O Retorno dos Guardiões



N:A: Não tenho como me desculpa pela demora na postagem deste cap. Foram vários motivos, que nem vale a pena citar. Mas aí está, finalmente saiu. Espero que gostem.


Capítulo 11 – O Retorno dos Guardiões


Harry estava irritado. E isto normalmente significava problemas. Estava em seu quarto, quando uma das criadas, conversando com Gina, deixou escapar que os líderes conversavam na sala do trono. Sentiu um mau pressentimento, e saiu correndo para saber o que estava acontecendo. Gina corria logo atrás, e apesar de seus esforços em lhe chamar a atenção, ele parecia não ouvir. O que não a deixava nada contente, também. Quando chegou no salão, abriu as portas, mas ninguém notou sua chegada. Todos prestavam atenção em quem falava. Arador.


- Anaryon, meu irmão, me escute. Isso é loucura. Não podemos nos arriscar em sair da proteção destes muros para atacar os Orcs.Não é sensato.
- O que não podemos, Arador, é ficar aqui, sentados, esperando que eles batam à nossa porta, derrubem-na e matem nossas mulheres e crianças. – Retorquiu o outro.
- Ouça seu irmão, Anaryon. – Disse Harry, que a esta altura, já tinha Gina a seu lado, seus belos olhos fuzilando o príncipe. Todos na sala viraram-se para olhar o casal, que entrou na sala, dirigindo-se para o grupo – Temos praticamente um terço da força inimiga. Não temos a mínima chance de superá-los em campo aberto, neste momento. Estaríamos levando nossas forças para uma chacina.
- Pensei que nos chamariam para discutir estratégias sempre que o conselho se reunisse. – Disparou Gina, seca.
- Não é uma reunião oficial do conselho, nobre dama. – Disse rapidamente, o lider dos anões.
- E eu não sabia que tínhamos que pedir autorização a vocês, magos, para qualquer decisão que resolvessemos tomar. – Disse por sua vez, Eldest.
- E não precisam, magestade. – Retrucou a maga – Porém, me parece que quando não estamos presentes, este conselho carece de bom senso.



Um silêncio constrangedor percorreu a sala, até que Harry retomou a palavra.


- Anaryon, nunca foi nossa intenção interferir em decisões do Estado. Estamos aqui para ajudar, para fazermos o possivel em proteger seu povo. E não acredito que desferir um ataque contra o inimigo neste momento, seja uma boa estratégia. Porém, se vocês decidirem ir, nós os acompanharemos.


Agora, foi Harry quem recebeu um olhar fatal de Gina. Mas ele não o retribuiu, e ela não ousou confrontá-lo ali, na frente de todos. Não podia mostrar discórdia entre eles num momento tão delicado.


- Perfeito! – Eldest bateu palmas, satisteitíssimo – Não tem como dar errado. Com o apoio dos magos, podemos desferir um ataque, como estávamos planejando.
- Não dissemos que apoiamos, apenas que não os deixaremos sós caso resolvam fazer essa loucura. – Apressou-se a dizer Gina.
- Muito bem. – Anaryon se dirigia a todos, agora – Quero saber o que acham do plano de Eldest, então. De atacarmos durante a madrugada, enquanto eles ainda estiverem dormindo. Atacamos com a cavalaria, e a infantaria vem logo atrás.
- Então, nós os expulsamos de volta para o rio. – Gloryn, o mestre anão, bateu o cabo de seu machado no piso, causando um som alto que ecoou por muito tempo – Nós topamos, com certeza.
- Meus cavaleiros estão prontos para lutar. – Novamente Eldest se manifestava.
- Concordo com mestre Potter e Arador. Não acredito que este ataque seja a melhor estratégia no momento. – Posicionou-se Tolman Gangi – Porém não fugiremos da batalha, se esta vier.
- Então está decidido. – Anaryon se levantou da cadeira na qual estava sentado – Senar, prepare nossos homens. Amanhã, antes de raiar o sol, explusaremos os invasores.
- Eu ainda não concordo, meu irmão. Os Orcs poderão nos ouvir chegando, não conseguiremos surpreendê-los. – Insistiu Arador, e virou-se para Harry e Gina – Vocês não podem, pelo menos dar um jeito nisto? Já que temos que lutar, precisamos de alguma vantagem.
- Os Orcs não nos ouvirão chegar, podem ficar tranquilos. - Disse Harry.


O grupo começou a debandar. Harry e Gina voltaram para o quarto de Mione, onde contaram para ela e Rony a novidade. Quando terminaram, Gina se virou para Harry e disse.


- Só não entendi por que você concordou tão rápido em acompanhá-los à batalha.
- Eles já haviam decidido partir. Não ajudaríamos em nada, se brigássemos com eles e não os acompanhássemos. – Justificou Harry.
- Pois era isso mesmo que mereciam. – Bufou Rony – Além de se matar, querem nos levar junto.
- Rony, se não formos, é exatamente isso mesmo que vai acontecer. Eles vão morrer às centenas. Conosco lá, pelo menos podemos tentar minimizar as perdas. – Continuou o moreno.
- Harry tem razão. – Mione, que ainda estava de cama, concordou com o amigo – Precisamos ir e fazer o possível para que essa batalha não seja um fiasco maior que a última.
- Obrigado Mione, mas a senhora não vai a lugar algum. Nem Rony. Precisam descansar mais para se recuperar. Iremos apenas eu e Gina. – Harry já se preparava para sair do quarto, para começar a se organizar para a madrugada seguinte.
- Eu estou bem, Harry. Posso ir com vocês, não tem perigo. – Disse Rony.



Harry parou, antes de alcançar a porta, se virou, primeiro cruzando o olhar com Gina, de quem recebeu um olhar de concordância, então voltou a olhar seriamente para Rony. Parecia analizá-lo, então finalmente disse.


- Ok! Se realmente está se sentindo melhor, acho que vamos mesmo precisar de toda a ajuda possível. Mas acho melhor você acompanhar a infantaria, até hoje não confio em você em cima de um cavalo.
- Legal. Na verdade, nem eu confio em mim lutando em cima de um cavalo. Seria bem capaz de arrancar minha própria cabeça. – Concordou ele, sem graça – Vou no chão mesmo, com o pessoal que vai atrás.
- Eu também gostaria de ir, mas tenho consciencia de que seria loucura. – Disse Mione – Vou ficar aqui, angustiada. Prometam tomar todo o cuidado possível, ok?
- Pode deixar, Mione. – Gina respondeu por todos.
- Pelo menos, posso ajudar a tratar os feridos. – Suspirou Hermione, em complemento.
- Bom, neste caso acho que vai querer isto de volta. – Harry voltou até ela, estendendo-lhe dois broches. O de Saint Mungus e o dos Guardiões.
- Harry! Você os guardou! Mas como? Quando? – Feliz, Mione recolheu-os – Sentia muita falta deles, pensei que os tinha perdido para sempre.
- Sabia que se arrependeria de tê-los jogado fora. – Piscou Harry, sorrindo – Um simples feitiço convocatório, logo após você os jogar fora.



O dia chegou ao fim, numa tremenda agitação. Ao cair da noite, trataram de se recolher cedo, e de madrugada, já estavam de pé novamente. O exército já assumia modo de batalha, com os cavaleiros de Rohan à frente. Logo depois, a infantaria, formada pelos anões, os homens de Gondor e Hobbits. Harry, Gina e Rony percorreram as fileiras, lançando feitiços “Abafiatto!”, de forma que pudessem marchar sem emitir sons. Seria muito importante que os Orcs não ouvissem sua chegada.


Tudo organizado, eles também tomaram seus lugares. Harry e Gina montaram em seus cavalos, ao lado de Eldest, Anaryon, Arador e Ararorn, enquanto Rony se perfilava, ao lado de Senar, Gloryn, Andy e seu pai, o Thain. Os portões foram abertos, e o exército começou a marchar. Não demorou muito, e já atravessavam a planície. Batedores, que iam à frente, faziam sinal, indicando que os vigias haviam sido silenciados. Logo, estavam na orla do acampamento inimigo, imerso em silêncio. Então, quando estavam se preparando para atacar, o som de uma trombeta se fez ouvir, seguida por urros e gritos guturais, vindos de todas as partes. Centenas de Orcs pareceram brotar do chão. Os cavaleiros, que estavam na dianteira, instantaneamente foram cercados, e já lutavam acirradamente. Mais atrás, Senar gritou uma ordem de ataque, e a infantaria avançou, correndo. Espadas se chocaram, gritos foram ouvidos, e o inferno se fez uma vez mais sobre a terra, manchando-a de sangue, cobrindo-a de corpos.




Harry lutava ferozmente, montado em seu cavalo negro. Sua espada alternava de um lado e outro do animal, golpeando diversos adversários. Gina, montada em seu cavalo branco, lutava um pouco afastada, com a mesma maestria e precisão. Seu grupo, formado pelos primeiros cavaleiros a entrarem na batalha, era o que estava mais isolado e severamente atacado, já que os Orcs identificaram ali, além da presença dos magos, o Rei de Rohan e os príncipes de Gondor. Os soldados tentavam proteger seus monarcas a todo custo, mas tombavam como moscas. Os Orcs, que tinham a desvantagem de lutar no chão, a compensavam usando suas lanças. Chuvas de flechas vinham detrás das fileiras, surpreendendo os soldados. Sempre que tinham uma brecha, Harry e Gina lançavam feitiços, afastando os atacantes e ganhando um momento para respirar.



A coluna que corria, se chocou contra a muralha Orc, com um forte estrondo. Rony abriu uma enorme clareira nas forças inimigas, lançando um “Bombarda!”, e explodindo vários a sua frente. Por esta fenda, ele e Gloryn avançaram. O anão golpeava seus inimigos com precisão, seu machado girava no ar, sem parar um instante, e a cada movimento, um rastro de sangue riscava o céu. Lutavam lado a lado, seguidos de perto pelos Hobbits. Rony tinha a oportunidade, de extravasar a fúria que sentia, pela quase perda de seu amor. Enquanto o mestre anão, lutava sorrindo, deixando claro o prazer que o embate lhe proporcionava.



