A Invasão de Minas Tirith



Sei que já pedi desculpas pelo atraso, mas como disse antes, este começo de ano foi realmente bem corrido. Mas não abandonei ou abandonarei a fic, tenham certeza disso. Sem mais delongas, segue o cap.


Capítulo 13 – A Invasão de Minas Tirith


A noite finalmente caía sobre o campo de batalha. Por toda a cidade se experimentava uma sensação de alívio, pelo término de mais um dia, e principalmente por estarem vivos. No castelo, todos se preparavam para a ceia, mas Gina parecia extremamente preocupada. Assim que duas pessoas atravessaram as portas da sala de jantar, ela foi de encontro a elas, literalmente espumando de raiva.



- Lucy! Onde você estava? Por onde esteve o dia inteiro?
- Estava com Éomer. – Respondeu a menina, apontando seu companheiro – Ele estava me mostrando a cidade.
- Mostrando a cidade? – Gina estava desconfiada, conhecia muito bem Lucy para acreditar em algo tão simples.
- Sim, minha senhora. – Éomer antecipou-se, fazendo uma reverência educadíssima – Lady Lucy disse que não tivera tempo de conhecer nosso castelo e nossa linda cidade, então me ofereci para mostrar-lhe. Mas a cidade é imensa, então levamos o dia inteiro para percorrê-la.
- Entendo. – Assentiu Gina, ainda insatisfeita com a explicação, porém sem mais argumentos.




As crianças se reuniram aos adultos à mesa, para jantar. Enquanto jantavam, Lucy não podia deixar de pensar em seu dia. Por todo o lugar que tinha andado, todo beco e viela, todo porão ou sótão da cidade, a população estava alerta e ciente do perigo do lado de fora das muralhas. Tudo e todos estavam prontos para a batalha, com exceção de um lugar. Só o encontraram no final da tarde, e não tiveram tempo de estudá-lo mais atentamente. Ficava num dos muros externos, uma antiga ferraria. Era o único lugar que parecia estar abandonado, aparentando estar assim há dias. Mas, perguntando aos vizinhos, estes informaram que na verdade, o ferreiro estava lá. Sua família viajara, mas ele continuava trabalhando arduamente para cumprir a encomenda do reino. O que realmente despertara a curiosidade dela, fora a informação, por parte de Éomer, que todas as encomendas de armas e armaduras já haviam sido cumpridas há dias. Então, por que a ferraria continuava fechada e em atividade? Na manhã seguinte ela descobriria o motivo.


Durante a noite, os Guardiões se revezaram na ajuda em manter a vigilância da fortificação. De tempos em tempos, mas sem obedecer nenhum padrão, o céu era iluminado por feitiços, e olhos atentos percrustavam a escuridão, à procura de invasores. Por volta da meia-noite, finalmente perceberam movimentos. Os guardas coloracam-se em alerta máximo, mas concluíram que não era nenhum ataque. Os Comensais estavam limpando o campo. Usando protetores nos ouvidos, eliminavam as Mandrágoras e queimavam os Visgos. Depois, os Orcs vieram e retiraram os corpos. Os vigias não interferiram, pois achavam que eles queriam apenas enterrar seus mortos. Mas na verdade, estavam apenas limpando o terreno para a manhã seguinte. Quando esta chegou, o mestre anão foi o primeiro a perceber o que estava prestes a acontecer.


- Eles vão retomar o ataque. – Disse ele, ao entrar no salão para tomar seu café, a todos que ali se encontravam – Limparam o caminho até o castelo. Não devem demorar.
- Muito bem. Já terminei meu café, então vou ficar de olho. – Disse Rony, levantando-se.



Rony estava cruzando a porta, quando aconteceu. Uma grande explosão atingiu a cidade, assustando todos e fazendo com que corressem para fora. Grandes bolas de fogo cruzavam o céu, despencando sobre vários pontos da cidade.



- As catapultas! Estão usando as catapultas! – Gritou Anaryon, correndo em direção aos muros do castelo.
- Sr Weasley! Sr Chang! – Chamou Harry com urgência, continuando assim que os dois homens se apresentaram – Levem alguns homens para os pontos mais altos da cidade, e tentem destruir esses projéteis antes que nos atinjam. Convoquem escudos para nos proteger também.



Rapidamente, eles convocaram mais alguns bruxos e indicaram onde cada um deveria ficar, e em questão de minutos já havia bruxos aparatando em cada um deles, lançando feitiços - “Reducto!”, ou “Protego!”, ou qualquer outro que pudesse ajudar a proteger a cidade. Mas mesmo agindo rápido, o tempo que haviam demorado para organizar esta defesa fora o suficiente para que mais de vinte lançamentos fossem efetuados, e a cidade ardia em chamas em vários pontos. O caos estava instaurado, e o pânico fazia as pessoas correrem sem rumo, buscando qualquer abrigo.

Nos muros, a correria também era grande.


- Por que não fomos avisados da movimentação do inimigo? – Perguntou Senar ao oficial encarregado da guarda.
- Peço desculpas, general. – Respondeu o homem, envergonhado – Pensamos que estavam apenas ajeitando as peças de artilharia. Estavam a uma distância muito grande para disparar. Não compreendemos como estão conseguindo nos atingir, deveríamos estar fora de alcance.
- Devem ter lançado algum feitiço nas catapultas. – Explicou Mione – Mas podemos fazer o mesmo. Neville! Luna! Escutem-me.



Mione passou aos dois o feitiço e a responsabilidade de lançá-los sobre as catapultas da cidade. O casal chamou mais alguns bruxos, e partiram para cumprir a tarefa.



*****




- Parece que os acordamos. – Riu Draco.
- Ótimo! Agora, vamos colocá-los para trabalhar. Lembrem-se, nosso objetivo é alcançar a face oeste dos muros, onde o túnel está pronto. Precisamos chamar sua atenção em outra direção enquanto um esquadrão invade os muros e abre os portões. – Instruiu Wang Chú.
- Mandaremos dois esquadrões atacarem os muros pelo leste, mais dois diretamente os portões. Todos com bruxos a protegê-los, de forma que consigamos distraí-los pelo tempo suficiente. – Informou Li.
- Perfeito! – Anuiu Chú – Dê a ordem para atacar.



