Estouro.



Capítulo 54.
Estouro.

Harry passou o resto do dia inteiro imaginando que tipo de surpresa o aguardava na Ordem, ficou sonhando com a tal festa, mas não conseguia afugentar Sirius das festas de aniversário imaginária e muito menos Lupin, mesmo sabendo que era impossível. Seu coração estava tão apertado como se alguém tivesse comprimido-o cruelmente.
O garoto voltou a contemplar a janela, lá fora chovia, de modo que as crianças que no ano passado brincavam de gira-gira, agora, faziam guerra de barro, Harry sorriu e se lembrou de quando brincava com Rony e os gêmeos com as bolas de neve.
"O que o aguardava na Ordem"? essa pergunta era repetida toda hora. Quase não resistia à tentação de escrever uma carta aos amigos.
O garoto nem dormiu a noite, pensando no que faria dali algumas horas, quem ia buscá-lo? Essa ansiedade já estava começando irritar.
Meia-noite, murmurou após observar o relógio mudando de cor.
Sorrindo foi até a janela e viu que a chuva estava bem mais fraca e sob a fraca luz da lua o garoto identificou uma coruja se aproximando, uma corujinha miúda, vinha na direção do quarto de Harry, em alta velocidade.
O garoto abriu a janela para receber a coruja, por um instante pensou que fosse de Rony, mas estava totalmente enganado, era de Hogwarts.

Prezado Sr. Potter,

Gostaríamos de parabenizá-lo pelos seus 17 anos, desejamos também muita paz, alegria, felicidade e muita coragem.
E como presente da escola gostaria também de avisar que você está liberado para fazer magia fora da Escola de Hogwarts, mas lembrando que isso não será possível na vista de Trouxas, caso isso acontecer entre direto em contato com o Ministério.
Abaixo está anexada à lista de regras que você deverá cumprir para não perder sua varinha.

Atenciosamente,
Diretoria de Hogwarts,
Minerva McGonagall.


