Um Café em Família



Capítulo 01

Um Café em Família



O dia amanheceu e Rose abriu os olhos ainda com sono, olhou pra porta entreaberta e percebeu que seus pais e seu irmão já tinham acordado. Fechou os olhos novamente e agarrou um de seus travesseiros, a cama estava quentinha e ela não tinha a mínima vontade de levantar dali, “como são boas as férias!” dizia pra si mesma - já era o mês de agosto, as férias estavam acabando, e ela tinha que aproveitar ao maximo os últimos dias.

Ficou ali por mais uns 10 minutos e decidiu que já era hora de se levantar, sentou-se a beira da cama, buscou com os pés os chinelos e se levantou, foi ao banheiro, e olhou-se no espelho, tinha lindos cabelos ruivos e olhos tão azuis quanto o céu, era um pouco baixinha para os seus 14 anos, mas não fazia muita diferença ao lado das outras garotas de sua idade. Tomou seu banho e depois desceu para encontrar a família.

- Bom Dia! – Disse sorridente ao encontrar a mãe na cozinha. Hermione estava segurando a varinha e apontando para o fogão, fazendo diversos pratos ao mesmo tempo.

- Bom Dia minha filha! – Disse Hermione dando um beijo estalado na testa da garota - Demorou pra acordar hoje, hein? Cuidado pra não se acostumar e se atrasar na escola! Você sabe que não pode chegar... – Mas antes que continuasse foi interrompida pela filha “Eu sei mãe! Não se preocupe” – disse rindo e beijando a bochecha da mãe.

- Onde estão o papai e o Hugo?

- Estão lá fora enquanto preparo o café, fique de olho nesses dois pra mim, eles devem estar aprontando alguma coisa...

- E quando é que papai e Hugo não aprontam mamãe? Parecem que tem um parafuso solto, não conseguem ficar quietos!

As duas riram e Rose foi ao encontro do pai e do irmão. O dia estava realmente lindo! O sol estava brilhando mais que nunca, sem nenhuma nuvem no céu, e a grama do jardim estava tão verdinha e florida que ela jurou que nunca vira um dia tão lindo antes. Rony e Hugo estavam sentados na grama do jardim mais a frente, quando avistou os dois, ela percebeu que eles estavam com uma expressão no mínimo suspeita, e riam entre si. Rose ficou cada vez mais cuidadosa, olhava duas vezes aonde pisava.

- Pai? O que vocês estão fazendo?

- O que? Nós? Ué... Não estamos fazendo nada demais... – Rony disse com o sorriso mais convincente que sabia dar, mas para Rose não convencia nada.

- Nada demais? Sei... – Rose encarou o pai como a mãe fazia muitas vezes.

- Ah, deixa de besteira, vem cá! – Hugo disse, ainda rindo.

Rose olhou para os lados e foi na direção dos dois, deu três passos e de repente...

- AAAAH! PAPAI O QUE É ISSO?

Rose tinha o pé agarrado por um bicho que veio correndo em sua direção, ele era muito pegajoso e verde, parecia um lagarto, mas era enorme. Ela olhou para o pai e o irmão e viu que os dois tinham caído no chão de tanto rir, Hugo já estava tão vermelho quanto seus cabelos, ela odiava quando eles faziam essas coisas com ela, principalmente quando riam daquele jeito.

- Pai, tira isso de mim agora!

- Reducio! – Disse Rony, ainda rindo, apontando a varinha para o bicho no pé da filha. O lagarto voltou ao tamanho normal e saiu correndo em direção a um dos vasos no jardim.

- Vocês estavam aumentando o tamanho dos bichos? – Perguntou Rose ainda olhando o bicho se esconder.

- Não é demais? – Rony disse levantando o filho da grama com um enorme sorriso - Eu tava ensinando o Hugo a fazer isso direito, na idade dele eu também não sabia fazer alguns feitiços, quem me ensinava era sua mãe.

- Mas o Hugo não pode fazer feitiço fora da escola...

- E eu não estava fazendo, papai só estava me mostrando o jeito certo de fazer – Disse Hugo encarando a irmã.

- O café tá pronto? Tô morrendo de fome! – Perguntou Rony abraçando a filha e olhando atentamente a porta da casa.

- Acho que sim, mamãe que me mandou vir aqui, é melhor a gente voltar, né?

- Vamos – Rony se adiantou na frente, segurando a mão dos filhos.

Quando chegaram, Hermione tinha acabado de fazer o café e já ia chamá-los, mas os encontrou na porta.

- Pensei que não iam vir – Disse ela se inclinando para beijar o marido.

- Claro que a gente vinha! Tô morrendo de fome... – Rony deu um selinho na esposa e foi em direção a mesa.

- Grande novidade Ronald! Desde os tempos de escola você só liga para comida. Não esperava que fosse diferente logo hoje – Hermione retrucou, tentando parecer severa, mas logo em seguida abriu um sorriso, confortando seu marido, que a encarava com um olhar assustado, devido à reclamação.

