O Duelo Final



Meu Deuuuuuuus, depois de tantas ameaças de morte que recebi. Depois de ser chamada de má e súdita de Voldemort, eu deveria deixar todos sem capítulo u.u Maaaas, para provar que sou uma autora boazinha, terminei logo e vim aqui postar!
Aproveitem!!!




Cap. 29



O Duelo Final




O som estava bem alto e os jovens se divertindo como nunca... Astoria havia feito um ótimo trabalho ao organizar a festa! Em um canto separado, Rose observava Scorpius conversar, bastante animado, com uma linda menina morena com olhos acinzentados. Tentava desviar o olhar, mas quando dava por si, já estava observando aquela cena.

Astoria, que caminhava pela festa recepcionando os convidados, ao ver o olhar da ruiva sobre seu filho e a misteriosa menina, sorriu e caminhou até sua nora.

- É a prima dele, não se preocupe! – a loira disse de forma carinhosa.

- Ahn?! Desculpe Sra. Malfoy, mas não entendi! – Rose respondeu confusa.

- A menina, que conversa com meu pequeno... É a Anne, filha da minha irmã! Aqueles outros dois, Pierre e Richard, são irmãos dela! – ela explicou, como se estivesse conversando com uma criança.

- Ahhhh – a ruiva sorriu aliviada, porém sem jeito. Devia estar escrito em sua testa que estava com ciúmes, pois até sua sogra notou. – É uma menina muito bonita!

- Sim, mas não chamaria a atenção do meu filho, mesmo que não fosse sua prima... Ele só tem olhos para você! – Astoria disse simpática, e sorriu ao ver a menina corar – Por que não vai lá falar com ele?

- É que... Bom... Ah, ninguém aqui sabe sobre mim e o Scorpius... Todos acham que nos odiamos!

- Minha querida, até inimigos podem ter seus dias em paz! Vá até lá, dê os parabéns, finja-se de entediada, e fique perto dele a noite toda! Tenho certeza que ele vai gostar, e o melhor, Draco nem vai notar, está tão ocupado conversando com seu tio e com os outros professores... Vá, ande logo! Chame seu primo Alvo para ir com você! – a loira incentivava.

- Está certo, eu vou então! – Rose concordou, mas antes de sair, sorriu sincera para Astoria – Obrigada Sra. Malfoy!

- Astoria querida, me chame de Astoria! E de nada! – a loira retribuiu o sorriso, e voltou a dar atenção para o restante dos convidados.

Rose caminhava, lentamente, até o encontro de Scorpius, seus primos e amigos. Pensava em mil e uma coisas para dizer quando estivesse próxima, porém sua mente não colaborava. Como ela ia se meter no meio dos sonserinos, sem que eles percebessem que sua intenção era ficar ao lado do namorado?... – “Ah, quer saber? Que pensem o que quiserem!” – ela pensou, e respirando bem fundo, foi até o local em que estava o aniversariante.

Scorpius, que prestava bastante atenção em tudo que a prima Anne falava, teve seu olhar perdido ao ver a namorada se aproximar. Foi despertado apenas por Vincent, que a distração do amigo, pigarreou alto, para que os outros não percebessem para onde o loiro olhava.

- Olá Sophie! – disse Rose sorrindo.

- Que falta de educação Weasley! Será que de todos, você só enxergou a Sophie? – Scorpius alfinetou.

- Não, eu já ia dizer “boa noite” a todos, mas como sempre, você interrompeu! – a ruiva disse em falso desdém – Mas tudo bem, você tem esse dom mesmo!

- Que dom? O de ser super educado, além de lindo e popular?

- Não! O dom de ser altamente irritante, além de estúpido e convencido!

- Tá legal, foi linda a demonstração de carinho e afeto dos dois, mas será que agora podemos voltar a uma festa em que todos sorriem, conversam, pulam, e fazem coisas bem normais? – Vincent se intrometeu – É aniversário do meu amigão aqui, e seria legal se uma vez na vida vocês provassem que não tem a intenção de se matarem! – ele sorriu divertido.

- E vocês poderiam começar a provar isso ficando juntos no mesmo espaço! – Sophie incentivou, entendendo a intenção do namorado.

- É isso aí minha bela loira! Desafio vocês dois a ficarem juntos até o final da festa... – Vincent disse encarando os dois.

- Eu consigo viver em harmonia com esse projeto de barbie! – Rose disse, segurando a vontade de rir.

- Eu também consigo passar uma noite com essa ruiva irritante! – disse Scorpius.

Os primos e companheiros de Casa de Scorpius observavam a cena achando tudo muito interessante. Para eles, seria bem divertido ver o loiro passar uma noite inteira ao lado da ruiva que ele tanto odiava... Mal sabiam eles que isso não era nenhum sacrifício!

- Mas tem um, porém...

- E qual seria Vincent? – o loiro indagou, mas foi Sophie quem respondeu.

- Não podem brigar! Nem uma vez se quer... Precisam passar essa noite inteira juntos, e sem discutir!

-Vocês não querem pedir também que eu vá até o Filch e tente fazê-lo sorrir? Sabe, eu acho que isso seria bem mais fácil... – Rose fingiu-se de indignada.

- Tsc, Tsc, Tsc... Não consegue passar algumas horinhas sem brigar comigo Weasley?

- É claro que consigo Malfoy!

- Ótimo aposta feita então! A partir de agora, esses dois serão ótimos amigos! Quero um sorriso nesses rostinhos nada angelicais! Vamos Scorpius e Weasley, sorriam sempre, mesmo que seja um sorriso falso, pois vai que alguém cisma de tirar uma foto, vocês não vão querer ver suas imagens imortalizadas com essa cara azeda de quem chupou limão né? – Vincent dizia, tirando risadas de todos.

Depois da “aposta” fingida, todos voltaram a uma conversa agradável. Até Alvo se juntou aos demais, para dar apoio à prima, em meio a solo inimigo. Todos dançavam as músicas bastante animados, até que começou a tocar uma lenta... As pessoas do salão se dividiram em pares e foram dançar ao ritmo daquela música romântica. Vincent e Sophie se entreolharam, e parecendo ler um o pensamento do outro, disseram:

- Vocês terão que dançar juntos!

- Weasley e... EU? – Scorpius disse numa raiva fingida. Como adorava seus melhores amigos – Se o Potter não se importar, por mim tudo bem!

- Não me importo, desde que você não se engrace pro lado da minha ruivinha! – Alvo dizia encarando o loiro – Meu moranguinho, qualquer coisa você grita que venho correndo! Preciso ir até onde a Lily está... Tem uns garotos olhando demais para ela, e seu irmão a deixou sozinha! Não quero ninguém se engraçando pra minha irmã não! – dizendo isso, o moreno Potter saiu.

- Então vamos dançar Weasley? – Scorpius disse, ignorando as risadinhas debochadas dos amigos, que haviam ficado próximos só pra ver a cena.

- Se não tem remédio! – Rose fingiu-se de entediada e segurou a mão do loiro, que a puxou para o meio do salão, passou uma mão por sua cintura e começou a dançar com ela.

Os outros casais, ao verem os “inimigos” irem dançar, fizeram o mesmo, e logo o salão estava mergulhando em uma dança romântica, arrancando suspiros apaixonados de todos.


There's a song that's inside of my soul
(Há uma música dentro da minha alma)
It's the one that I've tried to write over and over again
(É a que eu tentei escrever de novo e de novo)
I'll wake in the infinite cold
(Estou acordada no frio infinito)
But you sing to me over and over and over again
(Mas você canta para mim e novamente e novamente)




- Ótima idéia essa do Vincent e da Sophie, de termos que ficar em paz essa noite... Já estava achando que seria obrigado a armar uma confusão aqui, só pra te ter por perto! – Scorpius dizia, enquanto dançava com sua ruiva.

- Também dei graças a Merlin pela idéia dos dois... Não ia agüentar passar essa noite longe... Justamente hoje que é seu aniversário! – Rose sorria.

- Você está linda! – o loiro sussurrou próximo ao ouvido da namorada, e a sentiu estremecer.

- Obrigada! – ela respondeu sincera – Isso me lembra da nossa primeira dança... No baile do dia das bruxas!

