EPÍLOGO



Epílogo



O vento de final de tarde soprava na plataforma, acariciando sua face e desarrumando ainda mais o revolto cabelo. Seu olhar estava perdido no horizonte. Não sabia por que se lembrara de tudo aquilo justamente naquele momento. Já haviam se passado dez anos, e realmente a paz reinara em sua vida e na de seus entes queridos durante todo aquele tempo. Ficara tão distraído, que sequer notara que o trem já estava parado na plataforma e os alunos desembarcavam. Mais um sinal dos tempos... Antigamente, ele não se desligaria da realidade daquela maneira. Estava se virando para procurá-la, quando sentiu um encontrão, alguém pulando em seu pescoço e cobrindo-o de beijos.


- Hei! Pare com isso, menina. – Riu ele, afastando-a delicadamente – O que as pessoas vão pensar, em ver uma moça me agarrando e beijando?
- Não sei o que vão pensar, mas sei exatamente o que vão sentir. Inveja! Vão morrer de inveja, principalmente minhas amigas. – Respondeu a jovem – Afinal, todas elas dariam uma perna e um braço para estarem no meu lugar, te agarrando.
- Deixa de falar besteira. Se tua mãe escuta uma coisa dessas... – Repreendeu Harry.
- Não é besteira nenhuma, pai. Você continua um gato. Está até mais charmoso, com esse cabelo... – E Lucy espalhou ainda mais a mecha de cabelo no alta da cabeça de Harry, que começava a assumir um tom cinza/prateado – E não pense que mamãe não sabe disso. Sabe sim, por isso continua tão linda. Para que todas vejam que não têm a menor chance.
- Sei. – Respondeu ele, finalmente medindo a filha de cima a baixo – Por falar em cabelo, tenho a impressão de que a senhorita tem andado muito na companhia da Tonks. Posso saber que cabelo é este?
- Gostou? – Perguntou ela, sacudindo os longos cabelos, na altura da cintura. Outrora negros, agora apresentavam quatro cores. Rosa, nas pontas. Loiro e vermelho no meio e preto nas raízes – Tia Tonks disse que está na moda.
- Bom, vamos ver o que sua mãe acha disso, quando chegarmos em casa. – Harry deu de ombros, mas em seguida pareceu se lembrar de algo, e perguntou – Mas antes de irmos, quero te perguntar uma coisa, Lucy.
- Claro. O que é? – Quastionou ela, curiosa.
- Você acaba de deixar Hogwarts, e nunca nos falou nada sobre nenhum namorado. Não está escondendo nada da gente, está? Sabe que pode confiar em mim e em sua mãe, não sabe? Assim, caso esteja saindo com alguém...
- Pai! Que pergunta é essa? – Riu a menina, mais pela cara totalmente envergonhada de Harry do que pela pergunta em sí – Eu não tenho namorado. Nunca tive.
- E por que não? – Assustou-se ele.
- Não sei. Vários motivos, eu acho. Primeiro, parece que assusto os garotos. O peso do nome, sabe? Ter Weasley Potter no sobrenome pesa bastante. Afinal, sou filha do grande Harry Potter e da maior Auror do século, Ginevra Weasley Potter. Sobrinha do chefe da seção de Aurores, Ronald Weasley e da diretora do centro de pesquisas avançadas do Saint Mungus, Hermione Weasley. Acho que isso assusta um pouco os pretendentes. Além disso, acho que sou um tanto seletiva. Exigente demais, sabe? Cresci vendo bruxos maravilhosos como vocês lutando. Cavaleiros, anões, Elfos e príncipes. Já vi coisas e lugares que a maioria sequer pode imaginar. Então, fica meio difícil algum garoto me impressionar.
- Mas não pode se fechar ao amor, Lucy. Tem que deixar alguém se aproximar de você.
- Não era para eu estar tendo esta conversa com a mamãe? – Sorriu ela, da maneira mais sapeca que lhe era possível – Olha, não se preocupe. Não estou preocupada com isso agora, só quero pensar na minha carreira.
- Quanto a isso, você tem certeza? Quero dizer, não é por sua mãe e seu tio serem Aurores, que você também precisa ser. Pode fazer o que quiser, algo que não seja tão arriscado. – Ele sabia que a tentativa era inútil, mas precisava tentar.
- É ruim, hein! Repito. Depois de ver vocês em ação, acha mesmo que eu quero outra profissão? Vou ser Auror sim, e uma das melhores. Tudo bem que não temos mais Comensais ou coisa parecida para combater, mas sempre pode aparecer algum lobisomen raivoso ou um gigante para se controlar. Serei Auror sim, começo o curso no próximo verão.
- Tudo bem, eu desisto. Faça como quiser.
- Assim é que se fala, senhor embaixador. E como andam as viagens? E os pestinhas?
- As viagens andam satisfatórias. Não pensei que ser diplomata me daria tanto trabalho. Não sei o que faria se não tivesse a ajuda de Radhi em Shangri-lá. Certamente não daria conta. – Respondeu Harry, e em seguida deu uma palmada de leve nas nadegas da filha – E que história é essa de chamar seus irmãos de pestinhas?
- Ai! Mas eles são... Mcgonagall diz que vai pedir aposentadoria antes dos dois entrarem na escola. Não cansa de falar que Thiago e Sirius fazem jus aos nomes, são exatamente iguais ao vovô e seu padrinho. Com o adendo de terem também sua queda para confusão e o gênio da mamãe. Ela fala que serão os novos marotos em Hogwarts.
- Isso é exagero da Minerva. Eles só são um tanto quanto hiperativos.
- Ta bom. Se não fosse a Rosa, que puxou todo o bom censo da tia Mione, eles já teriam derrubado a casa da vovó. A diretora aposta todas as fichas nela, de que será um novo gênio da escola. E talvez consiga controlar aqueles dois.
- Tenho certeza de que será. Ela é igualzinha à Mione.
- E a Lilly?
- Sua irmã também está ótima. Não vê a hora de ir para a escola, e não se conforma de ainda faltar três anos.
- Se aqueles dois estiverem judiando dela, vou transformá-los em duas baratas albinas, eles vão ver só.
- Não estão, pode ficar tranqüila. Eles a tratam como uma princesa. A princesinha ruiva deles. – Disse ele, não escondendo o orgulho pelos filhos - Podemos ir?
- Para casa?
- Para a casa de seus avós. A família toda está a sua espera para o jantar.
- Sério? Estou morrendo de saudades de todos. E da comida da vovó também. – Disse a menina, esfregando as mãos gulosamente - Vamos logo então?
- Vamos sim, bruxinha.


