- Ê boquinha suja! - falou um sonolento Simas.

- Ah, vai para a ...! - disse, batendo a porta do banheiro.

Simas olhou de esguelha para Rony, que estava tão estupefato quanto ele.

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No café da manhã, Harry estava tomando café, contando para Hermione o que havia acontecido horas antes.

- Isso é realmente estranho. - ela disse - Mas tente não esquecer do que sonhou; talvez tenha alguma serventia futura.

- É, isso é verdade. Mudando de assunto, - ele se mexeu para frente - onde você esteve ontem, em Hogsmeade?

- Ah... - Hermione, que estava na frente de Harry, abaixou sua torrada e a pôs no prato - Eu estive... por aí.

Harry levantou uma sobrancelha.

- Por aí?

- É, por aí. Eu estava com a Parvati.

- Agora você anda com a Parvati?

- Sim. Quer dizer, se eu não posso ficar com vocês eu...

Ele interrompeu-a.

- Quem disse que você não pode andar com a gente?

Hermione sorriu sem graça.

- Eu não preciso lhe explicar tudo, preciso? - ela voltou a comer a torrada.

Harry olhou para a porta do Salão Principal; Rony estava vindo na direção deles. Como já havia feito tantas e tantas vezes ao longo desses sete anos, Rony sentou-se ao lado de Hermione. Harry percebeu que Hermione ficara inquieta.

- Bom dia. - Rony falou, servindo-se de suco.

- Bom dia. - Harry respondeu.

- Bom dia. - Hermione falou, com a voz ligeiramente trêmula, olhando para a mesa.

Então ela afastou o prato e levantou-se.

- Onde você vai? - perguntou Rony rapidamente.

- Eu... eu preciso resolver alguns assuntos. Tchau. - e deu meia volta, indo embora.

- Você vê? - Rony apontou para Hermione - Eu estou tentando falar com ela. E ela faz algum esforço? Não. Deixa que o idiota do Rony insista nessa história... - ele disse.

Harry apenas sorriu.

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Dumbledore estava com a penseira à sua frente, retirando mais um fio prateado com a sua varinha e depositando no vasilhame. Quando fazia isso pela terceira vez, a porta se abriu e Flitwick entrou, com um rolo enorme na mão direita.

- Bom dia. Aqui está. - ele pôs em cima da mesa.

- Já? - ele perguntou, surpreso - Eu pedi ontem e vocês já conseguiram?

- A-hã. Se você quiser mais alguma coisa...

- Não, tudo bem. - sorriu - Muito obrigado, Flitwick. Agradeça também a McGonagall.

- Sim, sim. - e saiu da sala.

Assim que ouviu a porta se abrir, ele desenrolou o pergaminho. Era largo e cheio de muitos nomes. Seguiu a genealogia de Rowena e o último nome estava lá. Ele sorriu para si mesmo ao lê-lo. Mas precisava Ter certeza que era verídico. Iria esperar as informações de Vector e de Binns para tirar suas conclusões.

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Lupin dobrou um corredor e viu Tonks entrando em uma sala vazia próxima. Conduzido por sua enorme curiosidade, ele marchou até lá. A porta estava, como ele imaginava, aberta. "Muito distraída", pensou ele. Lupin fez uma anotação mental que deveria alertá-la sobre isso. A sala estava muito escura, mas havia uma fraca iluminação, mais à frente. Ele tentou encontrá-la com os olhos, mas não conseguiu. Entrou sorrateiramente e fechou a porta atrás de si. Acostumou os olhos à luminosidade e começou a andar na direção da luzinha.

- Você é sempre assim, curioso? - disse uma voz conhecida, aproximando-se cada vez mais.

Remo tomou um susto, mas apenas virou-se para ver uma Tonks ruiva, com cabelos lisos em sua maior parte e encaracolado nas pontas. Agora ela o alcançara.

- O que você está fazendo aqui, Remo J. Lupin? - ela estreitou os olhos.

"Como ela fica bonita à meia-luz." Pensou ele, sorrindo de um modo um tanto besta. Ele nunca havia reparado em como a pele dela era alva.

- Eu só... vim ver como você estava... - falou

Tonks ergueu uma sobrancelha e sorriu.

- A-hã, eu sei.

Lupin fez cara de quem queria mudar o tópico do assunto. Ele começou a andar ao redor dela, de modo que ela tinha que virar seu rosto para vê-lo de um bom ângulo.

