Mudança de Planos



Daniel olhava atentamente de Draco para Harry, esperando por uma resposta. Draco e Harry se entreolharam confusos, e ocorreu a Harry a frase de Amada:“Ele é meu foco! Confie em mim! Só mais alguns dias! Quando ele voltar a Hogwarts, tudo será mais fácil!”. Harry olhou para Daniel seriamente.

- Claro, podemos falar sim, não é Draco?
- Óbvio... – Draco concordou com a cabeça, como se só estivesse esperando a confirmação de Harry.

- Ótimo, venham comigo – Daniel virou as costas e partiu em direção às escadas.

Desceram e lá viram que ele não chegou só. E o coração de Harry disparou ao ver Minerva McGonagall na sala, e com ela Lupin e Tonks. Harry abriu um sorriso ao ver Minerva, e saiu correndo para lhe abraçar. Minerva prontamente abriu os braços e o recebeu num afetuoso abraço e com um belo sorriso.

- Querido Harry... – Minerva falava enquanto o apertava entre os braços – Lamento que tenha que passar por esse transtorno...
- Professora McGonagall, estava com saudade! – Harry a olhou sorrindo – Eu fiquei feliz por assumir Hogwarts, se tem alguém que pode substituir Dumbledore brilhantemente é a Sra.
- Ninguém seria capaz de substituir Dumbledore, mas ele não nos abandonou... – Minerva ainda sorria – Estará conosco todo o tempo, embora não fisicamente, mas saberá de tudo o que acontecerá e agirá sempre nas sombras.

- Harry... – Remo interrompeu o momento fraternal dos dois – Daniel contou, temos que mudar alguns planos para a volta à Hogwarts...

- Falando em Hogwarts... – Harry interrompeu Remo e olhou para Daniel sério – Tive outra visão, e dessa vez, Amanda Stonebreaker diz ter planos para minha volta a Hogwarts!

- Como é? – Daniel arregalou os olhos – Como foi isso?

- Como eu disse, eu tive outra visão com Vol... – Harry olhou para Draco e viu o menino fechar os olhos em nervosismo pela simples menção em completar aquele nome – Com o Lord das Trevas...E ele estava em poder de um homem de nome Christian, e Amanda implorava para que o soltasse, que ela tinha planos para me pegar, assim que voltasse para Hogwarts.

- Pelas barbas brancas e crespas de Merlin... – Tonks estava confusa, olhava de Harry para Daniel e tinha os cabelos verdes – Gente, alguém explica, acho que estou voando aqui...

- Dora, não sabe? – Harry a olhou confuso – Não sabia que eu tenho visões com Vol...
- Não sabia... – Remo interrompeu – Ela não sabia, mas agora vai saber...
- Eu sabia, sim, mas não sabia que era algo tão recorrente! – Tonks estava passada – Você sempre tem isso?

- Nem sempre, mas a de hoje foi muito estranha! É como se eu ficasse conectado com ele durante algum tempo...

- Ele não desconfia disso, Potter? – Minerva perguntou preocupada.
- Não sei...
- Acho que ele não deve saber quando Harry está visualizando seus passos, mas sabe como controlar a mente de Harry para ver o que ele quer que seja visto – Remo comentou – É claro que isso ele não queria que Harry visse, e se soubesse que estava vendo, daria um jeito de cortar a ligação a tempo.

- Exatamente – Harry não poderia ter falado melhor.

- Enfim... – Daniel suspirou – Agora só nos resta esperar sempre pelo pior e estarmos em alerta sempre.

- Daniel, ela também disse que você é incorruptível. – Harry o olhou sério – Ela tentou o corromper? Te colocar contra a Ordem?
- Não, ela não tentou nada, só pediu ajuda... – Daniel olhou curioso para Harry – Ela disse isso ao Lord das Trevas?

- Tem certeza?
- Absoluta... Mas por que a pergunta, Harry? – Daniel era realmente esperto – Está desconfiando de mim também? Pode falar, eu não ligo e prefiro saber, se não estou correspondendo...

- Não, esquece... Estou confuso, é isso... – Harry balançou a cabeça como se tentasse afastar esse pensamento. – Podem nos dizer qual a mudança de Hogwarts?