- Eu me lembro daquele dia... Merlin, como me segurei para não te beijar na frente de todo o salão... – ele sorriu ao lembrar-se daquele dia. Em seguida, rodopiou Rose pelo salão e a puxou novamente para seus braços, dançando bem junto a ela.



So I lay my head back down
(Então eu abaixo minha cabeça)
And I lift my hands and pray
(E junto minhas mãos e rezo)
To be only yours I pray
(Para ser somente sua, eu rezo)




- Acho que a vontade de te beijar aquele dia só não é maior do que a de agora! – Scorpius disse próximo aos lábios da menina.

- Digo o mesmo, mas não podemos... Não aqui! – Rose disse, tentando manter um pouco da consciência que lhe restava. Ele estava tão perto, que era um pecado não beijá-lo.



To be only yours I know now
(Para ser somente sua eu sei agora)
You're my only hope
(Você é minha única esperança)




- Eu sei... E isso só aumenta meu desejo! – ele sussurrou no ouvido dela e a olhou com um sorriso maroto.

- Não me provoque Malfoy, não aqui na sua festa!

- Eu não estou fazendo nada! – Scorpius colou sua testa na da ruiva e continuou mantendo aquele sorriso.

- Vejamos, está a milímetros da minha boca, sorrindo de uma forma irresistível e sussurrando em meu ouvido... – Rose fez cara de pensativa por uns instantes e concluiu – É, realmente você não tá me provocando! – os dois riram e voltaram a dançar em silêncio.



Sing to me the song of the stars
(Cante para mim a canção das estrelas)
Of your galaxy dancing and laughing and laughing again
(Da sua galáxia dançando e rindo e rindo de novo)
When it feels like my dreams are so far
(Quando sentir que meus sonhos estão longe)
Sing to me all the plans that you have for me over again
(Cante para mim os planos que você tem para mim novamente)




- Eles formam um casal tão lindo né?! – Sophie dizia a Vincent, enquanto dançavam.

- Sim, mas não tão lindo quanto nós! – ele disse convencido.

- Se eu não te conhecesse desde criança, me incomodaria com o fato de você ser tão convencido sabia?! – ela disse em tom divertido.

- Ahhhhhhhhhh, vai dizer que não gosta desse meu jeito convencido e irresistível? – ele entrou na brincadeira.

- Não, muito pelo contrário! Esse seu jeito que me conquistou! – Sophie sorriu e encostou a cabeça no peito do namorado.

- E sabe o que em você me conquistou? – ele perguntou e ao ouvir a namorada dizer um “não!”, completou – Tudo!

- Como assim? – Sophie ergueu a cabeça e o encarou.

- Tudo mesmo! Tudo em você me conquistou... Suas manias, como por exemplo, de colocar os cabelos por trás da orelha quando tá nervosa... – Vincent dizia, encarando a loira – Seu jeito de sorrir também é único e lindo... Principalmente quando sorri sem jeito, suas bochechas ficam coradas e você desvia o olhar... Seu jeito de andar também me conquistou, assim como o jeito de falar... Até a mania que você tem de sempre arrumar as torradas com geléia no seu prato na hora do café da manhã é perfeita... E não importa quantas vezes eu coloque a mão pra bagunçar, você sempre vai lá e arruma, porque não consegue tomar café enquanto não as vê arrumadinhas. – ele terminou e secou uma lágrima que escorria solitária pelo rosto de Sophie, que obviamente fazia um esforço tremendo para não chorar ali.

- Eu amo você! – ela disse com a voz embargada e antes que Vincent pudesse responder, ela o beijou com todo amor que sentia.



I give you my destiny
(Eu te dou meu destino)
Im giving you all of me
(Estou me dando por inteira)
I want your symphony
(Eu quero sua sinfonia)
Singing in all that I am
(Cantanto tudo o que sou)
At the top of my lungs
(No máximo dos meus pulmões)
I'm giving him all I have
(Eu estou dando tudo que tenho)





- Que romântico! – Rose disse, fazendo menção ao casal de amigos que se beijava a poucos metros dela e de Scorpius.

- Sim... Demais, e vê-los assim só aumenta a vontade que tenho de te beijar! Que mundo injusto, porque eles podem curtir a festa juntos e nós não? – ele disse um pouco revoltado.

- Porque nossos pais se detestam e assumir que estamos juntos causaria um caos! – a ruiva respondeu como se aquilo fosse o óbvio.

- Tem razão! Mas até pra namorar a gente causa briga hein! – o loiro disse e os dois riram.

Depois que a música lenta foi trocada por uma agitada, os casais se separaram e voltaram a dançar animados. Antes de Scorpius se separar da namorada, disse rápido:

- Depois que cantarem os parabéns, todos estarão muito ocupados com o bolo para perceberem a ausência do aniversariante! Me espere então em frente ao lago negro, no mesmo lugar de sempre ok?! – ao ver ela consentir com a cabeça sorriu e foi na direção em que os primos estavam.




***





Como Scorpius previa, depois dos “parabéns” todos os convidados se distraíram, e ele pôde ir ao encontro de sua ruiva, é claro, sempre contando com o apoio dos amigos, que o encobririam se algo desse errado.

Rose saiu da festa às pressas e foi até o lago negro, onde Scorpius já a esperava. Sorriu ao vê-lo parado com as mãos dentro do bolso, observando o reflexo da lua no lago. Ele ficava tão lindo...

- Demorei muito? – ela se aproximou do loiro e o beijou no rosto.

- Não muito! Tá mesmo difícil de sair daquela festa, tem gente lá que eu nunca vi! – ele disse e os dois riram.

- A noite está linda, apesar do vento... A lua está perfeita! – Rose disse olhando para o céu.

- Sim, é por isso que quero que ela seja minha testemunha! – ele disse parecendo um pouco sério.

- Do que? – ela perguntou curiosa

- De tudo que sinto por você e das palavras que vou dizer... – Scorpius se aproximou mais da ruiva e acariciando seu rosto, continuou falando – Quero que a lua testemunhe essa declaração, quero que ela saiba o tamanho do meu amor por você! Pelo seu jeito, seu sorriso, sua voz, por cada pedaço seu... Eu te amo por completo Rose Weasley, como jamais pensei que pudesse amar alguém um dia... Nunca achei que fosse capaz de sentir o que sinto por você hoje! E a cada segundo esse sentimento aumenta – houve uma pausa que os dois apenas se encararam, até que ele prosseguiu – Eu quero você ao meu lado para sempre, e digo isso com toda a certeza do mundo, você é a pessoa certa pra mim!

Rose não consegui conter a emoção ao ouvir as palavras do loiro e começou a chorar... Chorava de felicidade, de emoção, de tanto amor que sentia... Chorava simplesmente por chorar e por ter o garoto mais perfeito do mundo a seu lado...

- Eu te amo tanto! – ela disse num fio de voz.

- Eu também te amo... – ele disse enxugando as lágrimas da namorada – Quero que me prometa uma coisa!

- O que?

- Que vai ser minha pra sempre! Quero que me prometa, que não importa o que aconteça daqui por diante estaremos sempre juntos!... Então, me promete? – ele encarou os olhos azuis da ruiva esperando resposta.

- É claro que sim! – ela sorriu e abraçou o namorado – Eu prometo! – ela se afastou novamente e acariciou o rosto do loiro.

- Ótimo! – Scorpius sorriu – Agora preciso cobrar meu presente de aniversário.

- Pro seu governo, seu presente está junto com todos os outros! Sua mãe colocou lá! – Rose fingiu-se de desentendida.

- Ahhhh, mas não é desse presente que estou falando! – ele sorriu malicioso, puxou a menina pela cintura e sussurrou próximo aos lábios dela – É desse aqui! – aproximou os lábios dos dela e a beijou com paixão... Quem visse aquela cena diria que era digna de uma cena de filme! Um beijo lindo, em um lugar apropriado, e com a lua testemunhando o amor dos dois... Tudo estava perfeito...




***




1 mês depois



Após meses de preparação, treinamentos, eliminatórias e segredos, o Duelo Final havia chegado! A sala em que ocorreria o duelo já estava preparada. Foi ampliada magicamente para que coubessem ali as pequenas arquibancadas para abrigar, não só os alunos, mas também os pais que haviam ido especialmente para acompanhar.

