Os Marotos de Hogwarts



Harry viu os dois amigos se cobrirem novamente com a capa e saírem invisíveis. Os seguiu intuitivamente até o Salão Comunal, já que estavam fora do seu campo de visão. Lá chegando, Pedro dormia em uma poltrona e Remo estava com os olhos atentos, tanto que viu o quadro da mulher gorda abrir e não entrar ninguém, Mas logo Tiago e Sirius surgiram na sua frente.

- Achamos! – Tiago falou em tom baixo, mas animado, puxando a capa na frente de Remo e o garoto deu um pulo.
- Sério? – Remo abriu um sorriso.
- É! – Sirius e Tiago se entreolharam – Somos ou não somos bom nisso?
- Nem fala! – Remo levantou e abraçou os dois – Eu nem sei como agradecê-los pelo apoio. Vocês se arriscam a fazer isso, sabem disso, eu não domino meus instintos como lobisomem...
- E alguém tem medo aqui? – Tiago olhou em volta e se deparou com Pedro dormindo – Ah, retiro a pergunta...

Tiago foi até Pedro e lhe sentou um chute na canela. O garoto deu um gritinho de dor e Sirius fez sinal de “Silêncio!” para ele.

- Pedro... Encontramos! – Tiago falou animado.
- Encontraram o quê? – Pedro se abaixou para esfregar o tornozelo.
- Como o quê, lesado! – Sirius revirou os olhos – Ai, na boa, acho melhor Pedro ficar fora dessa...
- Não, quanto mais gente de confiança, melhor... – Tiago olhou para Sirius meio contrariado.

Harry por um momento entendeu que Sirius nunca foi muito fã de Pedro. Também, o garoto era um estúpido. Mas Tiago parecia confiar nele.

- Então, como faremos? – Remo perguntou animado.
- Você, nada... – Tiago sorriu – Você já tem papel definido nesse teatro. Sirius, Pedro e eu que faremos...

Tiago parou de falar e tinha um ar pensativo. Sirius o olhou e passou a mão em frente aos seus olhos, mas ele não mudou a expressão.

- Não se assustem, ele só está tendo mais uma idéia brilhante! – Sirius riu.

- Eureca! – Tiago estalou os dedos – Eu sou um gênio! Vejam, nós conhecemos Hogwarts como ninguém, não é mesmo? O próprio Dumbledore nos ensinou caminhos que nunca sonharíamos conhecer, mesmo nas nossas mais loucas aventuras...

- Sim, e isso quer dizer quê... – Sirius já estava entendendo o espírito da coisa, pois tinha um sorriso no rosto.

- Isso quer dizer que podemos traçar um mapa da escola, para facilitar as nossas fugas com Remo! – Tiago ria com brilho nos olhos – E se tivermos sorte e ajuda dos livros, poderemos saber quem anda por nossos caminhos!

A visão ainda era do Salão Comunal da Grifinória, mas agora, Tiago, Sirius, Pedro e Remo estavam debruçados sob pergaminhos, penas, livros e tinteiros. Era alta madrugada e todos os alunos estavam provavelmente no 8º sono, mas os amigos pareciam não pensar em dormir.

- Saindo pelo corredor das armaduras medievais, aquele, do Salão Comunal da Corvinal, virando a esquerda após o quadro de “Fúlvio, o cético”, temos uma passagem secreta para os jardins – Tiago falava desenhando em um pergaminho – eu e Sirius fomos lá conferir agora pouco...

- E virando a direita, passando pela entrada para o Salão da Corvinal e seguindo em direção ao banheiro masculino, temos um túnel que nos leva ao subtérreo de Hogwarts...Daquele jeito que Tiago explicou – Sirius completou o desenho com Tiago. –Mas cuidado, o chão abre, por tanto não parem a frente, e sim ao lado, entendido?

- Dos jardins, temos acesso ao Salgueiro Lutador, mas nem ousem ir por esse caminho, por Merlin... – Tiago desenhou a árvore no pergaminho. – A menos que queiram ter todos os ossos quebrados...

- Se entrarmos por essa entrada da qual falei, teremos acesso à Hogsmeade. – Sirius escreveu no pergaminho “Hogsmeade” – Exatamente na casa em que Remo passa suas férias mensais... – Sirius sorriu para Remo.

- Nós não chegamos até lá – Tiago parou de desenhar no pergaminho – Mas fomos até a entrada. É muito tranqüilo, e o caminho é meio escuro, mas nada que um “Lumus Máxima” não resolva...

