Enxergando por outro ângulo



Nossa! Como vocês demoraram! – Rony levantou da poltrona ao vê-las chegando.

- Não exagera, Roniquito! – Gina apertou as bochechas de Rony e foi saindo da sala – Não demoramos nada, você é quem não consegue ficar sem a gente!

- Talvez você não tenha visto o tempo passar, se agarrando com o Draquinho – Rony esfragava a bochecha. Olhou para Harry com cara de suspense – Então, Hermione, você fez as pazes com aquele idiota do Harry?

Harry estava medindo Rony com os olhos, procurando qualquer diferença nele, mas não consegui ver nada de novo no amigo.

- HERMIONE! – Rony olhava Harry com olhar confuso – você ouviu minha pergunta?
- Ah... De-desculpa – Harry se ligou que ele era Hermione
- Então? Fez as pazes com o “bonzão”? – Rony perguntou impaciente.
- E-eu? Por que essa p-pergunta? – Harry perguntou cruzando os braços.
- Rony – Sra. Weasley felizmente interrompeu a conversa – Fred e Jorge vieram aqui enquanto estivemos fora?
- Não mãe... Acho que eles ainda estão na loja.
- Já reparou que eles não saem mais de lá, não é? – Sra. Weasley riu maliciosamente.
-Também, mãe... A Sophie é uma inspiração para qualquer um ficar em qualquer lugar! – Rony também riu, mas Harry não entendeu nada. Quem era Sophie afinal?

- Hermione, algum problema? – Sra. Weasley olhava preocupada para Harry.
- Não, nenhum, por quê? – Harry descruzou os braços e tentou agir naturalmente.
- Deve ter sido a emoção de rever o queridinho dela, mãe. – Rony disse desfazendo o sorriso do rosto.
- Rony, não fale bes...

- Hermione e Harry estavam brigando, Rony – Sra. Weasley interrompeu Harry e dirigiu o olhar para Rony – E seu nome estava no meio. Acho que a visita não foi tão agradável assim, não é Hermione?

- Ah... Não mesmo – Harry pensava como dizer qualquer coisa antes que desconfiassem que não era Hermione – Harry ele... Continua o...O mesmo egoísta de sempre.
- Eu quero uma novidade... – Rony fez uma cara de irritação.
- Mas... Eu acho que ele... Ele quer se... Se desculpar, Rony.

- Eu até agora não entendi o motivo pelo qual vocês brigaram – Sra. Weasley olhava de Rony para Hermione procurando explicações. – Parece que foi bem grave...
- Não sabe, mãe? – Gina voltara trajando outra roupa – Não acredito que você contou para ela, Roniquito?
- Não Gina! Não contei! – Rony olhou furioso para Gina.
- Você sabe de alguma coisa Gina? – Sra. Weasley colocou as mãos nos quadris.
- Claro que eu sei, mas eu pensei que Rony tivesse contado... Afinal, ele foi o maior prejudicado...
- Por isso mesmo você não vai falar nada, Gina! – Rony estava vermelho e desconcertado.
- Se ela não vai contar, você vai, Ronald Weasley! – Sra. Weasley batia o pé e aumentou o tom da voz, logo em seguida sentou em uma poltrona. – Pode começar! Tenho certeza que foi algo grave e eu exijo saber!

O coração de Harry disparou. Ele olhou para Rony e o viu quase chorando, nervoso. Gina olhava de sua mãe para Rony, virando depois os olhos para Harry, enxergando Hermione, e fazendo cara de quem fez algo errado. A cena se seguiu de um silêncio imenso, e Harry achou por bem quebrar esse silêncio.

- Conta para ela, Rony. – Disse com a voz fraca. –Ela tem que saber.

Rony olhou para Harry, acenou brevemente com a cabeça, como um sinal de concordância. Em seguida, olhou para Gina, que lhe deu um sorrisinho sem graça de apoio e dela para sua mãe.

