Eddie e Paige Princeton



Capítulo 97 (ou 46).
Eddie e Paige Princeton.

Harry acordou o dia seguinte sem clima algum para estudar, queria mais que tudo a sua volta explodisse e Rony foi o primeiro a notar que eles haviam separado, mesmo ainda que usassem as alianças nos dedos, não conversavam e nem se olhavam durante as aulas e nem no jantar.

- O castelo esse ano está em depressão – resmungou Rony na lareira uma noite mais tarde – Primeiro Luna, depois Gina, agora você e Hermione. Isso que dá as pessoas terem mau-olhado – ele agitou o cabelo de um lado para o outro, provavelmente sentindo-se o mais atraído do trio.

Gina era outra pessoa que não estava tendo sorte no amor, à medida que os dias passavam, ela ganhava um tom branquelo no rosto e os olhos começaram a ter olheiras permanentes, os cabelos despenteados e picotados, volta e meia ia parar na Ala Hospitalar porque estava gripada, Hermione normalmente passava com Gina tossindo, Rony – o mesmo irmão coruja de sempre – entrava em pânico e dramaticamente dizia que ela estava prestes a pegar uma pneumonia se não comesse alimentos saudáveis, mesmo sob o olhar de repressão de Hermione que segurava a amiga pelas axilas.

- A gente se fala mais tarde, Rony – cortou Hermione empurrando o ruivo do caminho e continuando a andar. Antes de partir pelo quadro, Hermione levantou o rosto e pode notar que Harry a fitava com interesse mesmo entre os pergaminhos acima da mesa, ela corou rapidamente e desviou o olhar para os cabelos de Gina.

Para muitos, Harry havia dado um tempo com Hermione e eles evitavam conversar para não lembrarem dos momentos românticas, Parvati e Lilá deixaram escapar por acidente que ele havia metido o “chifre” nela, por isso estava aborrecida mas ainda assim aceitava o namorado. Os garotos – principalmente as garotas – ficaram curiosos em saber com quem Harry andara saindo nos últimos dias e ele não ficava surpreso em ver olhinhos brancos espiando-o pelos corredores durante as aulas ou até mesmo no gramado durante os treinos de quadribol.

Hermione também ganhava cantadas constantemente mas isso começou a parar quando ela desabava em choro e saia correndo como uma maluca, alguns ficavam sem reação, outros diziam que a doença “Lunática” era contagiosa.

Luna não se importava mais com comentários bobos e tontos, a única pessoa que realmente dava extrema importância, era Padma, e só o grupinho de Harry sabia disso e era chocante.

Padma tinha horas que parecia bastante interessada nesse romance, por outros virava os olhos, empinava o nariz e saia desfilando sem ao menos enxergar a existência de Luna diante das amigas, fingindo que era um dos quadros no corredor.

Hagrid parecia também estar sofrendo com algumas mudanças, o gigante morava em uma cabana suficientemente pequena para caber si mesmo, lhe dirá agora com a chegada de sua mulher com mais um filho do tamanho de um porco, trazendo também mais móveis os que provavelmente ajudaria na bagunça.

Fevereiro finalmente havia chegado arrastando lentamente a neve nas paredes e ao redor do castelo transformando em água e um friozinho mais quente percorria pelos corredores da escola sendo esta estação imediatamente percebida por todos os alunos.

- Vamos, Rony, acorda! – disse Harry cutucando o amigo.

- Nãa... – acordou resmungando como sempre.

- Hoje temos aula com o Snape, não podemos nos atrasar – disse abotoando a camisa na frente do espelho.

- Melhora essa cara, de boa – disse Rony passando por trás de Harry e bagunçando seu cabelo.

Harry ergueu o olhar encarando a si mesmo, precisava de algum jeito melhorar, algum tipo de poção, quem sabe...

Minutos mais tarde ele estava reunido aos demais amigos no Salão Principal, Hermione estava ao lado mas não estava com vontade de comentar sobre o Profeta Diário – o que era um fato inédito.

Gina também estava no meio deles sem se importar com o silêncio ao redor, Draco já havia saído da Ala Hospitalar e estava de volta com seu grupinho, preenchido pelos idiotas, Crabbe e Goyle e voltou na mesma harmonia de sempre, só que desta vez sem zombar o trio. Gina e ele trocavam olhares constantemente e pareciam à beira das lágrimas. A ruivinha pelo visto dava graças a Merlin da fuga de Pansy, porque se ela estivesse em Hogwarts provavelmente estaria em uma hora dessas de boca colada na de Draco.