Anaryon estava arrependido da decisão que tomara. Via seus homens tombarem às dezenas, e não conseguia enxergar uma brecha para tirá-los dalí. Continuava a lutar com todo seu empenho, ladeado por seu irmão, que mesmo não concordando com sua idéia, estava ali, lutando bravamente com ele. Num dos poucos momentos em que Harry lhe conseguira um momento para respirar, seu pensamento voltou-se para Cho. Talvez, nunca mais voltasse a vê-la. Levantou o olhar, e percebeu uma movimentação maior entre os Orcs. Então, um Uruk Hai saiu dentre as fileiras, empurrando e até mesmo mutilando alguns soldados, com sua enorme lança. Seus olhos injetados, fixaram-se em Anaryon, que não conseguiu conter um leve tremor. O general Grork sorriu satisfeito e continuou avançando em sua direção, mas teve seu caminho interrompido por um cavalo.




- Se deseja combater com a realeza, terá que começar comigo, Orc. – Disse Arador, empinando sua montaria sobre as pernas traseiras, fazendo o Orc recuar um pouco.
- Não me importo em passar por cima de seu cadáver para chegar onde quero, humano. Se escolheu morrer sob a minha lança, o problema é seu. – Respondeu a criatura, gargalhando.
- Não pense que me põe medo, Orc. Sou príncipe de Gondor, estou pronto para lutar e morrer pelo meu povo. – Emendou Arador.
- Arador, não! – Gritou Anaryon, tentando se aproximar do irmão, mas seu cavalo foi cercado por Orcs, que o impediam de prosseguir.


O mesmo aconteceu com Harry. Quando os Orcs perceberam que seu general ia travar batalha com um dos príncipes, fizeram de tudo para impedir que ele tivesse chance de ajudá-lo.


Grork se colocou em posição, com sua lança em riste. Arador incitou seu cavalo em direção a seu inimigo, bramindo sua espada no ar. Com um movimento muito mais ágil do que se esperaria devido seu tamanho, o Orc se desviou do animal, e cravou sua lança em seu flanco direito. A pobre montaria relinchou de dor e tombou morta imediatamente, lançando seu cavaleiro ao chão, a metros de distância. Na queda, seu elmo caiu, e Arador ficou um pouco tonto. Levantou-se então, meio aturdido, e essa demora foi suficiente para Grork recuperar sua arma, que começou a girar entre as mãos. Arador buscou seu escudo, ornado com a bela figura da árvore branca, símbolo de sua cidade, segurando-o com sua mão esquerda, enquanto ostentava sua espada com a direita. Os combatentes começaram a se fitar. O humano, começava a suar. O Orc, sorria, antegozando o final da batalha.



- Então, o jovenzinho se diz príncipe de Gondor. – Provocou Grork – Vamos ver se o sangue real tem alguma diferença dos outros.


Dizendo isto, avançou sobre o rapaz. Desferiu um violento golpe, desviado pelo escudo do príncipe, que respondeu com um voleio da espada, visando o pescoço. A lança subiu agilmente, bloqueando o golpe. Começou uma violenta troca de golpes. Nenhum dos combatentes conseguia atingir o outro, até que Grork finalmente atingiu a coxa esquerda de Arador. Este soltou um urro de dor, mas não desistiu. Aproveitou a oportunidade e desferiu um golpe contra as costelas do Orc. Afastaram-se, para se recuperar e avaliar seus ferimentos. Arador mal se mantinha em pé. Mas percebeu, que o Orc mal sentira o golpe. Analisou-o com indiferença e logo deitava seu olhar sobre ele novamente, ávido por continuar a batalha.



- Agora, principezinho. Chega de brincar.



Avançou como um touro chucro, girando sua lança até cravá-la no escudo de arador. Com um movimento violento, lançou-o longe, derrubando Arador no chão. Este se levantou, o mais rápido que sua perna permitiu, bem a tempo de aparar com a espada uma nova estocada. Estava cansado e ferido, o Orc era forte e enorme. Conseguiu conter seu avanço uma, duas, três vezes. Parecia que estava amortecendo o golpe de uma marreta. Seu braço ficou dormente, não conseguia mais segurar sua espada. Mais um golpe, e ela voou de sua mão. Grork riu, satisfeito. Arador buscou por seu irmão, que gritava desesperado, mas mal conseguia ouvi-lo. Fechou os olhos e aguardou. Foi mais rápido do que pensou.


- Ronald! Veja! – Gritou Gloryn, que até então não havia visto a luta, e teve sua atenção direcionada quando os gritos Orcs se fizeram ouvir – Vá, tire-o de lá. Eu cuido de tudo aqui.


Rony nada falou. Sacou sua varinha e com um giro, desaparatou.


- Tão vermelho quanto qualquer outro. – Disse Grork, passando o dedo por sua lança, por onde escorria o sangue de sua vítima. Levou-o à boca, e concluiu – E tem o mesmo gosto. Nada demais. Apenas mais um humano, que encontrou seu fim sob minha lança.
- “Rictusempra!” – Bradou Rony, que aparatara a seu lado, lançando o Orc sobre seus soldados. Agarrou o corpo de Arador, e lançou outro feitiço – “Maximun Protego!”
- “Bombarda!” – Gritou Harry, dizimando seus inimigos. Também ele desaparatou, surgindo ao lado de Anaryon. Pegou-o pelo braço, e se transportaram novamente, para o lado de Rony.
- Arador! – Gritou Anaryon, ao se ver ao lado do corpo de seu irmão, seus olhos opacos e sem vida - O que foi que eu fiz?
- Rony, tire-os daqui. – Disse Harry, para o amigo, e continuou, virando-se para Anaryon – Ordene a retirada. Estamos sendo massacrados.
- Eu não vou deixar você e Gina para trás. – Rony protestou.
- Você os tira daqui, e depois volta para nos ajudar. Mas agora, precisa tirá-los daqui. – Insistiu Harry.
- Tudo bem. Eu volto logo. Ordene a retirada, Anaryon. Rápido.



O príncipe, em nada lembrava alguém da realeza. Estava sentado no chão, abraçado ao corpo do irmão, e não parecia ouvir o que se dizia ao seu redor. Pareceu despertar com chamado de Ronald, e com a voz fraca, ordenou.


- Retirada! Voltem para Gondor! Recolham o máximo de mortos, não deixem nenhum ferido para trás.



Dito isto, ele e Rony pegaram o corpo, e desaparataram.


*****



Não era preciso estar no campo de batalha para saber que as coisas não estavam nada bem. Mione corria de um lado para o outro, tratando dos feridos. Não estava sozinha. Éolyn, Arwen e Mirië a ajudavam. Ela reconheceu o som de aparatação. Virou-se, receosa, para o local de onde se originara, e viu Rony, acompanhado dos irmãos. Correu a seu encontro, sob os gritos de Éolyn, que já identificara o primo morto.


- Rony! Rony, você está bem? – Perguntou ela, assustada.
- Estou, tudo bem. Pelo menos comigo. Mas a coisa ta feia, Mione. Preciso voltar e ajudar o Harry e a Gina na retirada. Foi um verdadeiro massacre. – Dizendo isto, o ruivo beijou levemente sua noiva, e desapareceu.


Por alguns instantes, todos choraram pela perda de seu príncipe. Até Mione, que se lembrou da viagem que fizera com ele há pouco tempo. Então, Éolyn levantou o olhar, a procura de Rony.


- E meu irmão? Onde está meu irmão? – Ela vasculhou o salão, e não encontrou Rony – Onde está Ronald? Eu preciso saber de Ararorn.
- Ele voltou para ajudá-lo. – Respondeu Mione – Logo estarão aqui.


Não foi tão cedo quanto Hermione disse. Demorou ainda em torno de uma hora, durante a qual, grupos dispersos de soldados retornavam, abatidos, feridos, derrotados. A cada grupo que entrava pelos portões, Hermione procurava seus amigos, mas ela sabia que eles seriam os últimos a chegar. Por fim, eles surgiram. Já não montavam seus cavalos, obviamente mortos na batalha. Vinham a pé, conduzindo, através de feitiços de levitação, dezenas de corpos. Gina, aparentemente, transportava feridos, sobreviventes da batalha. O que era minoria. Harry e Rony, traziam pelo menos o dobro, visivelmente mortos. Com eles, Eldest, ainda em seu cavalo, com Ararorn, ferido, em sua garupa. Também Gloryn com seus anões e os Hobbits marchavam de volta. Quando atravessaram os portões, Mione notou um grande corte no rosto do mestre anão. Ele a cunprimentou com um aceno, e se encaminhou para o castelo. Os outros o acompanharam, menos os bruxos, que depositavam sua carga no pátio. Logo, os familiares e amigos acorreram, desesperados, para procurar os seus, e confirmar suas perdas, ou ainda tentar salvar os que estavam vivos. Só então os quatro se reuniram, num forte abraço.