Harry observou os meninos trabalharem arduamente. Mas a imagem mudou. Estavam os quatro sentados na Clareira. Era um noite de lua minguante. O pergaminho com o mapa traçado ainda estava incompleto na mão de Tiago, mas o assunto não era esse.

- Será que vai dar certo? – Pedro estava nitidamente desesperado.
- Cara, você é um homem ou é um rato? – Sirius deu um tapa na nuca de Pedro.
- Se liga, Pedro! – Tiago estalou os dedos - Eu e Sirius garantimos que dá certo! Pesquisamos muito...
- Mas e agora? – Remo perguntou confuso – Como é que fazemos?
- Você, espere a próxima lua cheia, caro amigo! – Tiago riu – Quanto a nós, podemos escolher um animal que nos agrade!
- Sério? – Remo arregalou os olhos.
- Eu não sei o que eu quero ser ainda – Pedro comentou nervoso.
- Eu tenho um palpite, quer ouvir? – Sirius comentou maldosamente.
- Eu já sei o que eu quero ser... – Tiago estava empolgado.

- Eu não concordei com você, Tiago, mas se você quer virar um veadinho...
- Não é veado, Sirius! – Tiago se ofendeu – É Cervo, CERVO!
- Que seja, tudo tem chifres engraçados e andam saltitantes... Mas, você é quem sabe...

- Temos que pensar em animais grandes, que sejam fortes o bastante para lidar com um lobisomem... – Tiago não quis prolongar o assunto dos chifres engraçados. – Tipo, pensem em cavalo ou coisa assim...
- Ah, não... Eu vou ser um cachorrinho para ter só um nome – Sirius gargalhou.
- Puxa, você se ofendeu mesmo com isso, heim? – Tiago também caiu no riso.

- Então, como faremos para ficarmos anônimos? – Pedro não entendia o motivo da graça, mas queria entrar no assunto de algum jeito – Remo me disse que animagos têm que ser registrados...

- Putz, bem lembrado... – Tiago bateu na testa – Nós seremos ilegais, não é bárbaro! Esqueci de comentar isso antes...
- Ilegais? – Remo arregalou os olhos – Mas eu pensei que Dumbledore soubesse?

- Está louco? Dumbledore imagina que nós só temos noção de como chegar à casa de Hogsmeade sem nos quebrarmos no Salgueiro Lutador... – Sirius falou em um sussurro, como se temesse que as paredes tivessem ouvidos.

- Ele nem pode sonhar que sabemos de todas as passagens secretas e salas de Hogwarts, aliás... Bendita seja a capa do Tiago, eu amo sua família, Tiago...

- Legal, então precisamos de codinomes – Remo comentou pensativo – Se queremos sigilo, não cabe sair falando nossos nomes...
- Bem pensado, Remo! - Sirius concordou.
- Perfeito! Codinomes! – Tiago estava pensativo – Para um aluado, até que Remo é bem esperto!
- Aí está um belo codinome para você, Remo! – Sirius apontou para Tiago que fez cara de inocente – Aluado!
- Eu gostei! – Remo riu.
- Tudo a ver! – Tiago mirou Remo como se o analisasse.
- Eu penso, cara! – Sirius balançou a cabeça, pomposo – Minha cabeça não é só para manter esse meu cabelo sedosos e macios.

- Falando em cabelos sedosos e macios... – Tiago apontou com a cabeça uma menina que chegava acompanhada e Harry virou-se para mirar sua mãe.

- Ai, não... – Lílian falou irritada – Vamos sair daqui, Sev, eu não quero olhar para cara desses garotos!
- Não – Severo segurou Lílian pelo braço – Aqui é um lugar público. Vamos ficar.

- Cara, eu não entendo a Evans! – Tiago observava o casal – O que tanto ela faz com esse ranhoso? O maluco é da Sonserina...
- Eles são amigos de infância, Tiago – Remo comentou e Harry arregalou os olhos. – Ouvi Lílian comentar com Alice no Salão Comunal, pelo visto, Alice também não entende essa ligação.
- Eu sei, mas... – Tiago parecia inconformado – Ela não parece má pessoa, embora seja uma chata de galocha, e ele é sombrio só em olhar!
- Sei lá, Tiago... – Sirius comentou olhando o casal que conversava distante deles – Vai ver ela preza a amizade acima de qualquer diferença.

Harry estava incrédulo olhando Snape e sua mãe conversando. Como podia? A cena mudou enquanto ele curtia seu espanto. Agora, o cenário era a floresta proibida. Pedro estava trêmulo, enquanto Tiago e Sirius terminavam de lançar feitiços no pedaço de pergaminho.