A coruja molhada se agitou espirrando água para todo o lado e ficando arrepiada, mas Harry sorriu então ela abriu asas e levantou vôo sem cobrar nada.
O garoto apontou para as gotas de água que estavam na parede e murmurou contente.
- Impervius - a água foi puxada para dentro da varinha, ele sorriu de orelha a orelha. Simplesmente podia fazer o que bem quisesse (claro, longe dos tios trouxas).
Minutos mais tarde, ele se encontrou abrindo alguns presentes e algumas cartas e não obteve sucesso no amor, Rony e Hermione pareciam firmes (ou não), já que não comentaram nadinha sobre isso em ambas cartas, mas estavam juntos na Ordem, apesar de tudo, ele já esperava por isso (mas sempre a esperança é a última que morre).
Rony e Hermione ficaram as férias inteira dando palpites para o Sr. Weasley e juntos conseguiram fazer um livro na qual estava à memória dos seis anos que passaram esse fora o presente de Harry.
Cho mandara um livro super legal sobre opções de emprego, juntamente com o nome de Krum no fim da carta, desejando mil parabéns.
Hagrid escrevera uma carta quilométrica dizendo sobre o seu casamento, sobre sua vida, como tudo havia mudado para melhor, sobre Grope, sobre diversos costumes, a melhor notícia que Harry poderia receber, o garoto aproveitou a oportunidade para imaginar qual seria o tamanho do filho de Hagrid, soltou uma pequena gargalhada silenciosa.
Gina havia lhe dado um diário super bonito, verde-esmeralda.
Draco presenteou Harry com várias camisetas muito estilosas de Madame Malkin, era realmente o que estava precisando, pois não saía da casa dos tios para fazer compras ao Beco Diagonal e nem uma loja trouxa qualquer, sem contar que o garoto estava crescendo exageradamente.
Jogou-se na cama, durante essas férias o garoto havia aprendido uma técnica nova de dormir, conseguira dormir de olhos abertos e viajava nos beijos de Hermione, rindo da cara de Rony por estar sendo enganado, tudo bem que Rony fora seu melhor amigo, mas agora o culpava sempre por perder a namorada mais linda do mundo para o ruivo que na verdade não tinha encanto algum para conquistar uma garota, era grosseiro com todos, além de ter seus bons costumes como: roncar, peidar e arrotar na frente das pessoas.
Harry sentia se solitário várias noites e seus sonhos eram normalmente com Hermione, Luna, ou Sirius cheio de sangue como na Batalha Final.
A atenção de Harry se voltou para o que a Ordem o aguardava, tentou cochilar, mas era impossível, desceu até a Sala e começou assistir televisão, com o volume mais baixo do que o normal tentando não acordar os Dursleys, acabou adormecendo ali.
- Harry, parabéns para você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida - disse Tia Petúnia batendo palmas debilmente.
Harry encaixou o óculos e olhou para o lado, a Tia o aguardava de braços abertos, ele se levantou e foi abraçá-la e logo recebeu os cumprimentos de Tio Valter e Duda.
Logo depois o garoto foi lavar o rosto e escovar os dentes, enxugou seu rosto na toalha verde-limão, voltou para o quarto para reler as cartas, não conseguia sossegar agora que sabia que a Ordem o aguardava com uma surpresa, tratou de arrumar o malão antes de tomar café.
Ao descer se deparou com um pequeno bolo feito pelas mãos "mágicas" de Tia Petúnia.
- Aqui está, Harry - disse ela apontando para o bolo como se fosse a primeira vez que estivesse fazendo um - Um bolo que eu própria fiz.
- Obrigado, tia - agradeceu antes de se sentar e finalmente provar a maravilha de bolo de sua Tia.
*
Horas mais tarde o garoto se encontrava esperançoso no jardim da frente, sentado ao lado do canteiro de flores, observando os alunos voltarem da escola carregando os materiais, usando uniformes e tudo mais, começou a reviver os momentos na qual o garoto passava na escola trouxa com Duda e alguns de seus amigos idiotas que jamais suspeitariam que o garoto hoje se tornasse um dos melhores bruxos do mundo, talvez se soubessem não teriam encostado um dedo sequer em Harry com medo de morrer ou algo do tipo.
- Ah, que horror - berrou Petúnia limpando os vidros do lado de dentro e informando ao Harry a notícia que passava no jornal de modo que ele nem precisava ficar do lado do rádio para saber dos recentes acontecimentos trouxas - Onde já se viu? Um homem de 23 anos foi morto sem ao menos ter tomado nenhum veneno, nem tem hematoma nem nada! E as pesquisas comprovam que ele não se matou, não havia nada de errado, uma saúde perfeita.
- Certas coisas são misteriosas até demais - disse Harry olhando a Tia por cima do trinco da janela. Uma leve preocupação subiu pela cabeça, isso podia ter dedo de magia, mas não... ninguém do lado maligno havia sobrevivido da Guerra Final, ou será?
- Harry, quem você está esperando aí? – perguntou a tia curiosa espiando por cima do muro da vizinha.
- Meus amigos disseram que iam mandar algum me buscar.
Ela parou de esguichar o produto na janela e ficou parada com o pano na mão.