Todos estavam completamente ansiosos. Ninguém, exceto Harry e Minerva, sabia quais as casas que se enfrentariam nessa final. Tudo havia sido preparado de forma sigilosa. Os competidores das casas haviam assinado contratos mágicos, que os proibiam de dar informações sobre quem estava ou não, se saindo bem durante a competição. E era isso que fazia a tensão aumentar ainda mais! Os integrantes das casas não tinham nenhum acesso à informação de como seus representantes estavam se portando. Mas, graças a Merlin, naquela noite todos descobririam...

Em salas separadas, os competidores oficiais da disputa estavam bem nervosos. Andavam de um lado para o outro tentando manter o controle, mas era praticamente impossível, a começar pelos gritos que vinham do salão do duelo...

De repente, para felicidade do público e desespero dos campeões, Harry e Rony surgiram no meio do salão. O duelo estava prestes a começar...

- Senhores Pais e alunos, boa noite! – Rony começou seu pequeno discurso, e o silêncio na sala reinou – Gostaria de agradecer a presença de todos aqui hoje! E também me desculpar oficialmente, com as Casas Corvinal e Lufa-Lufa, por ter abandonado a competição pela metade. Tentei fazer o impossível para continuar, mas infelizmente, não consegui.... Mas, tenho certeza, que meu cunhado Harry fez um ótimo trabalho, e independente de quem sejam os desafiantes dessa noite, todos estarão bem treinados.

- Obrigado Rony! – Harry tomou a palavra – Essa noite, o que vocês verão aqui é uma demonstração de equilíbrio emocional e prática. Duelar não é somente conhecer feitiços e sim, em um pequeno espaço de tempo, tentar conhecer o seu adversário e atacar sem medo, mas sempre pronto para se proteger... E foi por esse motivo que fizemos as eliminatórias separadas! Queríamos testar a capacidade dos alunos de produzir feitiços, em um curto intervalo de tempo e induzi-los a pensar de forma rápida e prática... E é claro, preciso dizer que o resultado foi ótimo! Muitos alunos nos surpreenderam com suas habilidades em azarações e a rapidez com que se defendiam...

- Por isso, podemos afirmar que ninguém é perdedor aqui! Todos se superaram de forma espetacular, e demonstraram que são capazes de superar seus limites. – Rony tomou a palavra novamente – Embora, hoje à noite, uma casa saia campeã desse duelo, todos nós sabemos que todos, são vencedores por ter entrado nessa disputa!

- Agora, já chega de enrolação, pois meu cunhado e eu sabemos que vocês querem saber quem são os desafiantes! – ao ouvir as palavras de Harry, todo salão eclodiu em gritos – Então, que entrem os desafiantes – o moreno ordenou.

Os desafiantes, ao ouvirem o chamado do professor, caminharam lentamente para fora de suas salas e surgiram no salão, cada um em uma extremidade. Todos do local pareciam prender a respiração ao mesmo tempo.

- Aproximem-se – Rony falou em tom amigável, e os participantes começaram a caminhar em direção ao centro da sala.

O clima estava pesado e a decoração do local contribuía para isso. Vários castiçais estavam dispostos em volta do salão, e, propositalmente, algumas velas foram apagadas, para dar mais charme à apresentação, de modo que quando o duelo começasse, apenas a luzes dos feitiços fossem vistas.

Do lado direito do salão, estava um desafiante alto e muito nervoso, a julgar pela respiração acelerada. Vestia uma longa capa negra com um capuz cobrindo seu rosto, dando um ar ainda mais misterioso. Nas mãos, usava luvas negras. As barras das mangas eram verde escuras e atrás da capa, havia uma estampa de uma enorme cobra prateada... O participante era um sonserino!

Do lado esquerdo, o desafiante que se encaminhava para o centro do salão, vestia o mesmo traje que seu adversário, porém, as barras das mangas eram vermelhas, e no lugar da cobra estampada, havia um belo leão dourado... Sim, a final era Sonserina x Grifinória.

Os desafiantes pararam frente a frente, esperando a ordem para tirar os capuzes e se revelar ao seu oponente. Os participantes estavam muito nervosos. Ambos, nas mãos que empunhavam a varinha, a seguravam com muita força, como se ela fosse fugir entre seus dedos.

Harry, respirando fundo e temendo a reação de todos no local ao descobrir quem eram os participantes, aproximou-se deles com cautela e ordenou:

- Retirem os capuzes! – se antes todos pareciam não respirar, agora estavam petrificados. Os olhares recaíram de forma nada discreta sobre os participantes, que lentamente foram retirando seus capuzes.

Logo, os que estavam presentes puderam contemplar uma cascata de cabelos ruivos, presos em um rabo de cavalo firme, que era da campeã da Grifinória. E ao olhar para o lado, contemplaram um belíssimo jovem com cabelos loiros claros...

- Você?! – Rose e Scorpius disseram juntos ao se encararem pela primeira vez aquela noite.

- Como era de se esperar, o duelo será entre as casas mais rivais de toda Hogwarts... E é claro que meu filho tinha que representar a Sonserina! – Draco se gabava para os outros pais que estavam próximos, dentre eles Hermione e Gina.

- Merlin, isso não vai prestar! – Hermione cochichou para cunhada.

- Não mesmo, agora precisamos rezar para que tudo acabe logo! – a ruiva disse aflita.

Harry, ao observar as expressões dos competidores, aproximou-se lentamente e como num sussurro disse:

- Eu sei que isso é difícil para vocês, mas, por favor, quando Rony der o sinal ergam as varinhas e ao menos se desarmem!

- Tio, eu não posso duelar com ele! – Rose disse em tom de súplica.

- Eu sei querida, mas vocês não podem abandonar a competição agora! Ambos têm um contrato mágico a ser cumprido e esse duelo só terá fim quando um derrotar o outro... – Harry explicou sem conter a preocupação na voz.

As velas começaram a se apagar e o salão caiu na mais profunda penumbra.

- Bom, agora que os campeões já se apresentaram, quero desejar boa sorte aos dois! – Rony disse, sem conseguir conter a felicidade de saber que sua pequena filha havia conseguido chegar até o final – Que comece o Duelo Final!

Os olhares novamente recaíram sobre Rose e Scorpius, que pela primeira vez não sabiam o que fazer. Um não queria machucar o outro, mas era óbvio que se não duelassem todos ali se revoltariam e ainda havia o contrato mágico, que os impedia de abandonarem o duelo.

Então, o sonserino, tomado por uma coragem súbita, aproximou-se da Grifinória e fez a reverência inicial. A ruiva não teve outra saída, e foi obrigada a fazer o mesmo... Quando ainda estava na posição reverencial, ouviu Scorpius dizer claramente: “Me ataque!”. Ela ergueu a cabeça e o encarou confusa. Em troca, apenas recebeu um breve aceno de cabeça, indicando que quando estivessem posicionados, deveria atacá-lo.

Os dois se afastaram, indo em direções opostas, até chegarem a marca indicada no chão. Viraram-se para se encarar novamente, e ao verem o sinal positivo de Rony, ficaram em posição de ataque.

- Merlin, eu não vou agüentar ver isso! – Astoria dizia aflita – Eu sei que ele precisa aprender, e que é bobeira, mas não consigo ver meu pequeno ser atacado.

- Meu bem, seja sensata, seu pequeno não é mais um pequeno! Já tem 15 anos e sabe se defender... Isso sem contar, que quem vai atacar aqui é ele... Coitada da menina Weasley... – Draco consolava a esposa – VAMOS LÁ FILHO, ATAQUE! – o patriarca dos Malfoy gritava em incentivo, fazendo toda sonserina o apoiar.

- Quem essa criatura albina pensa que é? – Rony perguntava mais para si do que para a esposa que estava ao seu lado – VAMOS LÁ FILHA, DERROTE ESSE PROJETO DE BARBIE! – gritou, recebendo o apoio de mais da metade do salão.

Rose e Scorpius ainda se encaravam, mas não tinham coragem de proferir um feitiço se quer. Todos que observavam, achavam que estavam nervosos pelos gritos e vaias, mas na verdade, eles nem prestavam atenção nisso. A única coisa que passava nas mentes dos dois, era o fato de que tinham que se enfrentar, e não poderiam mais adiar isso.