- Tenta de novo, Sirius. – Tiago falou ao acabar de conjurar um feitiço.

Sirius ergueu a varinha, apontou para o pergaminho e conjurou “Revelium”. Nada aconteceu.

- Muito bom! – Tiago deu um pulinho animado, Sirius e Remo sorriram. – Agora, Remo, meu caro, nos dê o prazer... Você sabe o que fazer, não sabe?

- Com gosto – Remo sacou sua varinha apontando para o pergaminho –Juro solenemente não fazer nada de bom.

Harry sorriu ao ver que o pedaço de pergaminho de desdobrou sozinho, revelando aos quatro meninos o mapa de Hogwarts. Os quatro gritaram e se abraçaram.

- CONSEGUIMOS! – Tiago berrou – mas, esperem... Vamos ver se funciona mesmo...

Harry colou com os quatro em cima do mapa. Tiago guiou com o dedo pelo mapa até a descrição “Floresta proibida” e lá estavam quatro pontos juntinhos dizendo em cima de cada um o nome de cada um deles. Novamente gritaram de felicidade.

Harry sentiu os pés fora do chão e ao tocá-lo novamente se viu na mesa da Grifinória. Era hora do almoço, mas Sirius não estava comendo nada. Estava com um olhar distante e Harry percorreu com os olhos o caminho até o ponto que ele olhava. Viu na mesa da Sonserina uma garota loira, muito bonita, que também olhava na direção de Sirius. A menina sorriu para ele, e ele fez um leve aceno de cabeça para ela.

- Sirius, é impressão minha ou você está acenando para Amanda Stonebreaker? – Tiago falou olhando para a mesa da Sonserina. A menina viu seu olhar e virou o rosto.

- Não, ela é que estava me encarando. – Sirius mentiu – Eu fiz uma careta para ela.
- Ah... Sei... – Tiago fingiu acreditar no amigo – Escuta, temos uma semana até a lua cheia, então, vamos testar hoje, não é?
- Por mim, tudo bem – Sirius com os ombros – Vamos ver com Pedro e Remo.

- Cachorro... – Tiago riu.
- Veado! – Sirius bradou maleficamente.

- Cervo! Cervo! Eu já disse! – e Tiago fez de seu garfo um carapuça para tacar em Sirius uma ervilha, que lhe atingiu no centro da testa, fazendo Tiago dar um gostosa gargalhada.

Harry viajou novamente por entre os pensamentos de Sirius e recuperou a visão da floresta proibida. Sirius, Tiago e Pedro estavam se descobrindo da capa de invisibilidade. Pedro tremia.

- Céus... Como é medroso! – Sirius implicou.
- Sirius, fica na sua? – Tiago recriminou, mas virou o rosto para Sirius em uma careta que queria dizer “concordo com você”.
- Não estou com medo, é só frio... – Pedro era desprezível na opinião de Harry.

- Ah, sim, claro... Percebe-se – Sirius era um poço de ignorância e ironia.
- Não temos todo o tempo do mundo, então... – Tiago releu um trecho do livro que tinha em mãos, usando sua varinha para iluminar as letras miúdas. – Segundo nosso amigo aqui, já fizemos tudo, agora é só treinar a concentração e pronto. Vai lá, Sirius, você que se acha, tenta primeiro.

- Eu não me acho, Tiago... Eu sou – Sirius piscou para o amigo.
- É muito almofadinhas mesmo... – Tiago comentou com Pedro.
- Genial! – Sirius olhou para Tiago boquiaberto – Tiago, eu amo você! Já sei qual será meu codinome: Almofadinhas!

- Sirius, sinceramente, você está me assustando – Tiago arregalou os olhos – Primeiro, cisma em me chamar de veado e agora diz que me ama? Amanhã será o que, pedido de casamento?

- Ah, agente não pode tentar agradar... – Sirius balançou a cabeça – Bom, vamos lá...

Harry viu o padrinho se concentrando. Em um piscar de olhos, um cachorro preto enorme surgiu à frente de Tiago e Pedro.

- MERLIN! – Tiago pulava emocionado – SOMOS INCRÍVEIS!

Sirius pulou em cima de Tiago como cachorro e os dois caíram. O cachorro lambia o rosto do menino e Pedro começou a rir. Harry não agüentava com aquelas lembranças, já sentia o abdome doer de tanto rir com eles.

- Para com isso, seu nojento! Sai de cima de mim, Almofadinhas! Pedro faz alguma coisa!
- Sai, sai! – Pedro tentou espantar Sirius, que rosnou para ele. O garoto saiu correndo.