A ordem foi dada, e vários batalhões Orcs, com Comensais e Dragões Vermelhos espalhados ao redor, lançando escudos para protegê-los. No ar, bolas de fogo ou enormes pedaços de rocha, continuavam sendo lançados contra a cidade. Mas já haviam perdido o elemento surpresa, e a cidade já se protegia.



*****



Agora, o fogo era cruzado. A cidade também possuia várias catapultas, que disparavam sem parar. Munição não faltava, devido aos destroços dos prédios já atingidos. Com os bruxos agora em posição, o número de projéteis que atingiam o alvo era bem menor. Normalmente eram implodidos ainda no ar, outros repelidos e caiam no campo de batalha. Por outro lado, os lançados a partir da cidade, com o feitiço ensinado por Mione, também começavam a fazer grandes estragos. Como as forças Orcs estavam começando a marchar, muitos tombavam quando as bolas incandescentes caiam sobre eles, ou eram esmagados por grandes blocos de pedra. Uma ou outra catapulta era atingida também. As forças que conseguiram escapar da chuva mortal, logo estava a meio caminho dos muros do castelo.


- Harry, veja. – Chamou Gina – Estão atacando novamente.
- Então precisamos detê-los novamente, amor. – Respondeu ele, postando-se a seu lado.
- Concordo, mago. – Anuiu Anaryon, também se aproximando, em seguida ordenou – Arqueiros!



Centenas de soldados, portando arcos, posicionaram-se na murada. A maioria era de Elfos, com seus longos arcos, medindo mais de dois metros de altura. Também havia uma bruxa, de cabelos louros e olhar sonhador.



- Uma maga que usa arco e flecha? Muito curioso. – Disse Mellon, tomando posição.
- Não me dei muito bem com as espadas. São meio sem jeito de usar, na minha opinião. – Respondeu Luna, sorrindo – Prefiro o arco.
- Você tem uma aura linda, minha cara. – Disse Mirië, postando-se do outro lado de Luna – É a humana que possui a aura mais próxima à de um Elfo que já conheci. Tenho certeza de que, se houvesse Elfos em sua terra, você seria uma dentre eles.
- Obrigada! – O sorriso de Luna se expandiu ainda mais – Vocês, Elfos, são impressionantes. Sinto que amam a natureza acima de tudo, como eu. Deve ser maravilhoso viver em comunhão com a natureza, como vocês vivem.
- Se tivermos tempo, posso lhe ensinar algumas coisas, para ajudá-la a se comunicar com a natureza, mesmo em seu mundo. – Ofereceu-se Mirië.


Luna ficou exultante com a idéia, mas não teve tempo de responder. Anaryon ordenou o ataque, e centenas de flechas foram lançadas contra os atacantes. Mas poucas encontraram seus alvos, uma vez que os bruxos das trevas convocavam escudos. Mesmo assim, os arqueiros persistiram, lançando mais e mais setas, até que Anaryon ordenou que parassem.



- Não está surtindo efeito! Não conseguimos atingi-los, protegidos como estão. – Observou o monarca, insatisfeito.
- Então vamos tirar-lhes a proteção. – Disse Harry, sério – Vamos matar os Comensais.
- Matar? Você quer dizer assassiná-los? A sangue frio? – Assustou-se Gina com a idéia.
- Exato. Vou aparatar no campo e eliminá-los, um a um, para que os arqueiros possam dar cabo dos Orcs. – Harry tentou falar com naturalidade, mas era óbvio, pelo tom de sua voz, que a idéia não lhe agradava.
- Mas isto seria errado, Harry. – Mione tocou em seu ombro, transmitindo-lhe apoio – Você nunca matou assim. Não é um assassino. Nunca rompeu sua alma, e por isso conseguiu atingir o nível de magia em que está. Poderia por tudo a perder se o fizesse agora.
- Eu sei, Mione. Mas valeria a pena, não acha? Ainda teríamos um Mago Branco entre nós. Tenho que fazer o que é necessário, não importa o custo pessoal.
- Harry, não sou tão poderosa quanto você. É imprescindível que você continue com todos os seus poderes mágicos, não sabemos o que teremos que enfrentar ainda. Por isso, eu vou. – Disse Gina, abraçando-o.
- Se é assim, então precisamos dos dois. Vocês ficam e eu vou. – Rony falou, na maior naturalidade que conseguiu.


Hermione já estava abrindo sua boca para, também se prontificar, mas Cho foi mais rápida.


- Esperem. Nada disso. Nenhum de vocês pode ir.
- Por que não? – Perguntou Mione, engolindo o que estava prestes a dizer e já emendando com a pergunta.
- Por que todos vocês têm a alma pura ainda. Eu não. Já rompi a minha há muitos anos, quando matei o assassino de Marieta. Não me importo em quebrá-la em mil pedaços, não deve ser pior do que Malfoy já fez. E quem sabe se não o encontro lá embaixo, para um acerto de contas?
- Sem chance, Cho. Não vou deixar arriscar sua vida desta maneira. – Repudiou a idéia Harry, veementemente.
- Todos estamos arriscando a vida, Harry. Sei bem o que estou fazendo. – Respondeu ela.
- Você não pode fazer isto sozinha. Precisa de alguém para lhe dar cobertura. Ficará vulnerável nos poucos momentos que precisa para lançar a maldição da morte.
- Ela não irá sozinha, Potter. – Prontificou-se Anaryon, sacando sua espada – Eu a protegerei com minha vida. Essas armaduras foram feitas para lutarem sempre lado a lado.
- Certo! Então boa sorte. Faremos o possível daqui. – Consentiu Harry a contragosto, e completou – Agora, prestem atenção; Cho, você tem que ser bem rápida. Aparate, lance a maldição, segure Anaryon e suma. Anaryon, neste pequeno tempo que Cho levará para matar o comensal, ela ficará totalmente desprotegida. Proteja-a de todas as maneiras que puder imaginar. Não sigam nenhum padrão, para que não fique previsível onde atacarão em seguida, e assim que eliminarem o comensal, saiam rápido, por que os arqueiros vão fazer chover flechas.