A Grifinória deu uma última olhada em volta, e viu com muito desespero, seu pai fazer sinais de apoio para que ela atacasse. Olhou novamente para o Sonserino e, apesar da escuridão, conseguiu ver seus lábios formarem a frase: “Me ataque agora!”. Respirando fundo e segurando ainda mais forte a varinha, Rose se posicionou novamente, e gritou:

- “ESTUPEFAÇA!” – Pronto ela havia atacado. Scorpius, que em momento nenhum pensou em se proteger do feitiço, foi lançado a metros de distância e com um baque surdo caiu no chão. Nesse momento, todos se calaram.

Ao ver que o garoto não reagia, e lembrando-se que as regras do duelo eram bem claras, Harry caminhou até o centro do salão e disse:

- De acordo com as regras que declaram vencedor, aquele que conseguir atingir o adversário com um feitiço, eu declaro ROSE GRANGER WEASLEY, campeã do Duelo entre as casas. E com muito orgulho dou CENTO E CINQUENTA PONTOS a Grifinória!

Rose, ao ouvir as palavras do tio, saiu correndo de seu lugar. Rony, que ao ver a filha correr, abriu os braços para abraçá-la, surpreendeu-se ao ver que a ruiva correu em direção a Scorpius. É claro que ele não perdeu a pose, e disse a todos que a atitude dela era de uma campeã correta, que se preocupa com seu adversário.

Hermione, Gina, Harry, Astoria, Alvo, Vincent e Sophie, ao ver a ruiva se aproximar do sonserino, sentiram a mesma sensação de terror invadir seus peitos.

- Merlin, que horror! – Rose se ajoelhou ao lado de Scorpius – Como você está? Me desculpe, eu não queria! Ahhhhh, maldito duelo! – ela dizia, acariciando o rosto do menino.

- Eu tô legal, não se preocupe! – Scorpius disse com dificuldade, se sentando.

Rony e Draco, unidos por uma curiosidade enorme, se encararam procurando respostas para o que estavam vendo.

- Você tá machucado? Eu deveria ter usado outra azaração... Que burra!

- De burra você não tem nada, e se usasse outra azaração, esse duelo não terminaria tão cedo! – o loiro acariciou o rosto da amada e sorriu. – Eu tô bem, é sério! Você é uma ótima duelista!

- Obrigada! – ela respondeu sincera. Então, tomados por um impulso, os rostos se aproximaram e os lábios se encontraram. Rose e Scorpius pareciam ter esquecido que estavam cercados por mais de 100 pessoas, e que todos prestavam atenção naquele beijo, que logo foi interrompido por duas vozes, que gritaram juntas a mesma palavra:

- NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! – Rony e Draco correram em direção aos filhos, na intenção de separá-los. O caos estava formado.

Hermione, Gina, Harry e Astoria correram atrás dos dois, que pareciam ter perdido a noção.

- O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO COM MINHA FILHA SEU PROJETO DE SERPENTE? – Rony gritava contra Scorpius, que estava visivelmente assustado.

- MEU FILHO NÃO FEZ NADA QUE SUA FILHA NÃO QUISESSE, NÃO OUSE GRITAR COM ELE WEASLEY, SE NÃO TERÁ GRANDES PROBLEMAS! – Draco defendia o filho.

- Calma Rony, para tudo se tem uma explicação! – Harry tentava, inutilmente, acalmar o cunhado.

- E que explicação seria essa? HEIN? Venho assistir ao duelo, e de repente vejo minha filha beijando esse... Esse... Nem tenho uma definição isso! – O ruivo estava visivelmente alterado.

Rose que estava próxima a mãe e a tia, chorava silenciosamente, acompanhando a discussão entre seu pai e seu sogro.

Minerva, diretora de Hogwarts, ao ver toda confusão formada, ordenou que os outros pais e alunos se retirassem do local, para dar privacidade a eles.

- EU EXIJO UMA EXPLICAÇÃO PARA ISSO! – Era a vez de Draco se pronunciar, em meio aquela gritaria.

- Acho que nosso filho e a bela mocinha Weasley podem nos explicar tudo meu bem! – Astoria tentava acalmar o marido.

- ENTÃO EXPLIQUEM! – Draco e Rony disseram em uníssono.

- Pai... Eu... – Rose tentou falar, mas não conseguia. Estava muito nervosa para conseguir explicar alguma coisa.

- Não é óbvio pra vocês dois? Por Merlin, nossos filhos são namorados! – Hermione falou alterada.

- E você diz isso como se fosse à coisa mais simples do mundo? – indagou Rony irritado.

- Queria que ela dissesse como maninho? Aos prantos? – Gina se intrometeu na conversa – Por Merlin, eu sabia que quando vocês descobrissem ia dar nisso!

- Como assim quando o Weasley e eu descobríssemos? – Draco perguntou revoltado – Quer dizer que todos vocês já sabiam disso?

- Sim, sabíamos! – Harry entrou na discussão – Todos nós! Eu descobri por acaso, daí contei a Gina... Hermione e Alvo souberam pela própria Rose... E a Sra. Malfoy descobriu... Bom, como foi que você descobriu Sra. Malfoy?

- Meu pequeno me contou... E como eu tinha a certeza que Draco precisava estar bem preparado para receber a notícia, resolvi manter segredo! – a bela loira respondeu de forma simples.

- Quer dizer que todos, TODOS VOCÊS SABIAM DISSO E NINGUÉM TEVE A CORAGEM PARA NOS CONTAR? – Rony gritava novamente – Malfoy e eu fomos vítimas desse complô!

- É o que parece Weasley! Todos resolveram nos esconder essa loucura! – Draco dizia em desdém – E você, Scorpius Hyperion Malfoy, como me explica essa situação absurda? – o olhar do loiro recaiu sobre o filho, com certa severidade.

- Eu amo a Rose, e para isso não há explicação! – Scorpius disse, como se estivesse desafiando qualquer um ali a provar o contrário.

- Ama? É claro que você não ama essa menina Scorpius! Por favor, tenha paciência! Como você pode amar alguém? Você só tem 15 anos! Essa garota deve ter enfeitiçado você! – Draco disse sem ao menos medir as palavras.

- EU NÃO ENFEITICEI NINGUÉM! – Rose se manifestou.

- Até onde me lembro Draco, você disse que nosso filho não era mais tão pequeno assim, e já tinha idade para saber o que queria! E creio que isso inclui escolher com quem se relaciona! – Astoria repreendeu o marido.

- Rose, eu sei que você tem uma explicação lógica para tudo isso não é? Todos aqui vimos tudo errado, nada disso aconteceu, foi apenas uma ilusão de nossas mentes... – Rony estava bastante alterado – Vamos Rose, diga logo!

- Eu... Papai, eu o amo! – a menina disse aos prantos.

- Você o ama? MERLIN, VOCÊ É SÓ UMA CRIANÇA ROSE!

- Não sou criança! Já sou bem crescidinha e sei exatamente o que eu quero! E o que eu quero é namorar o Scorpius em paz! – ela disse segura.

- Eu ouvi bem? Você disse que quer namorar meu filho? – Draco perguntou sarcástico – NEM QUE MERLIN DESÇA A TERRA E ME PEÇA ISSO, EU VOU PERMITIR ESSE ABSURDO!

- Por favor, sejam racionais! – Hermione se colocou no meio de todos – O que está em jogo aqui não é uma briga infantil, da época que estávamos na escola! Estamos falando da felicidade de nossos filhos!

- Hermione tem razão! – Harry também se intrometeu – Precisamos manter a calma, e pensar no que é melhor para eles!

- O MELHOR PARA ELES É MANTEREM-SE NO MÍNIMO A 10 METROS DE DISTÂNCIA! – Draco gritou.

- PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA, SOU OBRIGADO A CONCORDAR COM ESSA DONINHA ALBINA! – Rony gritava também – Rose, como você pôde fazer isso?

- Papai, eu...

- Você traiu minha confiança Rose! – Rony encarava a filha com um misto de tristeza e decepção – Você mentiu para mim, namorou escondido por todo esse tempo... Você me decepcionou!

Aquilo foi o suficiente para tirar Rose do eixo. A menina olhava em volta, todos gritando alterados. Olhava para seu pai com uma expressão de completa decepção... Sentia que não conseguiria se manter em pé por muito tempo, tudo estava ficando escuro, mas ela precisava fazer alguma coisa e bem rápido... Tudo já estava perdendo o foco, ela não conseguia mais enxergar nada... Só teve tempo para mentalizar algumas palavras em latim e em seguida cair.