- Vocês estão bem? Estão feridos? – Perguntou uma Hermione aflita.
- Tudo bem. Não nos ferimos. – Respondeu Harry, visivelmente cansado.
- E como conseguiram escapar? Pelo que Rony disse, achei que estavam em péssima situação. Encurralados.
- E estávamos. Só conseguimos escapar, graças a Gina. Ela teve uma idéia genial. – Rony deu um sorriso de admiração e agradecimento à irmã.
- Eu deveria ter tido a idéia antes. – Lamentou-se ela – Muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Inclusive Arador.
- Não pense assim. Fizemos o possível para evitar. E sua idéia salvou dezenas, talvez centenas de vidas, inclusive as nossas. – Consolou Harry, abraçando-a.
- E será que alguém pode me dizer que idéia foi essa? – Mione demonstrou certa impaciência – Ou se esqueceram de que eu não estava lá?
- Ah é! – Rony coçou a cabeça, envergonhado, e continuou – Bom, ela teve uma idéia realmente genial. Até seria engraçado, se não fosse a atual situação. – Hermione cruzou os braços e lhe lançou um olhar mortífero, então ele disse, com urgência – Ela começou a transfigurar os Orcs.
- Transfigurar? Transfigurar em quê? – Mione se virou para a ruiva, esperando uma explicação.
- Bom, eu achei que se os fizesse ficar com medo da gente, eles debandariam e conseguiriamos escapar. Mas do que aqueles monstros desalmados teriam medo? No que eu poderia trasformá-los, que despertaria pânico em suas fileiras? – Gina começou a explicar.
- Não consigo imaginar nada horrível o bastante para isso. – Admitiu Mione, enquanto o quarteto começava a entrar no castelo.
-Tive um estalo. E achei, que a única coisa que poderia causar-lhes medo, seria algo fofo. Bonito e delicado. – Explicou Gina, o que causou estranheza por um momento em Mione.
- Bichinhos! – Exclamou Rony, ao perceber que sua noiva não entendera onde o raciocínio de sua irmã queria chegar – Ela começou a transfigurá-los em gatinhos, cachorrinhos, porquinhos cor de rosa, coelhinhos, mini-pufes... Foi genial.
- Acho que eles nunca haviam visto nada parecido. – Harry não escondia o orgulho pela perspicácia que Gina demonstrara – Eles pararam de lutar, e olharam para os primeiros que Gina transfigurou, enojados. E começaram a matá-los. Assim que percebemos, eu e Rony a imitamos. Logo, devíamos ter uns cem coelhos saltando, gatinhos miando, e poodles latindo. Os Orcs bateram em retirada, apavorados. Então, conseguimos voltar.
- Fantástico. – Sorriu Mione, mas seu sorriso durou pouco, pois acabavam de entrar no salão, onde Éolyn chorava sobre o irmão, deitado, que ainda sangrava. Ela deixou os amigos, e correu para tratá-lo.



O dia prosseguiu, num clima de derrota e perda. As baixas foram grandes, e os mortos, beirando uma centena. À tarde, vários funerais já eram celebrados. O de Arador, ocorreu na manhã seguinte, no mausoléu construido para a família real. O pior dentre os presentes, era sem dúvida, seus irmãos. Após a cerimônia, se aproximaram de Harry e seus amigos. Não haviam se falado desde o ocorrido.



- Vocês tentaram me avisar. – Disse Anaryon, de cabeça baixa – É minha culpa que ele esteja morto. E tenho plena consciência, de que se não fosse a presença de vocês, teria sido bem pior. Muito obrigado.
- Não se culpe. – Harry tentou consolar – Tomou uma decisão. Infelizmente, isso aconteceu. Não adianta de martirizar. Já cometi os mesmos erros, que custaram vidas alheias. Só o que podemos fazer agora, é garantir que isso não acontecerá novamente.
- Claro. Tenho a obrigação de não falhar novamente. Mas tenho outras coisas em que pensar, agora que Arador se foi. – Anuiu o príncipe, pensativo. Virou-se para Senar e continuou – Senar, quero que intensifique os treinamentos de Éomer.
- Sim, meu príncipe. – Consentiu o militar.
- Como? Por que isso agora? – Inquiriu o jovem príncipe.
- Por que agora, se algo acontecer comigo, você deve me substituir. Com a morte de nosso irmão, você assume seu lugar na sucessão. Caso eu tombe em combate, você será o novo herdeiro do trono. – Informou com certo pesar, Anaryon.
- Não! Não quero. Não quero treinar para ser rei, nem mesmo imaginar que possa assumir um trono assim. – Revoltou-se Éomer, lágrimas escorrendo de seu rosto.
- Você não tem opção. – Ralhou Anaryon – Nem eu.
- Não! – Gritou o garoto, que saiu correndo.



Gina, condoída com a situação do garoto, foi em seu encalço, encontrando-o num dos pátios, sentado na beirada da fonte, brincando com a água, na qual, derrubava grossas lágrimas. Sentou-se a seu lado, acariciando seus cabelos e tirando-os dos olhos.



- Não fique assim. Seu irmão não tem culpa. – Disse ela.
- Tem sim. Se ele não tivesse atacado, Arador ainda estaria vivo. E eu não precisaria começar a treinar para reinar.
- E o que é que tem demais em aprender a reinar? – perguntou ela, desconhecedora dos costumes locais.
- Você ouviu. Significa que se alguma coisa acontecer a ele, eu devo assumir o trono. Se ele disse isso, é por estar achando que vai morrer. Daí eu estarei sozinho. Toda minha família terá morrido.
- Sei como você se sente. Já perdi um irmão também, e só de pensar em perder mais alguém, fico apavorada.
- Você? Com medo? Tão poderosa como é? – Estranhou ele.
- Com certeza. Adoro todos eles, adorava Percy também. Mesmo ele fazendo muita coisa errada e magoando a gente, quando ele morreu, eu fiquei muito mal. Não era tão poderosa naquela época. E acho, que se não fosse pelo Harry, não teria me tornado.
- Por que?
- Por que eu queria vingança. Queria matar o assassino do meu irmão. Foi bem na minha frente, assim como aconteceu com Anaryon.
- Você sabe quem foi?
- Malfoy!
- Malfoy? Ele está aqui... Você não sente vontade de se vingar?
- Não mais. Já tive muita, como te disse. Mas agora, não. A vingança não nos leva a nada. E foi isso que Harry me fez ver. O que eu busco hoje, é justiça.
- Por que você está me contando tudo isso?
- Por que, se você não ajudar seu irmão agora, ele pode se afundar no sentimento de vingança. Daí sim, ele provavelmente encontrará a morte, pois quando estamos com esta sede, fazemos de tudo para saciá-la, ficamos desatentos e relapsos. E com isso, propensos a morrer de maneira idiota. Anaryon precisa de você, do seu apoio e do seu amor, para não mergulhar neste poço sem fundo. Se não quer perder o resto de família que tem, ao invés de brigar com ele, você precisa apoiá-lo. Você me entendeu?
- Acho que sim. Mas... Você me ajuda?
- Claro, querido. – Anuiu ela, abraçando o garoto afetuosamente – Pode contar comigo.



Éomer levantou-se e deixou o jardim. Gina sorriu e estava prestes a seguí-lo, quando percebeu um vulto se aproximando. Arwen.


- Não é a toa que atingiu o nível de Maga Branca, Ginevra. Encontrou o equilíbrio e a sabedoria necessários, muito precocemente. – Disse a Elfa.
- Obrigada! – Respondeu a ruiva, sorrindo encabulada.
- Espero que use essa sabedoria para você mesma, também. – Arwen completou, não em tom de crítica, por incrível que pudesse parecer.
- Como? Ah! – A compreensão refletiu no rosto da jovem – Pode deixar, sei o que estou fazendo. O momento se aproxima. Logo tudo estará resolvido.
- Tens certeza da decisão que tomaste?
- Sim, tenho. Se ele souber, e alguma coisa me acontecer, tenho medo do que pode acontecer. Harry já sofreu tanto. Já perdeu tanta gente que amava, que é bem capaz de enlouquecer, se souber antes da hora. E eu não posso permitir isto. De maneira alguma.
- Muito bem, então que seja.


Juntas, as duas mulheres saíram, cada qual em busca de seu consolo para as dúvidas que lhes afligiam.




O quarteto estava reunido no quarto de Harry, conversando. Era final da tarde, e eles avaliavam a gravidade da situação, conjecturando o porque da demora da chegada dos Guardiões. Uma trombeta soou, vinda das muralhas. Todos levantaram-se com urgência, mas perceberam que o sinal não era de ataque, e sim um sinal de aviso. Havia alguém se aproximando. Quando chegaram nos muros, viram que todos olhavam para o norte, em direção à Rauros. Uma coluna reluzia sob o sol poente, seu reflexo nos elmos e armaduras ofuscando quem olhava, mesmo àquela distância.


- Elfos! São os Elfos chegando! – Gritou um dos guardas, eufórico.


A comoção foi geral. Depois de ter perdido uma batalha, a visão do exército élfico era um colírio para os olhos. Mais algum tempo, e as fileiras entravam pelos portões, em uma formação impecável. Quando chegaram no paço do palácio, após as sete muralhas, estacaram, e um Elfo, trajando uma armadura dourada, adiantou-se, retirando seu elmo e fazendo uma reverência para Arwen. Quando levantou os olhos, porém, estes caíram sobre Mirië. Mal conseguiu disfarçar seu desagrado, antes de falar.


- Em nome da velha aliança entre Homens e Elfos, estamos aqui uma vez mais para lutar lado a lado, contra as forças das trevas que tentam dominar as Terras Médias. – Disse Mellon.
- Agradeço em nome do meu povo, meu caro amigo. – Respondeu Anaryon, descendo os degraus que os separavam, abraçando-o – Nem imagina como sua chegada é bem vinda.
- Sinto uma atmosfera negativa entre seu povo, jovem príncipe. O que houve? – Mellon perguntou, voltando novamente seu olhar para a esposa.
- Não vai falar com sua esposa, Mellon? – Perguntou Arwen, aproximando-se.
- Perdoe-me minha senhora, nem mesmo lhe dirigi a palavra, e tenho que admitir que isto se deu pela surpresa em ver Mirië aqui. – O Elfo fez uma nova reverência, e manteve o olhar na esposa.
- Pedi aos magos que a buscassem. Necessito de ajuda, e Mirië é uma Elfa poderosa. – Justificou Arwen.
- Claro minha senhora. – E uma nova mesura foi feita – Nunca poderíamos recusar um chamado da senhora. Mas me preocupo com a situação de nosso filho e dos que permaneceram em nossa cidade.
- Nosso filho está bem e seguro, meu marido. E nossa cidade também está em boas mãos. – Finalmente Mirië se pronunciou.