Assim que saíram da Estufa de Herbologia visitaram Hagrid e notaram a diferença dos móveis, o berço no lugar onde deveria estar à mesa, as panelas emboladas tudo em um armário e a cabana toda enfeitada com papéis coloridos.

- Quando Madame Maxime chega?

- Bem, era pra ter chegado, me entendem?

- Com o filho? – espantaram-se os garotos.

Hagrid concordou e recolheu a caneca e a jarra de barro que estava na mesa e colocou tudo com cuidado na pia, olhou por cima dos garotos e disse.

- Tem algumas trufas de chocolate no cesto, se você quiser.

Harry se aproximou e viu vários embrulhos redondos de papel celofane em uma cesta em cima do balcão, parecia atraente, ele pegou e tirou o laçinho, em seguida meteu na boca, de fato estava muito gostoso.

- Brigadeiro – disse Harry com simplicidade ao notar que o gosto era um dos melhores – Muito bom, Hagrid.

- Obrigado.

Certas coisas mudam.

Naquela mesma noite, Harry encontrou-se com Hermione lendo no Salão Comunal e não se deu ao luxo de desviar os olhos e ir ao dormitório fingindo a sua inexistência, com muito medo e vergonha ele se aproximou.

- A gente não pode continuar assim, Hermione.

Ela ergueu os olhos, então os olhares se encontraram, Hermione deixou o livro de lado e ficou de pé por um impulso qualquer, ela olhou com carinho para o amigo e seus olhos começaram a marejar d’água.

- A gente não pode mais se beijar... – começou Harry com as mãos no bolso -...Mas a gente pode se abraçar, ok?

- Ah, que fofo – Hermione mordeu o lábio em seguida uma lágrima desabou de seus olhos, ela puxou o pescoço do “namorado” com força e deu aqueles abraços da Sra. Weasley, de quebrar as costelas, ele tirou as mãos do bolso e deslizou o braço entre seus cabelos.

- Apesar de tudo, eu te amo – sussurrou Harry em seu ouvido.

Isso foi pior do que uma bofetada, Hermione desabou em lágrimas e ele sentiu o ombro molhar. Harry também não conseguiu se segurar.

Acordou no dia seguinte como se um trator tivesse passado por cima dele, não teve pressa em se arrumar e previu que Hermione estivesse no mesmo estado e não errou. Pelo menos a situação constrangedora entre eles sumiu com um piscar de olhos e Rony notou que eles estavam conversando. Parvati e Lilá também não deixaram de reparar e não piscaram os olhos quando os dois passaram no Salão Principal dando risadinhas, Gina estava logo atrás acompanhando o trio, e só desistiu de ir junto quando Luna chegou puxando-a para mesa da Corvinal.

Luna e Gina sentaram-se de frente à mesa da Sonserina, e a ruivinha não conseguiu deixar seus olhos quietos, eles deram uma voltinha pela mesa quadrada e estes se encontraram com os olhos cinzentos de Draco, com o cabelo todo rebelde e mal-lavado.

Ela tratou de fingir que nada acontecera, abaixou os olhos para tigela mas não se manteve assim por muito tempo, levantou a cabeça e ele a olhada ainda, com muito desejo.

- Eu te amo – ele disse mexendo com os lábios.

Gina chacoalhou a cabeça e voltou para a tigela, fechou os olhos e suspirou.

Quando eu olhar de volta para o Draco, ele não vai estar me olhando, não vai, isso foi apenas... Uma ilusão.

Ela ergueu os olhos e espantou-se mais do que a primeira vez ao vê-lo novamente, ela engoliu em seco, então ele abaixou a cabeça começou a revirar a mochila, a ruivinha continuou olhando enquanto Luna não parava de falar sobre a nova matéria de Adivinhação.

Draco tirou uma pena da bolsa e escreveu um recado no pergaminho que também havia retirado, em seguida dobrou e guardou a pena, colocou nas mãos e assoprou.

Como se um vento tivesse levado o bilhete, ele flutuou diretamente até Gina que agarrou no ar, curiosa. Luna pulou em seu pescoço na hora em que apalpava o pergaminho e abria.

Precisamos conversar,
Me encontre daqui cinco minutos ao lado da Torre de Astronomia


Gina rasgou o bilhete, Luna tinha os olhos fixos na amiga.

- Você vai, né?