- E você, Nymphadora Tonks? - ela fez cara de quem comeu e não gostou - Aqui, na escuridão, sozinha.

- Eu sempre venho aqui. - ela saiu do círculo imaginário que ele fizera, andando na direção das luzes, novamente.

- E como você deixou essa sala tão escura? - ele analisou o pouco das paredes que podia ver.

- Já ouviu falar de uma coisa chamada magia? - ela perguntou sarcasticamente, virando-se para ele, novamente.

Lupin ficou a observar o contorno dos seus cabelos cor-de-fogo. A respiração de Tonks parou no seu peito, quando ela percebeu. Ele foi acompanhando uma mechinha do cabelo dela cair por cima dos olhos verdes que possuía. Ela desviou o olhar. Então, Lupin voltou a falar:

- O que você vêm fazer aqui? - ele não parou de analisar suas madeixas.

- Eu venho aqui para... pensar. Para me isolar do resto do castelo. Às vezes eu tenho vontade de ficar sozinha.

- Hmmm. E por qual razão você quer tanto ficar sozinha? - Remo percebeu que havia um tipo de divã avermelhado, próximo dela.

Ele caminhou até lá, enquanto Tonks respondia:

- Você faz perguntas demais, às vezes, sabia? - ela também foi até o divã e se sentou no final dele, enquanto Lupin sentava-se no início, onde havia duas ou três almofadas também avermelhadas.

- É, eu sei.

Um silêncio estabeleceu-se sobre eles, na qual Tonks ficou meio deitada meio sentada no divã, com uma almofada na mão. A pouca iluminação que havia ali, desapareceu quando apenas a respiração dos dois era audível.

- Tonks? - Lupin alarmou-se com a repentina escuridão.

- Hum?

- O que aconteceu?

- Eu gosto do escuro. - ela respondeu retoricamente.

Ele respirou fundo e arrumou uma posição confortável, sem que atrapalhasse Tonks. Ela sentiu uma movimentação no divã e percebeu que ele estava mudando de posição. Quando se deu conta, ela percebeu que ele estava ao seu lado. "Por Merlin, eu posso sentir a respiração dele!" ela pensou, tomada pela ansiedade.

- Tudo bem se eu ficar aqui? - ele perguntou.

Tonks estremeceu ao ouvir a voz dele no seu ouvido esquerdo. "Tão perto..."

- A-hã.

Lupin virou um pouco seu rosto e Tonks sentiu ele fazendo isso, assim como sentiu também ele olhando-a. Lentamente, ela virou o rosto; seus narizes a poucos centímetros. Estava escuro mas suas silhuetas destacavam-se no breu daquela sala. Era a primeira vez, em tanto tempo, pelo que Tonks se lembrava, que ela ficava assim, tão perto dele. Lupin também não lembrava de estar a tão pouca distância da mulher que amava. Aliás, havia muito tempo que ele não se envolvia com ninguém. Havia muito tempo que ele esquecera do significado da palavra "paixão". Mas ele próprio percebeu que Tonks não lhe despertara algo parecido com paixão. Porque nenhuma mulher fizera isso com ele. Era amor.

Ambos eram, ao mesmo tempo, iguais e diferentes, opostos e semelhantes, alegria e angústia, juventude e maturidade. Era uma combinação nova, mas eles tinham uma boa química entre eles.

Ele podia sentir o odor de flores do campo que o cabelo dela emanava. Tonks também podia sentir o cheiro de menta dele. Aquilo a estava deixando tonta.

- Você quer que eu ilumine de nov...?

- Shhh. - Lupin interrompeu-a, pondo seu dedo indicador por cima dos lábios dela. Tonks estava paralisada - Deixe tudo como está. - sua voz estava baixa e Tonks sentiu um arrepio percorrer sua espinha - Fica melhor assim. - ele ainda não havia tirado seu dedo de cima da boca dela.

Não deixando a racionalidade tomar conta de seus atos, Lupin abriu a mão lentamente e foi mudando-a de posição. Agora ele estava segurando o seu queixo de forma gentil. E, devagar, ele trouxe o rosto dela de encontro ao seu e cobriu a boca dela com a sua. Tonks deixou ser levada, apesar de o nervosismo continuar lá. Parecia que o chão tinha sumido a seus pés. Lupin também sentia ondas de prazer invadirem-no mas aquilo era bom e ele não queria parar.