- Você está dizendo que eles vão invadir novamente a minha sala? - ela segurava o pano em uma das mãos e olhava a sala que acabara de limpar, observava seu trabalho como se fosse raridade.
- Não é bem isso, Tia - disse Harry voltando olhar para rua - Na verdade, não sei como eles virão e nem que horas.
Ela voltou a limpar a vidraça deixando o vidro perfeitamente limpo, confundindo qualquer pessoa dizendo que ali não havia nenhum objeto.
- O almoço está quase pronto – disse ela apurando os ouvidos para ouvir a panela de pressão.
- Estou sem fome, Tia - disse Harry se levantando para que não fosse atropelado, pois seu Tio acabara de virar a esquina (fazendo uma curva muito fechada), e ele jurou que por uma fração de segundos que as rodas da esquerda se elevaram um pouco da pista, trazendo Duda junto.
Tio Valter parecia trêmulo, estava com o rosto vermelho e Duda com lágrimas nos olhos muito inchados.
- Valter, querido, o que aconteceu?- disse Tia Petúnia estabanada e derrubando os produtos a sua volta.
De fato era realmente duvidoso se acontecera alguma coisa, normalmente a cara de Tio Valter chegava assim, mas ela soube que algo incomum ocorrera, pois Duda também não estava sorridente.
- E-Eles vão me d-demitir! - disse aos soluços.
- O que aconteceu? - perguntou a Tia Petúnia agarrando o rosto gordo do seu marido e acariciando-o com os polegares - O que houve?
- Eles descobriram que eu desviava um décimo do salário dos empregados - resmungou envergonhado.
Harry sentiu uma profunda pena dos tios e de Duda, o que seriam deles dali pra frente? Eles que sempre se faziam de nobres e tudo mais...
- Estou sem emprego, ainda fui demitido por justa causa, nunca mais vou conseguir outro empregou - disse se entregando às lágrimas.
Harry subiu para o quarto, junto com Duda que fora guardar o seu material e logo ia almoçar.
- Eu lamento mesmo.
- Mamãe cansou de avisar para papai parar com esse tipo de coisa - disse Duda chateado depositando o material na cama – Ele tava errado...
Harry ficou observando o quarto maravilhoso de Duda e parou em frente um aviãozinho na estante e começou a rodar a hélice com o dedo, sua vida girava...
*
O resto do dia não foi nada comum, uma tensão de angústia e velório predominava naquela casa, fazendo todos se sentirem super péssimos, inclusive Harry.
- Vamos começar a perder tudo, eles vão confiscar tudo - berrou Válter na mesa - Precisamos de ajuda ou vamos parar na rua.
Harry elevou o garfo à boca e pensou "Se ainda tivesse com a conta de Sirius até transferia algum dinheiro aos meus tios..."
- Ah, acalme-se Valter, eu também vou arranjar um emprego, nós vamos superar isso, ok?
Ele não respondeu, continuou chorando fazendo com que a mesa ficasse chacoalhando de modo que Harry quase não conseguia engarfar os ovos de codorna.
- Tio - interrompeu Harry chamando a atenção de todos - Eu acho que tenho a solução.
A choradeira parou imediatamente, três pares de olhos estavam fixos no garoto.
- C-Como assim, H-Harry?- perguntou incrédulo, achando uma piada.
- Meu falecido padrinho deixou o seu dinheiro comigo, pelo que eu sei ele é muito rico, creio que se puder ajudar em algo...
Harry por um instante pensou que eles fossem aceitar, mas hesitaram depois de trocarem olhares.
- Obrigado, Harry, mas não podemos tirar dinheiro de você.
- Esse dinheiro não tem necessidade, não irei aproveitar de qualquer forma, só tem um problema, não vou poder converter todos os galeões para Euro.
- A-ah, Harry, você é um anjo - disse Tia Petúnia beijando sua cabeça, deixando-o sem graça.
- Temos uma proposta melhor - ofereceu Valter- Você nos empresta esse dinheiro e vamos pagando aos poucos.
Harry aceitou com a cabeça.
- Quantos vocês querem?
- Por enquanto uns 500 mil euros. Sabe, restaurar a casa e tudo mais.
- A-Ah, claro - disse Harry pensativo, será que Sirius tinha tudo isso?
Mal sabia ele que Sirius tinha muito mais que isso.
Harry voltou para o quarto minutos mais tarde não tendo noção se fizera ou não a coisa certa, talvez os Dursleys estivessem mesmo confiantes naquela proposta, e podia muito bem não dar certo, pois Harry se lembrava perfeitamente bem que no ano passado recusara a proposta de Lupin uma vez, talvez agora o dinheiro não voltasse tão fácil em suas mãos e teria de pedir desculpas aos Dursleys por não poder emprestar o tal dinheiro.
Encarou seu reflexo na janela, os Weasleys poderiam chegar a qualquer momento e coincidentemente uma buzina horrenda soou pela Rua dos Alfeneiros, fazendo vários pássaros voarem de seus ninhos nas árvores próximas as casas.
- Quem será?- perguntou Harry para si mesmo saltando os degraus da escada dos Dursleys que se encontravam na porta, olhando para fora, parecendo furiosos.
- São seus amigos... hm... tanto estranhos, não? - anunciou Petúnia fazendo o coração de Harry saltar pela boca.
- Mesmo? - perguntou para ter certeza, mergulhou entre os tios e chegou até a porta para conferir.
