Auto Controle



- Remo...?

Christian falou num sussurro, enquanto os olhos verdes esquadrinhavam a sala repleta de pessoas, e ele começou a sentir-se sufocado. Mas o que o fez entrar em pânico não foi outra pessoa senão Sirius Black, sentado na terceira fileira, logo ao lado de Harry. Seu pai estava ali, sua vontade era dar um berro, avisar sobre ele ali, sobre quanto tempo esperou para encontrá-lo... Mas isso não podia acontecer. Não era Christian, era Juan. E isso o fez pensar.

- Sim...? – Remo respondeu sem olhar, mantendo os olhos em Dumbledore.
- Sirius... Meu pai... Com eu vou ser inquirido se...?
- Calma... Não vamos denunciá-lo... Na verdade, isso não é bem sobre você. – o homem o traquilizou.
- Não é... Sobre mim? – Christian arregalou os olhos. Não entendia mais nada, não era o traidor? Não foi o motivo da reunião ser convocada?
- Não, não... Dumbledore é sábio, vamos confiar nele, agora... – Remo não disse nada, apenas apontou com a cabeça para o púpito.

Pedro Pettigrew parecia agora menos corajoso do que demonstrou ser há algumas horas atrás, quando foi pego em flagrante. Ele tremia tanto que era possível ver de longe sua pequena figura fazendo a cadeira balançar. Snape mantinha aquele velho olhar de nojo em sua direção, com a varinha ainda em punho. Dumbledore falava algo, mas Harry não estava prestando atenção, estava mais preocupado com a dor que estava lhe cortando a alma. Deu um gemido baixo, tentando não chamar a atenção. Sirius o olhou de canto de olho, vendo uma careta.

- Está sentindo algo? – Perguntou, num cochicho.
- Não, estou... Só... – Harry sentia dificuldade até de falar – Um pouco... Cansado demais... Preocupado com Sophie e com Chris...

Quando ia falando o nome do rapaz, Harry sentiu, além da dor na testa, um frio na barriga. “O que estou falando!” E logo calou-se, tentando parecer normal.

- Harry... – Sirius o repreendeu. – Tem algo que você queira me contar?
- Nada... Não é nada. – insistiu.
- Você não é bom mentindo, devia ter te dado umas aulas...

Harry tentou sorrir para descontrair, mas rir era a última coisa que ele queria, primeiro, pela dor infernal que lhe invadia e pedia mais que concentração, como Snape sempre o dizia; segundo, Sophie estava em poder dos comensais, e ele não sabia se ela era mocinha ou bandida e terceiro, ele não queria acreditar, de fato, que Christian estava compactuando com tal trama estranha. Ele já estava tendo sonhos de receber Christian como irmão quando essa fase ruim acabasse... Só não conseguia enxergar Amanda como a heroína da história. Aliás, essa história estava completamente enrolada, e Harry não estava em condições mentais de pensar nisso agora.

- Eu... Eu... – A voz trêmula de Pedro fez Harry despertar, ainda sentindo dores – Eu disse, ela entrou em Hogwarts e levou a menina... Isso foi idéia dela! Dela!
- Então... – Dumbledore falou serenamente – Amanda Stonebreaker teve a idéia de sequertar a srta. LaCroix?

Harry olhou de relance para Sirius, a menção do nome de Amanda o fez crispar os lábios. Isso o lembrou de algo importante: Christian. E se Pedro falasse a verdade? A cicatriz de Harry deu uma pontada mais aguda, e ele gemeu alto. Hermione e Rony viraram para trás ao mesmo tempo. Fred, Jorge, Angelina e Lino, que até então Harry não havia percebido ali, sentados todos na mesma fileira que os dois amigos e Sr. Weasley, também olharam para trás.

- Harry?! A ci... – Hermione começou e foi bruscamente interrompida.
- Está tudo bem... É só uma dor de cabeça... Estresse. – Harry falou mal-humorado.
- Harry... – Sirius parecia pensativo, Harry parou de prestar atenção em Dumbledore – Esse rapaz... O Juan...