O cachorro preto e enorme saiu de perto de Tiago e Harry o viu recuperar as formas originais. Sirius ria descontroladamente.

- Isso não teve graça, seu bobão! – Tiago limpava os óculos, cujas lentes estavam completamente embaçadas por baba de cachorro. – Bobão e babão!

- Para você talvez não, mas eu me diverti um bocado! – Sirius se apoiara numa árvore, fraco de tanto rir, e Harry ria tanto quanto ele. A imagem dos três na floresta sumiu, dando lugar ao Salão Comunal da Grifinória, onde os quatro amigos novamente reunidos em torno daquele pergaminho gastando mais uma madrugada.

- Bom, todos sabemos como ele se revela, certo? – Tiago recapitulou com os amigos – Agora, vamos personalizar nossa gracinha aqui... Estive pensando... Somos os garotos mais espertos e traquinas de Hogwarts, não acham?
- Eu? Eu não, eu sou um anjo – Sirius tentou fazer um olhar angelical.
- Boa tentativa, Sirius, mas parece mais uma encenação de dor de cabeça – Tiago riu ironicamente – Então, temos que ter um nome que nos identifique como os tais, caso esse mapa seja descoberto por outras pessoas.
- Como assim? – Remo olhou Tiago confuso.

- Tipo, que nome dar ao mapa, primeiramente?
- Que tal mapa esperto? – Pedro tentou.
- Muito brega – Tiago balançou a cabeça.
- Mapa dos atentados – Sirius riu sozinho.
- Nossa, quanta criatividade... – Tiago fez cara de decepção.
- A palavra mais apropriada para nós seria marotos, não acham? – Remo palpitou.

- Cara, Remo, você é um gênio! – Tiago sorriu – Isso! Mapa do Maroto! Marotos, nós!

Tiago apontou a varinha para aquele pergaminho e Harry ficou observando colado nos quatro amigos. Seu pai conjurou alguns feitiços e finalmente, pediu que Sirius testasse o mapa com Revelium novamente.

- Revelium! – Sirius apontou a varinha e no mapa aparecem as seguintes inscrições:

“O Sr Pontas, sugere humildemente ao sr. Sirius Black que vá cuidar de seus assuntos ou de seus cabelos sedosos, ao invés de bisbilhotar pergaminhos alheios maldosamente”

Os quatro garotos caíram na risada, com Harry os acompanhando. Ele admirava o pai, Tiago além de engraçado era inteligente ao extremo.

- Agora, caro Remo – Tiago disse tentando parar de rir – você, tente da forma correta.
- Certo! – Remo sacou a varinha e dirigiu ao mapa – Juro solenemente não fazer nada de bom.

Então, as seguintes palavras surgiram no mapa:

“Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinha e Pontas, fornecedores de recursos para bruxos malfeitores, têm a honra de apresentar O MAPA DO MAROTO”

- Genial! – Remo bradou alegremente, observando o mapa se abrir. Viram seus próprios nomes no item “Salão Comunal da Grifinória” naquele pergaminho.

- E agora...o Gran Finale! – Tiago sorriu e apontou a varinha para o mapa – “Malfeito, feito!”. – E o mapa se fechou sem deixar qualquer pista de sua real serventia.

Agora, depois de uma névoa passageira, Harry viu Sirius nos seus 16 anos, talvez, passando nervoso pelos corredores. Acompanhava o padrinho lado a lado, até que viu uma porta se abrindo do nada. Sirius olhou de um lado para outro e entrou sorrateiro na sala que Harry conhecia muito bem. Admirou a esperteza do padrinho: A sala precisa é o único lugar de Hogwarts que não aparece no Mapa do Maroto e provavelmente ele estava fazendo algo escondido de Tiago, Remo e Pedro.

- Você veio! – A menina que já estava na sala correu e abraçou Sirius.
- Por que não viria? – Sirius a beijou apaixonadamente. – Eu estava louco para te ver...
- Eu também... Eu não queria que fosse assim, Sirius... – Amanda tinha os olhos cheios de lágrimas – Eu queria poder me assumir ao seu lado... Eu te amo!
- Eu também te amo, Mandy, mas vamos esperar um momento mais oportuno. Você não acha que eu quero dizer para todo mundo que namoro a garota mais linda de Hogwarts?

Sirius acariciava os cabelos compridos de Mandy. Harry a olhou atentamente. Mandy era sim a mulher de sua visão, seu rosto não mudou muito. Tinha os cabelos loiros bem claros e incríveis olhos verdes. Era uma garota linda.