- Mãe, Harry e eu duelamos, e ele agiu de má fé.

- O QUE? – Sra. Weasley gritou – POR MERLIN, VOCÊS DUELARAM POR QUÊ?
- Por minha culpa, mãe! – Gina começou a chorar – Harry é um idiota! Ele perdeu a cabeça, e eu acabei deixando Rony se meter! Eu deveria ter resolvido sozinha... Preservei o Draco e lancei Rony aos leões!

- A culpa não foi sua, Gina – Os três viraram para encarar Harry como Hermione falando – A culpa foi do Malfoy, ele que...

- A CULPA FOI DO HARRY! –berrou Rony interrompendo Harry – PÁRA DE DEFENDER ELE, HERMIONE! QUE SACO! MALFOY NÃO FEZ NADA!

Harry olhou assustado para Rony. O menino estava respirando com dificuldade e extremamente irritado. Não falou mais nada, com medo de complicar Hermione, decidindo por bem ficar quieto. Sentou-se ao lado da Sra. Weasley sem dizer uma palavra, olhando Rony tentando imitar a cara de decepção que Hermione provavelmente faria.

- Pois bem... Deixem que EU explico! – Rony tentava se acalmar – Depois que o Harry viu a Gina e o Draco se beijando, ele saiu em disparada para o vestiário da Grifinória, eu era o único que ainda estava lá, Harry estava proibido de jogar por causa de uma detenção do Snape e a Gina seria a apanhadora da partida. Eu o vi transtornado, perguntei o que estava acontecendo e ele ser referiu a Gina com palavras baixas!

Harry deu um gemido ao lado da Sra. Weasley, envergonhado, pois aquilo que Rony falava era verdade. Rony, ignorando seu gemido, continuou:

- Eu briguei com ele, falei para ele medir as palavras ao se referir à minha irmã, e ele continuou falando barbaridades. Daí a Gina chegou no vestiário, ouviu os gritos de Harry e entrou na conversa. Harry quase partiu pra cima dela, e eu me meti. Gina disse que ele não tinha nada a ver com a vida dela, eu a defendi e disse pra ele deixá-la em paz, daí ele me agrediu, me deu um soco, pra ser mais exato. Gina reagiu e sacou a varinha pra ele, mas ele a desarmou e depois saiu feito louco!

Gina chorava em silêncio ao lado de Rony, Sra. Weasley estava boquiaberta e a surpresa do dia era a Hermione sentada ao lado da Sra. Weasley que ainda não estava se debulhando em lágrimas, ao contrário, Harry estava com cara de intrigado, ouvindo a versão que Rony contava da história.

Rony reparou que ela não chorava, mas deduziu que provavelmente já nem teria mais lágrimas visto a freqüência de seu choro nas últimas semanas. Então, continuou contando.

- Gina e eu ficamos com medo dele ter ido atrás de Malfoy, mas logo que saímos do vestiário, Draco estava indo à nossa frente para o campo. Naquele jogo não vimos o Harry, acho que ele foi para a detenção. Depois do jogo, no salão comunal da Grifinória teve festa, pois nós ganhamos... Aliás, eu fiz defesas espetaculares e estava sendo homenageado, e Gina então! Pegou o pomo de ouro, Draco ficou com maior carão! Todos gritavam “Os irmãos Weasley são os melhores!” – Rony se desviara do assunto e ao ouvir sua mãe dar um guincho de impaciência retomou o raciocínio.

"Então... No meio da festa, Harry apareceu, mas não ficou na comemoração, olhou com raiva para todos e sumiu. Quando a festa acabou, eu resolvi procurar por ele, eu nunca tinha visto Hary daquele jeito. Eu estava andando pelos corredores e de repente a sala precisa se abriu e ele estava lá, treinando feitiços. Eu entrei e tentei conversar com ele, mas foi em vão, ele não me ignorava. Eu me irritei com ele e disse por fim que achava que Gina estava fazendo um favor ao Draco, pois ele poderia ser uma pessoa melhor. Aí Harry se zangou feio."