Gina esticou a cabeça, Draco não estava mais ali.

- Não – resmungou embolando tudo ao lado.

- Você vai sim – Luna a puxou braço e arrastou para fora do Salão.

Cinco minutos mais tarde, Gina estava caminhando em passos lentos em direção ao lado da Torre de Astronomia, Draco estava lá, sentado na sacada olhando para o horizonte, sem notar a presença da ruivinha.


- Cof, cof – tossiu tentando ser notada.

- Ah, Gina, que bom que você veio.

- É... Eu vim – ela tentou fazer pouco caso do ex-namorado.

Draco se aproximou aos passos lentos, seus olhos não tinham mais o habitual brilho que ela estava acostumada a ver.

- Eu te amo tanto, Gi... Não faz assim...

Ela ergueu o rosto, estava tomado pelas lágrimas. Draco sentiu um fiozinho de esperança crescer no peitoral, ela sentia sua falta, muito, ele notou.

- Eu não posso voltar atrás das minhas decisões! – ela resmungou.

- Gina, eu posso saber ao menos o que está acontecendo?

- Não, não pode, a nossa história estava acabando. É isso!

- Não, não estava, eu sei que você tem seus motivos para ter me dado um pé-na-bunda, mas você poderia me falar o que ta acontecendo – disse com a voz quase chorosa – Para tudo se tem uma solução...

- E qual é a solução? – perguntou tentando não encará-lo até porque sabia que ele não estava por dentro do plano de Narcissa.

- Podíamos fugir dos problemas... Isso, isso – ele parecia indeterminado – Vamos fugir?

Gina ficou horrorizada mas por um tempo refletiu, fitou os sapatos com cuidado e pensou que não seria uma má opção viverem juntos até o último dia de suas vidas, mas por um momento imaginou: seu pai choraria até se matar, mas por outro lado, Gina ficaria satisfeita em ver Narcissa se descabelando aos berros, o que seria o troco, mas claro, ela era aliada à Carolina Chyito, muito poderosa e os dois não chegariam aos vinte anos e provavelmente qualquer buraco que se escondessem seriam encontrados por aquelas Fada Mortais, era óbvio, eles não tinham nenhuma chance.

Então ela refletiu por um grande momento, mas a resposta era óbvia, não podia simplesmente largar tudo, seria uma ingratidão enorme pela sua família, mas uma coisa ela não notou, Draco estava próximo a ela, muito próximo.

- Eu te amo, Gi...

Ela não teve tempo de responder, continuou parada e fechou os olhos, Draco a puxou para dentro do cômodo e a encostou-se à parede, falando aos sussurros.

- Me diga, me diga que ainda me ama. Eu só preciso saber disso.

Ela com a mão por trás de seu pescoço grudou em seu cabelo e disse bem baixinho.

- Eu te amo mais do que tudo.

Draco a prensou na parede com um pouco de violência mas ela não ligou, não queria que o namorado parasse de desabotoar suas vestes.

- Alguém pode nos ver – ela resmungou – E isso não pode acontecer...

Ele puxou a varinha e configurou uma porta ali, uma porta que só ele tinha a chave, a passagem para felicidade.

~~

Na manhã de quinta-feira surgiu um boato que um grupo de alunos de Durmstrang estava em Hogwarts fazendo intercâmbio, Rony foi o mais desesperado do trio e saiu correndo pelo quadro para ver se Krum estava no meio, e não voltou tão cedo, Harry e Hermione já haviam deduzido a presença do búlgaro.

Eles desceram logo em seguida, talvez não com tanta pressa como Rony, mas chegaram do mesmo jeito e depararam com vários aplausos das quatro casas do Salão Principal e no meio caminhava um garoto de olhos claros, cabelo loirinho e ondulado, com ombros largos e o nariz empinado, trajava uma veste vermelha de veludo que ia até o joelho preso por um cinto preto na barriga, com botas negras, com a mesma roupa de Krum no baile de inverno. A garota ao seu lado também era loira e trajava um vestido longo rosa–salmão com brilho deslizando pelo pano, os cabelos picotados caídos pelos ombros e os olhos de cor azul bem clarinho, tinha um jeitinho de nojentinha e andava rebolando com o irmão ao lado em direção à mesa da Grifinória, de braços dados.

Harry e Hermione acompanharam os garotos com os olhares e então eles se sentaram bem na ponta recebendo muitos aplausos, Hermione cerrou o cenho e disse.