Ambos assentiram, em sinal de entendimento. Olharam um para o outro, deram-se as mãos e desapareceram. Surgiram no meio do campo de batalha, bem em frente a um dos batalhões que avançavam. Antes que a surpresa desaparecesse de suas faces, Cho apontou sua varinha para o comensal que caminhava no meio da fileira, com sua varinha apontada para o céu, e bradou - “Avada Kedrava!” – E o Comensal foi lançado ao chão, onde já chegou morto. A surpresa foi substituída pela fúria, e os Orcs partiram para cima dos dois, mas antes que os alcançassem, eles já haviam desaparecido e as flechas começavam a cair sobre suas cabeças.


Reapareceram ao lado de outro batalhão, onde repetiram a operação, sem nenhuma reação. Mas quando surgiram pela terceira vez, já eram esperados. Assim que surgiram, Anaryon teve que erguer seu escudo para amortecer o impacto de uma lança. O Comensal, apavorado, começou a lançar também maldições da morte e Cho teve que empurrar Anaryon no chão, e também se jogar para escapar da morte. Rolou, levantando-se agilmente, e percebeu que havia se separado de seu pareceiro. Continuava sendo o alvo do comensal, que não lhe dava nenhuma folga para respirar, fazendo-a se movimentar o tempo todo para não ser morta. Viu Anaryon em situação igualmente complicada, cercado por Orcs e lutando ferozmente, à sua procura. Ela também tentava se aproximar, mas agora ela também era cercada. Sacou sua espada, e preparou-se para lutar, já que não havia distância sequer para lançar um feitiço. Mas então, antes que o primeiro Orc se abatesse sobre ela, o grupo explodiu no ar. Atônita, procurou a razão daquilo ao redor, nada encontrando. Então ergueu a cabeça, em direção aos muros do castelo, de onde só agora ela percebia vir um alarido. Em pé, sobre os muros, estava Harry. Mesmo àquela distância, ele estava fazendo o que prometera. Tentando ajudá-la. E conseguira. A explosão, mesmo não tendo sido tão potente, havia aberto uma clareira entre os atacantes, e Cho enxergou entre eles o Comensal. Sem perder tempo, Lançou mais uma maldição “Avada Kedrava!”. Antes que seu corpo sem vida atingisse o solo, ela já havia desaparatado, surgindo ao lado de Anaryon, que continuava cercado. Bramiu sua espada sobre a cabeça, num movimento circular, atingindo vários Orcs num só golpe. Com um golpe parecido, ele fez o mesmo, e finalmente estavam livres, momentaneamente, de agressores.


- Você está bem? – Perguntou ele, preocupado.
- Estou. E você? – Sorriu ela, feliz com a preocupação que a voz dele transparecia.
- Ótimo. – Finalmente ele relaxou, também sorrindo. Então ouviu o som oriundo dos muros e olhou para cima, curioso – O que é isso?
- É seu povo, aclamando sua coragem, majestade. – Respondeu Cho.
- A nossa, você quer dizer, minha brava senhora. – Retorquiu ele, pegando em sua mão, e erguendo, o mesmo fazendo com a outra que empunhava a espada. Um estrondoso urro de júbilo subiu das muralhas, ao mesmo tempo em que uma nova chuva de flechas voava buscando seus alvos e o casal desaparecia no ar, em busca de novos alvos.



*****




A recém criada ala hospitalar do castelo estava lotada. O ataque surpresa com as catapultas, fizera muitos feridos. A correria era enorme. Mme Pomfrey comandava os esforços, com toda a sua experiência adquirida durante anos à frente da enfermaria da escola. Molly e a sra Chang também não paravam, e usavam o máximo de suas habilidades bruxas. Até Rita Skeeter estava trabalhando, auxiliando Lady Arwen que também estava ali, tratando dos feridos. Assim que os escudos foram erguidos, o fluxo de feridos diminuiu, mas o chão já estava forrado de corpos e pessoas gemendo e clamando por cuidados. Algum tempo depois, outro som vindo de fora, uma ovação que chamou a atenção da sra Chang, que parou o que estava fazendo e ficou ouvindo por alguns instantes.



- Por acaso é o nome da minha filha que eles estão gritando?
- Quê? Acho que não. – Respondeu Molly, mas parou para ouvir. De fora, vinha um coro, dizendo – Salve príncipe Anaryon! Viva lady Chang – Espera! Tem razão, estão falando da Cho.



As mulheres saíram em direção aos muros, e lá chegando viram que os soldados estavam debruçados sobre estes, olhando para fora, gritando e sacudindo as mãos no ar. Juntaram-se a eles, procurando o que eles assistiam, e quando encontraram, a sra Chang deu um grito de susto, ao ver Cho cercada pelos Orcs.


- É a minha filha! Ela está lá fora, sozinha.


Assim que disse isso, de um ponto à sua direita partiu um feitiço, lançado por Harry, que atingiu em cheio os atacantes, salvando sua filha. Imediatamente correu em sua direção, seguida por Molly. Quando chegou, perdeu a fala por um instante, olhando para a cena.


Harry estava em pé sobre a borda do muro, sem se segurar em nada. Sua ligação com um ponto de apoio era Gina, que o segurava através de um feitiço e o impedia de cair. Desprotegido das pedras e argamassa que formavam o muro, suspenço no ar como estava, seus cabelos negros esvoaçavam ao sabor do vento, o que dava a impressão de que ele estava voando. Mas olhando atentamente, podia-se ver um cordão dourado, que o ligava a Gina, que estava tão concentrada na batalha quanto ele. Passado o susto inicial, porém, ela recuperou a fala.


- O que é que minha filha está fazendo lá fora, sozinha?
- Ela não está sozinha, sra Chang. - Respondeu Gina – Anaryon está lá embaixo com ela, enquanto nós os protegemos da melhor maneira possível daqui.
- E por que ela e não outro? – Insistiu a mãe aflita.
- Por que ela escolheu ir. Era o que tinha que fazer. – Disse agora Harry, saltando de cima do muro. Não houve resposta, mas a Sra Chang continuou ali parada, olhando sua filha lutar.