Rony parou de falar. Olhou para Gina e a irmã o abraçou chorando. Harry estava atônito. A versão da história contada por Rony o fazia se sentir um completo idiota. Ele até então não havia reparado como foi estúpido e aquele ódio todo não era dele...

Viu Rony soltar Gina e tirar a camisa, fazendo aparecer três enormes cicatrizes no seu peitoral, como se fossem provocadas por garras de algum animal: duas eram em diagonal e uma um pouco menos inclinada. Harry arregalou os olhos ao ver aquelas cicatrizes e começou a tremer de nervosismo, ao passo que Sra. Weasley soltou um gritinho de horror.

- Está vendo isso, mãe? – Os olhos de Rony se encheram de lágrimas e Sra. Weasley colocou a mão sob o coração – Harry me atacou com um feitiço que eu sequer havia ouvido falar.

"Depois que eu falei com ele, ele sacou a varinha e começamos a duelar. Eu não sou ruim em duelos, mas esse feitiço não pode ser defendido completamente por Protego, não é Hermione?"

Harry deu um pulo, olhando Rony com cara de culpado. Viu Gina e Sra. Weasley esperando uma explicação de que feitiço era aquele. Sentiu o coração disparar de novo e em seguida tentou falar como Hermione falaria. Para sua sorte, ao saber que Snape era o tal Príncipe Mestiço, perguntou sobre o feitiço e recebeu em troca uma aula sobre o mesmo, exceto a parte da cura das cicatrizes. Essa parte Snape omitiu.

- Harry usou um feitiço que leu no livro de poções do Príncipe Mestiço, aquele maldito livro que eu sempre soube que traria problemas! Acho que nem ele sabia o que era – Depois disso, Harry sabia que ninguém desconfiaria que não era Hermione - É um feitiço das trevas, o Sectumsempra.

"Ele ataca os inimigos como se fossem laminas de espada, o adversário fica como se fosse esfaqueado e sinceramente eu não conheço uma cura precisa para ele. Rony deu sorte por ter usado o Protego e ter diminuído o dano do feitiço, mas para proteger-se totalmente dele, deveria usar o Protego Máxima."

O próprio Harry se assustou com sua explicação e se Hermione estivesse ali ficaria orgulhosa do amigo.

- Era dessas cicatrizes que você estava falando com Harry, então, não é Hermione? – Sra. Weasley chorava discretamente. –Merlin, Harry enlouqueceu? Sirius tem que saber disso!

Harry estava desesperado, pois não havia contado essa história para Sirius e não queria nem pensar na reação do padrinho ao saber disso.

- Por isso eu não contei nada, mãe! – Rony deixou escapar uma lágrima que rolou em sua face – Harry estava louco! Eu não entendi porque ele me fez isso! Eu não sabia o que fazer, eu estava sangrando muito.Ele nem me ajudou, talvez ele soubesse como parar isso, mas ele saiu da sala sem olhar para trás.

"Hermione e Gina que me encontraram lá, enviadas por Merlin! Hermione usou os feitiços de cura que sabia e eu pedi a elas para não contarem isso a ninguém."

- Foi obra de Merlin mesmo – Gina ainda chorava – Eu fiquei preocupada com a ausência prolongada de Rony e pedi para Hermione me acompanhar, pois ela era a monitora e já estava na hora de estarmos no salão comunal. Daí como a sala precisa se abriu, acreditamos que Rony estivesse lá, quando nós entramos e vimos Rony lá... Caído... Ensangüentado... – Gina começou a soluçar e não consegui mais falar.

- Mas, Rony... – Harry estava vermelho de vergonha – Por que você não quis denunciar o Harry? Afinal, ele utilizou um feitiço das trevas...