Mellon nada respondeu, mas ficou claro que não gostara da surpresa. A comitiva, formada pelos oficiais, entre eles, Melroch, entrou no castelo, não sem antes dispensar os soldados, os quais Senar se encarregou de acomodar. Logo, o jantar era servido, durante o qual, foi inevitável a pergunta do por que tanta demora na chegada dos Elfos.



- Tivemos que parar no caminho, para atender um pedido de Lady Arwen. – Respondeu Mellon para Éolyn, que lhe fizera a pergunta – Após o jantar, explicaremos melhor.


Terminado o jantar, todos se reuniram na sala de reuniões, tão freqüentada ultimamente para discutir estratégias. Sem demoras, o Elfo começou a explicar.


- Assim que deixamos nossa cidade, recebi uma mensagem de Lady Arwen, fazendo uma encomenda. Mudamos um pouco nosso caminho, até chegarmos a Ithilien, onde Melroch nos ajudou em nossa tarefa. Foi por este motivo que nos atrasamos.



Com um sinal para um dos oficiais que os acompanhava, este abriu as portas, e um cortejo de Elfos entrou na sala, carregando várias armaduras, que foram depositadas na mesa de reunião. Assim que os soldados deixaram a sala, Mellon prosseguiu.



- Uma batalha muito perigosa se aproxima, e Lady Arwen solicitou-nos a confecção de armaduras para os magos.


Desta vez, mesmo Harry mostrou-se surpreso. A sua frente, uma bela armadura branca, forjada pelos Elfos. Com a ajuda destes, eles vestiram suas armaduras. Assim como Harry, Gina tinha uma armadura branca. As de Rony e Mione, eram douradas. Ao contrário das armaduras do exército élfico, que trazia no peito o símbolo referente a seu povo, ou as do exército humano, que trazia o símbolo da árvore branca de Gondor ou dos cavaleiros de Rohan, as dos magos estava liza, sem nenhum entalhe. E tal fato não passou despercebido.


- Por que nossas armaduras não possuem relevo algum? – Questionou Rony, olhando para o próprio peito.
- Não sabíamos qual símbolo representaria o poder dos magos, então deixamos sem nenhum. Peço que me perdoem, se não agradou. – Antecipou-se Melroch.
- Não é nada disso, Melroch. Estão maravilhosas. – Agradeceu Harry, e complementou – Quanto aos símbolos, acho que eu posso resolver isso.



Gesticulou levemente com sua mão direita, e no peito de cada armadura, imagens em alto relevo começaram a se formar. Quando terminou, disse.



- Estes são os seres mágicos, de nosso mundo, que representam nossos poderes mágicos. O de Rony, é um Dragão. O de Mione, um Centauro. O de Gina, não seria este, mas devido fatos recentes, acho que se enquadra melhor. Assim como o meu, é uma Fênix.



Agora, destacando-se no ainda mais nas belas peças, havia um Dragão soltando fogo, no peito de Rony. Um Centauro empinando nas patas traseiras, disparando uma flecha de seu arco, no de Hermione. No de Gina, uma bela ave Fênix, visivelmente fêmea, com as asas abertas e um pequeno rastro de fogo na cauda, olhando para o lado. A de Harry era exatamente igual, porém um pássaro macho, e olhava para o lado contrário, de forma que, dispostos como estavam, um de lado para o outro, parecia que as aves se olhavam.


- Uau! – Foi o único comentário na sala, proferido por um Rony, extremamente vermelho – Mas bem que vocês podiam ter chegado uns dias antes... Teriam evitado um grande susto.




Enquanto todos admiravam as armaduras, numa pequena casa, localizada próxima aos muros exteriores, havia uma pequena oficina. Seu proprietário, um homem em torno dos quarenta anos, era um dos melhores ferreiros e armeiros da cidade. Muitos estranharam quando ele fechou sua oficina. Ou o desaparecimento de sua família. Questionado, numa das raras oportunidades em que era visto sob a luz do dia, ele afirmara que a esposa e filho haviam partido em viajem, que estavam em Édoras, capital de Rohan, visitando parentes. E que recebera uma grande encomenda do reino, que exigia toda a sua atenção, motivo pelo qual fechara a oficina e trabalhava tanto, mesmo assim. Como o homem era extremamente honesto e trabalhador, ninguém desconfiou de suas atitudes.


Se alguém suspeitasse de algo, teria percebido que o trabalho que era executado dentro da oficina nada tinha a ver com bigornas, forja, aço e fogo. O único som ouvido era o de escavação. Certamente estranhariam a grande quantidade de terra que preenchia os cômodos da casa até quase o teto, e que não permitira que o cheiro dos cadáveres da mulher e do menino, ali soterrados, chegasse do lado de fora.

O pobre homem parecia um pálido reflexo do que fora um dia. Estava magro e debilitado, mal se agüentava em pé. Alimentava-se apenas quando não agüentava mais a fome, e dormia apenas uma ou duas horas por dia. Não tinha opção. Assim como não tivera, ao assassinar sua família. Recebera a ordem de seu mestre, e tinha que acatar. Esperava, do fundo de seu coração, que quando terminasse a tarefa a ele destinada, que ganhasse a liberdade prometida. Sim, liberdade. Pois era assim que se sentia, um prisioneiro dentro de sua própria cabeça, que já não era mais só sua. O homem chamado Malfoy a dominava, e fazia o que queria com ele. Mas o final estava próximo. Mais alguns dias, e finalmente o túnel estaria pronto. E ele, livre.





*****



SHANGRI-LÁ – ALGUNS DIAS ATRÁS



- Radhi! Radhi, onde você está? – Parvati entrou gritando, porta adentro, seguida de Cho.
- Estou aqui. O que está aconte... – Respondia ele, ao entrar na sala correndo e dar de cara com a visita – Cho? É você mesma?
- Sou eu sim, Radhi. Estou viva, não é nenhuma ilusão. – Respondeu ela sorrindo, quando este se jogou sobre ela.
- Onde estão os outros? Estão todos bem? – Despejou ele, extremamente ancioso.
- Sentem-se, vocês dois. Vou explicar o que aconteceu durante estes últimos meses.



Com paciência e várias interrupções, Cho colocou os amigos a par da situação. Quando terminou, Radhi soltou um longo assovio e disse.



- Resumindo: Harry, Rony, Gina e Mione estão sitiados em uma cidade, com um exército de aproximadamente quinze mil inimigos à porta. E esses inimigos são assassinos frios e calculistas, que gostam de comer carne humana. E se vencerem, o próximo passo de Chú e Malfoy é atacar esta terra, e fazer o mesmo por aqui.
- Basicamente é isso aí. – Anuiu Cho – Se bem que ver, cara a cara os tais Orcs é bem pior do que eu descrevi.
- Certo! E quando nós partimos? – Perguntou o jovem indiano.
- Preciso passar em casa, para visitar meus pais. E n’ A Toca, para dar notícias para os Weasleys. Então, reunimos os Guardiões e partimos. Onde está mestre Caine? Preciso lhe entregar o feitiço para conjurar o portal no lugar correto, como Harry me pediu. – Cho tentou se levantar, na intenção de procurar o ançião, mas foi detida por Parvati, que lhe segurou o braço.
- Cho, não sei se alguém lhe contou, mas mestre Caine foi ferido quando Chú extraiu de seu cérebro a informação de como chegar à Terra Média.
- Claro, Harry me disse que ele ficou um tanto debilitado. – Cho franziu a testa, sentiu que tinha algo muito errado.
- No princípio, achamos o mesmo. Mas com o passar dos dias, ele foi piorando cada vez mais. Não sabemos o que Chú fez com ele, mas é degenerativo. Ele não poderá nos ajudar. – Concluiu tristemente Parvati.



Mesmo assim, foram até o quarto do homem, onde Cho não acreditou no que via. Mestre Caine sequer se levantava da cama, completamente alheio ao mundo que o rodeava. Depois que saíram, ela disse.


- Mais uma dívida a cobrar daqueles miseráveis. Como puderam fazer isso com ele? Bom, vamos ter que pedir ajuda a outras pessoas para conjurar o portal, então.
- Pode deixar, vou falar com alguns dos anciões. – Prontificou-se Radhi.
- E eu vou pedir ajuda a Minerva. Ela certamente pode ajudar também.
- Certo! Obrigada! Agora, preciso ir para casa. – Agradeceu Cho.
- Claro! Xanthia a levará. – Disse Radhi, assobiando e chamando a ave, que pousou em seu ombro.
- Obrigada, mais uma vez. Aguardem meu sinal. – E dito isto, segurou na perna que a ave lhe estendia, e desapareceu numa explosão multicolorida.



Surgiram numa rua de um subúrbio, muito familiar para ela. Ainda era muito cedo na Inglaterra, devido a diferença do fuso horário. O sol ainda não nascera. Como surgira, a ave desapareceu. Cho sentiu o frio da madrugada balançar seus longos cabelos, e não conteve um leve tremor. Tinha medo de saber o que acontecera com sua família enquanto estivera fora.