O casal ainda derrubou mais dois comensais, e finalmente surgiu ao lado deles. Cho olhou para Harry, sorrindo em sinal de agradecimento e recbeu outro de volta, de compreensão. Anaryon limpava sua espada, suja de sangue, enquanto era cumprimentado por seus comandados. Antes que qualquer palavra fosse proferida, Cho foi envolvida por um abraço fraternal, que exprimia toda a angústia e preocupação pela qual sua mãe passara.



- Você está bem, filha? Está ferida?
- Estou bem mãe, não me aconteceu nada. – Respondeu ela, com a voz abafada, ainda megulhada no colo materno.
- Mas o que deu na sua cabeça, em se expor desta maneira? Você poderia ter morrido, Cho.
- Eu sei, mãe. Mas fiz consciente, sabia o que estava fazendo. Foi necessário e pronto. – Respondeu ela, finalmente se soltando do abraço de urso materno e suspirando – Viu? Por isso eu não queria que vocês viessem. Estamos numa guerra, mãe. Temos que nos arriscar se quisermos vencer.
- Claro que estamos numa guerra, não precisa me dizer isto. Basta olhar para cima que eu vejo nitidamente que estamos em perigo. Mas por que justo você? Por que nenhum outro?
- Eu estava procurando alguém também, mãe. – Cho disse, extremamente séria – Malfoy! Tenho contas a ajustar com ele. Mas não o encontrei, pelo menos ainda.



Esta afirmação conseguiu calar a sra Chang, que suspirou e retornou para seus afazeres.

Com a eliminação dos Comensais, os Orcs sobreviventes batiam em retirada, mas não como no dia anterior, de maneira desordenada. Pareciam estar se reagrupando.


- Será que vão insistir neste ataque? – Perguntou Rony, observando a movimentação.
- Parecem estar se preparando para um ataque aos portões principais. – Observou Mione, a seu lado.
- Mas eles não teriam a menor chance. Os portões estão muito bem lacrados e protegidos. – Contestou Senar.
- Estão tramando alguma coisa. – Foi a vez de Gina falar, em tom sisudo – Não estou gostando disto, tenho uma sensação ruim.



O exército Orc, não apenas os soldados que haviam atacado nos pequenos batalhões protegidos pelos Comensais e Dragões Vermelhos, mas todo ele, estava se posicionando a uma distância que os mantinha a salvo das flechas, porém de frente para os portões principais da cidade. E pareciam aguardar algo. Ninguém entendia o que era, mas todos estavam tensos, cientes de que alguma coisa havia passado despercebida.


O que os defensores não haviam percebido, logo no início do combate, fora um batalhão Orc desiludido, que passara ao largo do ataque, conduzido por Li. Em silêncio, o grupo ladeou o muro, procurando a abertura. Encontraram-na escondida sob uma moita, e entraram sorrateiramente. Conforme passavam pela boca do túnel, o feitiço era desfeito, para que não tropeçassem.


Outro fato que passou despercebido a todos, foram as crianças. Assim que o ataque começou e todos correram para defender a cidade, Lucy puxou Éomer pelo braço, conduzindo-o por uma porta lateral.


- O que está fazendo? – Perguntou o garoto.
- Vamos! Precisamos saber o que está acontecendo com aquele ferreiro. – Respondeu ela, ainda andando apressada pelo corredor.
- Não importa o ferreiro. A cidade está sendo atacada, precisamos ajudar a defendê-la. – Retrucou ele, parando de andar e se soltando da mão de Lucy.
- Não! Algo me diz que precisamos ver o que está acontecendo lá embaixo. É muito estranha esta história do ferreiro. Tem alguma coisa errada. – Disse ela, séria.
- Você não vai sossegar enquanto não descobrir o que aconteceu com o pobre homem, não é?
- É.
- Então vamos logo. – Concordou ele, conferindo se sua curta espada estava no devido lugar.


Dito isto, ele tomou a frente. Correram pelos corredores do castelo, sairam numa alameda estreita e continuaram descendo, desviando dos detritos que caiam sobre suas cabeças, sempre atentos ao som da batalha que ocorria a sua volta. Viam de perto o terror e desespero das pessoas, que sem alguém que lhes dissesse o que fazer, corriam de um lado para o outro, completamente sem rumo e se tornando alvos fáceis. Mulheres passavam, tentando alcançar o castelo em busca de segurança, carregando suas proles. Apesar de não pararem em lugar algum, o caminho não era fácil. Demoraram alguns minutos para atingirem o sétimo portão, e agora ouviam os gritos da população saudando Anaryon e Cho.


- Meu irmão deve estar fazendo algo importante, e nós aqui. – Resmungou Éomer.
- Lá está a casa do ferreiro! – Anunciou Lucy, ignorando o comentário do amigo – Vamos!


Com um pouco mais de cuidado, aproximaram-se da porta da casa. Ficaram de ouvidos colados por alguns momentos, sem nada ouvir. Lucy tomou coragem e bateu na porta, mas não houve resposta. Ela forçou a porta, e esta abriu-se com um rangido. Entreolharam-se, buscando força um no outro, e então escancararam a porta de uma vez e entraram. O comodo estava completamente fechado, mergulhado na penumbra e a única luz que havia era a que entrava pela porta aberta. Havia um cheiro acre no ar, como se há muito tempo a casa não fosse aberta, cheiro de mofo e terra, mas havia algo mais misturado, que eles não conseguiam distinguir o que era. Mas não era um cheiro agradável. Éomer sacou sua espada, postando-se de maneira a defender os dois se necessário. A casa parecia estar desabitada, mas não era possível ter certeza. Pé ante pé, percorreram pelo escuro, tateando o chão para não caírem. Muito antes do que esperavam, seus pés encontraram resistência. Éomer se abaixou para tentar descobrir o que era.