- Por quê? – Rony olhou incrédulo para Harry, vendo Hermione sem graça – Eu já expliquei mil vezes Hermione! Harry é a esperança de milhares de bruxos, depois dessa história toda de... – Rony lembrou que só ele e Hermione sabiam sobre as Horcruxes - ...Ser o eleito... Imagina, o eleito atacando o próprio amigo com um feitiço das trevas! Seria decepcionante.

- Então... – Harry continuou - mesmo depois do que ele te fez, você pensou nele... Não foi?

- Sei lá, Hermione! Eu só sei que o Harry ainda me paga! Eu nunca mais quero olhar na cara dele de novo... E tem mais, se ele me provocar mais uma vez, eu juro que EU vou ser o expulso de Hogwarts, como ele deveria ter sido se eu o denunciasse!

- Rony...- Gina olhava para o irmão carinhosamente, secando as lágrimas – Draco me falou uma coisa tão bonita hoje, ele disse que é o perdão e a compaixão que nos difere de nossos inimigos e nos faz sermos melhores que eles. Pense nisso, você é melhor que o Harry, não precisa se vingar – Gina sorriu e abraçou o irmão.

Harry começou a chorar ao ouvir Gina. Então, Sirius contara a frase que sua mãe falava para Draco também.

- Onde Draco ouviu essa frase, Gina? Sra. Weasley enxugava as lágrimas – É realmente muito inspiradora.

- Sirius disse a ele hoje pela manhã, Draco está refletindo nesta frase, ela meio que mudou a percepção de vida dele. Sirius o contou que quem dizia isso era a mãe do Harry. Talvez se os pais de Harry estivessem vivos, sentiriam vergonha do filho deles, em que ele se tornou: um egoísta, um agressor de amigos... Eu achava que Harry fosse melhor que isso, ele era, não sei o que deu nele! Mas ele me decepcionou e nesse passo, ele vai perder todos os amigos que tem.

Harry engoliu seco. Começou a chorar mais intensamente, se levantou e saiu correndo pelas escadas da Toca. Chegando ao quarto de Gina, viu a cama em que Hermione dormia e sobre ela o livro do qual ela o falara. Chorando muito e sem saber o que faria, ele pegou o livro e abriu na primeira página e leu a dedicatória escrita por Hermione:

“Miguel de Cervantes, um famoso escritor trouxa, escreveu: ‘Quem perde seus bens, perde muito; Quem perde um amigo, perde mais ainda, mas quem perde a coragem, perde tudo.’ Eu, porém, te digo mais, Harry, digo que um herói sozinho pode continuar sendo um herói, mas um herói com amigos, esse já é um vencedor. Pense nisso e preserve seus amigos de verdade. Sinceramente, Hermione Jane Granger”.

Abraçando o livro, Harry deitou-se na cama, chorando copiosamente. Por que ele fez aquilo? Ele não entendia o fundamento de tanto ódio. Nem percebeu quando Rony apareceu na porta do quarto. Ele entrou, sentou-se na cama e começou a acariciar os cabelos que ele julgava serem o de Hermione.

- Mione, não fica assim. Me conta o que você conversou com ele?

- Rony, Harry está perdido! – Harry levantou com a expressão desesperada e falava de si mesmo – Você tem que perdoá-lo! Ele não sabe porque ele fez isso, mas sabe que sem amigos nunca vai ser ninguém!

- Ele não me pediu desculpas, Mione! Eu não vou atrás dele, sem chances! Se ele se acha bom o suficiente para dispensar os amigos, eu também sou!
- Mas... E se ele te pedisse desculpas? Você o perdoaria? Lembre-se do que Gina acabou de dizer!
- Eu penso no caso dele... Mas por favor, não chora por causa dele! Odeio ver você triste...

Rony olhava para Harry com um olhar tão carinhoso, acariciando o rosto não dele, mas de Hermione. Harry se sentiu constrangido e levantou-se apressado com o livro na mão.