- ROSEEEEEEE! – Alvo gritou ao ver a prima estirada no chão. E naquele momento, todos voltaram a atenção para aquela cena.

- Merlin, o que aconteceu? – Hermione saiu correndo em direção a filha.

- Ela... Ela desmaiou! – Gina concluiu.

- O que ainda estamos fazendo aqui? Vamos levá-la para ala hospitalar! – Rony disse, em seguida pegou a filha no colo e foi em passos rápidos até a enfermaria, sendo seguido por todos.



***




Todos estavam desesperados na enfermaria. Fazia algum tempo que Madame Pomfrey estava trancada com Rose lá dentro, tentando reanimá-la sem sucesso... Depois de uma hora, ela abriu a porta e pediu que todos entrassem.

- Então, o que ela tem? Quando minha menina vai acordar? – Rony perguntou nervoso.

- Sr. Weasley, o que sua filha tem não é um simples desmaio por estar em “estado de choque” – Madame Pomfrey disse séria.

- O QUE ELA TEM ENTÃO? – ele perguntou alterado.

- Tentei de tudo para trazê-la de volta! Poções, feitiços, mas o que sua filha tem está além dos meus poderes de enfermeira... Só uma vez, em toda minha carreira de medibruxa, que estive em uma situação igual a essa. Sua filha está perdida dentro do próprio corpo... Em algum lugar da própria mente, tentei usar legilimência contra ela, mas como não funcionou, só posso concluir que sua filha utilizou o...

- Feitiço da Separação... – Hermione concluiu.

- Conhece esse feitiço? – Madame Pomfrey perguntou curiosa.

- É magia antiga! Pronunciando as palavras certas a pessoa consegue separar a alma do corpo e navegar na própria mente...

- Então quer dizer que...

- Isso mesmo que sua esposa disse Weasley! Sua filha está presa dentro da própria mente, e precisa ser resgatada o quanto antes... – disse Draco com uma expressão que mesclava seriedade e preocupação.

- E como podemos fazer para trazê-la de volta? – Harry perguntou aflito.

- Alguém precisa conectar-se a mente da menina e ir buscá-la. Alguém que conheça e domine bem esse tipo de magia, precisa estabelecer uma ligação, levando sua própria alma para dentro dela, para procurá-la e trazê-la consigo. – Madame Pomfrey explicava com calma – E sem querer assustar vocês, é bom que isso seja feito rápido, ou a menina Weasley pode ficar presa lá para sempre!

Todos se encararam assustados por alguns instantes, até que Astoria quebrou o silêncio.

- Você sabe lidar com Magia Antiga Draco, pode muito bem retirá-la desse estado!

- A esposa do Weasley também sabe! – ele respondeu.

- Sim, mas ela está nervosa, não vai conseguir nesse estado e é capaz de ficar presa com a filha!

- Não sei Astoria, não acho que isso seja uma boa idéia! Eu...

- Pai – Scorpius chamou Draco com uma expressão decidida.

- Diga filho!

- Traga Rose de volta e prometo que faço o que o senhor quiser!

- Isso inclui se afastar dela? – ele perguntou sério, encarando o filho a espera de uma resposta.

- Como eu disse, faço o que o senhor quiser, mas traga ela de volta... Por favor!

Draco analisou o filho por alguns instantes e disse:
- Tudo bem, mas quero que me dê sua palavra de que vai se afastar dela!

Scorpius respirou fundo, aquela era a decisão mais difícil que tomaria em toda sua vida, mas não podia brincar com o destino da ruiva. Olhou para o pai bem sério e respondeu:

- Tem minha palavra!

- Ótimo então... Agora basta o Weasley dizer se aceita que eu invada a mente da filha dele ou não!

Rony observava tudo com muita cautela. Estaria ouvindo bem? O jovem Malfoy sacrificando sua vontade para que sua filha voltasse, e Draco se propondo a ajudar? Sentiu uma imensa vontade de negar a ajuda, mas não podia fazer isso, já que ele era o único capaz de trazer sua “anãzinha” de volta.

- Malfoy, pela minha filha, e somente por ela, eu sou capaz de engolir meu orgulho e implorar a você que faça o possível para salvá-la! – Rony disse decidido.

- Está certo então! Preciso que todos fiquem em silêncio!... E Scorpius, não vá se esquecer da sua promessa!

- Não vou pai!... Mas, gostaria de pedir uma coisa a vocês! – o menino pediu, e todos o encararam – Quando Rose voltar, não contem a ela que me afastei por causa do meu pai. Será mais fácil para ela aceitar isso, se não souber de nada e achar que eu estou com raiva dela.

Todos acenaram positivamente com a cabeça, e então Draco se aproximou do leito da menina.

- Agora silêncio! – ele advertiu, e pousando as mãos nas têmporas da menina, começou a murmurar feitiços em latim, a fim de estabelecer aquela conexão. Logo, todos observaram, que os olhos de Draco se tornaram nebulosos, como se nuvens cinzentas estivessem os invadindo... Draco havia entrado na mente da menina.



***



Rose caminhava um pouco perdida, afinal que lugar era aquele? Tudo lhe parecia tão familiar, mas não se lembrava de como havia ido parar ali! Avistou um banco em meio a um belo jardim, e sentou-se ali, a fim de descansar. Embora não soubesse como foi parar naquele lugar, sabia que estava cansada... Muito, muito cansada!

Não demorou muito para Draco encontrar a menina. Sentiu-se aliviado ao vê-la sentada naquele banco e se aproximou dela com cautela.

- Posso me sentar? – ele perguntou.

- Ah, claro... Sr. Malfoy? O que faz aqui? – a menina perguntou confusa.

- Vim buscar você!

- Me buscar? Me buscar porque?

- Não se lembra de como veio parar aqui? O duelo... Seu pai... Scorpius... – Draco ia com calma, precisava que a menina se lembrasse de tudo para que então conseguisse convencê-la a voltar.

- Ahhhhhhh... – todas as lembranças invadiram Rose novamente – Eles estão muito zangados!

- Decepcionados, essa é a palavra correta! Mas não é hora para discutir isso! – ele disse seco – Precisamos voltar!

- Não, eu não quero voltar!

- E por que não? Sua família está preocupada!

- Meu pai disse que está decepcionado comigo... E para encarar aquele olhar novamente, prefiro ficar presa aqui, onde estou livre de tudo! – ela disse triste.

- E sua mãe? Não pensa nela?

- Claro que penso! Mas ela tem ao Hugo, vai se acostumar! – Rose disse indiferente.

- Huuuumm... Entendo! – Draco sorriu internamente com a atitude da menina. Ela era mais forte do que ele pensava. Então decidiu apelar – E Scorpius? Ele não faz diferença pra você?

- É claro que faz! E é por ele que também não quero voltar! O senhor está chateado com ele por namorar comigo! Sei como ele ama o senhor, e não posso permitir que ele se afaste por minha culpa... Ele não merece isso! – ela disse chorosa.

- Quer dizer que você está disposta a se sacrificar somente para ver Scorpius bem comigo? – o loiro perguntou incrédulo.

- Exatamente!

- Huuuuum... Mas não precisa! Se você voltar comigo, dou minha palavra que não irei brigar com Scorpius, nem olhá-lo com decepção! – ele tentava convencê-la.

- O senhor está falando sério?

- Claro que sim! Um Malfoy nunca volta atrás com sua palavra! Volte comigo e tudo ficará bem...

Rose parou para refletir alguns instantes... Draco parecia ser sincero em suas palavras. Respirou fundo e finalmente concordou.

- Está certo então! Voltarei com o senhor.

- Ótimo! Segure minha mão então! – Draco estendeu a mão e ao ver Rose segurá-la firme, começou a pronunciar o contra feitiço. De repente, uma luz arroxeada começou a brilhar em volta deles, e juntos, foram sugados de volta para seus corpos.



***




Draco foi o primeiro a acordar daquele transe. Afastou-se de Rose e ficou observando, esperando o momento que ela fosse voltar...

Lentamente, a menina foi despertando, e ao perceber vários pares de olhos a observando, assustou-se.

- MINHA FILHA! MINHA PEQUENA FILHA! – Rony abraçou a filha com tanta força que quase a sufocou.