- Parece terra. – Disse, segundos depois.
- Mas o que esta terra está fazendo aqui? – Perguntou Lucy, seus olhos esbugalhados para o escuro, tentando enchergar melhor. E realmente, agora que estavam se acostumando com a pouca luminosidade, podiam ver que o comodo estava repleto de montes e montes de terra, alguns se aproximando do teto. Viram também um recorte mais escuro na parede, indicando uma passagem para outra dependência – Olha! Uma porta.
- Vamos! Mas tome cuidado. – Indicou ele, adiantando-se.


Realmente era uma porta, que se abriu para dentro ao ser empurrada. Mais e mais terra, e o cheiro ali estava ainda pior. Tiveram que cobrir o rosto, e agora era nítida a origem daquele cheiro. Era cheiro de morte. Cheiro de putrefação.


- Tem alguém ou algum bicho morto aqui. – Disse Éomer, com dificuldade para respirar, erguendo imediatamente sua espada ao notar um leve movimento à frente.
- E parece que tem algo vivo também. – Respondeu Lucy, apavorada, acompanhando seu olhar e encontrando a silhueta de algo que parecia ser uma pessoa – Ei. Quem está aí? Precisa de ajuda? Quem é o senhor?


Não houve resposta. A pessoa, fosse lá quem fosse, sequer se mexeu. Então, um som vindo de algum lugar além do homem, do lugar onde deveria haver uma sólida parede do muro da cidade, desviou a atenção das crianças. O som era alto e ritmado, e parecia estar se aproximando cada vez mais.


- Moço? O que está acontecendo? Vamos sair daqui, vamos? Venha com a gente. – Chamou Lucy, estendendo a mão em direção a figura, que permanecia imutável.
- Lucy, vamos embora. Tem alguma coisa vindo por ali, isso parece um túnel. – Pediu Éomer, com sua voz trêmula.
- Meu mestre está chegando. – Sussurrou uma voz rouca, num tom cavernoso, devido ao tempo em que não era usada – Ele irá me libertar.


O susto de ouvir a voz do homem foi tão grande, que os dois ficaram estáticos, completamente apavorados. Parecia que seus corações iam pular pela boca. Entâo um estrondo ainda maior se fez, e uma figura gigantesca brotou das entranhas da terra, e urrou ao ver as crianças. Sacou uma espada e degolou o ferreiro, que não esboçou reação alguma. Finalmente terminava sua escravidão, finalmente encontrava novamente a paz. Lucy gritou, chamando a atenção da criatura para ela, ao mesmo tempo que mais dois brotavam do tosco buraco e urravam, e Éomer puxava a menina pela mão, empurrando-a pela porta e a fechando, na esperança que isto os atrasasse um pouco.


- Corre! Corre, Lucy! São Orcs. Os Orcs estão invadindo a cidade.



Saíram novamente para o ar puro, procurando socorro, alguém que pudessem avisar sobre o que estava acontecendo. Havia uma fonte logo à frente, mas as casas e comércios ao redor estavam fechadas e sem seus moradores, que deveriam estar ajudando a defender a cidade. Descendo um pouco mais a rua, ficavam os portões principais, fortemente guardados. Éomer pensou em correr para lá dando o alerta, mas um som diferente que ouviu o fez parar, bem a tempo. Um enorme machado passou, e se tivesse dado um passo a mais, teria sido mortalmente atingido. Virou-se e para seu desespero, vários Orcs já deixavam a ferraria e espalhavam-se pelas ruas da cidade, a maioria tomando justamente o caminho que ele tinha em mente, obviamente queriam abrir o portão. Mas alguns se detiveram e obviamente tinham a missão de eliminar os dois. Arcos foram tirados das costas, preparados e logo, flechas eram lançadas sobre eles. Desta vez foi graças a presença de espírito de Lucy, que agarrou-o e puxou-o para detrás da fonte, que permaneceram vivos.


Ao mesmo tempo que se escondiam, Li saiu pela porta da casa. Não viu as crianças, olhou rapidamente para um lado e outro e tomou a direção dos portões. Lucy viu quando ele passou correndo, e percebeu o que iria acontecer.


- Aquele homem! É um bruxo, acho que ele vai abrir os portões. – Disse ela, desesperada.
- Precisamos dar o alarme, Lucy. Ninguém está vendo a invasão. – Éomer também estava angustiado.
- Vocês não vão falar nada para ninguém, humanos. – Um dos Orcs, vindo em direção aos dois disse, brandindo um enorme machado na mão.
- Lucy, eu vou tentar detê-los. Fuja e tente avisar alguém. – De repente, o medo deixou os olhos daquele menino. Pois ele não era mais um simples menino, ele era príncipe de Gondor, e tinha a obrigação de fazer tudo para defender seu povo. Sacou sua espada, colocando-se entre o Orc e Lucy – Não tenho medo de você. Venha e lute, Orc.


A criatura virou a cabeça para trás, numa estrondosa gargalhada. Sentindo-se humilhado e insultado, o jovem príncipe partiu para o ataque, ignorando os apelos de Lucy. Nenhum dos outros Orcs tentou ferir o menino, pareciam estar se divertindo bastante. Mas o líder, que estava com outro machado, parou de rir imediatamente, assumindo uma posição de combate. Quando o garoto se lançou sobre ele, aparou o golpe da espada com a lâmina da arma, o que causou um alto ribombar do metal, e desferiu um forte golpe contra seu peito com o cabo da arma, lançando-o a metros de distância. Éomer passou voando por sobre a cabeça de Lucy, caindo atrás dela e da fonte. Rapidamente ela se arrastou até ele e o agarrou, mas este estava desmaiado. O Orc deu outra gargalhada, e começou a andar em direção das crianças novamente. Apavorada, Lucy chamou o primeiro nome que lhe veio na cabeça.


- Dobby! Socorro!


Um estalo, e o pequeno Elfo surgiu em frente ao Orc, que surpreso, parou.



- Criatura má não vai machucar crianças. – Disse Dobby, lançando o atacante para trás com um feitiço.



A criatura tombou no chão, atônita. Mas seus companheiros reagiram rapidamente, disparando uma saraivada de flechas contra o pequeno Elfo, que tentou se esquivar mas acabou sendo atingido por uma flecha no ombro e outra em sua perna esquerda. Ferido, se arrastou para junto das crianças, arfando, ainda tentando protegê-las com seu diminuto corpo. O Orc, que já se levantara, avançava com ódio para eles, brandindo sua arma, sedento de sangue.