- Eu vou ao Largo Grimmauld de novo, fiquei de levar esse livro, há algo aqui que Harry tem que ler... Estou certa que ele vai pensar na besteira que fez e vai te pedir desculpas.

Harry saiu rapidamente do quarto antes que Rony tentasse o beijar achando que estava beijando Hermione. Sempre soube da quedinha do amigo por ela, mas nunca entendeu porque nunca se declarou. Rony também detestava assumir isso. Chegou na sala, se dirigindo diretamente para a lareira de flu, mas foi parado por Gina.

- Mione... – Gina sorria bobamente – Eu tenho que te contar uma coisa!

- Agora? Mas eu estou indo ao Largo Grimmauld, vou levar esse livro... – Harry sentiu uma pontada no coração: Gina queria contar sobre Draco! Como ainda tinha tempo, logo mudou de idéia – Ah... Não tem tanta pressa assim, ele que espere, não é? Pode contar!
- Vem comigo – e abaixando o tom de voz, completou – minha mãe não pode sonhar com o que aconteceu!

Harry gelou e Gina puxou sua mão levando-o para o jardim. Pararam em um local bem distante da casa. Gina se jogou no chão, sentando com as pernas cruzadas. Harry sentou-se desajeitado, não estava acostumado a usar saias. Gina estava com um sorriso bobo no rosto e Harry temeu o que ouviria da garota.

- Ai, Mione! – Gina suspirou – Lembra que eu te disse uma vez que eu detestava garoto sem atitude? Tipo o Harry, que eu tive que dar o 1º passo... E o Rony que nunca se declara pra você?

- Claro que eu lembro – Harry arregalou os olhos. Então, ele era um “sem atitude?”

- Pois bem... Draco é completamente diferente! – Gina sorria.

- O que ele fez? – Harry estava tentando esconder seu desespero.

- Bom... Nada exatamente concreto exatamente, mas... – Gina pegou a mão de Harry e suspirou demoradamente – Amiga, hoje ele me deu o maior amasso da minha vida! Nunca nenhum garoto me pegou de jeito como ele fez! Nossa, como são diferentes, o demente do Harry nunca passava da “mão na cintura”...

- Gina! – Harry estava nitidamente desajeitado – Que horror!
- Horror? Ah, Mione, para de se fazer de santinha! Pra cima de mim? Esqueceu que eu sei dos seus amassos também?
- Como? – Harry ficou boquiaberto, nunca vira a amiga sequer namorar.

- Vitor Krum, te diz alguma coisa? – Gina falou cantarolando – “Ah, que mãos, que beijo, Gina!... Vitor é realmente encantador... é um lance físico, sabe?” – Disse imitando o jeito de Hermione falar.

Harry deu um risinho e pensou como Rony adoraria saber disso. Então, Hermione tinha segredinhos... Também, isso é assunto de meninas, ela nunca conversaria sobre isso com Harry ou Rony.

- E tem mais, Hermione, eu te dei o mesmo conselho que você me deu quando eu achava que Harry nunca iria me olhar: parta para outra! Se Roniquito é um tapado e não te enxerga, você tem mais é que explorar novas bocas! Você é linda, amiga, e não faltam pretendentes para você, só que amor é um problema mesmo...

- Verdade, Gina... – Harry não queria continuar naquele assunto, estava se tornando cada vez mais sórdido – Olha, eu quero logo levar esse livro para Harry, podemos continuar a conversa depois?

- Está bem... É por que eu estava louca para desabafar com alguém! – Gina se levantou rapidamente e saiu saltitante para o interior da casa. Harry a seguiu até a sala.

Particularmente, ele odiava usar a rede de flu. Como ainda não podia aparatar, respirou fundo e encarou corajosamente a lareira, jogando aquele pó horrível. Ao perceber, estava novamente no Largo Grimmauld.

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