Sirius apontou discretamente para Christian. Harry olhou na direção do rapaz, sentado de forma displicente na cadeira ao lado de Remo, com os braços cruzados sobre o peito, com os cabelos ligeiramente compridos caindo pelos olhos e com um ar de tédio. Olhando dele para Sirius, sabendo da história toda, Harry pensou “não tem como não serem pai e filho”. Talvez, se Tiago estivesse vivo, seria a mesma impressão que teriam ao olhar de Harry para ele. O rapaz engoliu seco, antes de se concentrar para não sucumbir à dor novamente.

- Sim, que tem Juan? – Falou com voz esganiçada.
- Vocês são amigos?
- Sim... Agora somos. É uma longa história...
- Eu não sei... – Sirius balançou a cabeça – Quando eu vi vocês entrando na sala... Eu... Me lembrei... – E parou de falar, com um olhar distante.
- Lembrou de...? – Harry se odiou por dar corda, mas queria ouvir o comentário.
- Lembrei de seu pai e eu... Quando tínhamos a sua idade... Esse garoto se parece comigo, não acha? Olha o jeito dele! – Sirius sorriu, melancolicamente. – Eu pensei logo que vocês deveriam ser tão bons amigos quanto Tiago e eu.

Harry engasgou. Na mesma hora, Christian revirava os olhos, provavelmente devido a algo falado por Dumbledore, ou Pedro, ou qualquer outra pessoa que Harry não fazia idéia. Tinha assuntos mais urgentes, aquela dor dilacerante e Sirius tendo uma epifania ao olhar Christian.

- Eu... Acho... – Harry começou, mas a voz de Christian se sobrepôs.
- Pelo amor dos Céus! – O garoto quase gritou – Ele está blefando!

O olhar de Sirius se manteve fixo em Christian, e Harry gemeu baixinho quando a cicatriz deu uma nova pontada mais forte. Christian estava de pé, Remo parecia estar mais alerta, Ninfadora percebeu isso também e se pôs ao lado do marido, urgentemente, levanto-se de onde estivera sentada, logo na primeira fileira, ao lado de Moody, Gui e Fleur. Todos na sala prestavam atenção em Christian agora. Dumbledore o mirou, questionador.

- Acho que tem um fundamento o que o Sr. diz, certo? Creio que todos nós estamos curiosos para saber sobre ele. – O bruxo falou, e Christian virou-se para os presentes na sala.

Harry gemeu de novo, dessa vez, viu tudo preto. Aguentou firmemente. A voz de Christian estava por demais distante, mas ele ainda a ouvia, isso era um bom sinal. Parecia que estava, finalmente, conseguindo controlar sua mente, e isso, ele se orgulhava, nem parecia ser mérito de Snape.

- Senhores... – Christian começou, andando de um lado para o outro, firme e convicto – Esse homem que esta aqui não passa de um traidor! Ele está do lado daquele que oferecer um pouquinho de segurança a ele! Quem acreditar que ele está ao nosso lado, está cometendo o mesmo erro que os amigos dele cometeram, o mesmo erro que deixou Harry órfão!

- Mas... Do que ele está falando? – Sirius arregalou os olhos. Hermione apertou a mão de Rony, fazendo-o dar um gritinho de dor ao sentir sua unha na pele. Fred deu um tapa no pescoço do irmão ao ouvi-lo grunhir, e Jorge fez um “shhh”

- Mais do que isso... Confiando nele, estarão dando sorte ao azar! – A voz de Christian estava mais alta, com um leve tom de ironia, condizente com o sorrisinho dissimulado que desenhava em seus lábios.
- Sr. Ramirez... Acho que já se excedeu – Remo o olhou, tenso.
- Não! – Sirius gritou, se levantando de onde estava. Harry teve um momento de lucidez, conseguindo enxergá-lo – deixe o rapaz falar, Remo!

Christian olhou para Sirius demoradamente. A cor de seu rosto fugiu. O sorriso que lhe foi direcionado depois, contudo, deu novo ânimo.

- Queria eu ter tido a chance de me explicar quando fui incriminado... – Sirius continuou, todos os olhares eram dele para Christian – Deixem que ele se defenda. Vá em frente, filho...
- Fi... filho... – Christian repetiu baixinho, sentindo os olhos enxerem de lágrimas. Harry tentou ficar ali, mas a dor estava o deixando louco, e ele mordeu o punho para não gritar.
- Juan... – Daniel foi para seu lado, pegando em seu braço e fazendo-o acordar do devaneio – Só um momento...