- Basta de brincadeiras! Chegou a hora de morrerem, criaturas incomodas. Sentirei imenso prazer em devorar seus corações ainda quentes.



Lucy, que estava abraçada aos dois amigos, viu o reflexo do sol na lâmina, prestes a cair sobre suas cabeças. Apavorada, gritou novamente, e a fonte que existia a sua frente explodiu em milhares de pedaços, cobrindo os atacantes com uma tromba d água. Um enorme bloco de pedra atingiu o atacante, que cambaleou, mas não caiu. Um filete de sangue escorreu de sua testa, no local atingido. Ele colheu o sangue, não acreditando no que via. Gritou com ainda mais fúria, e avançou contra Lucy.

Ela mal conseguia respirar, tão apavorada que estava. Nem havia se lembrado que aprendera a usar um pouco de magia, e acabara fazendo de forma involuntária novamente. Não podia deixar os dois ali, feridos, então tomou uma decisão. Controlaria seu pânico, engoliria seu medo e ficaria ali. Não tinha chance de avisar ninguém sobre o ataque, mas permaneceria com seus amigos e lutaria, da maneira que pudesse, pelo tempo que aguentasse. Afinal, não fora para isto que viera? Harry e Gina nunca se acorvadaram frente ao perigo. Se ela quisesse que eles sentissem orgulho dela, isto era o mínimo que podia fazer. Resoluta, enxugou as lágrimas que escorriam de seu rosto, abraçou ainda mais forte os dois, e encarou se destino, concentrando-se ao máximo. O resultado foi que, quando o imenso machado baixou sobre sua cabeça, não a atingiu, chocando-se contra uma barreira invisível. O Orc, incrédulo e frustrado, soltou um tipo de uivo e desferiu outro poderoso golpe, com o mesmo resultado. Lucy sentiu uma fisgada em sua cabeça, e soube que não aguentaria muito tempo. Triste, voltou seu pensamento para as pessoas mais importantes em sua vida – Harry, Gina, me perdoem. Eu queria tanto me tornar filha de vocês, queria tanto que tivessem orgulho de mim... Não queria morrer assim, deste jeito... – E uma nova pancada em seu escudo quase a fez perder os sentidos.



*****



No alto dos muros, todos ainda olhavam curiosos a formação inimiga. De repente, Harry e Gina se empertigaram. Olharam um para o outro e gritaram, juntos – Lucy! – E então desaparataram.



*****



O Orc sorriu. Mais um golpe, e tudo estaria acabado. A menina estava praticamente inconsciente, não suportaria um novo golpe. Ergueu o machado no alto, e quando o baixou ficou aguardando o som característico de carne e ossos se partindo. Imaginou que o som fosse um pouco diferente, já que a carne da criança devia ser tenra e macia, os ossos ainda moles, mas este som não veio. Em seu lugar, ouviu o som característico de metal se chocando contra metal. Só então olhou para baixo, e viu que o caminho de seu machado havia sido bloqueado por uma espada. Percorreu com seu olhar a lâmina, depois o cabo e a mão que a segurava. Um humano estava ajoelhado, fincando um dos joelhos na terra, o outro ainda mantia apenas dobrado, sob o qual apoiava os cotovelos, segurando sua espada com as duas mãos, e aparara o golpe. Encontrou o olhar verde e frio de seu dono, e não teve como não sentir um arrepio percorrer sua coluna vertebral. Sabia quem era aquele homem, mesmo sem nunca tê-lo visto na vida.


- Você não devia ter feito isso, Orc. – Disse Harry, numa voz assustadoramente calma.
- Isso o que, humano? – O Orc tentava retomar o controle da situação, e principalmente o seu próprio controle.
- Tentado matar nossa filha. – Disse Gina, também de espada em riste e apontada para o Orc, que ficou surpreso por não a ter visto antes.


Encurralado, o Orc percebeu que não havia saída. E sabia que estava condenado. Se o olhar do humano já lhe causara arrepios, de tão gélido, o que via na humana ardia como a lava de um vulcão, de puro ódio. Mas ele era um oficial e não se entregaria sem luta. Com um movimento desesperado, tentou atingir a mulher com as costas de sua mão, mas ela esquivou-se sem dificuldade. O homem empurrou seu machado para longe, e avançou contra ele, e ambos começaram a lutar. Mas a luta não durou muito, pois quando um novo golpe tentou atingir Harry, este desviou-se e, num movimento circular para cima, decepou ambas as mãos de seu atacante, concluindo a luta com um movimento diagonal sobre seu peito. Olhou em volta, e imediatamente lançou uma proteção sobre as crianças.


Assim que se esquivou do golpe, Gina se deparou com uma coluna de cinco Orcs, portando arcos e flechas, todos apontados para ela. Ao contrário do que esperavam, que era uma tentativa de se proteger, ela caminhou de encontro a eles. Quando percebeu que iam disparar suas armas, girou graciosamente e desaparatou, de modo que as flechas atravessaram o ar vazio e se perderam. Estupefatos, viram-na ressurgir junto a eles e, com um golpe da espada, inutilizar seus arcos. Quando finalmente sacaram suas armas, ela já não estava mais sozinha, e a luta se iniciou. O casal lutava em conjunto, numa perfeita sincronia. Enquanto Harry defendia o golpe que se abatia sobre Gina, esta desferia uma estocada na altura do abdome do inimigo. Em seguida partiram para cima dos outros, e a luta não durou nem dois minutos. Quando estava quase acabando, uma explosão denunciou que os portões caiam. Quando os dois últimos Orcs tombaram, o casal olhou em volta e viu que mais e mais Orcs entravam pela ferraria. Rony já liderava a resistência naquele ponto. Olharam para os portões, e ouviram o estardalhaço do exército que avançava. Harry teve a impressão de ver alguém, que ele suspeitou ser Li, sair pela abertura deixada livre para os Orcs. Correram para onde estavam as crianças, desesperados.