- Eu a conheço de algum lugar – Hermione disse mais para si mesma do que para Harry.

- Olá Hermione – alguém disse aparecendo por atrás.

Eles se viraram e viram Krum aproximando com Rony ao lado.

- Ah, Olá Vítor – disse a garota cumprimentando o apanhador com um beijo no rosto, em seguida cumprimentou Harry.

- Não vão entrar? Vão ficar aqui? – perguntou Rony olhando o salão por cima dos ombros dos amigos.

- Ah, Hermione estava deduzindo quem seria aquela garota – os três meninos viraram as cabeças para Hermione e ela ainda encarava a garota com um olhar pensativo.

- Não se preocupe – disse Krum colocando a mão em seu ombro – Ela é a princesa de Durmstrang, Paige Princeton.

- E ele é...? – perguntou ainda não desfazendo sua expressão.

- Eddie Princeton, o príncipe. Eles vão herdar o castelo de Durmstrang, só isso, por isso eles são um pouco metidos.

Hermione deu uma risadinha e em seguida os quatro entraram e sentaram bem na ponta da mesa da Grifinória bem longe dos “príncipes” que estavam sendo recebidos do melhor modo possível pelo pessoal de Hogwarts que empurrava comidas em suas bocas como se eles fossem de extrema importância.

Assim que Harry se sentou (ou talvez nem teve tempo de fazer isso) ouviu um grito surgir ao lado.

- Aquele! Harry Potter! – imediatamente as cabeças se viraram para o grito, a garota como se não se importasse com o que iam dizer dela, deu um pulo da mesa e correu na direção de Harry aos gritinhos histéricos.

Ele não enxergou mais nada sentiu um aroma de maçã verde percorrer pelos seus narizes e um minuto mais tarde ele se deu conta que eram os cabelos leves e macios de uma garota loura em sua frente, ele enxergou a cara vermelha e furiosa de Hermione agarrada em um garfo ao seu lado.

- Harry... – disse a garota o soltando, então ele massageou o pescoço tentando respirar – É um prazer conhecê-lo.

- É um prazer também... – trocou um olhar rápido com Hermione – Te conhecer...

Ela deixou o garfo de lado e olhou para baixo, suspirando.

- Eu sei tudo sobre você – começou a garota ficando vermelha, o irmão começou a caminhar na mesma direção – Tenho várias revistas, pôster sobre você, tem fotos e tudo mais. No aniversário do ano retrasado pedi para o papai uma sala só com fotos sua, ahh... Harry... – ela suspirou como se tivesse aliviada – Esse é o momento mais feliz da minha vida! – disse aos berros. Harry, obviamente, ficou sem graça.

Eddie, seu irmão, agora estava ao lado esperando a vez de apertar a mão de Harry, não fez tanta cerimônia como a irmã, mas ainda assim disse que estava surpreso em vê-lo ao vivo.

- Ah, que isso – disse coçando a nuca, envergonhado e trocando olhares rápidos com Hermione.

- Não vai apresentar os seus amigos? – Eddie perguntou com a voz rouca.

- Claro, claro... – disse desconcertado – Esse, esse – ele apontou para o Rony – É o meu amigo de classe, Rony Weasley – trocaram cumprimentos – E esta é a nossa melhor amiga, Hermione – disse mostrando Hermione com um gesto delicado.

- Você é muito bela – disse o garoto puxando a mão de Hermione e dando um beijo em suas costas. Ele corou tanto quanto ela.

- Obrigada – Hermione disse encolhendo os ombros e tentando ignorar o olhar fuzilador de Harry.

- Este é o Krum, conheço – disse Eddie acenando – Bom, podemos sentar com vocês?

Harry olhou incrédulo para os demais amigos, era muito inconveniente, provavelmente só porque era riquinho se achava no direito de sentar onde quisesse, mas antes que desse uma desculpa qualquer Hermione abriu espaço e ele deu a volta (já que estavam na ponta mesmo) e sentou ao lado, Paige fez questão de sentar ao lado do seu ídolo ficando defronte ao irmão.

Eddie pareceu fazer qualquer coisa para irritar Harry, elogiou Hermione dos pés a cabeça e sequer reparou que o menino-que-sobreviveu estava dando tiros com os olhos.

Não demorou muito e já estavam terminando o café da manhã, os garotos estavam comentando (modestamente) sobre o castelo onde habitavam.