Dessa vez, foi Daniel quem tomou a palavra, enquanto Christian mantinha o olhar em Sirius, e esse, mantinha o seu no dele. Foi um momento estranho. Hermione e Rony se entreolharam, confusos, olhando para Harry em seguida. Harry, por sua vez, estava com os olhos fechados, perdendo toda aquela confusão de sentimentos. Hermione se levantou e foi para seu lado.

- Caros... – Daniel começou, num tom de voz que soou aveludado – Eu gostaria de acrescentar algo ao discurso de Juan... Quanto à Amanda Stonebreaker e essa história de seqüestro da menina LaCroix...
- Menina LaCroix? Ela tem a mesma idade dele, quase! – Alguém comentou em tom baixo, e Hermione absorveu o raciocínio.
- Harry... Eu sei que está doendo... – A menina falou em tom baixo, perto da orelha de Harry.
- Ele... Está... Querendo saber... Do que falamos... Eu acho... – Harry falou num esforço descomunal, franzindo o cenho.

- Eu conheço Amanda há algum tempo – Daniel continuou, ainda com sua voz doce – Eu sei que ela já cometeu vários erros em seu passado, mas sei que ela não é má pessoa...
- Espera... – Sirius interrompeu novamente. Dessa vez, não se deu ao trabalho de levantar-se. – Quantos anos você tem, rapaz?

Daniel o olhou confuso. Hermione o olhou atentamente, com uma das mãos servindo de objeto para apertar de Harry, ao passo que todos os outros olhos se viraram quase incrédulos para Sirius. Que tipo de pergunta era aquela? Remo e Ninfadora se entreolharam, pasmos.

- Como assim? Eu tenho 21, não foi o que eu disse?
- 21? Ele aparenta ter 17... Nossa...– outra pessoa na plenária comentou.
- E há quanto tempo você conhece Amanda? – Sirius prosseguiu.
- Há... Algum tempo... Desculpa, Sirius, mas... Eu não estou te entendendo? – Daniel comentou, tentando parecer natural.
- Como pode ter certeza de que ela está do nosso lado, então? Isso você poderia afirmar sendo amigo de longa data dela, não acha? Conhecer alguém há 2 ou 3 anos, isso não prova nada... Ela sempre foi uma ótima atriz... – O homem falou em tom desafiador.

Christian não aguentou. Remo sentiu vontade de socar Sirius pela sua repentina vontade de questionar Daniel. Harry abriu os olhos, tentando não perder aquele momento.

- Escutem uma coisa... – Christian falava num tom quase de súplica – Sophie é como uma filha para Amanda, ela seria incapaz de a fazer algum mal! Temos que ficar felizes por ter sido ela quem tirou Sophie daqui, e eu tenho certeza que isso é um plano... Eu não sei qual o fundamento, mas Sophie, enquanto estiver com mi... – Christian balançou a cabeça. Quase fala uma besteira – Com Amanda... Ela estará a salvo! Acreditem! Por favor!

Houve um momento de silêncio. Até a dor de Harry pareceu diminuir, Hermione suspeitou disso ao sentir sua mão ser solta. Harry e ela olharam para Sirius, que tinha uma expressão indecifrável. Christian estava ofegante, nitidamente nervoso e com ar de choro. Daniel estava estático, assim como Remo e Ninfadora. Todos pareciam incapazes de romper o silêncio que prosseguiu, até que Snape caminhou até Dumbledore, falando-lhe algo em particular.

- O que foi isso? – Daniel sussurrou com Christian.
- Eu não consegui, Dan! Injustiça... – O rapaz respondeu entre os dentes, deixando uma lágrima rolar.

- Como esse rapaz conhece Amanda? – Sirius comentou consigo mesmo. Harry e Hermione se entreolharam. – Algo está muito, muito errado aqui...

Harry sentiu-se ligeiramente satisfeito, mesmo que isso fosse um pouco egoísta, mas pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu que não era o único cego da história. Havia mais coisa encoberta do que ele suspeitava. Sirius levantou-se, decidido, partindo em direção a Remo e Ninfadora, quase na mesma hora que Snape conduziu, com sua sutileza de um elefante, Pedro Pettigrew para fora do recito, pela passagem externa, sabe-se lá para onde. Havia um murmurinho geral no local, todos estava comentando o ocorrido. Pessoas na plenária se reuniam, como se estivessem decidindo algo. Christian e Daniel estavam atraindo todos os olhares, menos os de Harry, Hermione e Rony, que se mantinham focados em Sirius, que chamou Remo para uma conversa particular.