- Você não quer me assumir por que seu amigo Potter não entenderia seu namoro com uma garota da Sonserina, não é?

Amanda e Sirius estavam sentados, ele a acariciava e ela tinha os olhos fechados, completamente envolvida por aqueles carinhos.

- Não é por isso, Mandy, nós já falamos sobre isso...

- Sirius – A menina se virou com certa raiva – Eu não vou virar Comensal da Morte! Você também tem Comensais na família, deveria confiar em mim!
- Eu não disse isso, Mandy, eu sei exatamente como é...
- Mas insinua! Será que você poderia entender que estou do seu lado!

Harry empalideceu. Estava explicado. Seu padrinho e Amanda Stonebreaker eram namorados na época de escola. Sentiu o chão sumir, não por passar mal, mas porque a visão mudara. Viu seu pai sorrindo, com o que ele julgou ser seus 16 anos.

- Eu vou convidar Lílian Evans para o baile de natal – Tiago falava enquanto andava ao lado dos três amigos, irritantemente brincando com um pomo de ouro. – Aposto que dessa vez ela se entrega aos meus encantos e vai perceber que eu sou o homem da vida dela...

- Tiago adora escutar desaforo – Sirius deu um gemido de impaciência – Você não cansa de levar fora da Lílian?
- Não... – Tiago riu – Cansaço é coisa para perdedores. Tiago Potter não cansa, jamais...
- Pois bem... – Remo apontou para um canto – Acho melhor andar rápido, pelo visto, Lílian já tem pretendente à vista!

Os quatro olharam para o mesmo ponto e viram que Lílian estava de braços cruzados conversando com Snape. Harry sorriu ao olhar para mãe aos seus 16 anos. Sirius tinha razão, Sophie era parecida, sim, com ela.

- Ai, que cara chato esse Ranhoso! – Tiago ficou corado de raiva. – Sirius, vem comigo...

Tiago puxou Sirius para um lado. Deixou Remo e Pedro passarem, ambos rindo das atitudes malucas do menino, e logo em seguida jogou sobre ele e Sirius a capa de invisibilidade.

- Vamos ouvir a conversa agradável do Ranhoso com o meu Lírio do Campo...

Os dois amigos foram em direção ao casal que praticamente discutia. Lílian estava séria e Snape desesperado.

- Lílian, eu já pedi desculpas tantas vezes!
- E eu aceitei suas desculpas em alguma das suas tentativas?
- Por favor! Não jogue tudo pro alto!

- Quem está jogando tudo para o alto, Severo, é você! – Lílian estava enfurecida – Eu vou seguir o meu caminho, e você o seu, e pronto! Eu não passo de uma “sangue-ruim” maldita, quem sabe você ainda não me mate depois que virar Comensal da Morte?

- Não fale uma besteira dessas, Lílian! – Harry estava chocado, pela primeira vez na vida viu Severo Snape chorando – Eu nunca te faria mal! Eu amo você!

O queixo de Harry caiu, e ele notou que não era o único surpreso ali. Lílian se demorou olhando Snape sem falar nada e sem mudar de expressão.

- Como é, Severo?

-Eu sou louco por você, Lílian! Acho que só você ainda não reparou! – Snape repetiu – Eu não agüento ver você dando trela para aquele moleque insuportável do Potter – Harry soube que o gentil apelido que ganhara de Snape era herança de seu pai.

-Que besteira é essa que você está falando? – Lílian arregalou os olhos – Eu não dou trela para ninguém, presta atenção no que você fala!
- Pensa que eu não vi como vocês estão mais próximos?

- Eu estou mudando minhas concepções, Severo. Eu confiava em você, mas você traiu minha confiança! Ao passo que Tiago tem se mostrado um pouco menos arrogante e eu vejo como ele defende seus amigos, inclusive, ele já me defendeu também, ao passo que você me xingou... Eu me aproximei dele sim, estou mais tolerante com ele, mas nem amigos nós somos, não quer dizer que estou pensando em me casar e ter filhos com ele! – Que ironia, sua mãe devia ser péssima aluna em adivinhação, Harry pensou – Escuta bem Severo... Tiago conseguiu provar que é uma pessoa boa, por incrível que pareça, enquanto você só está se afundando cada vez mais nas trevas!

- Se você e Tiago Potter ficarem juntos, Lílian, eu vou matá-lo sem dó nem piedade – Snape agarrou os dois braços de Lílian e a sacudiu – Está entendendo? Eu acabo com a raça daquele cretino!

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