Os Weasley se sentaram e Rose ficou olhando sua família, sempre parava para observá-los. Hermione tinha os cabelos presos num frouxo rabo de cavalo, e tinha sempre um sorriso no rosto, assim como Rony, que tinha os cabelos tão vermelhos quanto os de Rose e nos olhos uma expressão de moleque que ele nunca perdera. Hugo tinha puxado mais ao pai, eles diziam que ele é exatamente como Rony era na infância, mas tinha os olhos castanhos como os de Hermione. Como eram lindos, e como ela era feliz e sortuda de estar com eles!


************


Em um quarto, situado em uma mansão bem luxuosa, de fazer inveja a qualquer bruxo e bruxa que visse, encontrava-se um menino, repousando em sua cama, parecendo desfrutar de um sonho bem tranqüilo e agradável. O menino tinha a pele bem branca, quase da cor de um papel, seus cabelos eram bem lisos e loiros, cortados de uma forma que não ficasse nem muito curto, nem muito longo, e seus olhos eram de um azul tão profundo e intenso, que davam a ele um olhar que misturava inocência e arrogância.

Já eram 8 da manhã, quando os raios de sol começaram a entrar pelo quarto de Scorpius, mas ele pareceu não se importar, virou-se para o outro lado e continuou dormindo. Sonhava com Hogwarts... Usava suas vestes de escola e se dirigia a biblioteca, quando no caminho deu um 'encontrão' em uma garota, a fazendo derrubar todos os livros que estavam em suas mãos. Quando olhou para ver o rosto de quem havia esbarrado, viu que era Rose... Ela o olhava de uma maneira furiosa, e ele a encarava com um leve sorriso debochado e provocador. Abaixou-se para recolher os livros que havia no chão e a entregou... Ela ainda o fitava com um olhar severo e ele com um olhar que parecia de admiração e satisfação por ter feito aquilo... E então...

- Levante-se menino Scorpius, meu senhor - Willy, o elfo doméstico da família, havia entrado no quarto e estava abrindo as cortinas de seda verde escuro, com desenhos em prata, deixando que o sol tomasse conta de todo aposento - Meu senhor, seu pai pediu para que o menino descesse dentro de meia hora, ele quer que o menino Scorpius se apresse - e fazendo uma reverência, o elfo se retirou do quarto.

- Willy, volte aqui, por favor! - Scorpius aprendeu a ser simpático com os elfos depois que seu pai lhe contara sobre a história do FALE, e em como eles trabalhavam mais felizes quando eram tratados bem.

- Sim, meu menino, meu senhor, Willy está aqui para servi-lo.

- Willy, você sabe pq meu pai tem tanta urgência para que eu desça?

- Para tomar café meu senhor, o seu pai pediu para que eu viesse despertar o menino Scorpius, para que o jovem senhor não perdesse o horário, e foi isso que Willy fez. Pois...

- Willy vive só para servir a nobre casa dos Malfoy - o garoto repetiu isso com um sorriso no rosto, admirava toda a fidelidade que o elfo tinha a sua família e a alegria com que os servia - Bom Willy, obrigado então. Agora pode ir e avisar ao meu pai que já estou descendo, por favor?

- Claro menino Scorpius! Willy já vai descer - e com mais uma reverência o elfo se retirou do quarto.

Scorpius se levantou da cama, vestiu o seu roupão verde escuro, que tinha nas costas um bordado na cor prata com um desenho de uma cobra formando a letra 'S' envolvida em uma espada, e na boca da cobra saía uma língua, formando a letra 'M', simbolizando as iniciais de seu nome. Foi até o banheiro, escovou seus dentes, lavou seu rosto e se olhou no espelho. Parecia não se lembrar com o que havia sonhado, mas tinha certeza que o sonho era bom, pois se sentia leve e feliz. Ele sorriu para sua imagem no espelho, e foi se encontrar com seus pais para o café da manhã.

Ao chegar à sala de jantar, viu sua mesa repleta de vários bolos, pães, sucos, chás, e ele sempre se perguntava para que tudo aquilo se no final das contas comeria apenas uma fatia de bolo, uma torrada e beberia suco de abóbora... Olhou para seu pai, que estava lendo O Profeta Diário e estava sentado na primeira cadeira da mesa, de frente para as demais. Vestia um roupão negro, muito luxuoso, que assim como o seu, tinha bordado em prata as iniciais do seu nome Draco Malfoy, mas não havia nenhuma cobra envolvendo as letras.

Sua mãe estava sentada à mesa, ao lado de seu pai. Vestia um roupão vinho de seda, que cintilava com a luz do sol que entrava pela janela e tinha os cabelos presos em um coque apertado, e ao ver o filho se aproximar abriu um sorriso enorme.

Scorpius se sentou e observou sua família se servir para o café. Era uma família feliz, mas ele se perguntava sempre se o fato de serem tão respeitados, e como seu pai sempre dizia invejados por todos não impedia que essa felicidade fosse maior. Amava seus pais, amava sua família, mas às vezes queria ter uma vida mais simples, em que pudesse ver seu pai sentado à mesa sem pensar nos negócios e sua mãe se preocupando em oferecer jantares elegantes.... E foi observando os dois, que ele começou a tomar seu café. Apesar dessa vida tão luxuosa, Scorpius só queria ser mais um, assim como seus amigos de escola...



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