- Acalme-se Ronald, assim vai machucar nossa menina! – Hermione afastou o marido e foi olhar a filha – Como você está meu bem?

- Bem... Eu acho! – a menina respondeu. Seus olhos percorriam toda enfermaria atrás de Scorpius.

O menino, ao perceber que ela o procurava, aproximou-se da cama, respirou fundo e disse com voz arrastada:
- Bem vinda de volta, Weasley!

- Weasley? – ela perguntou sem entender – Scorpius, eu não estou entendendo...

- Isso sim é um milagre, você não entender alguma coisa... E ah, de hoje em diante só me chame de Malfoy! – ele exibiu um sorriso cínico e aproximou-se da garota com um olhar desafiador – Os velhos tempos voltaram Weasley!... Chega dessa coisa melosa de romance, agora sou novamente o Malfoy, o garoto arrogante, e você a Weasley, a sabe tudo...

Rose não conseguiu conter as lágrimas de tristeza. Não era possível que Scorpius estava lhe falando aquelas coisas!

- Sco... Malfoy, eu...

- Divirta-se com a família, “sabe-tudo” – Scorpius, assim que se virou para ir embora deixou uma lágrima solitária cair em seu rosto. Merlin, como ele sentia nojo de si por ter tratado a menina daquela forma. Como se odiava, como queria morrer aquele momento...

Astoria, ao ver o filho sair da enfermaria, o seguiu em passos rápidos, para consolá-lo, deixando Draco para trás. Sabia que ele só havia agido daquela forma para cumprir a promessa que havia feito ao pai.

- Filho, espere! – ela o chamou.

- Me deixe sozinho, mamãe, por favor! – ele disse amargo.

- Meu pequeno eu entendo sua tristeza, quero ajudá-lo! – Astoria falou e ao ver o filho parar, caminhou em sua direção e deu um longo abraço – Eu prometo que vou tentar ajudar vocês!

- Como mamãe? Meu pai odeia o pai da Rose, nunca permitiria isso! – Scorpius chorava.

- Eu vou dar um jeito, prometo a você! – ela continuava abraçada ao filho o acariciando. Sabia o quanto seu pequeno estava sofrendo, e faria o possível para mudar isso...



***




Alguns dias depois...

Naquela sexta-feira, véspera do passeio em Hogsmeade, o quarto ano teve um tempo vago pela manhã. Os alunos se divertiam nos jardins da escola, alguns banhavam os pés no lago negro enquanto observavam a Lula Gigante, alguns estudavam, mas Rose... Ah, ela não tinha ânimo pra nada! Havia perdido a vontade de estudar, de rir, brincar, se divertir, para ela a única diferença do seu estado quando estava sob o “feitiço da separação” era o fato de estar acordada. Todos tentavam reanimá-la a todo custo, mas nada chamava mais atenção para ela, não havia mais graça, tudo parecia sem cor, sem vida... Era isso, a ruiva não tinha mais vida... Não sabia mais o que era viver, e não queria mais se lembrar de como era se sentir bem!... Estava mergulhada na mais profunda tristeza.

Alvo, ao ver a prima sentada próxima à janela no salão comunal, observando os jardins da escola, suspirou cansado... Sentia-se mal em vê-la daquele jeito, ela não era assim! Há três dias Rose não sorria, não fazia os deveres, não dava ordens, não brigava com ninguém, e levando em consideração que essa era uma das coisas que ela mais gostava de fazer, podia-se concluir que a ruiva estava péssima... O moreno respirou fundo e aproximou-se da prima em silêncio... Pousou uma de suas mãos no ombro dela e ficou ali, por um tempo, apenas olhando os campos do colégio, onde os alunos se encontravam naquele momento... Passados alguns instantes, ele quebrou o silêncio:

- Então, que tal irmos lá fora?

- Não, obrigada! Estou bem aqui! – ela respondeu seca.

- Você não está bem aqui e nem em qualquer outro lugar. Então se é para você ficar com essa cara de enterro, poderia ao menos permanecer com ela me acompanhando a cabana do Hagrid... Faz algum tempo que não vamos visitá-lo.

- Não quero ir Al, obrigada!

- Já que é assim vou ter que apelar... Você tem duas opções: A primeira é ir comigo por livre e espontânea vontade, e a segunda é ir sendo carregada por mim. – ele sorriu maroto.

- Aff... Ok, vamos então! – ela disse rendida.

Então os dois saíram do salão comunal e foram em direção aos terrenos da escola. No caminho, Alvo tentou de todas as formas distrai-la em uma conversa animada, mas nada a tirava dessa depressão... Ele respirou pesadamente, demonstrando-se altamente cansado, mas não desistiu! Não iria desistir de ajudar sua prima a superar toda essa angústia!... E logo depois de um breve silêncio ele começou uma conversa maluca sobre autores favoritos, na tentativa de reanimá-la... Ao perceber o esforço do primo, Rose esboçou um sorriso tímido, como se agradecesse a ele por tudo, e decidiu entrar na conversa, embora a única vontade que tivesse era de desaparecer.

Na direção oposta a que Alvo e Rose caminhavam, vinham Vincent e Scorpius. O amigo do loiro tentava, também inutilmente, animá-lo, mas nada, nem o humor do moreno, conseguia deixá-lo melhor... Foi quando decidiu travar uma conversa sobre quadribol que Scorpius se rendeu e tentou mantê-la, mas era óbvio que só fazia isso pelo amigo.

Se Alvo e Vincent tivessem combinado para que houvesse esse encontro entre o casal, não teria dado tão certo... Chamem de coincidência, destino, sorte (N/A: ou simplesmente mania da autora de fazer eles se encontrarem), mas por virem em direções opostas, e por Rose e Scorpius estarem distraídos conversando com os amigos, se esbarraram mais uma vez... O encontrão foi tão forte e inesperado, que a menina quase caiu e o loiro foi obrigado a segurá-la pela cintura, evitando a queda... Alguns alunos que estavam ali prenderam a respiração. Os dois estavam juntos, se encarando. Azul vivo e Azul acinzentado mergulhados um no outro, como se quisessem ler os pensamentos... Mas não era necessário, pois os dois já sabiam que àquela cena, lhes traziam diversas lembranças...



Flashbacks

“... eles se chocaram violentamente, e espalharam seus materiais por todo corredor.

- Pelas barbas de Merlin! Você não olha por onde anda não? – a ruiva estava se levantando do chão, ainda não tinha olhado para pessoa que a derrubou.

- Eu não olho? Por favor, Weasley! Você esbarra em mim, me faz derrubar até as calças, e eu é que sou o cego? – o loiro se levantava um pouco irritado.”

...


”Rose comprou sua pena nova e logo depois foi à casa de chá da Madame Puddifoot, para tomar um chocolate quente. Quando chegou à porta da casa, pra sua fúria, deu um encontrão em Scorpius, e por pouco não levava um tombo, graças ao menino que a segurou antes que caísse.

- Opa, você ta bem? – Scorpius disse entre risos.

- Tô!”

...

“Na direção oposta Scorpius também procurava uma cabine vaga com Vincent, e ao ver a ruiva se aproximando, esbarrou ‘sem querer’ na menina, que vinha distraída, com o nariz enfiado em um livro de Quadribol e não viu o loiro se aproximar.

- Opa, desculpa Weasley, foi sem querer! – Falou Scorpius, se abaixando para pegar o livro da garota, que com o choque dos corpos, caiu no chão. Do lado da ruiva, Alvo se segurava para não rir da cena.

- Sem querer é? Já tá virando mania tentar me derrubar toda vez que me encontra, Malfoy! – disse a ruiva, olhando fixamente para o menino enquanto ele pegava o livro. Ria internamente da situação.”

...

“Rose estava indo para a sala onde ficava a lareira, pois tinha esquecido sua bolsa em cima de uma mesa que havia lá (ela tinha colocado a bolsa na mesa para limpar as cinzas que estavam em seu vestido), a ruiva estava distraída olhando Draco e a mulher entrarem no salão principal, e quando estava prestes a entrar na sala deu um encontrão em Scorpius, que estava saindo de lá naquele momento, conversando com o amigo Vincent e por pouco não deixou a ruiva cair.

- Opa – Scorpius segurava a ruiva pela cintura.