- Ah, claro... – Minerva sorriu – Escutem, filhos... – E olhou para Draco também – Antes só teríamos Malfoy e a Srta. LaCroix como alunos de intercâmbio, mas achamos melhor que Carter também fosse infiltrado para Hogwarts, agora depois do que você contou, Potter, não poderíamos ter feito melhor. Então, não poderemos manter os três na Grifinória, vamos distribuí-los entre as casas. Malfoy... – Minerva o olhou – você ficará na Grifinória mesmo, pois precisa estar perto dos amigos. Mas Sophie vai para Corvinal e Daniel ficará na Lufa-Lufa. Estamos vendo com Slughorn para levar um aluno para Sonserina também, assim como Carter, que seja um Auror ou que seja de confiança da Ordem.

- É só isso? – Harry pensou que era muita tempestade para pouca chuva.

- Antes fosse... – Minerva suspirou e Harry se arrependeu por ter perguntado. – Não podemos contar com os alunos para saber de nossas intenções, Harry. Por tanto, mesmo que distribuídos entre as casas, vocês têm que se ajudarem! Carter sabe se virar, mas a Srta. LaCroix está perdida quanto a Hogwarts. Embora fale um inglês impecável, não morou na Inglaterra e está tendo dificuldades de adaptação. Por tanto, Draco, Daniel, sempre estejam perto dela, certo?

- Certo, por mim, tudo bem – Draco sorriu.
- E mais uma coisa – Minerva olhou para Harry – Teremos que desocupar Hogwarts por um mês durante o ano letivo, por instruções de Dumbledore. Por isso, teremos um Torneio Tribruxo fora de nosso território. Mas não quero nenhum de vocês se inscrevendo, ouviram?

- Não, obrigado... Eu não preciso de outro desses... – Harry tremeu só em pensar.
- Poxa, eu sempre quis participar de um Torneio Tribruxo! – Draco lamentou.
- Eu participei de um também, não preciso mais... – Daniel riu.

- Participou? – Harry o olhou curioso.
- Participei! – Daniel falou empolgado – E venci! Era entre as Américas: Estados Unidos, México e Brasil!
- Caramba! – Draco ficou empolgado – Estou diante de dois campeões Tribruxo!

- É, mas esse Torneio será diferente... – Minerva interrompeu o papo paralelo – Será com o intuito de promover a integração entre três continentes diferentes: América, Europa e Ásia.

- Nossa – Harry arregalou os olhos – Como será isso?
- Vocês saberão no momento certo. – Minerva fez suspense. – Algo a colocar, Lupin? Tonks?

- Sim – Remo olhou para Draco – No dia 1º, virei pessoalmente buscá-lo. Não tome a poção com antecedência, não precisa. Pode tomar pelo caminho. Estará seguro assim. Sophie e Daniel irão juntos, e os diretores da Corvinal e da Lufa-Lufa já estão cientes da presença deles. Está com suas vestes da Grifinória, não está?

- Sim estou – Draco lembrou daquelas vestes vermelho com dourado com pesar.
- Perfeito. É só isso, alguma dúvida?
- Não...

- E já sabem que eu serei a mais nova professora de Transfiguração de Hogwarts? – Tonks dava pulinhos e seu cabelo mudou de cor duas vezes, assim como seus olhos – Amo transfiguração, acho que ninguém sabe disso, não é?

- Nem dá pra reparar... – Harry riu.
- Espero que eu seja boa suficiente para substituir Minerva McGonagall, estou com medo... – Tonks olhou para Minerva e seus cabelos e olhos ficaram brancos em sinal de medo.

- Não seja boba, Tonks! Sabe que é ótima! – Minerva riu da transformação.

- Bom, então vamos? – Remo estava rindo também – Temos que terminar o plano de aulas, querida...
- Ah, é verdade! – E os cabelos de Tonks ficaram rosa-choque – Estou tão feliz com aquele monte de pergaminhos loucos lá! Vamos, então... Tchau crianças, vejo vocês em breve!
- Tchau meninos, qualquer coisa, peçam que Sirius me chame... Aliás – Remo olhou em volta – Cadê ele?

- Está lá em cima, com Rony, Hermione e Rony – Harry explicou.
- Pois, diga que preciso falar com ele assim que ele puder. Peça que me chame, eu venho.
- Tudo bem...Não prefere falar com ele agora?
- Não, não... Depois.
- Certo... – Harry os acompanhou até a porta.

- Vamos terminar logo com isso, Harry, estamos todos juntos, não se preocupe, está bem? – Minerva o abraçou novamente.
- Eu tentarei não me preocupar – Harry riu sem graça. – Na verdade, eu já estou tentando, por incrível que pareça.