- Será que ele desconfiou? – Rony virou-se para comentar com Hermione e Harry.
- Sei lá, ele estava... Me sondando. – Harry falou pausadamente.
- E a dor, Harry? – Hermione perguntou, ansiosa.
- Passou... – Harry fez uma careta, esfregando a testa. Era verdade, havia passado. – Eu consegui... Controlar! Afinal! Acho que estou conseguindo meu auto-controle da mente!
- Isso! Isso, Harry! – A menina comemorou baixinho, rindo para o namorado, que também parecia feliz.
- Isso é bom, não? Harry está conseguindo se segurar! – Rony estendeu a mão para despentear o cabelo do amigo.

- Caríssimos... – Dumbledore falou com voz baixa e todos se calaram. – Acho que não temos mais nada a declarar quanto aos nossos amigos aqui presentes. O sr Carter e o sr Ramirez se mostraram esplendidamente ao nosso lado. Agora... Eu gostaria de tratar com vocês algo sobre a segurança dos alunos de Hogwarts.

Alguns poucos cochichos ainda eram ouvidos, como se nem todos ali concordassem que Christian e Daniel eram, de fato, confiáveis. Mas ninguém contestou a autoridade de Bruxo, nem a plenária. Agora, Dumbledore passava a palavra à Minerva.

- Eu conversei particularmente com Alvo, e ele concorda comigo nesse ponto... – Minerva olhava para todos, atentamente. – O ano letivo no Brasil termina em dezembro, como sempre temos recesso para o natal e somente irão ao torneio os alunos do 6º e 7º anos, decidimos o seguinte: Partiremos na segunda semana de novembro, dando aos demais alunos liberação para voltarem às suas casas, antecipando o recesso e mantendo-os em segurança nos seus lares. O torneio está planejado para ter duração de 1 mês, então, devemos ficar lá até a segunda semana de dezembro. Todos os professores irão, sem exceções...

Harry olhou de relance para seu lado esquerdo, percebendo que Slughorn estava a apenas três cadeiras dele, quando pigarreou ao ouvir que todos os professores deveriam ir ao tal torneio. Harry pressentiu que ele tinha outros planos para esse recesso.

- Dessa forma... – Minerva prosseguiu seu discurso – Entraremos em ritmo de aulas intensivas para não atrasar a matéria dos alunos...

Rony gemeu baixinho. Hermione balançou a cabeça, como se concordasse que nada seria mais justo que intensificar as aulas, já que um mês seria gasto na bobagem do torneio.

- E teremos uma desculpa para esvaziar Hogwarts, mantendo os demais alunos longe daqui enquanto estivermos ausentes. – Concluiu a diretora.

Houve um novo murmurinho, e todos balançavam as cabeças, concordando com o plano. Parecia um excelente plano, Harry pensou. Ele só desejou saber mais sobre os planos, já não estava entendendo mais nada, se é que ele algum dia entendeu. Naquele momento, entretanto, Harry estava mais abismado com seu feito: ele se controlou, sem influências, sem desmaios, sem feitiços... Ele controlou sua mente. Ele havia avançado.

A única coisa que ainda o preocupava era Sophie. Como ela estaria? Deveria acreditar nas palavras de Christian, que com Amanda, nada de mal aconteceria a ela? E Draco? Como ele estaria à essa altura? Harry ainda não tivera tempo de pensar no menino, ele estava sob poder dos comensais novamente, sua segurança estava em xeque... E Gina?

- Gina! – Harry exclamou, fazendo Rony e Hermione, que estavam conversando algo aos sussurros, o mirarem, confusos.
- Que tem ela? – Rony enrugou a testa.
- Alguém contou sobre... Kurt? Pra ela?

Os namorados se entreolharam, apavorados.