Caminhou até o portão, murmurando os contra-feitiços de proteção que haviam antes de desaparecer, torcendo para que ainda fossem os mesmos. Para sua felicidade, nada a impediu, e ela entrou no quintal. Atravessou o bem cuidado jardim, chegou até a porta, abriu-a e se viu em uma suntuosa sala. Nem precisava acender a luz, conhecia cada canto, de olhos fechados. Afinal, correra tantos anos por ali, brincando... Aspirou fundo, sentindo o cheiro de sua infância, de suas raízes. Sobre a lareira, havia uma foto dela com seus pais, que pegou e alisou, carinhosamente. Continuou apreciando seu passado, depois de alguns minutos, passou para a cozinha. Sentou-se na mesa, relembrando de sua mãe preparando o café para ela, do gosto de suas panquecas e do bolo que costumava fazer, até que ouviu barulho de passos, e uma pessoa entrou no ambiente. As luzes foram acesas com um toque de varinha, e uma mulher alta, magra, de feições finas e delicadas, que ainda mantinha sua beleza aristocrática, e que poderia facilmente se passar por irmã de Cho, entrou. Esta não havia planejado nada. A emoção em voltar a ver a mãe falou mais alto, ela não se conteve.


- Mãe? Eu voltei!

A mulher deu um berro de susto, e apontou a varinha para a moça, que teve que se abaixar para não ser azarada.

- Quem é você? Como entrou aqui? Como ousa macular a imagem da minha filha?
- Mãe, pára. Sou eu mesma, eu voltei. Não sou impostora coisa nenhuma, o Harry me salvou.


Só ao ouvir o nome de Harry, foi que ela parou. Arfando com dificuldade, raciocinou.



- Harry Potter foi atrás da minha Cho, sim. Mas faz meses. Nenhum deles voltou, não tivemos notícia nenhuma. Estão mortos. Estão todos mortos. – Disse ela, com voz fraca, se sentando.



Cho sentou-se em uma cadeira a seu lado, alisando os cabelos de sua mãe, um gesto que ela sabia que a mãe reconheceria como sendo seu, e tentou acalmá-la.


- Sou eu mesma, mãe. Fiquei presa por meses, na mão de Comensais da Morte, até Harry e os outros me resgatarem. E estão todos vivos, acabei de deixá-los.
- Cho? É você mesma não é? Você está viva... Por que se fosse um fantasma, não poderia estar me tocando, poderia?
- É, mãe. Se eu fosse um fantasma, não poderia estar acariciando seus cabelos assim. – Riu Cho, mas parou ao ouvir um tropé de passos, e um homem entrar correndo, com varinha na mão. Olhou para ele, e sorriu – Oi pai.


Uma varinha caiu da mão, e soltou faíscas vermelhas ao bater no piso. O abraço agora era triplo, e ninguém conseguiu proferir uma sílaba sequer durante um bom tempo. Depois de sanada a necessidade de toque, de sentirem-se uns aos outros, finalmente conseguiram se soltar. A sra Chang tratou de preparar o café, como Cho imaginara a pouco, enquanto sua filha começava a narrar o ocorrido. Ela não entrou em detalhes sobre o que lhe ocorrera durante seu cárcere, e nem foi preciso. Sua mãe percebeu, como toda mãe dedicada e que conhece os filhos perceberia, que sua filha trazia cicatrizes profundas na alma. Seus olhos estavam mais tristes, mais amargurados.Quando terminou e pegou sua xícara de chá para tomar mais um gole, sua mãe tomou a palavra.


- Então, você está nos dizendo que ainda não acabou?
- Ainda não. Na verdade, acho que o pior ainda está por vir. – Admitiu Cho.
- E você veio buscar ajuda para levar para esta tal Terra Média e lutar nesta guerra? – Continuou a sra Chang.
- Isso! Só passei aqui para ver como vocês estavam, tranquilizá-los e depois fazer o mesmo na Toca. Reunir todos os Guardiões disponíveis, e voltar o mais rápido possível.
- E, pelo que nos disse, mesmo levando todos os bruxos que têm disponíveis aqui, ainda vão enfrentar uma batalha desigual. Pelo menos de três deles para cada um de vocês. – Agora, foi o sr. Chang quem falou.
- Bom, basicamente sim. – Cho não estava gostando do rumo que aquela conversa estava tomando.
- E tanto Ronald Weasley, um dos melhores Aurores do ministério, quanto Hermione Granger, um dos maiores cérebros dos últimos séculos, já foram feridos e quase morreram nesta guerra, que mal começou?
- Foi, mãe. Ambos foram feridos, mas agora já estão bem. – A bomba não tardava a explodir.
- E você espera que nós, em sã consciência, concordemos que você volte para um lugar como este? – Esbravejou a mulher, como Cho previra – Francamente, minha filha. Nós não a criamos para jogar sua vida fora desta maneira. Enquanto lecionava em Hogwarts e ajudava a administrar este grupo que criaram para proteger a escola, tudo bem. Mas isto... Isto é um disparate. Já é uma loucura esta estória de mundo paralelo ou o que quer que seja. Agora, você ir para este lugar, lutar contra criaturas que são praticamente animais? Isso é motivo para internarmos você no Saint Mungus.
- Mãe, eu sei que parece meio estranho todo esse conceito de existir vários outros mundos e realidades, mas é assim que é. Por isso não é do conhecimento público. Para não causar tumulto e confusão. E vocês não podem contar nada do que eu disse aqui para ninguém, estão me entendendo? É um segredo muito bem guardado desde a partida de Merlin.
- Claro que não contaremos a ninguém. Se contarmos, nós é que seremos internados. – E o sr. Chang não conseguiu reter um leve sorriso sem graça.
- Além do mais, não temos escolha. – Continuou Cho – Ou combatemos o exército de Orcs na Terra Média, ou Chú trará a guerra para este mundo. O que vocês achariam disto? Já imaginaram os trouxas, acordando uma bela manhã, com Orcs de mais de dois metros de altura e um apetite voraz na sua porta? Seria um caos.
- Está bem, você nos convenceu. – Rendeu-se a sra Chang, para alívio de sua filha. Mas emendou – Mas nós vamos com você.
- O quê? Não, de jeito algum. Não posso permitir. – A jovem se levantou assustada da cadeira, diante desta possibilidade.
- E quem a senhorita pensa que é para nos impedir? – Sua mãe, definitivamente, não estava disposta a perder essa parada.
- Mãe, aquilo é uma zona de guerra, não posso garantir a segurança de vocês. É muito arriscado.
- Assim você nos ofende, mocinha. E desde quando sua mãe e eu precisamos que zelem por nossa segurança? Também somos bruxos, e sabemos usar muito bem nossas varinhas. Se vamos, vamos para ajudar a lutar. – Empertigou-se o sr. Chang, também se levantando e enfiando um dedo acusador na cara da filha.
- Você veio chamar os outros Guardiões. Isso inclue os outros Weasleys, não é? – A sra Chang também se levantou, porém falou num tom mais apaziguador.
- Claro! Todos eles fazem parte, ou dos Guardiões ou da Ordem da Fênix. – Respondeu sua filha.
- E você acredita, por uma fração de segundo, que Molly Weasley vai deixar que todos os seus filhos partam para uma guerra, sem que ela esteja junto? – Touché. A sra Chang havia encurralado Cho. Esta sabia que seria muito difícil a sra Weasley fazê-lo, e foi obrigada a admitir isto para sua mãe, que continuou – Molly Weasley terá, então, seis filhos nesta guerra. Todos os seus filhos. Eu só tenho uma. Você. Mas mãe é mãe, não importa quantos filhos tenha.
- Eu nunca quiz dizer que ela é mais mãe do que a senhora, ou que tem mais direito por ter mais filhos indo. – Agora, Cho estava na defensiva, e sabia disto.
- Ótimo. Então, para não dizer que estou sendo intransigente, façamos o seguinte. – Retomou a sra Chang, antes que Cho se recuperasse e retomasse a ofensiva – Vamos conversar com os Weasleys. Se Molly e Arthur concordarem em ficar, nós ficaremos também. Mas se eles resolverem acompanhar os filhos, nós também iremos.
- Isto não é justo, mãe. A senhora sabe que a sra Weasley vai fazer o maior escarcéu para ir também. E eu só estou pensando no bem estar de vocês, por isso quero que fiquem.
- Só estaremos bem se estivermos com você, minha filha. – Disse o sr Chang, acariciando o rosto da filha – Vou para o escritório, organizar as coisas para nossa possível ausência.
- Isso. E quanto à senhorita, marque uma reunião com seus amigos, mas só para hoje a noite. Durante o dia, você é minha. Quero matar um pouco da saudade da minha filha.



Derrotada, e carente pelos cuidados da mãe, Cho consentiu. Retirou o broche dos Guardiões e a varinha, e enviou uma mensagem, para os fundadores – “Chegou a hora. Reunião urgente na Toca hoje, às 20:00 hs. C.C.”.





Assim que a mensagem foi enviada, na mesa dos professores, em Hogwarts, duas pessoas sentiram a ardência no peito. Entreolharam-se, e depois percorreram o olhar pelo saguão, procurando sinais de que mais alguém a recebera. Quando perceberam que ninguém mais demonstrava ter recebido a convocação, aproximaram-se da diretora, esta sim atenta aos dois.



- Aconteceu algo? – Perguntou Minerva Mcgonagall.
- Parece que sim diretora. – Respondeu Neville – Recebemos uma convocação, para uma reunião na Toca, hoje à noite.
- Mas qual a surpresa nisto? Não é a primeira vez que uma reunião é marcada lá.
- É que esta foi convocada por Cho Chang. – Respondeu Luna.
- Como? Vocês Têm certeza? – Assustou-se a diretora.
- A assinatura é dela, sem dúvida. – Neville não escondia a euforia – Acho que a senhora deveria estar presente também, diretora.
- Sim, claro. Estarei lá.




Na loja, intitulada Gemialidades Weasley, assim que receberam a mensagem, Fred e Jorge se entreolharam. Em seguida, sem nada dizer, Fred correu a procura de uma coruja. Algo lhe dizia que sua mãe nada sabia daquela reunião. O dia demoraria a passar para os gêmeos.