- Continue tentando, nunca desista. Desistir é para os perdedores – Minerva piscou para Harry e saiu, acompanhada por Lupin e Tonks.

Harry fechou a porta e viu que Daniel o mirava sério. Draco olhou de um para o outro, mas não disse uma só palavra. Harry o encarou à altura, até que Daniel resolvesse falar.

- Está desconfiado de mim, Harry? Da minha ligação com Amanda? Eu preciso que você confie em mim, senão destruiremos nossa relação com a Ordem.
- Desculpa, Dan, mas eu não pude deixar de ouvir naquele dia, que Dumbledore esteve aqui...
- Dumbledore esteve aqui? – Draco empalideceu – Não brinca?

- Esteve, mas eu agradeceria se você falasse mais baixo, porque eu ouvi a conversa escondido... – Harry olhou para Draco sério – voltando ao assunto... – E voltou a encarar Daniel – Eu ouvi que você era pactuado com a Ordem... Por quê? Afinal, Dumbledore o convidou pessoalmente não? Por que você precisa de pacto de fidelidade?

- Harry, eu realmente não posso te contar sobre isso... – Daniel balançou a cabeça – Mas não duvide da minha disposição à Ordem, quanto ao meu senso de justiça. Eu quero o fim do Lord das Trevas tanto quanto você.

- É difícil acreditar quanto um dos membros se relaciona com uma comensal que se diz Auror – Harry retrucou.

- É difícil acreditar que uma Auror é Comensal. – Daniel respondeu à altura – Difícil acreditar que uma pessoa doce e justa, como Amanda o é, é uma seguidora do Lord das Trevas. Eu a conheci, Harry, e fui treinado para descobrir o mentiroso. Ela não mente. Ela está sendo chantageada, eu não acredito que ela seja comensal, se você quer realmente saber.

- Então, eu acho melhor você dizer isso à Ordem, Daniel, porque eu sei o que vi, e sei que essa mulher do nosso lado não está! – Harry estava vermelho de raiva.

- Escuta, Harry... Você não tem o direito de julgá-la! Não sabe porque ela está fazendo isso! Veja Draco – E Daniel apontou para o menino, que estava olhando em pânico para os dois – Ele ia matar Dumbledore para livrar sua família! As pessoas comentem loucuras por quem amam!

Daniel e Harry estavam discutindo em tão alto tom, que despertou a atenção de Sirius, Gina, Rony e Hermione, que desciam as escadas olhando confusos para os dois no meio da sala se encarando e trocando ofensas.

- Que palhaçada é esta acontecendo aqui? – Sirius se antecipou e se colocou entre os dois rapazes – Que isso? Brigando por quê?

- Sirius, dê a mão a Daniel – Harry disse em tom irônico – Acho que os dois são os únicos que ainda acreditam na inocência da “doce e delicada Mandy” – As últimas palavras de Harry saíram como se ele falasse com um bebê.

- Nós temos motivos para isso, Harry, e você deveria acreditar – Sirius estava nitidamente irritado e fez um breve sinal para Daniel, pedindo que não falasse mais – Mas isso não quer dizer que estamos contra você...

- Ah, não? – Harry ainda tinha um tom irônico na voz – Vejamos, Sirius... Você traiu a confiança dos seus amigos por essa mulher, não os deu ouvidos quando tentaram, assim como eu estou tentando agora e com provas muito mais convincentes, te avisar que ela não valia nada...

- Acho melhor você medir as palavras para falar comigo, Harry – Sirius falou entre os dentes – Você ainda me deve respeito e eu não estou nenhum pouco interessado em sermão seu, inclusive.

- Não está? – Harry riu debochadamente – Eu sei, acho que tudo o que você queria agora era sair por aquela porta feito um cachorrinho atrás daquela vaca da Amanda!

As palavras de Harry soaram como um feitiço estuporante para Sirius. Sem pensar duas vezes, Sirius deu um tapa no rosto de Harry, que fez com que o garoto se desequilibrasse, talvez por não esperar tal atitude do padrinho. Os demais assistiam à cena perplexos, mas não ousavam se meter entre os dois. Harry levou a mão ao rosto e olhou para Sirius incrédulo, mas com muita raiva no olhar.

- Da próxima vez que tentar agir como seu pai, Harry, lembre-se que ainda sou seu padrinho, e eu tenho certeza que se Tiago estivesse aqui, esse tapa que você recebeu teria vindo dele.