- Ai, minha amiga! Coitada... – Hermione falou em tom de desgosto – Eu... Tenho que conversar com ela... Merlin... Gina vai se despedaçar...
- Ele não quis se despedir dela, ele me disse que isso o deixaria covarde, ele não ia partir se visse ela antes... – Rony lamentou.
- Ei... Deixem que eu converse com Gina? – Harry, estranhamente, pediu. Nenhum dos dois se opôs, mas ele sentiu os olhares questionadores. – Afinal, também Sophie não está aqui... E eu estou, digamos... Na mesma que ela.
- Certo... Eu também acho que vai ser melhor. – Hermione disse, olhando para o namorado de canto de olho.
- Eu também. – Rony concordou rapidamente.
- Ótimo, farei isso agora... Parece que não temos mais nada por aqui... – Harry se levantou, decido. Estava louco para sair dali. – Sei que Gina nunca dorme cedo, ela deve estar louca atrás de nós e de Draco...

Antes da sair, Harry olhou para Sirius, que ainda conversava com Remo, ambos com expressões graves. Decidiu não interromper, mas também não quis ficar ali. Olhou ao redor para achar Christian e Daniel, mas eles não estava ali. Não se importou com isso e saiu porta a fora. Quando alcançou o corredor em direção ao Salão Comunal, escutou vozes conhecidas. Como a capa de invisibilidade fazia falta... Ainda assim, ele desacelerou o passo, tentando escutar algo.

- Você ficou louco, Chris! – A voz de Daniel parecia mais dura que nunca.
- Eu não ia aguentar eles falando da minha mãe como se ela fosse a vilã! Eu não sei o que ela pretende, ou o que Sophie pretende... Mas ela não faria mal a Sophie! Você sabe, aliás... Você sabia disso! E nem me contou!
- Fala baixo!
- E você também? “Há quanto tempo você conhece Amanda?” – Christian imitou Sirius perguntando – “Há algum tempo...” Patético!
- O que eu deveria responder, hã? Tem uma resposta melhor? Você estava a ponto de chorar quando Black te chamou de filho!
- Daniel... Você sabe, desde pequeno o quanto eu quero conhecer meu pai, droga!

A conversa parou subitamente. Harry se ligou que estava parado, ouvindo tudo, sem cerimônias. Gelou quando as cabeças de Christian e Daniel se inclinaram para olhá-lo. “merda” pensou subitamente.

- Está feliz, Harry? – Christian provocou – Ainda sou o vilão?
- Daniel... – Harry ignorou Christian completamente, os olhos fixos nos de Daniel – Podemos falar? Acho que eu preciso de algumas... Respostas suas. Se importa?
- Não... Absolutamente.
- Mas não hoje. Eu preciso ver Gina agora. Pode me encontrar amanhã, depois do café da manhã, nos jardins?
- Claro. – Daniel não parecia surpreso.

Um sentimento de frustração percorreu o corpo de Harry. Ele estava começando a desconfiar de Daniel. Mas seria uma conversa bem longa. Manteve o olhar fixo nos olhos dele, não encontrando qualquer emoção aparente, depois desviou o olhar para Christian, que não o olhava tão atentamente, parecia mais aflito com Daniel. Depois, seguiu para cumprir uma difícil tarefa: contar a Gina que Draco havia deixado Hogwarts. Encarar os olhos de Gina seria uma árdua tarefa, e isso fez seu coração acelerar, conforme ele se aproximava do Salão Comunal da Grifinória. Olhou tristemente para a mulher gorda, dizendo a senha e esperando a passagem. Antes de entrar, suspirou demoramente, como se achasse alguma força interior para encarar a menina. Entrou. Gina estava lá, girou a cabeça rapidamente para ver quem entrava.

- Pelas barbas de Merlin! Estava aflita aqui! – Ela foi logo falando. – Onde está todo mundo? Quer dizer... Ah, você sabe...

- Gina... Temos um problema...

Harry começou, agradecendo por estarem a sós ali, já que era bem tarde, mas sentindo as pernas o traírem, quando os joelhos tremeram. Os olhos de Gina se arregalaram esperando pelo pior. Era melhor enrolar? Falar tudo de uma vez?

- Sophie foi sequestrada... E Draco se ofereceu para ir atrás dela... Se unindo novamente aos comensais...

Gina permaneceu inexpressiva. Harry se manteve alerta, esperando a pior das reações da menina.

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