Pouco depois, em sua cozinha, Molly recebeu a coruja. A mensagem de Fred era simples, dizia apenas que eles receberam a informação de que haveria uma reunião ali naquela noite, e que fora convocada por Cho. Mas isto bastou para deixá-la ainda mais nervosa do que já estava. Na hora do almoço, mal conseguiu disfarçar perante Lucy. Na verdade, não conseguiu. A menina percebeu que havia algo de errado, e ficou de sobreaviso. Molly nem se lembrou de avisar ao marido, que estava trabalhando. Foi com grande alívio, que ao final da tarde, este chegou, acompanhado de Carlinhos e Natasha.


- Os gêmeos nos avisaram. – Informou esta, ao entrar na cozinha.


Aos poucos, a família foi chegando para o jantar. Gui e Fleur, Fred e Vera, Jorge e Margot, que também recebera a mensagem, e estranhara que outros não a tivessem recebido. Jantaram, debatendo o que poderia estar acontecendo, qual seria o motivo da reunião, sem a menor cerimônia pela presença de Lucy, que prestava toda a atenção do mundo ao que era falado. Findo o jantar, reuniram-se na sala, e as oito em ponto, as pessoas começaram a chegar. Primeiro Neville e Luna, depois Minerva, acompanhada de Quin. Os outros fundadores dos Guardiões, entre eles os irmãos Creevey, Dino Thomas, as irmãs Patil e Radhi e Ana Abbot. Também compareceram Remo Lupin e sua esposa, Tonks. E finalmente, com alguns minutos de atraso, chegaram os Chang. Assim que viram Cho, todos correram para ela, abraçando-a efusivamente, de modo que mal repararam na presença de seus pais por alguns instantes. Passada a euforia do reencontro, porém, Neville não pode deixar de notar, porém resolveu manter silêncio a respeito.


- Pedimos desculpas pelo atraso. – Disse a sra Chang, atraindo a atenção para si. – Mas meu marido acabou se atrasando um pouco no escritório.
- Eu também peço desculpas, sei que a reunião é de vocês, crianças, mas... Cho, onde estão meus filhos? E Harry e Hermione? – Finalmente, Molly Weasley conseguia fazer a pergunta que a tanto lhe afligia – Como eles estão? Por que não estão aqui com você?
- Foi por isso que convoquei a reunião aqui, mesmo sem pedir permissão, senhora Weasley. – Disse Cho, pegando as mãos da matriarca da família e conduzindo-a a uma cadeira – Sentem-se, tenho muito a contar, e depois teremos muito o que decidir.




Reinou o silêncio no ambiente, enquanto Cho, novamente, narrava o que havia acontecido durante os últimos meses, tanto com ela quanto com os outros. Em certos momentos, ouviram Molly sussurrar coisas do tipo – Ó Merlin, meus filhinhos passaram fome – ou – Eles tiveram que andar tanto assim? – Até o final da narrativa, onde ela contou sobre o ferimento de Rony e Mione. Molly começou a chorar baixinho, e quando Cho encerrou sua estória, ela não mais se conteve, e disse, às lágrimas.


- Eu sabia, sabia que alguma coisa havia acontecido com meu Roniquinho... Eu disse a vocês, não disse? Eu senti isso, meu filho estava precisando de mim, e eu aqui, tão longe... E Hermione, ó Merlin...
- Mas estão todos bem agora, senhora Weasley. – Apressou-se em assegurar Cho – Eu os deixei esta manhã, e tudo estava bem.
- E Harry e Gina, não se feriram? – Indagou Remo, surpreso – Do jeito que são impetuosos, temi muito mais por eles do que pelos outros.
- Por incrível que pareça, não. – Sorriu ela. Mas logo retomou o ar sério, dirigindo-se a todos – Quando parti, os Orcs já haviam se apoderado da margem do rio, próximo da cidade. Neste momento, estão reunindo suas forças e preparando o ataque contra Minas Tirith. Devemos ter poucos dias, antes que se inicie o ataque. Precisamos levar os Guardiões, o quanto antes.
- A Ordem da Fênix também pode ajudar. – Moody, lider da Ordem, disse.
- Com certeza, nós iremos. – Prontificou-se Gui, com a concordância de sua esposa, Carlinhos e Natasha.
- Eu não posso ficar aqui, de braços cruzados, enquanto toda a minha família vai para esta guerra. – Molly foi enfática, arrancando um sorriso de concordância da sra Chang.
- O que você está dizendo Molly? Não podemos ir com eles, vamos atrapalhar ao invés de ajudar. – Tentou argumentar Arthur.
- O que eu não posso, é passar por esta angústia mais tempo, Arthur. Quase enlouqueci com dois filhos nesta viajem, certamente ficarei louca com os seis fora. Vou junto. Não fico mais um dia longe de meus filhos.
- Idem! – Bradou a srª Chang.



Houve um silêncio sepulcral pela sala, até o sr Weasley retomar a palavra.



- Bom, neste caso vou ter que pedir licença no ministério amanhã. Quando vocês pretendem partir?
- O mais rápido possível. – Cho retomou o fio do pensamento. Estivera olhando para os pais, que tinham a mesma certeza que a sra Weasley no olhar – Assim que conseguirmos reunir todos e refizermos o estoque de medicamentos que a Mione pediu. Você pode providenciar Margot? Ela pediu para você entregar este pergaminho no Saint Mungus.
- Claro! – A loira consentiu, recebendo a lista e dando uma olhada – Não demorará muito, acho que uns dois dias. Mas vamos ter problemas com o Ditamno e as lágrimas de Fênix.
- Pode deixar as lágrimas conosco. – Prontificou-se Parvatti.
- E quanto a Lucy? – Lembrou-se Fleur – Quem ficará com ela?
- Podemos ficar, se quiserem. – Ofereceu-se Lupin, para espanto de todos.
- Você não vai? – Assustou-se Minerva.
- Não, achamos melhor não ir. Tonks precisa cuidar da bebê, e eu não sei como meu problema pode ser influenciado nesta outra terra. Posso ser um perigo para a segurança de todos. Assim, podemos ficar e cuidar da pequena Lucy.
- Isso seria ótimo, Remo. – Agradeceu a sra Weasley.




Continuaram discutindo detalhes por algumas horas. Durante todo este tempo, ninguém reparou numa pequena silhueta, encolhida na escada. Também não prestaram muita atenção em Dobby, que vagava pela sala, servindo suco de abóbora e petiscos, com as orelhas murchas e um olhar extremamente culpado. Os poucos que notaram, pensaram que era apenas tristeza pela ausência de Harry.


O dia seguinte foi bastante agitado. Todos aqueles que iam, e estavam trabalhando, tiveram que inventar uma desculpa para a ausência. Margot conseguiu sua licença mais fácil do que imaginara, ao informar que acompanharia Hermione. Fred e Jorge, fecharam a loja, sem problemas. No final da tarde seguinte, se reuniram novamente, agora em Hogwarts, para acertarem os detalhes para a partida, que ocorreria na manhã seguinte.

N’a Toca, Lucy fazia questão de fingir descontentamento pelo fato de estar sendo deixada com Tonks e Remo. De manhã, logo após o café, pediu para não ir à escola, pois estava muito chateada. Sentimental como era, Molly permitiu. A menina disse que não aguentaria se despedir de todos, e que preferia ficar sozinha em seu quarto. Mais uma vez lhe foi concedido o pedido. Assim que voltou para o quarto, pegou uma pequena bolsa que preparara no dia anterior, com alguns pertences e suas roupas, um lanche que contrabandeara da cozinha, e chamou por Dobby. O elfo surgiu no meio do quarto, extremamente descontente.


- É agora Dobby! Vamos aproveitar enquanto todos tomam café para nos escondermos. Tranque a pota do quarto, ninguém pode perceber que não estamos aqui.


O Elfo obedeceu, a contragosto, e depois se dirigiram para o outro quarto, onde os malões estavam guardados. Dobby abriu o que já estava preparado, ajudou Lucy a entrar e em seguida, acomodou-se junto a ela. Trancou novamente o malão, mas ao fazê-lo de dentro, acabaram por derrubar a chave. Em silêncio, aguardaram.

Terminado o café, a casa virou uma verdadeira confusão. Lembrava até o tempo em que os Weasleys eram pequenos e estavam de partida para King’s Cross, para pegar o trem que os levaria a Hogwarts. Molly gritava pela casa, apressando a todos. Fred e Jorge desciam com seus malões pela escada , cuidadosamente. Arthur estava no jardim, pronto para partir, conversando com Gui, Carlinhos e Remo. Quando todos já estavam no jardim, Molly se despediu de Tonks e de sua pequena filha. Depois, foi a vez de Remo.



- Eu adoraria dar mais um beijo naquela sapeca. – Lamentou-se ela.
- Deixe a menina, Molly. É compreensível que esteja chateada, vendo todos partindo e ela, ficando para trás. Depois Tonks vai até lá e conversa com ela, depois que partirmos. – Riu Lupin – Vou ajudá-los na viajem, e quando eu voltar, vamos levá-la para nossa casa.
- Claro! Está bem, sei que vocês vão cuidar muito bem dela. É que me afeiçoei tanto a ela, que está me dando um aperto no coração deixá-la assim... – Molly concluiu, antes de seguir os outros, e desaparatar.



Haviam concensado em abrir o portal em Hogwats. Seria muito mais prático transportar os Dragões Brancos para lá, do que todos os Guardiões para o Himalaia. Mas não se podia aparatar dentro dos limites do castelo, de modo que todos aparatavam em Hogsmeade ou nas imediações da escola. E assim fizeram os Weasleys. Surgiram bem ao lado dos portões, guardados por Grope. Estavam tão absortos na viajem, que ninguém reparou um pequeno besouro, que voou de uma sebe próxima e entrou em um dos malões pelo buraco da fechadura, o único que estava sem chave.


Assim que entrou, Rita Skeeter percebeu que não era a única intrusa, e permanceu também em silêncio, torcendo para que desta vez, não fosse impedida sua entrada. Já há alguns dias ela percebera que a movimentação havia aumentado bastante, e seu faro de jornalista lhe dizia que algo grande estava para acontecer.