Sirius virou as costas e saiu da sala, antes que Harry acordasse daquela anestesia momentânea que seu tapa o causou. Olhava para todos procurando um sentido para tal atitude do padrinho, mas só viu olhos tão perplexos quanto os seus. Sirius nunca batera em Harry antes, tudo bem que eles se conheciam a relativamente pouco tempo, mas eram amigos. Talvez isso tenha sido o problema: Harry nunca considerou Sirius como um segundo pai, como deveria se considerar um padrinho, mas sempre como um amigo e um tutor que tinha espírito jovem.

- Harry... – Daniel falou, quebrando o silêncio que jazia na sala – Desculpe, eu não queria causar transtornos entre você e Sirius. Eu só peço que acredite em mim, eu não confundo sentimentos com profissão. Se Amanda é contra nós, eu serei contra ela. Mas até que seja provado o contrário, ela é inocente. E não se preocupe quanto a Hogwarts, estaremos seguros enquanto estivermos juntos.

Daniel também saiu da sala, subindo as escadas ligeiramente, e Harry não fazia menção de dizer qualquer palavra ainda, embora tivesse ouvido Daniel seriamente. Gina puxou Draco de lado, como se quisesse deixar Rony e Hermione a sós com ele.

- Eu tenho que ir embora, antes que minha mãe apareça aqui para me buscar... – Gina comentou como se nada tivesse acontecido.
- Certo, meu amor... – Draco pegou em sua mão e saíram para a lareira de Flu.

Harry foi acompanhando os dois com os olhos, ainda meio inerte com o ocorrido. Olhou depois para Rony e Hermione.

- Vocês viram isso, não viram? – Harry apontou para o próprio rosto – Eu não revidei porque... Eu nem seu porque eu não revidei...

- Você não revidou porque Sirius é o pai que você não tem, Harry – Hermione falou sabiamente – E porque você realmente o deve respeito.

- Ele me bateu por uma mulher desprezível, que quer me matar para tirar o dela da reta! Eu não devo respeitá-lo por desejar igualmente a minha morte, então?

- Não é bem assim, Harry! – Rony discordou – Eles têm razão quando falam que não sabemos porque ela está fazendo isso! Afinal, ela era Auror, Daniel garantiu!

- Não sei se devemos confiar em Daniel, tampouco. – Harry falou friamente.
- Harry! Já falamos sobre isso! – Hermione estava nervosa – Não comece! É isso que você-sabe-quem quer! Te confundir!
- Hermione tem razão, Harry... – Rony olhou para Hermione – Você está confuso, e é exatamente dessa forma que você não raciocina corretamente.

- Pensem o que quiser, eu não vou mudar de opinião até que me provem o contrário – Harry também saiu da sala, deixando Rony e Hermione confusos e decepcionados. Aquele era exatamente o tipo de atitude que Harry não poderia ter.

Nos dias que seguiram no mês de Agosto, Harry, Sirius e Daniel estavam se tratando com indiferença. Daniel quase não parava no Largo Grimmauld, estava muito envolvido com o projeto de volta a Hogwarts, e Sirius tentava não cruzar com Harry, passava a maior parte do tempo lendo jornais trouxas e volta e meia sumia do largo, para dar um passeio como Snuffles. Era uma novidade as voltinhas de Sirius. Ele nunca foi de passear, mas a tensão entre Harry e ele estava insuportável. Draco, Hermione e Rony estavam tensos com a volta a Hogwarts. Hermione tentava ensinar sotaque búlgaro para Draco e Rony odiava as aulinhas, por lembrar-se de Victor Kurm (“deixa de ser bobo, Rony! Estou tentando ajudar!” era o que mais se ouvia dentro do Largo Grimmauld)

No dia anterior ao regresso à Hogwarts, Harry arrumava suas coisas lentamente, como se tentasse ao máximo prolongar seu dia. Olhou para Edwiges, que bicava irritada a gaiola, pesaroso. Nas férias, ela sequer enviou uma única carta, mas ficou solta todo o tempo e se recusava a ficar novamente engaiolada. Harry pegou o uniforme de Quadribol com melancolia, lembrando que no ano passado sequer jogou nas últimas partidas. Procurou por Rony e Hermione, mas foi lembrado por Draco de que estavam n’A Toca, arrumando seus pertences que lá estavam. Enfim, a noite chegou e Harry deitou-se pedindo a Merlin que dormisse logo, para acabar com aqueles dias de angústia.

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