- Nossa, até aqui esbarram... VOCÊ?”


Fim dos Flashbacks



Em outra época eles ririam daquela cena, implicariam um com o outro e no final tudo ficaria bem, mas agora era diferente... Eles não estavam mais ligados pelo amor ou pelo falso ódio... Havia entre eles uma barreira... Não era a barreira da indiferença, mas era algo que beirava o cuidado, a proteção, a tristeza... Scorpius soltou a cintura da menina e fez menção de se afastar, quando ela, reunindo toda a coragem que lhe restava, o puxou pelo braço, obrigando a ficar de frente para ela.

- O que está acontecendo com a gente? – ela perguntou num fio de voz.

- Desculpe, estou atrasado para o treino! – ele disse sem encará-la nos olhos, mas ela o ignorou.

- Não foi isso que perguntei! – a ruiva disse mais confiante.

- Não tenho resposta para o que você quer saber... – Scorpius respondeu. Teve a intenção de virar-se para ir embora, mas foi impedido pela menina, que além de colocá-lo de frente para ela, segurou firme o seu rosto, o obrigando a lhe encarar. – Ro... Weasley preciso ir!

- Você pode se manter indiferente com tudo Scorpius! No jeito de falar comigo, na forma de me olhar, mas eu sei que não consegue se manter indiferente a isso! – ainda segurando firme o rosto do loiro, Rose aproximou seus lábios dos dele e o beijou. Todos que estavam presentes puderam contemplar aquela bela cena. Por algum tempo, Scorpius se esqueceu dos motivos que o levaram a ignorar a ruiva, e deixou-se levar por aquele beijo... Aquela sensação única de tê-la em seus braços, saber que ela era sua e de mais ninguém... Saber que ela o amava mais que tudo e que ninguém poderia separá-los... Separá-los, essa palavra o fez lembrar da promessa que havia feito ao pai, e aquele beijo romântico se tornou angustiado. Ambos sentiam a tristeza que estava sendo transmitida ali... Scorpius a beijava como se nunca mais fosse vê-la... E quando finalmente se separaram, ele não teve coragem para encará-la.

Rose ainda matinha segurava o rosto do rapaz, que desviava o olhar, e sabendo que ele não diria nada depois daquilo, quebrou o silêncio:

- Sabia... Você não precisa dizer nada Scorpius, não precisa se justificar, mas só quero que saiba que tudo que disse a você na noite do seu aniversário continua valendo... Eu continuo amando você e vou continuar ao seu lado pra sempre... Sei que há um motivo pra você estar afastado dessa forma, pois é a única explicação que existe para tudo isso... Agora eu só quero que saiba, eu preciso que saiba, que vou esperar por você, não importa quanto tempo seja! E que se o motivo dessa sua fingida indiferença for nossos pais, vou esperar até completarmos 17 anos e sermos donos dos nossos narizes, para enfim ficarmos juntos! E se até lá você tiver esquecido o que é amar alguém, faço você reviver todos nossos momentos e redescobrir esse amor!... Pois por mais que eu tente, por mais que queira ignorar, é só isso que sinto por você, Amor! – ela manteve-se firme – Agora você pode ir fazer sabe-se lá Merlin o que! Tenha um bom dia!...

Nada, naquele momento, poderia ferir mais Scorpius do que aquelas palavras... Sentiu-se muito mal por não resistir a ela, por ouvir aquele discurso, e principalmente, por não poder fazer nada! A vontade dele naquela hora era de abraçá-la firme, e dizer que nunca ia deixá-la, mas ele sabia que não podia... Tentou encarar a ruiva, mas aquele olhar tão firme o machucou novamente... Então simplesmente virou-se e seguiu seu caminho, enquanto Rose ficou parada, apenas observando ele partir, até que finalmente foi com o primo à casa de Hagrid...



***




Mais um sábado em Hogsmead! E como sempre os alunos estavam muito agitados por isso... No salão comunal da Sonserina, dois amigos tentavam convencer certo loiro a ir até a cidade se distrair.

- Não! Já disse que não vou! – Scorpius respondeu, ao que lhe pareceu, pela milésima vez.

- Ah Scorpius, não seja malvado! Venha conosco, por favor! – Sophie insistia.

- Anda logo cara! Levanta a bunda desse sofá e vá colocar uma roupa para irmos a Hogsmeade! – Vincent dizia de forma firme.

- EU NÃO QUERO TÁ LEGAL?! Vão vocês, namorem, divirtam-se e depois me contem o que aconteceu! Mas que saco, não posso nem mais decidir se quero ir ou não a um passeio? Vocês pensam o que? Que são donos da minha vida? Se for isso, vou lhes contar uma novidade então, VOCÊS NÃO MANDAM EM MIM! – Scorpius despejou toda raiva em cima dos amigos sem perceber.

Vincent ouviu calado tudo que o amigo falou, respirou fundo e virou-se na intenção de sair do local, quando sentiu a mão na namorada o segurar pelo braço.

- Você vai deixá-lo aqui mesmo? Não vai falar nada pra convencê-lo a ir? – Sophie o censurava.

- Desisto Sophie! Você não viu como ele está? Como ele gritou conosco? Eu realmente cansei! Quer ficar ali, que fique! Não vou insistir! – ele respondeu realmente cansado.

- Ahhhhh, então é isso! Vai desistir porque Scorpius gritou conosco? Por Merlin Vincent, você é um homem ou um rato?

- Nenhuma coisa, nem outra, sou uma serpente de acordo com o símbolo da casa! – o moreno disse divertido – Está certo então, vou tentar, pela última vez, arrancá-lo daquela poltrona.

Vincent caminhou em passos firmes até o local que Scorpius estava e parou em frente a ele com uma expressão decidida. Sophie ficou afastada, apenas observando.

- Que foi agora? – o loiro respondeu tedioso.

- Ah, vejamos! Meu melhor amigo tá bancando o idiota por não querer sair do salão comunal, tá sendo um imbecil por gritar com pessoas que realmente se importam com ele, e é claro, tá sendo um COVARDE por se esconder de todos, quando na verdade deveria enfrentá-los.

- ESCUTA AQUI, NINGUÉM ME CHAMA DE COVARDE! – Scorpius levantou-se da poltrona a fim de encarar o amigo.

- CORRIJA ISSO MEU AMIGÃO, NINGUÉM QUE TENHA MEDO DE VOCÊ O CHAMA ASSIM, MAS COMO EU NÃO TENHO, O CHAMO! Você é um covarde Scorpius! Quer ficar aqui dentro dessa sala comunal na intenção de se esconder das pessoas, mas agora é minha vez de contar uma novidade, eles não têm pena de você!

- E quem disse que eu quero que tenham pena de mim? – o loiro perguntou em desdém.

- Ninguém, mas suas atitudes falam por você! Sempre pelos cantos, sempre se fingindo de vítima, mas preciso te lembrar que a única vítima aqui é a Rose! É dela que as pessoas estão com pena, é com ela que as pessoas se comovem, principalmente depois do que aconteceu ontem entre vocês... Ela que é a vítima da sua covardia, por não ir lá e dizer o quanto a ama! – Vincent falava um pouco alterado.

- Você sabe que eu não posso! Sabe que...

- Fez uma promessa a seu pai?! – o moreno interrompeu – Sim, eu sei disso tudo! Mas acho que já está na hora de você esquecer isso e dar um jeito nessa situação!

- E O QUE QUER QUE EU FAÇA?! – Scorpius gritou.

- LUTE POR ELA! LUTE PELO AMOR QUE OS DOIS SENTEM, NÃO DEIXE NINGUÉM DIZER O QUE DEVEM OU NÃO FAZER! VOCÊ JÁ PASSOU PELO ORGULHO QUE TINHA E ADMITIU QUE ELA É ESPECIAL... JÁ PASSOU PELO FALSO ÓDIO QUE SENTIA E ADMITIU QUE A AMAVA... AGORA MEU AMIGO, VOU LHE DIZER UMA COISA, PASSE PELO SEU PAI E PELO PAI DA ROSE, E LUTE POR VOCÊS! – Vincent despejou tudo em cima do amigo – E se quer mais um conselho, não vai ser sentado em uma poltrona que vai arrumar as coisas! – ele terminou e manteve o contato visual com o amigo, até serem despertados por Sophie.