Todos se reuniram no gramado, próximo à margem do lago, próximo au túmulo de Dumbledore. Os Dragões Brancos já haviam chegado, assim como a maioria dos Guadiões. Os Chang também se faziam presentes, com uma pequena bagagem. Aguardaram mais alguns minutos, onde foram surpreendidos pela chegada de Gabrielle, irmã de Fleur, que disse querer ajudar também. Mme Pomfrey, como sempre, se oferecera para ajudar a tratar dos feridos, e também estava pronta para partir. Hagrid foi outro que fez questão de ir, não aguentava mais ficar sem notícias do quarteto. Quando todos já estavam lá, Neville e Cho chamaram os bruxos que conjurariam o portal. Além de Minerva, Quin e Remo, todos os outros professores da escola e mais alguns mestres dos Dragões ajudariam. Seria preciso um esforço conjunto, para abrir e manter um portal grande e por tempo suficiente para todos atravessarem. Os mestres haviam criado um feitiço sobre os pergaminhos, nos quais haviam copiado o original de Harry, de modo que ninguém conseguisse repetí-lo após aquela ocasião.


Finalmente, começaram a conjurar o portal, que começou a surgir, enorme, no meio do gramado. Uma gigantesca porta, com mais de cinco metros de altura e pelo menos dez de largura. Do outro lado, era possível ver uma suntuosa escadaria, que levava aos portões de um magnífico castelo. Um gigantesco paço, com uma bela fonte e uma frondosa árvore branca. Soldados de armadura olhavam para eles, boquiabertos, enquanto outros corriam, apressados. Cho respirou fundo, pegou na mão dos pais, e foi a primeira a atravessar, imediatamente seguida pelos Weasleys, e todos os outros na sequência. Em minutos, todos haviam atravessado, e o portal se desfez. Logo depois, chegou uma coruja para Remo, vinda da Toca, e sua mensagem o deixou apavorado. Lucy e Dobby haviam desaparecido. Ele olhou para o local onde até a pouco havia o portal, desesperado, ciente de que nada mais poderia fazer.




*****



Novamente, o som de trombetas soou, o sinal de alerta, informando a chegada de algúem. Todos sairam, tencionando procurar nos muros o motivo do alerta, mas assim que atravessaram as portas do castelo, depararam com centenas de pessoas atravessando um portal.



- Harry! É a Cho. E os Guardiões. – Gina disse, descendo os degraus o mais rápido que conseguiu.



Abraçou a amiga, e não notara mais ninguém ainda, quando ouviu uma voz lhe chamar. Ou melhor, gritar seu nome.



- Gina! Minha Gininha, minha filhinha. – Gritou Molly Weasley, abrindo caminho entre os presentes, em direção à jovem, seguida de perto pelo resto da família.
- Mãe? – Assustou-se Gina, correndo de encontro a ela, abraçando-a com força, e estendendo o abraço a Arthur – Pai!


Rony vinha logo em seguida, e foi colhido pelo abraço de urso da mãe, que o cobriu de beijos.


- Para com isso, mãe. Está me deixando envergonhado, na frente de todo mundo. – Disse ele, tentando fugir, olhando para Gloryn, que sorria satisfeito, e lhe deu uma piscadela.
- Pouco me importa o que os outros pensam, você é meu filho, e estou morrendo de saudades. Deixa eu ver como você está, pobrezinho, passou até fome... E ficou sem andar, quero ver esses ferimentos todos...
- Eu não vou mostrar nada aqui, mãe. Pára com isso. – Rony tentava se livrar desesperadamente, pois sua mãe estava tentando erguer sua túnica, a procura de suas pernas, como para ter certeza de que ao vê-las, confirmaria que tudo estava bem.
- Pode ficar calma, sra Weasley, ele está inteiro. – Mione finalmente chegou para salvar o noivo – Eu mesma tratei dele, está como novo.
- Ah, minha filha! E você? Fiquei tão preocupada, quando soube que foi ferida... – Molly agora abraçava Mione, que também ficou rubra.
- Já passou sra Weasley, eu também estou ótima. E graças a seu filho.
- Harry! – Gritou Molly, largando Mione e pulando no pescoço do moreno – Você está bem? Parece mais magro, tem se alimentado direito?
- Sim, sra Weasley. Estou sim. – Riu ele satisfeito.



Os cumprimentos continuaram, com Fred e Jorge pegando muito no pé de Rony, por causa da armadura. Enquanto isso, Cho se aproximou da família real, que estava um pouco afastada, aguardando o momento certo para se apresentar, assim que passasse a euforia do reencontro. Trazia junto seus pais.



- Pai, mãe, esta é a família real. Lady Arwen, a Rainha-Mãe. Princesa Éolyn, príncipe Ararorn, príncipe Éomer e príncipe Anaryon. – Apresentou ela, e notando a falta de alguém, perguntou inocentemente – Onde está Arador?


Anaryon, que se adiantara e já cumprimentara seus pais, beijou sua mão e disse, sem conseguir esconder a tristeza.


- Ele morreu, Cho. Por minha culpa.


O ambiente, imediatamente ficou tenso. Cho ignorou isso, e colheu as mãos de Anaryon entre as suas, fato que não passou despercebido a seus pais.


- Como assim? Do que você está falando, Anaryon?
- Fui arrogante e irresponsável. Logo após sua partida, decidi atacar o acampamento Orc. Caímos numa armadilha, e isso nos custou muitas vidas. Inclusive a de meu próprio irmão.
- E eu não estava aqui para lhe dar apoio. Sinto muito. – Respondeu ela, deixando de lado todo e qualquer protocolo, e abraçando-o carinhosamente.
- Não há do que se desculpar, você estava fazendo o que devia. Eu é que fui idiota e me deixei levar. Mas devo admitir que senti muito a sua falta. Muito mais do que imaginei que sentiria. Fico feliz que esteja de volta. E que tenha trazido sua família, apesar de tudo.


Só então Cho se lembrou que estava abraçando o príncipe na frente de todos, inclusive de seus pais. Soltou-o rapidamente, extremamente envergonhada. Virou-se para sua mãe, que tinha um ar de incredulidade misturado com satisfação, tentando se justificar.



- Nos tornamos bons amigos, sabe?
- É, deu pra notar o quanto, Cho. – Cutucou Fred, piscando, descaradamente olhando para Lady Arwen, em seu costumeiro traje semi transparente – Mas com um povo tão bonito, a gente tem mais é que fazer amizade mesmo.
- É melhor tomar cuidado com o que você fala. E o que pensa também, maninho. – Murmurou Rony, em tom baixo, apenas para ele e Jorge escutarem.
- Cara, que mulher é essa? – Jorge adiantou-se ao irmão, também observando a Elfa.
- Essa é Lady Arwen, a senhora élfica. É melhor se comportarem, ela não é para o bico de nenhum dos dois. Deixa a Vera ou a Margot verem vocês, vão se arrepender amargamente. – Rony riu, pois sabia exatamente o efeito que aquela primeira visão podia causar em um homem – Além do mais, vocês são muito novos para ela.
- Eu não acho, e você Jorge? – Rebateu Fred.
- Também não. Acho que está na medida certa. Quantos anos você acha que ela tem? – Inquiriu Jorge, curioso.
- Bom, ela é bem jovem, em se tratando de padrões élficos. Pouco mais de cinco mil anos, acho. – Rony soltou, extremamente satisfeito com o resultado de sua bomba.
- Pára de gozação, Rony. Não pode ser. – Exasperou-se Jorge, incrédulo.
- Mas é. Ah! E ela pode ler mentes também, então muito cuidado com essas mentes doentias de vocês, ok? – E Rony deixou os dois, com uma cara ainda pior. E, neste momento, Arwen lançou sobre eles seu olhar, como se estivesse ciente de tudo que haviam conversado até aquele momento.



Mais uma vez, Senar se encarregou de encontrar um lugar para acomodar a maioria dos recém chegados, que ainda olhavam a tudo, embenvecidos com a beleza e magnitude da cidade. Em contrapartida, eles também eram o centro de atenções, pois nunca os moradores de Gondor puderam imaginar abrigar um número tão grande de magos. Hagrid era um dos que chamava ainda mais a atenção, principalmente das crianças, e causava certo temor por parte dos Hobbits e anões. Como sempre, ignorava a impressão que causava, e sorria bobamente. Os fundadores e os familiares entraram no castelo, mas o grande número de pessoas que ali viviam no momento, dificultava a acomodação de todos. Imediatamente, Gina sugeriu redividir os quartos, acomodando várias pessoas em cada, com excessão de seus pais e os pais de Cho. Todos, até mesmo os já casados, como Neville, Gui e Carlinhos, concordaram. Já estavam conversando descontraidamente, à espera do almoço que logo seria servido, quando Jorge pareceu se lembrar de algo.


- Harry, quase me esqueci. Sua encomenda está aí fora, vamos buscar.


Ele e Jorge saíram, e logo voltaram com os malões, que haviam permanecido até aquele momento do lado de fora, sob o sol. Ninguém sabia o que havia ali dentro, então todos se mostraram bastante curiosos em saber do que se tratava. De modo que todos os olhos estavam voltados para o primeiro malão que Fred resolveu abrir, justamente o que estava sem chave. Quando a porta foi aberta, as pessoas ficaram meio zonzas por um instante, sem saber o que olhar. Pois lá de dentro, um besouro tentou sair voando e foi atingido por um feitiço de Mione, e uma mulher, de cabelos horrivelmente mal-arranjados, com um óculos com aro de pedrinhas e um blazer carmin, extremamente amarrotado, caiu no chão, sob o cumprimento – Oi Rita! Não esperávamos a sua visita – proferido por Hermione, que a prendeu no chão. E a visão de duas pequenas figuras, acocoradas dentro do malão. Elas piscavam ininterruptamente, ofuscadas pela repentina claridade, e estavam enxarcadas de suor, devido o calor dentro da caixa. Uma delas ergueu o olhar, ciente de que havia sido pega em flagrante, e encontrou os olhos verdes que tanto queria reencontrar, porém não estavam felizes e calorosos como esperava, mas sim frios e cortantes. Sua face era uma máscara indefinida. Ela tentou sorrir, e disse timidamente.