O beijo começou doce, e os dois levantaram-se um pouco mais para que pudessem ficar sentados. A mesma mão subiu pela face dela e começou a acariciar seus cabelos. Tonks, ainda com medo de que aquilo tudo fosse um sonho ou coisa parecida, levou sua mão até a têmpora dele. Depois passou suas mãos pelas costas largas dele, enquanto ele estava com uma mão em seu rosto e a outra em seu ombro. As mãos pequenas e delicadas dela percorrendo o que ela podia alcançar e as mãos ásperas e grandes dele, passando por seu ombro, pela sua nuca, pelas suas costas.

Então o quarto iluminou-se novamente, mostrando que não havia apenas o divã no lugar. As paredes tinham um tom salmon, e havia um grande espelho do lado direito da sala, próximo da porta. Havia também uma mesa simples de madeira, pintada com um tom perolado, além de uma cadeira. Pela parede, haviam espalhados vários candelabros, cada um com detalhes diferenciados. As velas que estavam neles estavam com o fogo num tom avervelhado, dando a impressão de que o ambiente estava muito mais quente do que aparentava estar.

Relutantes para continuarem juntos até a eternidade, os dois separaram-se. Lupin olhou para Tonks e sorriu, e ela sorriu de volta. Tonks estava com os lábios um tanto avermelhados e inchados. Eles ficaram um tempo em silêncio, apenas olhando um ao outro.

- Eu preciso dizer alguma coisa agora? - perguntou Remo.

Ela esboçou um sorriso, acordando de um devaneio em seguida.

- Eu acho melhor nós irmos. - Tonks disse. - Podem sentir nossa falta.

- Foi por uma boa causa. - ele encostou-se na parede - Não foi?

Tonks sorriu, encabulada.

- Pode-se dizer que sim.

- Aquele é o Espelho de Ojesed? - interessou-se Lupin.

- Não. Quem me dera que fosse... É apenas... um espelho. - ela disse, levantando-se do divã e ajeitando seu cardigã.

Lupin levantou-se também.

- Ei. - ele pegou ela pelo cotovelo e trouxe-a para si.

Tonks respondeu ao beijo. Ela sentiu um calor percorrendo seu corpo, deixando-a zonza. Eles separaram-se depois de pequenos beijos, olhando um ao outro. Os olhos de Tonks pareciam úmidos, mas ela ainda tinha feições de alguém feliz.

- Tchau. - ela disse, afastando-se dele e indo até a porta.

A porta se fechou e Lupin soltou um suspiro. Enfim, eram Lupin e Tonks, agora.

Tonks fechou a porta, felicíssima. Ela pôs uma mão na boca, ainda sentindo o gosto de seu amado.

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Gina e Harry estavam, mais uma vez, namorando no Salão Comunal. Eles separaram-se do beijo, Gina com um sorriso no rosto. Ela viu, atrás de Harry, Mary subir as escadas, com uma expressão feliz, segundos depois, Rony apareceu e, sem trocar uma palavra com eles, subiu para o dormitório. Após mais algum tempo, ela disse a ele que precisava subir.

- É rápido. - ela explicou, dando um rápido beijo nele - Prometo.

Ela subiu as escadas e quando chegou no dormitório, percebeu que Mary estava muito mais que feliz.

- Eu tenho uma novidade para te contar, Gina. - ela começou, eufórica.

Pela cara dela, Gina já presumia o que poderia ser. Apesar de não gostar da idéia que estava tendo...

- O que foi? - perguntou.

- Bem... Eu e seu irmão estamos... tendo um rolo, por assim dizer. - ela falou.

Gina alarmou-se um pouco e sentou-se numa cadeira próxima.

- Rolo?

- É, rolo. Por quê? - ela juntou as sobrancelhas - Algo contra?

- N-não, não é nada disso. Ele já é maior de idade e vacinado, eu não tenho com o que me preocupar... Mas é que isso parece... meio repentino, não?

- Repentino? - sua voz soava divertida

- É, mais ou menos. Quer dizer, ele terminou com a ...

Mary a interrompeu:

- Eu sabia que isso tinha a ver com aquela sua amiga, a monitorazinha. - ela fechou a cara.

- Ei! - Gina advertiu - Veja como você fala de Hermione.

Mary balançou a cabeça, em descrença.

- Que bonitinho. Defendendo a amiguinha...

- Pena que eu não possa fazer o mesmo por você. - Gina levantou-se e foi embora, batendo a porta com força.