- Ele é muito gostoso, as comidas são ótimas, sabe, você precisa ver – disse passando a mão em cima na de Harry que estava estendida ao lado do pote de açúcar, Hermione arregalou os olhos imediatamente e amarrou a cara para garota que jogou os cabelos para trás e disse.

- Como é difícil ser eu – e apoiou os cotovelos na mesa fazendo cara de tédio.

Harry arregalou os olhos para Hermione, escondendo a mão embaixo da mesa.

– Não vai me mostrar o castelo? – perguntou depois se virando para Harry.

- Claro que vou, só estava esperando você terminar de tomar café – ele reparou que agora Hermione imitava a sua voz de um modo nojentinho.

Paige se levantou para sair com Harry quando Eddie deu uma risadinha para Hermione.

- Você quer conhecer o meu navio? Ele está aqui no castelo mesmo.

Harry sentiu o sangue fluir pela cabeça.

- Claro – disse ela trocando um olhar rápido com Harry, ela deu uma risadinha discreta.

- Podíamos conhecer juntos – cortou Harry apontando com a cabeça os quatro ali que estavam de pé.

- Não, não, o que eu tenho para mostrar a Hermione são coisas pessoais – disse dando uma risadinha sem graça.

Ele mostrou com a mão o caminho para Hermione.

- As damas na frente.

- Oh, obrigada – disse corada tomando a pose de guia.

Harry continuou parando vendo os dois sumirem através das portas, Paige o agarrou pela mão para chamar a sua atenção e disse.

- Vem, vem, vamos, deixa eles pra lá. Me mostre o castelo.

- Ah, certo – disse acenando para Rony e Vítor – Vou te apresentar cada canto da escola – não era o seu tom normal. Era mais um tom vingativo.

Paige fez questão de entrar em todas as salas possíveis enquanto a sineta tocou anunciando o início das aulas, ele fez questão de soltar a mão da garota e sair correndo, ignorando seus gritos.

- Mas Harry, por favor... Ainda não terminamos!

- A gente continua mais tarde – disse agarrado na mochila.

Era aula de Feitiços e ele não podia faltar, deparou-se com a cena mais estressante de todo o dia, Eddie estava deixando Hermione na porta da sala e estava beijando sua mão novamente.

- Nos vemos mais tarde, Mi – disse após demonstrar toda sua delicadeza e saiu sorrindo.

- Ahh – suspirou ela o vendo partir sem notar que Harry estava bem atrás.

- A cama dele era aconchegante? – perguntou raivoso.

Hermione virou-se imediatamente e não gostou de ver a expressão raivosa de Harry.

- E qual era o sabor da fruta do Gloss da Paige?

- O que você pensa que eu sou? – perguntou com as sobrancelhas coladas – Eu não sou qualquer um... E você sabe disso! Não é Mi? – perguntou pronunciando “Mi” com nojo.

- E quem você, Harry James Potter, está pensando que eu sou?

Ele pareceu ter levado uma bordoada, ficou em silêncio por um instante e abriu a boca para retrucar, mas Hermione foi mais rápida.

- Se você pode sair com a Paige, eu também posso sair com o Eddie.

Harry ia xingá-la mas os amigos estava entrando na sala e ficaria chato da sua parte, ele puxou a garota pelo cotovelo para o corredor ao lado.

- Pensei que você me amava... – ele disse quase sussurrando.

- Eu te amo – ela ergueu a mão e mostrou a aliança – Se não te amasse não estaria ainda usando esse objeto prateado, está vendo?

Harry olhou para os seus lábios, queria muito, muito, beijá-la, senti-la, ver se suas palavras eram sinceras. Mas simplesmente, não podia, então abaixou a cabeça encarando os cadarços.

- Tudo bem, dessa vez passa, mas seria melhor se você não voltasse a vê-lo.

- Mas... Mas... – ela abriu a boca para protestar enquanto ele virava as costas e saia, ele voltou a olhá-la por cima do ombro.

- O quê?

- Ele me chamou para sair... E... er... Bem...

- Você não aceitou, não é mesmo? – perguntou franzindo o cenho e dando um passo em direção à garota.

- Eu não... Na verdade, Leonardo, nosso professor, me fez aceitar.

- Eu... Não... Acredito... – disse Harry rosnando entre os dentes e fechando os punhos – Ótimo! – ele virou-se para caminhar em direção – Perfeito! Me chamem para o casamento de vocês.

Harry não virou o corredor em direção à sala de feitiços.

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