- Harry... - disseram em uníssono, eram os gêmeos; Fred e Jorge.
- Olá - acenou Harry.
- Como vai? - perguntaram.
- Vou bem e você? - cumprimentou ele enquanto os gêmeos acenavam para os tios de Harry.
- Ah, excelentemente bem!- responderam muito contentes - Eae viemos buscar você, espero que já esteja tudo pronto.
- Claro - respondeu sorridente voltando para a porta.
Olhou para os tios que contemplavam àquela cena congelada.
- Alô - disse Harry atravessando os tios - Tia, estou indo passar o restante das férias na casa dos meus amigos.
- Tudo bem - disse ela enxugando as mãos no avental sem tirar os olhos fixos dos gêmeos com medo de que eles atacassem. Duda recuou assustado, há alguns verões, ele tivera uma experiência muito ruim com esses dois, no final das contas havia ganhado uma língua de quase três metros.
Harry subiu sem notar que o primeiro degrau rangeu, mas foi impedido de continuar o seu percurso, pois Tia Petúnia o parara.
- Harry, eles não querem entrar?
Harry não precisou responder, pois os gêmeos invadiram o Hall e começaram a tentar se comunicar com os Dursleys como se eles falassem outra língua ou algo do tipo, Harry achou até divertido do seu quarto, pois eles tentavam dizer coisas absurdas sobre o dinheiro trouxa e a política.
- A-Ah, claro, Holden é um sério partido - disse Fred concordando com Jorge.
Harry desceu segurando o malão, com uma risadinha estampada no rosto, tendo dificuldade em descer a bagagem, mas os gêmeos foram ajudá-lo, sem pressa alguma, enquanto os tios os filmavam.
- Ah, Senhora Dursley, estamos indo - disse um dos gêmeos gentilmente fazendo com que Harry se surpreendesse com esse tipo de atitude.
Harry se despediu dos tios com um abraço e caminhou entre os gêmeos até o carro.
- Qual é a nova?- perguntou Harry quando se acomodava no carro.
- Inventamos chicletes que aparataram...
-... Pensamos em usar um desses quando viemos buscar você - revelou Jorge impaciente segurando o volante.
- Mas papai não deixou, achou um absurdo - respondeu Fred.
Harry sinceramente apoiava o Sr. Weasley, ele até acreditava nos gêmeos, mas se sentiria péssimo se soubesse que estava servindo de cobaia para um dos produtos Weasleys, talvez se não desse certo Harry nunca mais também reencontraria Hermione.
Logo que o carro começou a andar Harry sentiu suas pálpebras ficarem pesadas, uma vontade de dormir à medida que os borrões iam ficando azulados.
- Você terá uma surpresa, Harry - informou Jorge.
- Eu preferia que fosse pra mim, claro - disse Fred sorridente.
- Pra mim também. Nunca tive nada parecido, sabe... - concordou o outro - Mas se você é o preferido da mamãe, não podemos fazer nada.
Harry deixou uma risadinha escapar e começou a ver as cores da paisagem se misturando lá fora.
- Ad Infernum - escutaram todos e logo em seguida um pipoco no banco de trás.
- Vocês ouviram?- disse Harry colocando a cabeça para fora e assistindo o carro sem pneu, já voando - Estouraram o pneu! - disse voltando para o seu lugar.
- Vamos descer?- perguntou Jorge dirigindo.
- Não - disse Fred preocupado - Melhor não, vemos isso quando chegarmos à Ordem - uma gota de suor deslizava entre seus cabelos ruivos. Era mais do que suor, era preocupação.
Harry continuou a fitar lá fora, preocupado.
- Eu escutei alguém...
- EXPENDIA - berrou alguém lá fora aos berros.
Harry sentiu um empurrão nas nádegas, bateu a cabeça contra o teto, os óculos deslizaram pelo nariz e a imagem escureceu, ficando um pouco fora de foco, quando menos percebeu o carro estava dando uma cambalhota no ar e um buraco em forma de uma roda estava aberto em seus pés, mostrando o gramado lá embaixo, estavam uns 10 metros do chão.
- Preparem-se - disse Jorge apertando um botão, enquanto Fred puxava a varinha, preocupado.
- Alguém tentou explodir o carro - disse Fred preocupado enquanto Jorge engatava ré ainda de ponta cabeça.
Harry agarrou os braços do banco de trás como se fosse protegê-lo, quando viu uma vassoura e uma mão apontando uma varinha em direção ao carro.
- NÃO!- berrou Harry mesmo sem reconhecer aquele rosto.
O carro começou a rodopiar pelos ares, até que colidiu com violência contra o chão, amassando grande parte da frente e o teto colou no chão, Harry fechou os olhos segurando firme, os pensamentos rodando em sua cabeça, a sua vida se resumiram em simples cenas que rodaram rapidamente pela cabeça.
Hermione o beijando... Rony abrindo a boca para protestar... Sra. Weasley brava e com o dedo apontado em sua cara... Sirius dando risadas com a mão na barriga... Dumbledore puxando a varinha... a morte estava aproximando, ele sentia isso...
Ele segurava nos braços da poltrona e sua cabeça batia no teto várias vezes seguidas, e neste mesmo local adquiriu uma grande dor, achou que tudo ia explodir.
Olhou para o lado e viu claramente um dos Weasleys em um caso pior, ele bateu a cara no retrovisor e apagou completamente.
O carro entrou em chamas.

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