- Olha, uma coruja!

- Sophie, minha bela loira, já disse que sou uma serpente, será que esqueceu que somos sonserinos?! – Vincent disse sorrindo.

- Não seu tolo, tô falando daquela coruja na janela! – ela apontou para o local que a coruja estava.

- É a coruja do meu pai! – Scorpius foi até a janela e abriu para que a coruja entrasse – Ele me mandou uma carta.

- Abra e veja o que o Tio Draco quer! – Sophie disse curiosa.

Scorpius abriu o envelope e leu todo o conteúdo. Suspirou entediado e disse:

- Ele quer me encontrar em Hogsmeade!

- AEEEEEEEE, finalmente Merlin colaborou para sua saída daqui! Já estava achando que ele queria que enfiasse uns socos no seu nariz para te obrigar a ir com a gente! – Vincent disse sorrindo vitorioso – O que tá fazendo aí parado que ainda não foi se trocar? Vai logo Scorpius! Sabe, você pode até nos enrolar, mas não acho que seja saudável tentar fazer isso com tio Draco!...

- Certo, certo! Já vou! – o loiro se virou, mas antes de ir até o dormitório, disse ao amigo – Valeu cara!

- Que nada! Os amigos são para essas coisas... – o moreno sorriu e Scorpius foi até o dormitório se trocar para o passeio...



***




Os alunos se divertiam pelas ruas de Hogsmeade, comprando diversas coisas, muitas delas até inúteis! Rose, caminhava junto com Alvo pela cidade, observando as vitrines com atenção, tentando manter um humor agradável.

- Vamos à loja do tio Jorge? – Alvo sugeriu – Depois podemos ir ao Três Vassouras se quiser!

- Vamos sim! – ela respondeu.

Então os dois seguiram seu destino a fim de se distrair ao máximo aquele sábado. Alvo sabia, que apesar de aparentar, a prima não estava bem. Só fingia-se de feliz para agradá-lo.

Do outro lado da rua, um homem alto, de cabelos loiros muito claros, e pele pálida, sentado em uma das mesas de uma cafeteria inaugurada há pouco tempo, observava a menina ruiva e o menino moreno caminharem... Respirou fundo tentando encontrar motivos para voltar atrás em sua decisão, mas não achou! Vencido pela própria consciência, ele estava seguro do que deveria fazer e não voltaria atrás nisso.



***




Scorpius caminhava com os amigos a procura do local que seu pai estava. Até que o avistou, sentado em uma nova Cafeteria, lendo uma edição do Profeta Diário e tomando uma xícara de chá. Os três amigos foram até onde Draco estavam bastante curiosos. Afinal de contas, não era todo dia que Draco Malfoy se dava ao prazer de sair de sua casa e para tomar chá em Hogsmeade.

Draco, ao sentir a presença dos jovens ali, jogou o jornal para o lado e encarou os três com um sorriso no rosto.

- Olá! – ele disse simpático – Como vocês estão?

- Muito bem Tio Draco! – Sophie respondeu simpática.


- Eu tô ótimo tio! – Vincent respondeu também.

- Tudo tranqüilo pai, na medida do possível! – Scorpius tentou se manter firme, mas sabia que seu pai não cairia nessa.

- Que ótimo então! Vincent e Sophie, que tal vocês irem à loja de logros ou a qualquer outro lugar enquanto converso com meu filho?! – Draco foi direto – Embora eu saiba que ele vai lhes contar tudo depois, preciso de privacidade nesse momento!

- Certo Sr. Malfoy! – os dois responderam e saíram, deixando pai e filho sozinhos para conversarem.

Draco encarou o filho por alguns instantes, a fim de descobrir se estava fazendo o certo. Embora Scorpius tentasse esconder seus sentimentos do pai, sabia que ele, se quisesse, poderia ver o que se passava sem muito esforço.

- Então, como estão as coisas? – Draco quebrou o silêncio.

- Como eu disse, tudo tranqüilo! E como está a mamãe? – Scorpius manteve-se indiferente.

- Está bem! – Draco observou o filho com mais atenção – O chamei aqui para ter uma conversa séria!

- Sobre o que? – o menino perguntou curioso.

- Meu filho, eu... – Draco parou de falar ao perceber que a atenção do loiro a sua frente não estava mais voltada para ele, e sim para o outro lado da rua, em que certa ruiva passava com o primo. Respirou fundo e disse – Vá até ela!

- Ahn?! O que foi que o senhor disse? – Scorpius parecia confuso.

- Disse para ir até ela! Não a deixe escapar! Vá e diga tudo o que quer dizer!

- Mas... O senhor... Eu não entendo!

- Escute filho, até mesmo os pais erram! Eu errei ao fazê-lo prometer que se afastaria daquela mocinha! Você a ama, ela ama você, isso é bem óbvio! Nesses últimos dias tenho pensado muito sobre isso, e descobri que agi como um verdadeiro carrasco ao proibir que vocês namorassem! – Draco disse sincero.

- Isso quer dizer que?

- Quer dizer que eu aprovo o relacionamento de vocês! Graças a Merlin e a sua mãe, percebi o quanto estava errado em deixar que brigas do passado envolvessem você e aquela menina! - Draco sorriu e abraçou o filho – Agora vá, corra até ela e diga tudo! Não espere até chegar a Hogwarts.

Draco não precisou falar duas vezes para ver Scorpius sair da Cafeteria correndo. Não queria nem saber em quem estava esbarrando, quem tinha derrubado, a única coisa que o loiro queria era alcançar a ruiva. Quando estava a poucos metros de distância gritou, chamando a atenção de todos na rua;

- ROOOOOOOOOOSEEEEEEEEEEEEEEEE!

A ruiva parou imediatamente ao ouvir seu nome. Será que estava ouvindo demais? Será que era ele que a chamava? Virou-se lentamente e sorriu ao ver que não tinha imaginado nada! Scorpius estava ali, chamando seu nome, e antes mesmo que pudesse ter alguma reação, ela viu o garoto correr em sua direção, e capturar seus lábios em um beijo apaixonado.

Várias pessoas da rua se emocionaram. Alguns risinhos se espalharam entre os alunos de Hogwarts que acompanhavam tudo, mas eles não se importavam! Não queriam saber quem estava ali observando, só queriam aproveitar aquele momento que parecia mágico e único. Beijavam-se como se suas vidas dependessem disso, como o mundo ao redor não existisse...

- Rose, eu... – Scorpius dizia um pouco ofegante, com a testa encostada na da ruiva.

- Não precisa dizer nada! – ela interrompeu o menino e voltou a beijá-lo.

Agora as pessoas já aplaudiam aquele casal, que depois de tudo, eles finalmente podiam ficar juntos.

De longe, Draco acompanhava a cena, sorrindo satisfeito.

- Ai ai... Astoria tinha razão... Como sempre! – ele disse para si.

- Eu sabia que você iria admitir! – para surpresa de Draco, a loira apareceu ao seu lado, sorrindo abertamente.

- Há... Há quanto tempo está aqui, Astoria?

- Tempo suficiente para ver meu filho sorrir novamente! – ela respondeu, ainda observando o filho.

- Ah... Agora só preciso convencer ao cabeça-dura do Weasley!

- Isso não será problema pra você, meu amor! – Astoria acariciou o rosto do marido.

- E como tem tanta certeza? – ele ergueu uma das sobrancelhas e a encarou curioso.

- Simples, você é Draco Malfoy, e não há nada que não consiga! – ela disse e os dois sorriram.

Finalmente, depois de tanto tempo, as coisas começavam a se encaixar...





***






TÁ VENDO COMO NÃO SOU TÃO MÁ ASSIM? TÁ VENDO? E vcs aí querendo me matar ¬¬’ hauahauahauhauahau

Bom, tá aí mais um capítulo da fic, e é com muita tristeza que digo que estamos chegando a reta final! Mais uns 2 ou 3 capítulos e ela acaba!

Mas saindo da parte triste e indo pra melhor, me digam, o que acharam desse capítulo hein? Gostaram? Odiaram? Ainda querem me azarar? Hein? Quero saber opiniões ok?!

Eu NUNCA me canso de agradecer a vocês pelos comentários! E peço que continuem ok?!

Amoooooooooo todos vcs, meus leitores lindos!!!

Bjinhos,

Mily


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