- Lucy! Você está bem? – Perguntou Gina, aflita, procurando na menina um sinal de ferimento.
- Es...Estou. – Gaguejou ela, caindo no choro – Éomer está ferido, e Dobby também. Tentei protegê-los, mas não consegui, Gina. Fui fraca.
- Você foi maravilhosa, meu amor. Conseguiu protegê-los o tempo necessário, e mais ainda. Conseguiu nos chamar. Estão salvos agora.


Mais pessoas aparatavam em volta deles, e Harry pegava Dobby do chão, pálido e desacordado. Virou-se para Neville com urgência.


- Neville, por favor! Leve-o para o hospital e cuide dele, por favor. E leve as crianças também.


O amigo nada disse, pegou o pequeno Elfo-doméstico nos braços, colheu as crianças e desapareceu.



*****



Rony e Mione se surpreenderam com o desaparecimento de Harry e Gina. Mas nem tiveram tempo de pensar no assunto. Uma explosão derrubou o portão, e imediatamente o exército Orc avançou para os portões. O Caos dominou os muros, todos gritavam ao mesmo tempo. As proteções erguidas pelos bruxos cairam, pois alguns já eram alvo de arqueiros Orcs que estavam na parte interna dos muros.



- Arqueiros! Detenham-nos! – Gritou Anaryon, e prontamente os soldados começaram a disparar suas flechas contra a coluna que vinha em marcha rápida.
- Rony! – Chamou Mione, com urgência – Precisamos ajudar a retirada dos civis da primeira muralha. Ela foi invadida.
- Certo! Vamos todos, tenho certeza de que Harry e Gina também estão lá. Fred, Jorge! Acho que está na hora de abrir outro malão. – Rony ainda viu o olhar cúmplice dos irmãos antes de desaparecer.



Assim que surgiram no pátio, viram que Harry e Gina estavam lutando contra um grupo de Orcs. Mas vários outros surgiam de uma casa. Com uma troca de olhar, sabiam o que fazer. Rony, Dino, Margot e outros correram para dar combate e tentar bloquear a entrada de mais inimigos, enquanto Mione, Vera, Luna e outros tantos, corriam para conduzir as pessoas que pareciam perdidas e sem rumo, ao ver a queda do gigantesco portão. Conduziram-nos até o portão que dava acesso ao próximo nível da cidade. Por este, já passava para auxiliar na batalha, centenas de soldados, de todos os povos. Entre eles Mione reconheceu Andy, liderando um grupamento de Hobbits, e o chamou.


- Andy! Traga seus homens, precisamos de ajuda. - Imediatamente o Hobbit atendeu o chamado, e quando ele e seus homens, todos de armadura e portando lanças e espadas, a rodearam, continuou – Precisamos ajudar o povo a sair daqui. Vamos criar uma barreira humana para garantir a fuga de todos.



Prontamente, os pequenos guerreiros se posicionaram, enquanto os bruxos dirigiam a fuga. Logo os Orcs surgiram, perseguindo os refugiados, e riram ao ver a coluna de pequeninos que estava em seu caminho. Mas estes, sem pestanejar, avançaram e atacaram as vis criaturas. Apesar da pequena estatura, não lhes faltava coragem. Mesmo alguns sendo massacrados pelos poderosos machados, nenhum cedeu um milímitro sequer. Com a ajuda dos bruxos, liderados por Hermione, conseguiram segurar o avanço inimigo, até que todos estivessem salvos. O portão foi lacrado por um feitiço lançado por Mione, que então pode se concentrar em ajudar no combate efetivamente.




*****



No alto dos muros, sobre os portões, Fred e Jorge aparataram trazendo mais dois malões, os últimos que haviam transportado para a Terra Média. Cada um se posicionou de um lado dos portões e começou a distribuir os pequenos frascos para os soldados em volta, instruindo o que deveriam fazer. Logo que os primeiros soldados chegaram aos portões, começaram a jogar os frascos sobre eles. Assim que os frascos colidiam contra os escudos ou armaduras, estes começavam a derreter e atingiam seus usuários, que tombavam ou tentavam fugir urrando de dor. Os arqueiros, liderados pelos Elfos, continuavam lançando suas flechas, e o caos era total. Durante alguns minutos o esforço conjunto deu certo e eles conseguiram deter o avanço. Mas o número de inimigos tentando entrar era enorme, e logo ficaram sem munição. Então, um grupo de soldados começou a jogar azeite fervente e atear fogo nos intrusos. Vendo que não seriam mais úteis ali, os gêmeos resolveram descer e se juntar aos outros.


Quando aparataram no pátio interno, finalmente perceberam a magnitude do caos instaurado. Sem pestanejar, correram a ajudar nos portões. O quarteto estava separado. Enquanto Mione defendia o portão para o segundo nível da cidade, Rony finalmente conseguia estancar a onda de inimigos que entrava pela ferraria e a lacrava, demolindo o prédio e soterrando os invasores. Harry e Gina lutavam no meio do pátio, tentando retomar o portão.

Com o casal, além de Fred e Jorge, lutavam Cho e Anaryon, além de um grande número de anões. Estes pareciam ser os únicos que estavam gostando da luta, riam e gargalhavam enquanto desferiam golpes com seus machados. Atingiam as pernas dos seus inimigos, e assim que eles caíam, pulavam sobre eles para terminar o serviço. A única vantagem que tinham era o fato da entrada ser estreita, o que impedia a entrada dos inimigos aos borbotões, de maneira que podiam dar combate ali mesmo, sem perderem terreno e assim, conseguiam manter a posição. Mas não conseguiam empurrá-los para fora tão pouco, e estavam num impasse. Não tinham um segundo sequer de pausa, os Orcs avançavam numa onda ininterrupta, pisoteando os caídos, derrapando no sangue que se espalhava rapidamente. A luta durou horas a fio, e apenas quando a tarde já estava na metade foi que conseguiram rechaçar definitivamente a invasão e Harry conseguiu, com um feitiço - “ Reparo! ” - Reconstruir o portão e lacrá-lo.