Harry estendeu o braço, que Lucy segurou firmemente. Com um movimento leve e com o ruído da locomotiva ao fundo, ambos giraram e desaparataram, rumo à casa da família Weasley, onde uma festa os esperava.



Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)...


N:A: Alguns devem estar se perguntando o que esta música, Aquarela, de Vinícius de Moraes e Toquinho está fazendo aqui. O que ela representa para a fic ou para o capítulo? Na verdade, nada.

Mas acho que ela tem muito a ver com este nosso universo de Fics de um modo geral. Afinal, com cinco ou seis linhas, não é fácil descrever um castelo? E Não conseguimos viajar de um mundo ao outro em apenas um segundo? A música fala do poder da imaginação, das maravilhas que nossa imaginação pode fazer. E por isto resolvi inseri-la. Para que sempre nos lembremos de quão importante e bonita pode ser essa nossa dádiva. Mas ela deve ser sempre alimentada, tratada com carinho e dedicação. Quando começamos a cerzi-la, podá-la, ela acaba murchando e morrendo. E daí nos tornamos pessoas menos felizes, amargas. Por isso, nunca deixem que isso aconteça.

Bom, como se costuma dizer por aí... This is the end.

É engraçado dizer isso, sabe? São praticamente 2 anos escrevendo essas fics, então é difícil dizer adeus e saber que amanhã não vou mais sentar em frente ao teclado pra escrever sobre isso. Se por um lado, há o sentimento de satisfação e dever cumprido (pois, pelos coments, me parece que não fiz um trabalho ruim), por outro há o sentimento de perda. Mas isto faz parte, uma hora tinha que acabar. E chegando ao final, quero agradecer há algumas pessoas. Não posso me lembrar de todos que comentaram, minha memória é péssima e tem piorado com a idade (rsrsrsrs), e poderia esquecer alguém, portanto vou citar apenas algumas pessoas, que estiveram sempre presentes, me dando muita força e apoio. Me cobrando, puxando a orelha quando precisava ou coisa parecida.

A primeira, nunca comentou aqui. Vocês nem a conhecem, mas foi de fundamental importância. Está sempre me apoiando, criticando e pedindo pra que eu escreva algo próprio. É minha esposa, Selma.

Outra pessoa importante, e acho que sequer sabe disso, é o Rafael. Ele foi a primeira pessoa a postar um coment na Guardiões, num momento que eu estava extremamente inseguro e com vontade de deletar tudo. O comentário dele, me encorajando, foi fundamental pra continuidade das fics.

Conheci muita gente através deste universo virtual, e não importa o que aconteça, ficarão pra sempre comigo. Uma grande família, a quem agradeço muito.

Minha querida mana, Molly. Que se tornou mais que uma amiga, uma verdadeira irmã.
Marcita, que sempre me alegra e surta comigo no MSN. Qualquer hora a gente ainda pula junto da torre de astronomia.
Sheil@, que me deu meu primeiro sobrinho virtual. E é tão doida quanto as outras duas citadas anteriormente.
Line, minha querida Jaline, que desde o começo sempre me deu a maior força. Te adoro, ruiva.
Lica, minha outra irmãzinha, que também me apoiou muito desde o começo.

Bom, tem tanta gente que eu gostaria de agradecer, que eu passaria o dia inteiro aqui escrevendo. Então, sintam-se todos homenageados através destes poucos aí em cima. A todos vocês, desde os mais antigos aos mais novos leitores, muito obrigado por acompanharem as fics.

Agora vamos falar do futuro:

Como já comentei algum tempo atrás, minha intenção é dar uma sumida do universo de fics, para me dedicar a um projeto meu. Vou começar a escrever um livro com personagens próprios. Não sei se vou conseguir publicar ou mesmo se será bom, mas é algo que quero e preciso fazer. Mas vou dar um jeito de avisar, caso alguém queira ler.

Tenho também, duas idéias para novas Fics.

Uma, seria mais ou menos uma seqüência destas, com uma Lucy adulta, já Auror. Sírius, Thiago e Rosa já estudando em Hogwarts e abordar o relacionamento de Harry com seus filhos, a dificuldade deste relacionamento. Mas esta vai demorar um pouco.

A outra, é meio que UA, e estou realmente empolgado com a idéia. Vou tentar escrevê-la ao mesmo tempo que começo o livro, e não devo demorar muito para começar. Aviso aqui, ok?


Então é isso. Parafraseando Remo Lupin em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban... Se tem uma coisa da qual me orgulho é o quanto vocês(e eu também) aprenderam nestes anos. Não vou dizer adeus, pois tenho certeza de que nos encontraremos de novo. Por isso, até breve. “MAL FEITO, FEITO!” – E Claudio guarda sua varinha, pega seu casaco e sai pela porta. Quando chega nela, saca novamente a varinha e murmura “NOX!”


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