Mary revirou os olhos.

- Quanta tolice.

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Draco estava nas masmorras, quando viu Pansy se aproximar dele.

- Hey, Draco. - ela sentou-se ao lado dele.

Ele respondeu com um barulho nasal.

- Eu preciso falar com você. - declarou ela.

- Pansy, eu estou fazendo uma lição importante. Depois eu falo com você. - disse, com desprezo.

- Se eu fosse você me trataria melhor; duvido que sua lição seja mais importante do que o que eu tenho para lhe falar.

- Ainda bem que eu não sou você, mas eu realmente preciso terminar isso.

Draco continuou a escrever rapidamente. Pansy não se deu por vencida. Ela passou sua mão pela nuca dele e o puxou. Draco assustou-se mas não o demontrou.

- É sobre a aposta, tolinho. - ela disse no ouvido dele. Ao final da frase, ela mordiscou a orelha dele e se afastou.

- O que você quer? - ele parou o que estava fazendo.

Havia alunos nas masmorras, mas Draco não ligava.

- Que você vença. - ela sussurou.

- Ahn? - ele perguntou confuso.

- Você quer os dois mil galeões, não?

- Sim, eu quero.

- Sabe, Draco, - Pansy começou a brincar com a roupa dele - você não precisa ficar correndo atrás da Lovegood, se é que você me entende...

Ele estreitou os olhos. E tirou a mão dela do seu ombro:

- Primeiro, eu não estou correndo atrás da Lovegood, eu não preciso disso. E segundo, é eu entendi, mas vou fingir que não ouvi.

- Você só pode estar brincando. - ela sorriu ansiosamente.

- Não, eu não estou.

- Draco, não seja idiota. Justin e Victor estão a um passo de ganharem e eu estou lhe dando a chance de fazê-lo e você ainda esnoba? - Pansy levantou-se.

- Eu não sou esse lixo que você pensa que eu sou. Posso não ser perfeito, mas desonesto não. Não mais. - adicionou ao ver a cara dela.

- Muito bem. - disse com frieza - Se é assim que você quer...

- É, é assim que eu quero.

Pansy afastou-se batendo o pé.

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- Eu acho melhor você não se meter nisso. - aconselhou Harry, quando ela contou-lhe tudo.

Gina segurava uma mão de Harry, que passava por cima de seu ombro. Ela soltou a mão dele.

- Como assim?

- Você sabe... A gente nunca deve dar opinião na vida dos outros.

Ela abaixou os olhos.

- Mas você não percebe que...

Harry beijou-a.

- Não. - ela separou-se dele, rindo - Não me interrompa, sr. Potter.

- Tudo bem, srta. Weasley.

- Deixe-me continuar... Onde parei mesmo? Ah, sim. Você sabe que Rony não gosta realmente da Mary e...

- Rony não é mais uma criança, Gina.

- Eu disse para não me interromper! - ela fingiu estar brava.

Ele ignorou seu comentário.

- Deixe que ele descubra sozinho se gosta ou não de Hermione. - ele segurou novamente sua mão.

- Ok, ok, você me convenceu. E, ah, Sr. James, - ele estranhou - isso inclui: nada de contar a Hermione que você sabe que foi Mary quem beijou Rony, no dia do Baile.

- Por mim, tudo bem.

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Na Terça-feira Dumbledore recebeu as últimas informações das quais precisava. Pediu que McGonagall chamasse Harry, porque ele precisava Ter uma conversa séria com ele, sobre tudo o que estava acontecendo.

- Professor Dumbledore? - Harry entrou timidamente

- Entre Harry, entre. - ele acenou.

Harry o fez e sentou-se numa cadeira próxima a mesa.

- Eu preciso lhe informar das últimas coisas que estão acontecendo...

Harry mexeu uma sobrancelha. Dumbledore explicou calmamente tudo o que acontecera nesses últimos tempos. Falou sobre Voldemort, Courtney, da história dos herdeiros, do feitiço de escudo...

- Presumo que o professor Lupin já falou sobre o Escudus, não? - Dumbledore juntou as mãos.

- Sim, nós conversamos hoje. Ele disse que só falta saber quando nos reuniremos com os outros alunos.

- Então, agora, o que nos resta fazer é contactar a herdeira de Rowena. - concluiu.

E Harry perguntou:

- E o senhor já descobriu quem é?

- Sim, ela é...


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