Não houve comemorações quando isto aconteceu. O número de mortos e feridos era imenso, todos estavam esgotados e famintos. Imediatamente começou o trabalho de resgate e rescaldo. Harry e seus amigos partiran sem demora para o hospital, apinhado de gente. Encontraram Rita, que parecia ainda mais desgrenhada do que o normal, andando de um lado para o outro a ajudar. Molly cuidava de dois feridos ao mesmo tempo, enquanto Mme Ponfrey coordenava tudo. Demorou algum tempo, mas finalmente encontraram o local onde as crianças estavam deitadas. Éomer dormia, assim como Dobby, numa cama próxima. Estava com o peito e a perna enfaixados, mas parecia bem. Lucy estava acordada, e quando os viu seus olhos marejaram.


- Vocês estão bem? – Perguntou ela – Estava morrendo de medo que tivessem se ferido.
- Estamos bem, amor. Pode ficar tranquila. Só um pouco cansados, só isso. – Disse Gina, acariciando os cabelos negros espalhados sobre o travesseiro.
- E você, hein bruxinha? Como está? – Perguntou Harry, abaixando-se e beijando-lhe a testa.
- Não sei bem. – Começou a responder – Não me machuquei, mas estou cansada. E parece que tem um nó na minha barriga. E quero chorar o tempo todo...
- Isso é normal, levando em consideração tudo que passou. É muita coisa ao mesmo tempo, muitas emoções fortes. – Gina, apesar de cansada, sorria.
- Eu só queria ajudar. – Repetiu a menina, baixando os olhos, desconsolada, e olhando os que dormiam a seguir – Nunca quiz colocar ninguém em perigo. Nunca senti tanto medo.
- Não precisa ter vergonha em sentir medo. Todos nós sentimos medo às vezes. Eu senti, quando vi você sob ataque. – Disse Harry – O medo pode nos manter vivos, se não nos deixarmos dominar por ele.
- Não estava com medo por mim. Estava com medo por eles. – E a menina indicou com os olhos os amigos feridos – Se morressem, seria minha culpa. Eu os teria levado para a morte.
- Mas nenhum de vocês morreu, Lucy. Está tudo bem. Eles estão bem. Se feriram sim, mas graças a você, que os protegeu, estão todos vivos. – Disse Gina, carinhosamente.



Lucy ficou algum tempo quieta, pensativa. Então levantou os olhos e sussurrou.


- Acho que quando estava quase desmaiando comecei a ouvir coisas...
- Que tipo de coisas? – Perguntou Harry, assumindo um ar preocupado.
- Pensei ter ouvido vocês me chamarem... Me chamarem...
- De filha? – Completou Gina – Não foi impressão não, foi isso mesmo que dissemos.
- E sentimos, na hora que chamou por nós. – Completou Harry - Não importa se não é nossa filha de verdade, onde realmente importa que é o coração, você é nossa filha sim.

A menina nada disse. Pareceu totalmente recuperada, levantou-se da cama e pulou no pescoço dos dois, feliz da vida. Em seguida voltou a se deitar, e finalmente dormiu, com um sorriso nos lábios.


Quando a noite começou a cair sobre a cidade, as coisas já estavam mais calmas. O exército inimigo finalmente recuara, frustrado ao ver seus planos caírem por água mais uma vez. Era hora de se reagrupar e montar novas estratégias para o dia seguinte.


Após o jantar, todos estavam reunidos, discutindo os resultados do dia. Apesar de conseguirem manter a segurança da cidade, o número de baixas havia sido considerável. Harry permanecia calado em um canto, circunspecto, ouvindo os relatórios dos comandantes. A situação não era nada animadora. Haviam cortado o fornecimento de água para a cidade, e apesar de isto já ser esperado, o que haviam conseguido estocar não duraria muito. Após o término dos relatórios, um silêncio sepulcral tomou conta da sala, até que Anaryon tomou a palavra.


- Então, o cenário é este, senhoras e senhores. Qual deve ser nosso próximo passo?
- Se me permite, meu senhor. – Senar tomou a palavra – Acho que devemos manter tudo como está. Se continuarmos resistindo, eles vão acabar se dando por vencidos, nunca conseguirão entrar na cidade novamente. Sei que tivemos severas baixas, mas nem se comparam a deles. Já perderam praticamente metade de seu exército. Nào podem continuar com isto por muito mais tempo.
- Já conseguiram entrar uma vez, Senar. É questão de tempo entrarem novamente. – Disse Rony – E ainda tem Orc demais lá fora, um número muito maior do que nosso exército, e sabem disto.
- Exato! Não temos homens suficientes para enfrentá-los em campo aberto. Se sairmos, seremos massacrados. Nossa única opção é permanecermos aqui e tentarmos resistir. – Disse Eldest.
- É o que eles esperam, majestade. – Harry disse, e todos os olhares se voltaram para ele – Por isto mesmo devemos fazer o contrário do que esperam. Se continuarmos entocados aqui, logo começaremos a passar fome e sede. Ficaremos doentes, devido aos mortos. Não podemos permanecer muito tempo assim, quanto mais ficarmos aqui, menores nossas chances de sobrevivência.
- Desejas partir para um ataque desesperado então, mago? – Perguntou Mellon.
- Não, pretendo partir para um ataque muito bem coordenado. Não importa se somos em menor número, somos melhores guerreiros e lutamos por uma causa justa. Lutamos com nossos corações, em nome de nossas famílias e amigos. Chú, Malfoy e os Orcs trouxeram a guerra até nós. Agora, vamos levar a guerra até eles. Vamos deixar os portões desta cidade amanhã, senhores. E vamos vencer. Eu prometo.


N:A: Hoje, não vou responder aos comentários, são tantos que não quero ser injusto com ninguém. Agradeço a todos que têm comentado, é muito importante a participação de vocês, suas opiniões e apoio.

Também queria saudar os novos leitores, que são muitos nos últimos tempos.

Outra coisa muito legal, é o número de pessoas na comunidade das Fics no Orkut. São 140, e isso me deixa muito contente.


Espero que tenham gostado do cap. O próximo será a luta decisiva. Deverá ser bem maior que os dois últimos, e espero não demorar muito a postar.


Beijos e abraços,


Claudio

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