- Você parece estar muito, mais muito bravo mesmo, Harry.
- Vocês são loucos? O que é que pensaram que estavam fazendo, entrando aí dentro? – Gritou Fred, arrancando Lucy urgentemente de dentro da caixa, o mesmo fazendo Jorge com Dobby.
- Poderiam ter morrido. Isso é Pó de Fura-Frunco com feitiço destrinchador. Harry achou que poderia ser útil, contra esses tais Orcs. Se tivesse estourado um recipiente, vocês estariam mortos. – Disse o outro gêmeo, lívido.
- O que eu quero saber. – Harry finalmente tomou a palavra, e tanto Lucy quanto Dobby se encolheram, receosos – É o que vocês dois estão fazendo aqui? Dobby, eu não lhe pedi para tomar conta de Lucy e não a deixar se meter em confusão?
- Dobby tentou cumprir a ordem, Harry Potter. Mas menina Lucy é muito teimosa. Insistiu que queria vir atrás de mestre, e se Dobby não a ajudasse, ela fugiria sozinha. Então Dobby veio junto, para tomar conta de menina e não descumprir a ordem de mestre. Dobby sabe que errou, Dobby tentou convencer menina a não desobedecer, mas não conseguiu. Dobby mau, Dobby muito mau.


O pequeno Elfo-Doméstico tentou se martirizar, se jogando contra uma parede, mas Harry já esperava, pulou em seu encalço e o segurou firmemente.

- Dobby, eu o proíbo de se punir, está me ouvindo? Pare com isso, a culpa não é sua.
- Não, a culpa é minha. –Admitiu Lucy, assustada pela reação do Elfo. Ela nunca havia visto Dobby tentar se punir, e nunca passara por sua cabeça o mal que estava fazendo a ele – Eu obriguei Dobby a me ajudar, me desculpe.
- Harry Potter! – Chamou Arwen, num tom frio, o que não era normal nela – O que está acontecendo? Que criatura é esta?
- Perdoe-me, Arwen. Estes são Lucy e Dobby. Lucy está sob minha responsabilidade, perdeu os pais numa batalha, anos atrás. E Dobby é um Elfo-Doméstico.
- Elfo-Doméstico? – Sussurrou, Mellon extremamente contrariado – O Mago Branco possui um escravo, de uma raça que aparentemente é parente distante dos Elfos?
- Dobby não é escravo. Dobby serve mestre Harry Potter por livre e espontânea vontade. – Defendeu-se Dobby.
- Isso mesmo. – Apressou-se Mione – Os Elfos-Domésticos são uma raça de criaturas mágicas que vivem em nosso mundo. Normalmente, são seres qe servem os bruxos, mas não Dobby. Ele era servo dos Malfoys, mas Harry o libertou, e agora Dobby trabalha para Harry, em troca de um salário. Não é mais escravo.
- Dobbby é muito mais que um empregado. É meu amigo. Confio minha vida a ele, tanto que lhe confiei a segurança de Lucy. – Justificou Harry – E, todos nós que estamos aqui, somos contra a escravidão dos Elfos-Domésticos. Mas até agora, não pudemos mudar isso. Ainda.
- Muito bem. Aceitamos sua palavra, Harry. – E o sorriso voltou ao belo rosto de Arwen, que em seguida se virou para Lucy – Não esperava conhecê-la tão cedo, Lucy.
- Sabia que ela viria? – Perguntou Gina, espantada.
- Em uma visão, sabia que Lucy viria para a Terra Média. Mas quando já fosse adulta, não agora. Mas é muito bom conhecê-la. – Afirmou a Elfa.
- É um prazer conhecê-la também, senhora. – A menina devolveu o cumprimento, sem entender direito a conversa.
- Mas a senhora ainda não me explicou que história é essa de se esconder dentro da bagagem e vir escondida até aqui. – Harry retomou o ataque.
- Eu queria ajudar. Vocês estão a tanto tempo longe de casa, que eu achei que se viesse e ajudasse, tudo acabaria mais rápido e poderíamos voltar para casa. – Justificou a pequenina, abaixando a cabeça.
- Isto aqui não é lugar para brincadeiras, Lucy. É coisa séria. Pessoas estão morrendo. Se não voltamos até agora, foi por que não pudemos. – Ralhou Harry – E você não estava sozinha, nós a deixamos com a Sra e o Sr Weasley, e com Dobby. Não podia ter vindo para cá. É muito perigoso.
- Mas todos vieram para cá. Eles iam me deixar com a Tonks, eu não queria ficar com ela. Quero ficar com vocês. – Devolveu a menina, irritada.
- Mas lá você estava segura, aqui não temos como garantir a sua segurança. Não podemos garantir nem a nossa... Podemos morrer a qualquer momento.
- Eu sei. Foi por isso que eu decidi vir também. Já vi meus pais morrerem uma vez, e não pude fazer nada. Não quero passar por isto de novo. Não quero perder você e Gina. Não importa a idade que eu tenho, quero ficar com vocês. Quero ajudar. Se você tivesse a chance de fazer algo parecido, mesmo quando ainda era criança, Harry, não teria feito?


O argumento da menina foi demais para Harry. Claro que ele teria feito qualquer coisa, ele sempre fazia pelos outros, quanto mais se fosse com ele. Desarmado, olhou para Gina, que tinha os olhos rasos d água. Ajoelhou-se, abriu os braços e Lucy pulou neles.

- Tudo bem, bruxinha. – Disse ele, levantando-a no colo - Calma, você não vai nos perder. Juro. Mas vai ficar de castigo pelos próximos vinte anos, está me entendendo?
- Uhum! – Murmurou ela em resposta, o rosto enfiado em seu pescoço, abraçando-o com força.




Passados alguns instantes, em que todos assistiam a cena, embasbacados, Mione pareceu se lembrar de algo. Pigarreou, e então tomou a palavra.

- Então Rita, podemos saber quem a convidou para esta guerra?

Todos os olhares se voltaram para a mulher, sentada no chão e esquecida até então.

- Guerra? Que guerra?
- Ora, Skeeter, e o que você achou que estaríamos fazendo? – Perguntou Rony, sarcasticamente – O que sempre fizemos? Estamos lutando, droga. Contra bruxos das trevas! Comensais! Orcs! Qualquer um que ofereça risco ao mundo.
- Eu... Eu... Não sabia... Só sei que vocês desapareceram, estava investigando o que poderia ter acontecido. Entrei no malão, para tentar descobrir o que estava acontecendo em Hogwarts, e quando percebi estava aqui, seja lá onde seja. – Rita estava atônita, completamente perdida, olhando para os Elfos, Anões e Hobbits, depois para as armaduras.
- Solte-a! – Ordenou Harry, depositando Lucy novamente no chão, e imediatamente atendido por Mione – Vamos contar a você o que está acontecendo.
- Sinto o cheiro do maior furo de reportagem da história, Harry querido. – Respondeu ela, tirando a pena de repetição rápida da bolsa, anciosa por escrever.
- Não, acho que não. Mione lhe lançará um feitiço, impedindo que revele o que vamos lhe contar, para quem quer que seja. Ou escrever. Já que está aqui, não podemos simplesmente esconder tudo, mas podemos impedir que conte a alguém.



Antes que pudesse contestar, Hermione lhe lançou um feitiço, para garantir o segredo. Sentaram-se, e durante o almoço Foi explicado, por alto, o que ocorria. Concluída a história, Rita estava boquiaberta.


- Mas isso é fantástico. A população bruxa precisa saber disto.
- De forma alguma. É segredo há séculos, e assim deve continuar sendo. – Harry foi enfático, calando a boca da repórter.



Depois do almoço, todos saíram para passear e conhecer a cidade. Rita foi acomodada com os Guardiões, em barracas montadas ao longo da sétima muralha, a mais próxima do castelo. Não demorou muito para todos perceberem que Cho e o príncipe eram muito mais do que simples amigos, o que enchia seus pais de orgulho. No dia seguinte, começaram a organizar os suprimentos novos. Mione ensinou a fórmula do antídoto que criara, e ele era produzido em massa em salas transformadas em cozinhas bruxas, onde caldeirões e mais caldeirões ferviam, o tempo todo. Outros, faziam o reconhecimento da região, até mesmo perambulando fora das muralhas do castelo.



Já era o terceiro dia, desde a chegada dos Guardiões, quando trombetas foram ouvidas, vindas de Osgiliath, seguida de urros e movimentações. Quando chegaram nos muros, ficou bem claro.


- Acabou a folga, pessoal. Eles estão prontos. Vai começar o ataque final. – Anunciou Harry.


N:A: Vou ficar devendo a resposta aos comentários, mais uma vez me desculpem. mas queria agradecer a todos que comentaram, e saudar os novos leitores. A FIC está se encaminhando para o final, agora só teremos a batalha final. Mas ela deverá ser dividida em uns dois ou três caps, pelo menos. Mais o enceramento, significa que teremos no total mais uns quatro ou cinco caps. Vou tentar postar os próximos com um espaço de tempo menor, mas isso depende muito do tempo que vou ter de sobra para escrever.

A Thais vriou um nova enquete na comunidade das Fics no Orkut, e eu gostaria realmente de saber a opinião de vocês sobre a fic. Então, quem puder, dê uma passadinha lá e registre seu voto e sua opinião, ok?

Beijos e abraçoes, e até o próximo capítulo.

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